sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

As Festas de Israel


Uma das instituições mais significativas do Senhor e que fazia parte do programa mosaico eram as “festas”. O Senhor tinha determinado que o Seu povo deveria santificar determinados dias, consagrando-os ao Senhor. Esses dias eram chamados de “festas” ou de “solenidades do Senhor” e, ainda, “dias santos”.

«Então, Salomão ofereceu holocaustos ao SENHOR, sobre o altar do SENHOR, que tinha edificado diante do pórtico; E isso segundo o dever de cada dia, oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos sábados, e nas luas novas, a nas solenidades, três vezes no ano: na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa das Tendas.» (II Crónicas 8:12-13).

04150 dewm mow‘ed ou  dem mo‘ed ou (fem.)  hdewm mow‘adah; procedente de 03259; DITAT-878b; n m; lugar determinado, tempo determinado, reunião.

Como verificamos pelo dicionário James Strong, o termo tinha um sentido reunião. No caso, à volta do Senhor, no Seu templo, celebrado o Senhor, conforme Ele tinha ordenado Moisés.

«Fala aos filhos de Israel e diz-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades. Estas são as solenidades do SENHOR, as santas convocações, que convocareis no seu tempo determinado…» (Levítico 23:2 e 4).

 Os dias sagrados estavam divididos pelo período da sua celebração: dias sagrados semanais (sábados), mensais (“Rosh Codesh”, ou luas novas[1]), anuais (7 festas sagradas – Levítico 23) e multianuais, como o dia do JUBILEU que era celebrado de 49 e 49 anos, no 50.º ano (Levítico 25).


Relativamente ao significado destas festas, poderemos ver ali algumas mensagens que Deus queria transmitir: (1) o caracter histórico e doutrinário – que significa as observâncias que Israel deveria fazer daqueles dias; (2) o caracter messiânico, ou seja, estas festas apontavam para toda a carreira redentora do Messias. (3) Ainda, no caracter profético: as festas de Israel apontavam para as várias fases dispensacionais de Israel, desde a sua chamada até à instauração do império Messiânico; (4) um outro significado poderá ser visto numa forma espiritual de devoção a Deus para qualquer crente de qualquer dispensação, por aplicação devocional; no caso da Igreja “Corpo de Cristo”, deve ser despido de qualquer conteúdo formal e simbólico (Colossenses 2:16-17).

O número sete é o número bíblico da conclusão. Depois de criar o mundo, Deus descansou no sétimo dia. Ele não descansou, como consequência de estar cansado. A omnipotência não se cansa. Pelo contrário, Deus descansou no sentido de realização e satisfação. O que Deus criara era bom e satisfatório. Nada mais era necessário. Por esse facto, os filhos de Israel deveriam observar um descanso semanal, no sétimo dia da semana, modelado pelo descanso de Deus na criação. Assim, e da mesma maneira, o povo de Deus deveria descansar de seus labores.
Sete vezes setes anos deviam ser contados (49 anos) e, no ano seguinte (50.º) deveriam celebrar o ano jubilar, em que todas as dívidas seriam saldadas (perdoadas) e os escravos seriam libertos (Levítico 25:9-12).
Setenta setes de anos foram decretadas sobre o povo judeu depois do qual Deus traria a perfeição e a conclusão dos Seus propósitos redentores (Daniel 9:24-27). O livro do Apocalipse regista a consumação dos tempos judaicos. Ele usa o número sete mais de 50 vezes. Também descreve os últimos sete anos da profecia de Daniel 9.
É interessante verificar que, quatro destas sete festas ocorriam na primavera do ano. O verdadeiro cumprimento destas festas é um ou único. E, nelas temos o significado da morte do Senhor (Páscoa), do Seu sepultamento e remoção do pecado (Pão Asmo), da Sua ressurreição (Primícias) e glorificação (Semanas, Colheitas ou Pentecostes). As últimas três festas ocorrem no outono do ano e representam os eventos futuros – e, ainda, não cumpridos – da profecia messiânica. Nestas, temos o significado da ressurreição dos crentes da Profecia (Trombetas), da restauração de todas as coisas (Expiação, conforme Daniel 9:24) e o reino messiânico (Tendas).
Assim, o cumprimento das primeiras quatro festas ocorreu no passado: na primeira vinda do Senhor; as outras três festas terão o Seu cumprimento no futuro, na próxima vinda do Senhor.



As Festas de Israel
Dia Mês
Mês
Período
Nome
Duração
Significado
Cumprimento
Texto
14
ABIB ou Nissan
1.º Mês
Março/Abril
Páscoa
1 Dias
Morte do Senhor
No Êxodo do Egipto
Êxodo 12:1-30; Lucas 22:15; I Coríntios 5:6-8; João 1:29, 36; I Coríntios 6-8;
15
ABIB ou Nissan
1.º Mês
Março/Abril
Asimos
7 Dias
Sepultamento do Senhor
Na Morte do Senhor
Êxodo 12:15-20; 13:6-9
17
ABIB ou Nissan
1.º Mês
Março/Abril
Primícias
1 Dia
Ressurreição do Senhor
Na Ressurreição do Senhor
Levítico 23:9-14; Números 28:26; Deuteronómio 16:9; I Coríntios 15:20-23
8
SIVAN
Abril/Maio
Semanas/
Pentecostes
1 Dia
Baptismo do Espírito do Senhor
No Pentecostes
Êxodo 34:22; Levítico 23:15-21; Números 29:26-31; Deuteronómio 16:9-12; Actos 2:1
1
ETHANIM ou TISRI
Setembro/
Outubro
Trombetas
1 Dia
Vinda do Senhor – 1
Último Apelo
Nas Duas Testemunhas
Levítico 23:24-25; Números 10:1-10; 29:1-6
7
ETHANIM ou TISRI
Setembro/
Outubro
Expiação
1 Dia
Vinda do Senhor – 2
Limpeza do Mundo
Nos 144.000 Assinalados
Levítico 16:1-34; 23:26-32; Números 29:7-11
15
ETHANIM ou TISRI”
Setembro/
Outubro
Tendas
8 Dias
Vinda do Senhor – 3
Implantação do Reino
Na 1.ª Ressurreição
Levítico 23:33-43; Números 29:12-38; Deuteronómio 16:13-15; João 7:2, 37-39

Nota: O mê de Nissan tinha 30 dias; o mês de Iyar tinha 29 dias; o mês de Sivan tinha 30 dias. Assim, sendo a festa do Pentecostes após sete semanas das primícias, o Pentecostes seria a 8 do terceiro mês, o mês de Sivan.



Vejamos a descrição das festas:
A Páscoa
No décimo quarto dia do primeiro mês[2], o mês de ABIB ou Nissan (no calendário gregoriano localiza-se entre os meses de Março/Abril) era celebrado o êxodo e a libertação de Israel do Egipto. Nesta data foi instituída a celebração da Pessach, a Páscoa, com diversos requisitos cerimoniais e formais, que culminava na ceia pascal. Esta ceia representava, primeiramente, a libertação de Israel do Egipto e, com a vinda do Senhor, passou a representar a libertação total de Israel pela morte de Cristo (Êxodo 12:1-30; 42-50; 13:1-4; Levítico 23:5; Números 28:16; Deuteronómio 16:1-2; 5-7; Lucas 22:15-16; Hebreus 11:28).

«No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a Páscoa do SENHOR» (Levítico 23:5)[3].
a.     A celebração situava-se no primeiro mês do calendário judaico, no mês de Abib, no início da colheita da cevada;
b.     Celebrava a libertação da escravidão: era o banquete da libertação;
c.      Era morto e sacrificado um cordeiro, macho, de um ano, puro, sem mancha;
d.     O cordeiro era assado inteiro e comido todo nessa noite; o que sobrasse seria destruído no fogo.
e.     O cardápio da ceia era composto por (1) pão sem fermento; (2) cordeiro assado; (3) ervas amargas; e acompanhado com (4) vinho.
f.      Um cordeiro por cada casa.



Festa dos Pães Asmos
No décimo quinto dia do mesmo mês: o mês de Abib ou Nissan, era iniciada a celebração da “Chag haMatzot”, a festa dos pães asmos, e durava oito dias. Esta celebração era figura do sepultamento do Senhor na Sua morte e respectiva remoção do pecado (Êxodo 12:15-20; 13:6-9; Levítico 23:6-8; Números 28:17-25; Deuteronómio 16:3-4, 8; I Coríntios 5:7-8).

«E aos quinze dias deste mês é a Festa dos Asmos do SENHOR: sete dias comereis asmos; no primeiro dia, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; mas sete dias oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis.» (Levítico 23:6-8).
a.     Esta cerimónia seria iniciada no próprio dia da Páscoa;
b.     Só era permitido comer pão sem fermento; toda a levedura seria tirada das casas;
c.      Representava o pão do sofrimento e fuga de Israel do Egipto. Os seus sete dias de celebração correspondiam aos dias da fuga de Israel.
d.     Já em Israel, segundo a lei mosaica, seria acompanhado com sete sacrifícios de cordeiro de um ano e uma cabra.



Festa das Primícias ou da Oferta dos Primeiros Frutos
No décimo sétimo dia do primeiro mês, o mês de Abib ou Nissan, era celebrada a “yom habikurim”, a festa das Primícias, ou primeiros frutos. Esta celebração era figura da ressurreição de Cristo (Levítico 23:9-14; Números 28:26; Deuteronómio 16:9; I Coríntios 15:20-23; comparar com a Lei dos primeiros frutos: Êxodo 13:11-16; 34:18-20).

«E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel e diz-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e segardes a sua sega, então, trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote; e ele moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; ao seguinte dia do sábado, o moverá o sacerdote. E, no dia em que moverdes o molho, preparareis um cordeiro sem mancha, de um ano, em holocausto ao SENHOR. E sua oferta de manjares serão duas dízimas de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR, e a sua libação de vinho, o quarto de um him. E não comereis pão, nem trigo tostado, nem espigas verdes, até àquele mesmo dia em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; estatuto perpétuo é por vossas gerações, em todas as vossas habitações.» (Levítico 23:9-14).
a.     Esta festa era celebrada no décimo sétimo dia do mês, ou seja, no terceiro dia após a Páscoa, no segundo dia da festa dos pães asmos (Deuteronómio 16:8), sendo integrada em plena celebração da festa dos pães asmos.
b.     Os primeiros frutos das colheitas seriam oferecidos ao Senhor, no sacerdote;
c.      Ninguém poderia participar das colheitas sem primeiro as oferecer a Deus;
d.     Esta celebração começaria no terceiro dia a seguir à páscoa em plena festa dos pães asmos.
e.     A festa era acompanhada com dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros de um ano; a sua oferta de manjares de flor de farinha, amassada com azeite: três décimas de um efa para um novilho, duas décimas para um carneiro, uma décima para cada um dos sete cordeiros; e um bode, para fazer expiação por vós.


Festa das semanas (ou Pentecostes)
No quinquagésimo dia depois da festa das primícias, no nono dia do terceiro mês[4], o mês SIVAN (no calendário gregoriano é em Maio/Junho) era celebrada a “hag haqasir”, a festa das colheita (este era o nome original – Êxodo 23:16), também chamada a “Shavuot”, a festa das Semanas, ou Pentecostes, por corresponder a uma celebração depois de cinquenta dias da última celebração. Esta celebração era figura do baptismo do Espírito Santo sobre o povo de Israel (Êxodo 34:22; Levítico 23:15-21; Números 29:26-31; Deuteronómio 16:9-12; Actos 2:1).

«Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinquenta dias; então, oferecereis nova oferta de manjares ao SENHOR. Das vossas habitações trareis dois pães de movimento; de duas dízimas de farinha serão, levedados se cozerão; primícias são ao SENHOR. Também com o pão oferecereis sete cordeiros sem mancha, de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto será ao SENHOR, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR. Também oferecereis um bode para expiação do pecado e dois cordeiros de um ano por sacrifício pacífico. Então, o sacerdote os moverá com o pão das primícias por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros; santidade será ao SENHOR para o sacerdote. E, naquele mesmo dia, apregoareis que tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; estatuto perpétuo é em todas as vossas habitações pelas vossas gerações.» (Levítico 23:15-21).
a.     Esta festa seria celebrada sete sábados após a festa das primícias, no 50.º dia, ou seja, no chamado dia de Pentecostes (Pentecostes = 50);
b.     Era a celebração das colheitas dos produtos agrícolas;
c.      Representava a comemoração pelas colheitas dos frutos da obra do Senhor Jesus Cristo: O Espírito Santo e a Sua acção sobre o Seu povo;
d.     Era acompanhado com vários sacrifícios: sete cordeiros de um ano, um bode, etc.


A SEGUIR HAVERIA UM INTERREGNO DE FESTAS DE QUATRO MESES. DESDE O INÍCIO DO TERCEIRO MÊS ATÉ AO INÍCIO DO SÉTIMO MÊS.



Festa das Trombetas
No primeiro dia do sétimo mês[5], o mês ETHANIM ou TISRI (no calendário gregoriano localiza-se em Setembro/Outubro) era celebrada a “Teruah Zikhron”, ou o memorial de soprar trombetas (Levítico 23:24), e “Yom Teruah”, o dia de soprar de trombetas (Números 29:1). A "Festa das Trombetas” consistia num dia inteiro a tocar trombetas do Templo e por toda a terra de Israel. Esta celebração era figura da vinda do Senhor e a convocação para a batalha ou para a grande tribulação, juízo e condenação. (Levítico 23:24-25; Números 10:1-10; 29:1-6; Neemias 8:2).

«Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso, memória de jubilação, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas oferecereis oferta queimada ao SENHOR» (Levítico 23:24-25).
a.     Esta celebração seria no primeiro dia do mês, ou seja, numa lua nova.
b.     Seria no sétimo mês;
c.      Este sétimo mês é o mesmo mês da proclamação do jubileu (Levítico 25:9-10).
d.     Não obstante muitas das festas estarem associadas ao toque de trombetas (Levítico 25:9 – Jubileu; Número 10:10 – Luas novas, início dos meses), esta era especialmente marcada pela sua proclamação.
e.     Vários outros elementos acompanhavam esta celebração, como a oferta de sete sacrifícios de cordeiros de um ano, um bode, etc.
f.      Era uma proclamação e uma chamada para a preparação para o dia da expiação que estava próximo.



O Dia da Expiação
Esta festa era celebrada no décimo dia do sétimo mês: o mês ETHANIM ou TISRI. Chamava-se “Yom Kippur”, dia da Expiação. É a festividade mais sagrada e mais importante no Judaísmo. É uma figura da futura expiação e restauração da nação de Israel e de todas as coisas antes da implantação do Império messiânico, na vinda do Senhor. Esta festa já tinha sido preparada pela festa das trombetas. (Levítico 16:1-34; 23:26-32; Números 29:7-11).

«Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Mas, aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação; tereis santa convocação, e afligireis a vossa alma, e oferecereis oferta queimada ao SENHOR. E, naquele mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós perante o SENHOR, vosso Deus. Porque toda alma que, naquele mesmo dia, se não afligir será extirpada do seu povo. Também toda alma que, naquele mesmo dia, fizer alguma obra, aquela alma eu destruirei do meio do seu povo. Nenhuma obra fareis; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações. Sábado de descanso vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, à tarde, duma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado(Levítico 23:26-32).
a.      Esta celebração estava fixada no décimo dia do sétimo mês;
b.     Em todas as festas desde a Páscoa tinham um sacrifício pelo pecado na nação; mas este dia era o dia especial da expiação.
c.      Eram apresentadas dois bodes, em que um era o sacrificado e, o outro, o emissário. O sacerdote confessava os pecados de Israel sobre este bode e, depois, seria enviado para o deserto.
d.     Também era sacrificado um touro, um carneiro e sete cordeiros.
e.      Cada membro da nação haveria de afligir as suas almas – ou chorar o seu pecado; não deveriam trabalhar: era um dia sagrado e dedicado ao Senhor.

“Por isto considera-se este dia como Dia de Julgamento (Yom ha-Din) e Dia de Lembrança (Yom ha-Zikkaron), o início de um período de introspecção e meditação de dez dias ( Yamim Noraim) que culminará no Yom Kipur, um período no qual se crê que o Criador julga os homens.” – Wikipédia.

Com esta referência verificamos que o povo judeu tem a consciência que este dia está relacionado dom o juízo e julgamento de Deus. De facto, o seu cumprimento, será no “Dia do Senhor”, em plena grande tribulação.



Festa das Tendas
Esta festa começava a ser celebrada no décimo quinto dia do sétimo mês – o mês de ETHANIM ou TISHRI, e estenda-se por oito dias (Levítico 23:33-43; Números 29:12-38; Deuteronómio 16:13-15; João 7:2, 37-39). Esta festa representava o império milenial do Messias, na qual Israel lembrava e agradecia a Deus pela sua libertação da escravidão do Egipto (politicamente) e do mundo (espiritualmente).

«E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao SENHOR, por sete dias. Ao primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis. Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; dia solene é, e nenhuma obra servil fareis. Estas são as solenidades do SENHOR, que apregoareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio; além dos sábados do SENHOR, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR. Porém, aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido a novidade da terra, celebrareis a festa do SENHOR, por sete dias; ao dia primeiro, haverá descanso, e, ao dia oitavo, haverá descanso. E, ao primeiro dia, tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmas, ramos de árvores espessas e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus, por sete dias. E celebrareis esta festa ao SENHOR, por sete dias cada ano; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis. Sete dias habitareis debaixo de tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egipto. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.» (Levítico 23:33-43).
a.     Esta festa começava no décimo quinto dia do sétimo mês e durava oito dias, ou seja, do décimo quinto dia do mês até ao dia vinte e dois do mesmo mês, sendo o primeiro e o oitavo dia dias especiais de grande celebração, chamados, também de grandes sábados ou dias especiais de descanso;
b.     Coincidia com a festa das vindimas; Poi isso, coincidente com a vinda do Senhor para retirar os pecadores da terra e os pisar no “lagar da ira de Deus” (Apocalipse 14), a par da celebração da implantação do Seu Reino celestial na terra.
c.      As primeiras colheitas (festa das primícias) representam a primeira ressurreição – dos crentes; esta colheita, no outono, representa a colheira da segunda ressurreição – dos descrentes para a perdição;
d.     A celebração seria feita por todo o Israel e, mesmo, pelos gentios que peregrinavam no território de Israel;
e.     Todos seriam obrigados a fazer tendas de folhas das árvores e viver em tendas durante sete dias;
f.      Estas celebrações eram acompanhadas com ofertas de colheitas, de frutos, de vinho e outros produtos agrícolas.


Estas festas devem ser entendidas na sua ordem estratégica. O Judaísmo hoje considera a festa das trombetas como o início do Ano civil, o que está errado. Ao fazerem isso, eles nunca poderão entender a profecia e o verdadeiro significado das suas festas sagradas. As festas sagradas têm de ser consideradas na ordem fixada por Deus, desde a Páscoa até aos Tabernáculos. Eles colocam o fim no seu princípio e, provavelmente seja uma das causas da sua desorientação espiritual.

No Novo Testamento, aprendemos que as festas de Israel eram figuras e sombras de uma realidade espiritual: o plano de Deus para a Igreja “Corpo de Cristo”. Eram, por isso, proféticas, falando das coisas que viriam a acontecer:
«Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.» (Colossenses 2:16-17).
Assim, não sendo instruções que nos obriguem a cumpri-las, já que não estamos debaixo da lei, tais sombras e figuras podem-nos dar algumas lições espirituais e devocionais:

«Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.» (I Coríntios 10:11).

Paulo, também, considera estas festas como representativas da realidade celestial:
Hebreus 8:5
«Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou.» (Hebreus 8:5).

Também podemos ver em todo sistema levítico uma sombra de Cristo, ilustrando sua Pessoa, a Sua obra e o Seu ministério. O próprio Senhor Jesus testemunhou esse facto, quando se referiu ao Velho Testamento e disse:

«Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E não quereis vir a mim para terdes vida.» (João 5:39-40).

No entanto, estas festas têm um conteúdo profético para o cumprimento dos planos de Deus para Israel e para o mundo, em especial para o remanescente:
Estas solenidades poderiam ser divididas em três grupos, nos quais era importante vir à presença do Senhor, ao Templo em Jerusalém:
«Três vezes no ano, todo varão entre ti aparecerá perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher, na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabernáculos; porém não aparecerá vazio perante o SENHOR; cada qual, conforme o dom da sua mão, conforme a bênção que o SENHOR, teu Deus, te tiver dado.» (Deuteronómio 16:16-17; ver, ainda, Êxodo 34:18-24).
Páscoa – Pães Asmos – Primícias
Pentecostes
Trombetas – Expiação – Tabernáculos

As duas primeiras festas cumpriram-se na primeira geração de Israel: Êxodo, Pães Asmos e Primícias; na segunda geração se cumpriu o Pentecostes; na terceira geração irá se cumprir a festa das Trombetas, a festa da Expiação e a festa dos Tabernáculos.
Esta perspectiva é comprovada, ainda, pelo facto da o período de celebração do primeiro grupo de festas ser curto; Já do segundo grupo para o terceiro grupo de festas a diferença de tempo é maior: quatro meses… diga-se, dois mil anos… no futuro remanescente de Israel.




O Significado Espiritual das Festas:
I.      O Significado Espiritual do Primeiro Grupo de Festas:
a.     A Festa da Páscoa:
                                                    i.     O verdadeiro significado da Páscoa é a obra do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário. O Senhor Jesus Cristo começou a mostrar que daria a Sua vida na Páscoa (João 12:1-19).
                                                  ii.     Na chamada “ceia do Senhor” o Senhor simplesmente pretende mostrar que o verdadeiro significado da Páscoa e os símbolos da Ceia Pascal são uma representação da sua morte:
1.     “Enquanto comiam… (a ceia pascal) tomou o pão…”[6];
2.     Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade.» (I Coríntios 5:6-8)
                                                iii.     Notem que o Senhor morreu como um cordeiro pascal. A Páscoa do ano da morte do Senhor Jesus Cristo não foi no primeiro dia da semana – o da ressurreição, como reza a tradição, mas na quinta-feira, dia 14 do primeiro mês: o mês de Abib. O dia da Páscoa começava com o dia da preparação[7], que era o dia de véspera, quando se matava o cordeiro para ser comido nessa noite, o dia 14 do mês – o dia de Páscoa, propriamente dito. Os dias em Israel eram contados como “tarde e manhã”. O Senhor comeu a Sua páscoa na véspera (Lucas 22:15): de quarta para quinta-feira, ou seja, na tarde/noite em que começava o décimo terceiro dia do primeiro mês, o mês Abib (ver: João 12:1-19; Mateus 27:62), dia em que viria a morrer durante a tarde. Pilatos entregou o Senhor para ser crucificado na manhã desse dia de véspera da Páscoa (dia 13 – João 18:28; 19:14). Nessa noite, que começava o décimo quarto dia, seria celebrada a Ceia da Páscoa. Isso explica porque os judeus se apressaram a retirar o corpo do Senhor da cruz e sepulta-lo para irem comer a Páscoa (Mateus 27:62; Marcos 15:42; Lucas 23:54). Assim, e à semelhança do ritual mosaico, o Senhor foi crucificado à tardinha – no fim do dia 13 – como cordeiro pascal, para ser “comido” na noite da ceia.
1.     Neste sentido, disse Ele: «quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna!» (João 6:54-56).
                                                iv.     “Jesus” era o cordeiro pascal (João 1:29, 36; I Coríntios 6-8). De facto o Senhor foi preparado pelos judeus e ajudados pelos romanos, para fazer parte da ceia Pascal.
                                                  v.     Nenhum dos ossos do cordeiro pascal poderia ser quebrado: o cordeiro pascal deveria ser sacrificado inteiro e comido na totalidade; da mesma maneira o Senhor foi sacrificado integralmente e nenhum dos seus ossos foi quebrado (João 19:1-37).
                                                vi.     Outros textos sagrados: I Pedro 1:19.

b.     Asimos:
                                                    i.     O significado da festa dos pães asimos apontava para o sepultamento do Senhor Jesus Cristo. O Senhor foi sepultado ao pôr-do-sol do décimo terceiro dia de Abib, quando começava o dia 14, o dia de Páscoa e quando começava o período dos asimos. O dia da crucificação do Senhor é descrito como a véspera do grande dia de sábado[8] (Mateus 27:57-62; Marcos 15:42-47; Lucas 23:50-56; João 19:31-42).
1.     «Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.» (João 19:31).
                                                  ii.     Este dia de sábado era o dia de santa convocação, pois começava a festa dos Asmos, no décimo quarto e décimo quinto dia do primeiro mês.
                                                iii.     O Senhor foi colocado na sepultura no dia de véspera da festa dos Asimos; Ele como verdeiro pão sem pecado, o Pão vivo, descido do céu, tinha sido morto e sepultado (João 6:32-59).
                                                iv.     Ele era o pão da páscoa que foi partido e entregue por muitos (Mateus 26:26).

c.      Primícias ou Primeiros Frutos:
                                                    i.     A festa das primícias teve o seu cumprimento da ressurreição do Senhor Jesus Cristo.
                                                  ii.     Ele foi feito “as primícias dos que dormem” (I Coríntios 15:20, 23);
                                                iii.     “Ele é o princípio e o primogénito de entre os mortos” (Colossenses 1:18);
                                                iv.     Ao terceiro dia, na manhã do terceiro dia, o Senhor ressuscitou e deu fruto, como disse: «se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto…» (João 12:24).
                                                  v.     A festa das primícias era celebrada no décimo sétimo dia do primeiro mês, ou seja, três dias depois de iniciada a festa dos Pães Asimos (Levítico 23:9-14). Ou seja, o primeiro dia da semana era o dia de festa das primícias e, por isso, cumpria-se o seu significado: a ressurreição do Senhor como os primeiros frutos dos ressuscitados.
                                                vi.     Textos: Mateus 17:23; 20:19; Mateus 28:1; Marcos 16:1-2.




A Semana da Crucificação do Senhor
Dia Mês
Hora do Dia
Dia Semana
Festa
Facto
Texto
8

6ª Feira
Seis dias antes da Páscoa:
Ceia em Betânia
João 12:1
9

Sábado
No dia seguinte…
Entrada triunfal em Jerusalém…
João 12:12
10

Domingo
No dia seguinte…
Figueira seca…
Marcos 11:11-12
11-12

2ª e 3ª Feira

Ensino no templo e
Sermão da montanha…

13
“Tarde e manhã”
4ª Feira
Dia da Preparação
Dia da Preparação
João 19:31;
Lucas 22:1, 7-15
Noite
Ceia do Senhor da Páscoa

Madrugada e manhã
Julgamento do Senhor

Tarde
Morte do Senhor

14
“Tarde e manhã”
5ª Feira
Grande Dia de Sábado: Páscoa:
1º Dia Pães Asimos
- 8 Dias -
O Senhor comeu a ceia na véspera da Páscoa, que era o primeiro dia dos asimos;
1.ª Noite sepultado
Mateus 26:17; 27:64;
Marcos 14:12;
Lucas 22:7
15
“Tarde e manhã”
6.ª Feira

O Senhor esteve sepultado…
2.º Noite Sepultado

16
Tarde e manhã”
Sábado

O Senhor esteve sepultado…
3.ª Noite sepultado

17
Manhã
Domingo
Dia das Primícias
O Senhor Ressuscitou…
Mateus 28:1;
Marcos 16:1-2
Notas: Devemos ter em consideração o seguinte: (1) Os dias em Israel eram contados “tarde/noite e manha”; (2) Os dias festivos de Israel começavam com o dia da preparação, a véspera do dia da Páscoa – Érev Pesash, quando se sacrificava o cordeiro para comê-lo à noite, na ceia pascal, já no início do dia 14 – o Dia da Páscoa; (3) Isto explica porque é que os Judeus não entraram na casa de Pilatos, “para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa” (João 18:28); (4) e também explica porque é que os judeus se apressaram em retirar o Corpo do Senhor da cruz por ser o dia da preparação e nessa noite iam comer a ceia pascal; (3) Isso representa dizer que o Senhor morreu durante o dia que era a véspera da noite e dia da Páscoa; ou seja: (4) morreu no dia da preparação da Páscoa; (5) A morte do Senhor fazia parte da preparação da verdadeira Páscoa espiritual e de Deus; (6) Daí estar escrito que o Senhor celebrou a Sua Páscoa no próprio dia da preparação – a véspera da Páscoa; (7) Por isso, também, estar escrito que o Senhor comeu a Páscoa no primeiro dia da Páscoa… contando-se o dia da preparação como o primeiro; ou seja: (8) comeu a Páscoa na 4.ª Feira à noite, dia 13, e morreu nesse dia, à tarde; (9) a noite do dia da Sua morte já era o dia 14, o próprio dia da Páscoa, onde os judeus comiam a Páscoa e, essa ceia, (10) dava início ao dia da festa dos pães asimos; (11) estamos a falar que o Senhor foi sepultado no dia 14, 5.ª Feira; (12) dia 15 – 6.ª Feira, foi a primeira noite e primeiro dia da sepultura do Senhor; (13) o dia 16, sábado, foi a segunda noite e o segundo dia da sepultura do Senhor; (14) Dia 17, o primeiro dia da semana, foi a terceira da sepultura do Senhor; era o dia da festa das primícias. Estava a nascer o Sol e o Senhor ressuscitou – o Sol da Justiça! Assim bate certo a descrição profética, com o cumprimento profético das festas e com o significado das festas do Senhor.
Por seu lado, diverge com isto toda a tradição herdada do catolicismo romano, que celebra tudo o que é pagão e nada do que é espiritual. Foge dela, povo meu!


II.    O Significado Espiritual do Segundo Grupo de Festas:
a.     A Festa das Semanas ou do Pentecostes:
                                                    i.     Esta festa apontava para as colheitas dos frutos da obra do Senhor Jesus Cristo, que seria a salvação dos eleitos de Israel e, através deles, a salvação dos eleitos gentios:
                                                  ii.     Essa fase do propósito de Deus passava pelo baptismo do Espírito, de acordo com os profetas, que se viria a cumprir no dia do Pentecostes, na experiência dos doze apóstolos: «E, cumprindo-se o dia do Pentecostes…» (Actos 2:1; 16 e seg.);
                                                iii.     O baptismo do Espírito Santo representava o primeiro efeito da obra do Senhor Jesus Cristo na Cruz do Calvário, para o cumprimento do propósito e programa de Deus (João 7:37-39);
                                                iv.     Só depois da obra do Senhor Jesus Cristo e do baptismo com o Espírito Santo é que os santos estavam capacitados em participar nas bênçãos de Deus;
                                                  v.     Que envolvia o ministério dos doze apóstolos, que estava relacionado com as colheitas (Mateus 9:37-10:15; Lucas 10:1-11; João 4:35-38).
                                                vi.     A Profecia previa que a consumação do plano de Deus para o mundo passava pela acção do Espírito Santo;
                                              vii.     Isso leva-nos até Números quando setenta profetas profetizavam em nome do Senhor e Moisés disse: «Tomara que todo o povo fosse profeta…» (Números 11:24-29; Isaías 32:15; 44:3; Ezequiel 39:29; Joel 2:28-29; Zacarias 12:10);
                                            viii.     As colheitas, como fizemos referência na descrição da festa, é uma figura das colheitas dos salvos, como aconteceu no Pentecostes, após o derramamento do Espírito de Deus:
1.     Na primeira descrição converteu-se cinco mil almas, há hora terceira (Actos 2:15, 41);
2.     Na segunda descrição converteu-se duas mil almas, há hora nona (Actos 3:1; 4:4).
3.     Esta colheita continua por mais alguns meses[9], inclusivamente samaritanos e gentios prosélitos (Actos 5:12-14; 5:42-6:1; 8:4-40; 10:1-48);
                                                ix.     Temos aqui a chamada do verdadeiro remanescente de Israel[10].


III. O Significado Espiritual do Terceiro Grupo de Festas:
a.     A Festa das Trombetas:
                                                    i.     Esta festa apontava para o primeiro aspecto da vinda do Senhor: a convocação para os juízos de Deus. Esta festa será cumprida na grande tribulação, após um grande período de interregno no seu cumprimento, representado pelos cinco meses (dois mil anos) do período da graça de Deus;
                                                  ii.     A festa das trombetas corresponde ao anúncio do “Evangelho Eterno” (Apocalipse 14), que é o anúncio dos juízos de Deus e o último apelo para o arrependimento das nações; se bem que não o ouviram, mas será para que fiquem sem desculpa;
                                                iii.     A festa das Trombetas será cumprida na primeira metade da grande tribulação; Será, por isso, também, uma chamada do povo de Deus para a batalha, daí as diversas referências às trombetas o livro do Apocalipse: reclamar os juízos de Deus sobre o mundo impio.
                                                iv.     Este período terminará com a morte das duas testemunhas e de todos os crentes da GT, à excepção dos cento e quarenta e quatro mil que estarão presentes no monte das oliveiras na vinda do Senhor em poder e glória (Apocalipse 11, 7, 14);

b.     A Festa da Expiação:
                                                    i.     O dia da expiação aponta para um outro aspecto da vinda do Senhor: a própria grande tribulação e o que a envolve:
1.     Daniel anuncia que estão determinadas setenta semanas de anos «sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos» (Daniel 9:24);
2.     Expiar o pecado pode significar a remoção do pecado, que é o que o Senhor fará na Sua vinda em poder e glória;
3.     Esta festa está relacionada com a limpeza do mundo, na vinda do Senhor, através dos juízos de Deus e da remoção do lixo da terra.
4.     Por isso, esses dias são chamados da seguinte forma:
a.     Tempos da Restauração de Todas as coisas:
«Ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.» (Idem, 3:21).
b.     Tempos da regeneração
«Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.» (Mateus 19:18).
c.      Tempos de Refrigério:
«Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus» (Actos 3:19-20);
                                                  ii.     Este período de festas coincidia com a festa das vindimas, que apontam para o momento da vinda do Senhor, onde pisará o lagar da ira de Deus, e julgará o undo por causa do seu pecado (Apocalipse 14; 19).
                                                iii.     Como no dia da Expiação, o povo deveria afligir as suas almas, ou seja, chorar e lamentar os seus pecados, o mesmo acontecerá na GT quando o povo de Israel chorará e lamentará pelo que fez ao seu Messias (Apocalipse 1:7 conforme Zacarias 12:10; Mateus 24:30).


c.      A Festa das Tendas:
                                                    i.     A festa das Tendas (Sucot) é a última das festas sagradas de Deus e de Israel. Esta festa era a última convocação anual do povo de Deus e aponta para a última convocação de Deus para o Reino Messiânico. O seu propósito era fazer lembrar o povo do que fora no tempo de escravidão do Egipto e no mundo, do ponto de vista espiritual e global.
                                                  ii.     Esta festa era celebrada durante oito dias, sendo o primeiro e o último de santa convocação especial, sendo, ainda o último o grande dia da festa das tendas, no qual os serviços do Templo atingiam o seu clímax. Havia, também uma certa antecipação de chuva na sua fase alta anual. A tradição judaica entendeu que era nesse dia que Deus declarava se haveria chuva para as colheitas do ano seguinte. Por conseguinte, neste último dia da festa, o ritual da água do templo assumia grande importância. A água era o principal pensamento na mente de cada um.
                                                iii.     Nos outros seis dias de festa, as trombetas de prata eram tocadas três vezes. Os sacerdotes tocavam-nas dando um volta em torno do altar. No último dia os sacerdotes davam sete voltas sobre o altar e cantavam o verso Hosanna (Salmo 118:25), e as pessoas agitavam ramos de palmeiras. Por estas razões, o dia foi conhecido como Hoshanah Rabá, ou "Grande Hosana", acompanhado com os pensamentos da chuva para o ano seguinte e o fervor messiânico estava no seu auge.
                                                iv.     No relato de João 7, que ocorreu em cerca de 30 dC, estava-se no Hoshanah Amã, o último dia, o grande dia da Festa dos Tabernáculos. Enquanto o povo observava atentamente os sacerdotes executam o serviço, uma voz soou no meio da multidão. Os sacerdotes olhavam consternados, e as pessoas surpresas, no meio de uma grande curiosidade, olhavam para ver quem ousava interromper o serviço. Eles viram um jovem Galileu com os seus 30 anos, a quem muitos considerado um grande rabino, um profeta, ou mesmo o Messias, a dizer:
1.     João 7:37-38 – «E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre».
                                                  v.     O som das suas palavras produzidas no silêncio, criou muito embaraço aos líderes religiosos, que o desejavam matar:
1.     João 7:44 – «E, alguns deles queriam prende-lo, mas ninguém lançou mão dele».
                                                vi.     Este dia apontava para a verdadeira manifestação do Senhor, a Sua vinda, que estabelecerá o Seu reino messiânico, mas sempre fazendo lembrar a Sua primeira vinda humana, a Sua humilhação e morte.
                                              vii.     Creio que Jesus Cristo, a água viva, nasceu neste mundo, durante a Festa das Tendas. Gostaria de apresentar alguns factos que provam que o Senhor Jesus nasceu no primeiro dia de Sucot, a festa das tendas. Em primeiro lugar, espero que o leitor entenda que o dia de 25 de dezembro não é a data real do nascimento do Senhor Jesus. A data de 25 de dezembro é simplesmente uma tradição e, só a partir do século IV é que foi atribuída a esta data a data do nascimento do Messias, quando o Imperador Romano Constantino, cristianizando todos os feriados pagãos, atribuiu a data do deus sol, Júpiter, à data do nascimento do Senhor.
1.     Para entendermos correctamente a data do nascimento do Senhor Jesus, temos de estabelecer correctamente a data de nascimento de João Batista.
2.     Lucas 1:26 indica que houve exactamente a diferença de seis meses entre a concepção de João e a da concepção do Senhor Jesus. Se as suas concepções foram de seis meses de intervalo, em seguida, seus nascimentos seria também seis meses de intervalo. Então vamos ver se conseguimos descobrir quando João nasceu.
3.     Lucas 1:5 e 8 informa que o pai de João Batista, o sacerdote Zacarias, pertencia à divisão sacerdotal de Abias e estava servindo no Templo, quando recebeu a notícia de que Isabel teria um filho, varão.
4.     I de Crónicas 24:10 diz que a divisão sacerdotal de Zacarias, da turma de Abias era a oitava divisão para servir no Templo. A Mishná (Torá Oral) afirma que cada divisão tinha que servir duas vezes em um ano (mas não de forma consecutiva), com a primeira divisão a partir da primeira semana de Abib ou Nissan. Cada serviço durava o período de uma semana e todas as turmas sacerdotais deveriam servir durante as três festas de peregrinação.
5.     A seguir iremos apresentar as turmas sacerdotais em relação às festas:
a.      Na primeira semana de Nisan, servia a turma sacerdotal de Jeoiaribe;
b.     Na segunda semana de Nisan, servia a turma sacerdotal de Jedaías;
c.      Na terceira semana de Nisan: a Páscoa / Festa dos Pães Ázimos, todos os sacerdotes serviam;
d.     Na quarta semana de Nissan, servia a turma sacerdotal de Harim;
e.      Na primeira semana de Iyar, servia a turma sacerdotal de Seorin;
f.       Na segunda semana de Iyar, servia a turma sacerdotal de Malquias;
g.      Na terceira semana de Iyar, servia a turma sacerdotal de Miamim;
h.     Na quarta semana de Iyar, servia a turma sacerdotal de Coz;
i.       Na primeira semana de Sivan, servia a turma sacerdotal de Abias;
j.       Na segunda semana de Sivan, Shavuot, todos os sacerdotes servem (incluindo a divisão de Abias).
                                            viii.     Zacarias servia durante a primeira semana do terceiro mês – o mês de Sivan e depois era obrigado a servir na semana seguinte da Shavuot, a festa das semanas. Durante a festa das semanas, os sacerdotes teriam um sorteio para ver quem ficava com a honra de entrar no Lugar Santo para queimar incenso no altar. Apenas uma vez durante a vida de um sacerdote poderia ser sua sorte traçada para este serviço. A sorte caiu sobre Zacarias (Lucas 1:9), e foi a sua vez de oferecer o incenso. Zacarias entrou no lugar santo para oferecer incenso, e depois voltaria para fora para dar a bênção sobre os devotos que oravam fora. Como Zacarias estava oferecendo incenso, para sua surpresa, um anjo do Senhor lhe aparece e lhe informa que suas preces foram atendidas, e que a sua mulher ficaria grávida. Zacarias duvidou do anúncio do anjo, e ele perdeu a capacidade de falar (Lucas 1:19-20). Os devotos começaram a perguntar-se o que teria acontecido com Zacarias, pois já havia passado muito tempo; então ele apareceu para dar a bênção, mas logo percebeu que não podia falar (Lucas 1:21-22). Após o serviço de Zacarias ser concluído, ele voltou para casa, e Isabel, sua mulher, no fim do período certo de gestação, concebeu. João Batista foi concebido algum tempo depois das Primícias. Se João foi concebido em algum momento após as Primícias, então João Batista teria nascido no mês de Nisan. Eu gostaria de propor que João nasceu a 15 de Nisan, o primeiro dia da Festa dos Pães Ázimos e a seguir à Páscoa, com base nesses factos. Em primeiro lugar, Malaquias 4:5-6 indica que Elias devia vir antes da chegada do Dia do Senhor. Em Mateus 11:11-14, o Senhor Jesus diz que João Batista é o Elias que estava para vir. João veio como precursor do ministério de Cristo, preparando o Seu caminho. João era o Elias que viria como havia sido profetizado por Malaquias. Quando foi que o povo judeu esperava Elias? Em cada Seder de Pessach (ceia pascal) havia, na tradição judaica, um deixar um lugar na ceia pascal para Elias, e havia o costume de uma criança ir abrir a porta para ver se Elias tinha chagado. Se João Batista era o Elias que haveria de vir, e ele foi concebido em algum momento após Shavuot (as Semanas), então eu acredito que João nasceu na semana da Pessach, a Páscoa (Nisan 15).
                                                ix.     Recordemos que o Messias nasceu seis meses depois de João Batista. E, se João nasceu no dia 15 de Nissan, então, o Messias deveria nascer no mês de Tishri ou Ethanim, no dia 15. Acredito que o Messias nasceu no primeiro dia da Sucot, ou Festa dos Tabernáculos.
1.     João, o evangelista, diz: «O Verbo se fez carne e habitou entre nós...». A palavra grega para “habitou” ou “habitação” é skenoo e significa: “a ocupar (como uma mansão) ou (spec.) residir (como Deus fez no tabernáculo do deserto. Poderia ler-se: “o verno tabernaculou entre nós!” A sucá (tenda) é uma imagem perfeita de Cristo. A sucá não era uma estrutura atractiva, como não havia nada de Cristo que nos fizesse atrair para Ele (Isaías 53:2). Se a vida e ministério de Cristo girava em torno da Festa do Senhor, então até o nascimento dele tinha que ter uma correlação com uma festa. A Festa dos Tabernáculos se encaixa perfeitamente com o nascimento do Messias. O Salvador do mundo nasceu em uma humilde sucá no primeiro dia da Festa dos Tabernáculos.
                                                  x.     Se o Messias nasceu no décimo quinto dia do mês de Tishri, em seguida, sua circuncisão teria ocorrido no oitavo dia de Sucot (Tendas), que era considerado o grande dia da festa. Os judeus têm uma tradição associada ao oitavo dia chamado "Simchat Torá" e significa "Alegria da Torá".
1.     Lucas 2:21-38 diz que no oitavo dia trouxeram o menino Jesus ao Templo para ser circuncidado. Lá se encontravam Simeão e Ana que, quando viram o menino disseram que tinham visto o “Salvador de Israel”, alegraram-se sobre ele. Essas duas pessoas foram chamadas justas e regozijavam-se na Torah viva de Deus. Todos os aspectos do nascimento do Messias, incluindo o dia de sua circuncisão, é uma imagem projectada para nos ensinar mais sobre ele.
                                                xi.     A Festa das Tendas era chamada, também, pelos judeus, de “a época da nossa alegria” e “a festa das nações”. Com isso em mente, observe o que Lucas escreve:
Lucas 2:10 – «E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo…»
                                              xii.     Aqui, o nascimento de Cristo é anunciado como um momento de «grande alegria». Sucot é a chamada "época de nossa alegria", que será para todo o povo. Sucot é chamado de "festa das nações". Assim, podemos ver a partir deste texto que a terminologia empregue pelo anjo para anunciar o nascimento de Jesus foi ao encontro dos temas e mensagens associadas com a Festa das tendas.
                                            xiii.     Em Lucas 2:12, o menino Jesus foi envolto em panos e deitado numa manjedoura. Os panos eram utilizados como pavios para a luz nas dezasseis garrafas de óleo utilizadas no pátio das mulheres durante o festival de Sucot. Assim, “panos” estão associados com o festival de Sucot.
                                            xiv.     Durante a festa das tendas Deus exigiu que todos os homens judeus peregrinassem até Jerusalém (Deuteronómio 16:16). Por este motivo, a cidade estaria superlotada com peregrinos, e poderia explicar por que Maria e José não conseguiram encontrar alojamento em Jerusalém e nos seus arredores (Lucas 2:7). Belém, o lugar onde Jesus nasceu, fica a apenas quatro quilómetros de Jerusalém.
1.     Foi durante a época das festas de outono que se iniciou a construção da Sucá de Deus, o santuário no deserto (Êxodo 25:8-9). Em Êxodo 25:9, a palavra tabernáculo é a palavra “mishkan” em hebraico. Segundo a tradição, Moisés subiu a segunda vez ao Monte Sinai por 40 dias e noites para receber a segunda série dos mandamentos de Deus e desceu sobre Yom Kippur (dia da Expiação), levando-os como um sinal do perdão de Deus a Israel por causa do pecado do bezerro de ouro e como um símbolo da aliança eterna entre Deus e Israel (Êxodo 24:12-18; 34:1-2; 27-28). No dia seguinte eram retransmitidas a Moisés as instruções de Deus para a construção do “mishkan” – a tenda da morada de Deus.
2.     E, para quê foi construída a “mishkan”?
a.     Êxodo 25:8 – «E me farão um santuário, e habitarei no meio deles».
3.     Para estabelecer uma relação entre Deus e Israel, Deus habita no meio do povo. Portanto, o “mishkan”, a tenda do deserto, foi uma instrução de Deus para ser construída a fim de Ele habitar com Seu povo. Espiritualmente falando, este tabernáculo físico foi dada por Deus para ensinar e instruir-nos que Ele deseja viver e morar com o Seu povo.
                                              xv.     A sucá, ou tenda, simboliza a necessidade do homem a depender de Deus para o seu fornecimento de alimentos, água e abrigo. Isto é verdadeiro no reino espiritual. A tenda é o corpo físico, que é uma morada temporária para nós e para Deus (1 Coríntios 6:19-20). Por sua vez, e face ao carácter frágil que tem, precisa de comida e bebida, que representa a Palavra de Deus e que só Ele fornece (Mateus 6:11; 4:4; João 6:33-35), a limpeza e a lavagem, que representa a lavagem que a Palavra de Deus traz à nossa vida (Efésios 5:26) e ao abrigo da protecção de Deus sobre nossas vidas.
                                            xvi.     Com isso em mente, vamos olhar para o contexto em que a palavra “tenda” ou “tabernáculo” é usada na Nova Aliança:
1.     O Senhor Jesus habitou (Sucot) entre nós (João 1:14).
2.     Pedro falou sobre o seu corpo como sendo um tabernáculo (II Pedro 1:13-14).
3.     O apóstolo Paulo disse-nos que os nossos corpos terrestres eram casas terrenas, ou tabernáculos:
«Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre, deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.» (II Coríntios 5:1).
4.     A Bíblia fala de um tabernáculo celestial (Hebreus 8:1-2; Apocalipse 13:6; 15:5). Este tabernáculo celestial é visto chegando à Terra (Apocalipse 21:1-3).
5.     Jesus era o verdadeiro tabernáculo de Deus (Hebreus 9:11).
                                          xvii.     Assim, o sucá ou tenda / tabernáculo é uma morada temporária. Historicamente, era para lembrar as pessoas de seu êxodo do Egipto, conforme descrito em Levítico 23:42-43. Profeticamente, o sucá aponta para o retorno de Cristo, quando Deus habitará com seu povo em um relacionamento com ele face a face. Espiritualmente, um sucá é suposto para nos lembrar que somos apenas estrangeiros e peregrinos sobre a terra, sendo esta uma morada temporária. Para o crente em Cristo, nosso corpo físico é apenas um tabernáculo terreno e temporário. Na nossa ressurreição iremos receber uma casa nova e celestial, um corpo espiritual (II Coríntios 5:1-6).
                                        xviii.     A propósito para viver em tendas é indicada em Levítico 23:42-43, que diz:
1.     «Sete dias habitareis debaixo de tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egipto. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.»
2.     Quando Deus traz um dos seus escolhidos da escravidão do pecado e dá-lhes nova vida e salvação, Ele faz-nos viver em tendas – uma moradia temporária, para que eles possam aprender a Sua fidelidade, seus cuidados e protecção.
                                            xix.     A festa das tendas foi concedida ao Povo para ser celebrada e comemorar:
1.     O fim da peregrinação dos filhos de Israel no deserto.
2.     Também, já na terra prometida, para lembrarem e nunca esqueceram que foram estrangeiros, peregrinos e escravos em terra estrangeira, no Egipto;
3.     Para se lembrarem que Deus habita no meio do Seu povo e, que, embora vivam no reino Messiânico, só foi possível por que
4.     O Messias nasceu e viveu numa tenda entre nós, e morreu para restaurar todas as coisas.
                                              xx.     Em suma, a festa das tendas apontam para o terceiro aspecto da vinda do Senhor: A Implantação do seu Império Messiânico Mundial, tendo sempre em memória que:
1.     Nós fomos escravos e peregrinamos no mundo, e,
2.     O Senhor, antes da glória que o reveste, viveu numa tenda humana, foi feito homem e morreu por nós para restaurar todas as coisas e permitir que nós, então, participaremos de todos os seus dons e bênção.
Agora, o crente, e em especial os santos de Israel, podem celebrar as festas do Senhor por todo o Império Mundial do Messias porque tudo aquilo que as festas pretendiam ensinar e avisar foram cumpridas.



O Significado Profético das Festas de Israel:
Na perspectiva do cumprimento histórico e profético, o Senhor deu um novo significado às festas de Israel começando pela Páscoa que representam os trâmites necessários e previstos na Profecia, e que Israel experimentará, até à implantação do Reino Messiânico e forem restauradas todas as coisas.
Há, assim, três aplicações, de acordo com o seu sentido: Histórico, e cumpriu-se na primeira geração; Espiritual e cumpriu-se na vinda do Senhor Jesus Cristo, tendo duas fazes, tal como as vindas do Senhor; e profético: nos dias futuros antes do Reino Messiânico, especialmente na grande tribulação.
Chamo a atença do leitor para os períodos em que eram celebradas estas festas: O primeiro grupo de quatro festas era celebrado no princípio da primavera; o segundo grupo de festas era celebrado no início do outono. Isso sugere que o cumprimento das primeiras festas tem a ver com os crentes – as primeiras colheitas: os filhos de Deus, aqueles que participarão na primeira ressurreição; o cumprimento das segundas festas, por serem no outono, aponta para os juízos de Deus, os descrentes – aqueles que participarão na segunda ressurreição.

IV.  O Significado Profético do Primeiro Grupo de Festas:
a.     A Festa da Páscoa:
                                                    i.     A festa da Páscoa cumpriu-se historicamente e profeticamente com a libertação de Israel do Egipto, na primeira geração da nação de Israel.
                                                  ii.     É claro que, a sua libertação se consumará no remanescente, e não com toda a nação (Romanos 11:7, 26-29; 9:6-8).
                                                iii.     Assim e mais que a libertação do Egipto, o Senhor deu um novo ignificado à ceia pascal quando disse que esta páscoa representará a libertação futura de Israel do mundo, nos cento e quarenta e quatro mil assinalados;
                                                iv.     Que estarão em Jerusalém a receber o Senhor (Apocalipse 14:1-5);
                                                  v.     O Senhor vai protege-los dos ataques das Bestas e do Dragão (Apocalipse 12:13-17).

b.     Asmos:
                                                    i.     O significado da festa dos pães asmos cumpriu-se, também, na primeira geração de Israel, quando saiam do Egipto.
                                                  ii.     Da mesma maneira que a Páscoa, a festa dos pães asmos revestiu um novo significado com a vinda e morte do Senhor Jesus Cristo. O fermento que deveria ser retirado das casas e da nação de Israel a partir deste momento era o pecado (I Coríntios 5:7-8);
                                                iii.     A festa dos asmos representa a nova geração de Israel, de cujas vidas foi removido o fermento do pecado.
                                                iv.     Novamente, este número leva-nos até aos 144.000 assinalados, que foram remidos do mundo e lavaram as suas vestiduras no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:13-17); Vejamos o que é dito deles:
                                                  v.     «E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus(Apocalipse 14:3-5).


c.      Primícias ou Primeiros Frutos:
                                                    i.     Já vimos que o significado da festa das primícias era a ressurreição do Senhor Jesus Cristo, que foi feito “as primícias dos que dormem” (I Coríntios 15:20, 23);
                                                  ii.     Mas o cumprimento profético desta festa será a salvação das primícias do povo de Deus. Antes da colheira, havia os primeiros frutos. E, estes primeiros frutos serão os 144.000,00 assinalados, antes da vinda do Senhor:
«Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro…» (Apocalipse 14:5).
                                                iii.     Assim, as festas deixariam de ser símbolos para serem personificados no povo de Deus que viverá no momento da vinda do Senhor, e no caso são os 144.000 assinalados.
                                                iv.     Eles serão os assinalados para completarem as promessas da Palavra de Deus profética.
                                                  v.     Por eles serão anunciadas as últimas novidades de Deus ao mundo, anunciando as verdades de Deus antes que venha o fim (Mateus 24:14);
                                                vi.     Também chamado de “Evangelho Eterno” (Apocalipse 14:6-7)[11];


V.    O Significado Profético do Segundo Grupo de Festas:
a.     A Festa das Semanas ou do Pentecostes:
                                                    i.     Esta festa foi cumprida no próprio dia do Pentecostes, na experiência dos doze apóstolos: «E, cumprindo-se o dia do Pentecostes…» (Actos 2:1; 16 e seg.);
                                                  ii.     Os doze apóstolos compunham o governo de Israel, na ausência do Senhor como exilado e preparado para o Juízo do mundo (Mateus 19:28; Lucas 22:27-30);
                                                iii.     Durante o período da ressurreição do Senhor, antes da Sua assunção, o Senhor preparou-os para os dias da Sua ausência, acerca dos assuntos do Reino (Actos 1:3, 22);
                                                iv.     Instruiu-os, ainda, que a seguir a esses dias seriam cheios do Espírito Santo e capacitados para o desempenho do seu ministério messiânico (Actos 1:5, 8);
                                                  v.     O ministério dos doze apóstolos estava relacionado com as colheitas (Mateus 9:37-10:15; Lucas 10:1-11; João 4:35-38).
                                                vi.     As colheitas, como fizemos referência na descrição da festa, é uma figura das colheitas dos salvos, como aqui aconteceu:
1.     Na primeira descrição converteu-se cinco mil almas, há hora terceira (Actos 2:15, 41);
2.     Na segunda descrição converteu-se duas mil almas, há hora nona (Actos 3:1; 4:4).
3.     Esta colheita continua por mais alguns meses[12], inclusivamente samaritanos e gentios prosélitos (Actos 5:12-14; 5:42-6:1; 8:4-40; 10:1-48)
                                              vii.     No entanto, tendo a Profecia ficado suspensa com a introdução da Dispensação do Mistério, e por tempo que foi para além da morte dos doze Apóstolos, o seu cumprimento foi adiado para depois de terminar a dispensação da graça e ser reatada a Profecia, que se dará no início da grande tribulação – Veja-se Joel 2:28-29; Daniel 9;
                                            viii.     Temos aqui a chamada do verdadeiro remanescente de Israel[13].
                                                ix.     Com o ministério dos cento e quarenta e quatro mil o evangelho messiânico atingirá os confins da terra (Mateus 24:14; Apocalipse 7; 14:6-7); e,
«Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!» (Romanos 11:11-12).

«E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E este será o meu concerto com eles, quando eu tirar os seus pecados.» (26-27).
                                                  x.     Esta será as verdadeiras colheitas messiânicas, colher os frutos do evangelho do reino messiânico;
1.     Pode ser a verdadeira chamada dos dispersos de Israel (Isaías 27:12-13);
2.     Pode representar a evangelização dos judeus aos dispersos nas nações (Mateus 24:8, 14), como o “Evangelho Eterno”[14] (Apocalipse 14:6-7); Não haverá gentios convertidos (II Tessalonissenses 1 e 2) e nem todos os de Israel, mas somente o remanescente (Romanos 11). Será um dia de trevas!


VI.  O Significado Profético do Terceiro Grupo de Festas:
a.     A Festa das Trombetas:
                                                    i.     Esta festa será cumprida na grande tribulação, após um grande período de interregno no seu cumprimento, representado pelos cinco meses (dois mil anos da graça de Deus) do período entre as festas da primavera e outono;
                                                  ii.     A festa das trombetas corresponde à convocação de Deus para os seus juízos;
                                                iii.     Como a festa das trombetas consistia no aviso que se aproximava o dia da expiação, assim, também, os dias do seu cumprimento consiste no apelo ou aviso ao mundo e a Israel, em especial, que está para chegar o dia do juízo de Deus.
                                                iv.     A festa das Trombetas será cumprida na primeira metade da grande tribulação; Será, por isso, também, uma chamada do povo de Deus para a batalha, daí as diversas referências às trombetas o livro do Apocalipse: reclamar os juízos de Deus sobre o mundo impio.
                                                  v.     Este período começará com as duas testemunhas (as verdadeiras duas trombetas – Apocalipse 11) e terminará com a sua morte e de todos os crentes da GT, à excepção dos cento e quarenta e quatro mil que estarão presentes no monte das oliveiras na vinda do Senhor em poder e glória (Apocalipse 11, 7, 14);

b.     A Festa da Expiação:
                                                    i.     O dia da expiação terá o seu cumprimento, também, no período da grande tribulação:
1.     Daniel anuncia que estão determinadas setenta semanas de anos «sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos» (Daniel 9:24);
2.     Expiar o pecado pode significar a remoção do pecado, que é o que o Senhor fará na Sua vinda em poder e glória;
3.     Remoção do pecado – não nos crentes, mas do mundo – os próprios descrentes!
4.     Esta festa está relacionada com a limpeza do mundo, através dos juízos de Deus.
                                                  ii.     O Dia da Expiação era celebrado com dois bodes, sendo que um seria sacrificado e oferecido a Deus e o outro seria o emissário, que assumiria os pecados do povo e era enviado e escondido no deserto. Representa os dois tipos de crentes do reino: uns morrerão às mãos dos homens (Apocalipse 7; 11 – a morte das duas testemunhas) e outros – os 144 mil – que serão escondidos e protegidos por Deus no deserto (Apocalipse 12), como aconteceu com os profetas no tempo de Acabe, ou de Elias, no mesmo período, os da nação de Israel que, depois de libertada do Egipto, foi protegida por Deus no deserto.
                                                iii.     Este período de festas coincidia com a festa das vindimas, que apontam para o momento da vinda do Senhor, onde pisará o lagar da ira de Deus, e julgará o undo por causa do seu pecado (Apocalipse 14; 19).
                                                iv.     Como no dia da Expiação, o povo deveria afligir as suas almas, ou seja, chorar e lamentar os seus pecados, o mesmo acontecerá na GT quando o povo de Israel chorará e lamentará pelo que fez ao seu Messias (Apocalipse 1:7).
                                                  v.     No ensino judaico e mesmo na tradição judaica, este dia está conotado com os juízos de Deus, daí a manifestação da sua humilhação e arrependimento;
                                                vi.     Será pelos cento e quarenta e quatro mil que o Senhor limpará os que escaparem dos juízos da GT, à semelhança dos levitas que matarão a todos os apostatas de Israel, que se tinham corrompido com as moabitas (Números 25:7-11); Por isso eles não tocarão mulheres (Apocalipse 14:4), que estarão contaminadas pelos demónios – Nefilins!
                                              vii.     Os cento e quarenta e quatro mil assinalados serão aqueles que conquistarão o território prometido por Deus a Moisés e a Josué, mas que nunca foi conseguido até às fronteiras das promessas de Deus (Joel 2:1-11; 3:1-21; Obadias 21; Miqueias 4:10-5:15; Apocalipse 14:1). O exército do ceifeiro e debulhador (Miqueias 4:10-5:15), como está referido na foicinha afiada (Apocalipse 14:14-19) e mesmo no lagar da ira de Deus (v. 20) serão executados pelos 144 mil assinalados. Eles farão frente na batalha final com a besta (Daniel 11:44-45; Apocalipse 14:1). Muito provavelmente os 144 mil assinalados serão os instrumentos dos anjos na ceifa do fim do mundo (Mateus 13:24-30; 36-43 conforme Joel 3:13 e Malaquias 4:1-4).
                                            viii.     As profecias dos salmos sobre a protecção do remanescente são promessas que se cumprirão no remanescente de Israel, os 144 mil assinalados (Salmo 17:8; 55:6; 57:1; 63:7). Serão como as águias, voarão e não se cansarão (Isaías 40:31). A referência às águias parece indicar o apoio dos seres angelicais, especialmente de querubins.
                                                ix.     Os 144 mil assinalados são os sacerdotes/guerreiros que estarão diante do trono, vestidos de vestes brancas, puros, lavados pelo sangue do Cordeiro, os que vencem o diabo e as suas hostes (Apocalipse 12:10-11), que farão o sacrifício – o holocausto do sacrifício da humanidade incrédula.
                                                  x.     Os 144 mil assinalados, protegidos pela Shekhinah de Deus, ou pelo exército do Senhor, dirigida pelos anjos, arcanjos e querubins, verão cumpridos no seu ministério as promessas de Deus aos patriarcas (Génesis 15:18-21; Isaías 27:12-13), purificará Israel da corrupção (Daniel 8:12-13; 12:8-13; Ezequiel 39:12-13; Obadias 15-21) e criarão as condições necessárias para a implantação do reino messiânico com a ressurreição dos santos da Profecia (Isaías 60:4...; Daniel 2:2; Apocalipse 20:4).

c.      A Festa das Tendas:
                                                    i.     A festa das Tendas (Sucot) é a última das festas sagradas de Deus e de Israel. Esta festa era a última convocação anual do povo de Deus no Reino Messiânico. O seu propósito era fazer lembrar o povo do que fora no tempo de escravidão do Egipto e no mundo, do ponto de vista espiritual e global.
                                                  ii.     Esta festa era celebrada por oito dias, sendo o primeiro de santa convocação especial e o último o grande dia da festa das tendas, no qual os serviços do Templo atingiam o seu clímax
                                                iii.     Nos outros seis dias de festa, as trombetas de prata eram tocadas três vezes. Os sacerdotes tocavam-nas dando um volta em torno do altar. No último dia os sacerdotes davam sete voltas sobre o altar e cantavam o verso Hosanna (Salmo 118:25), e as pessoas agitavam ramos de palmeiras. Por estas razões, o dia foi conhecido como Hoshanah Rabá, ou "Grande Hosana", acompanhado com os pensamentos da chuva para o ano seguinte e o fervor messiânico estava no seu auge.
                                                iv.     Durante a festa das tendas Deus exigiu que todos os homens judeus peregrinassem até Jerusalém (Deuteronómio 16:16).
                                                  v.     A sucá, ou tenda, simboliza a necessidade do homem a depender de Deus para o seu fornecimento de alimentos, água e abrigo. Isto é verdadeiro no reino espiritual. A tenda é o corpo físico, que é uma morada temporária para nós e para Deus (1 Coríntios 6:19-20). Por sua vez, e face ao carácter frágil que tem, precisa de comida e bebida, que representa a Palavra de Deus e que só Ele fornece (Mateus 6:11; 4:4; João 6:33-35), a limpeza e a lavagem, que representa a lavagem que a Palavra de Deus traz à nossa vida (Efésios 5:26) e ao abrigo da protecção de Deus sobre nossas vidas.
                                                vi.     Assim, o sucá ou tenda / tabernáculo é uma morada temporária. Historicamente, era para lembrar as pessoas de seu êxodo do Egipto, conforme descrito em Levítico 23:42-43. Profeticamente, o sucá aponta para o retorno de Cristo, quando Deus habitará com seu povo em um relacionamento com ele face a face. Espiritualmente, um sucá é suposto para nos lembrar que somos apenas estrangeiros e peregrinos sobre a terra, sendo esta uma morada temporária. Para o crente em Cristo, nosso corpo físico é apenas um tabernáculo terreno e temporário. Na nossa ressurreição iremos receber uma casa nova e celestial, um corpo espiritual (II Coríntios 5:1-6).
                                              vii.     A propósito para viver em tendas é indicada em Levítico 23:42-43, que diz:
1.     «Sete dias habitareis debaixo de tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.»
2.     Quando Deus traz um dos seus escolhidos da escravidão do pecado e dá-lhes nova vida e salvação, Ele faz-nos viver em tendas – uma moradia temporária, para que eles possam aprender a Sua fidelidade, seus cuidados e protecção.
                                            viii.     A festa das tendas foi concedida ao Povo para ser celebrada e comemorar:
1.     O fim da peregrinação dos filhos de Israel no deserto.
2.     Também, já na terra prometida, para lembrarem e nunca esqueceram que foram estrangeiros, peregrinos e escravos em terra estrangeira, no Egipto;
3.     Que, antes de ser implantado o reino messiânico, antes de ser instauradas as promessas de Deus, o povo teve de viver fugido, ser peregrino e foragido no mundo (Apocalipse 12);
4.     Para se lembrarem que Deus habita no meio do Seu povo e, que, embora vivam no reino Messiânico, só foi possível por que
5.     O Messias nasceu e viveu numa tenda entre nós, e morreu para restaurar todas as coisas.

Agora, o crente, e em especial os santos de Israel, podem celebrar as festas do Senhor por todo o Império Mundial do Messias porque tudo aquilo que as festas pretendiam ensinar e avisar foram cumpridas.

Espinho, 4/12/2011
Vítor Paço


[1] Na verdade, “Rosh Codesh” e “Lua Nova” estão relacionados. Literalmente, Rosh Codesh significa “cabeça do mês”, já que a palavra “Rosh” tem a conotação de “primeiro”, ou “cabeça”. O Rosh Codesh (que aparece no texto bíblico) ou “cabeça do mês” (literalmente) será, então, nem mais nem menos que o início do mês, o primeiro dia de cada mês… Na Festa da Lua Nova, “… nos princípios dos vossos meses…” eram tocadas as trombetas de prata (Números 10:10), e o shofar (Salmos 81:3). Os levitas faziam as suas ofertas rituais (I Crónicas 23:31), e os negócios eram temporariamente interrompidos (Amós 8:5). Rosh Codesh, ou Lua Nova, era tempo de regozijo e celebração (Números 10:10). (Wikipédia).
[2] Os meses em Israel começam com a lua nova. A lua nova é o momento em que a lua se encontra, precisamente, entre o sol e a terra. Só há eclipses do sol nas luas novas; e só há eclipses da lua nas luas cheias! Os dias da lua são correspondentes ao tempo da sua rotação terrestre, ou seja: 29 dias, 11 horas e 56 minutos. A última lua nova foi às 6H10 do dia 25 de Novembro e sê-lo-á no próximo dia 24 de Dezembro, pelas 18H06.
[3]Páscoa é celebrada no décimo quarto dia a primeira lua cheia que ocorre depois do equinócio da primavera (no hemisfério norte, outono no hemisfério sul). Poderá assim ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril. (Wikipédia).
Foi no ano de 325 d.C., durante o concilio de Nicéia, com a adopção do calendário gregoriano, que a data da páscoa ficou estipulada no primeiro domingo, após a primeira lua cheia do equinócio da primavera  – equinócio, na astronomia, é o momento em que o sol, em sua órbita, cruza a linha do equador, o que ocorre em março e setembro.
[4] As minhas contas apontam para o 9.º dia do terceiro mês.
[5]Rosh Hashaná” (em hebraico ראש השנה, literalmente "cabeça do ano") é o nome dado ao ano-novo no judaísmo. Dentro da tradição rabínica, o Rosh Hashaná ocorre no primeiro dia do mês de Tishrei, primeiro mês do ano no calendário judaico rabínico e sétimo mês no calendário bíblico – Wikipédia.
Esta festa era conhecida no judaísmo como Rosh Hashaná, mas nunca é conhecida por esse nome nas Escrituras. Na Bíblia, é referida como Teruah Zikhron, ou o memorial de tocar de trombetas (Levítico 23:24), e Yom Teruah, o dia de tocar trombetas (Números 29:1). A "festa das trombetas” é um dia de fazer soar as trombetas no Templo e por toda a terra de Israel.
Rosh Hashaná, literalmente, significa: "Cabeça do Ano". No entanto, esta designação não foi aplicada a esta festa, pelo menos até ao século II dC, mais de 1.500 anos após a instituição da festa. Após o ano 70 dC, da destruição do Templo, a sua observância foi radicalmente alterada. Pode ser uma das razões porque Israel não entende o significado da Profecia e a mensagem implícita nas festas do Senhor.
[6] Lendo a narrativa dos quatro Evangelhos não vemos qualquer nova instituição de uma nova ceia, pelo contrário: comendo a ceia…, diz… que se refere à ceia pascal.
[7] O dia da preparação passou a ser considerado dia especial e sagrado. Era chamado dia “Erev” - ערב פסח, Erev Pesach.
[8] Este dia de sábado, não era o sábado semanal, mas o santo sábado, ou dia sagrado, da santa convocação, que marcava o dia de Páscoa e o início da festa dos asimos. Por isso, o Senhor esteve sepultado três noites completas e ressuscitou ao despontar do terceiro dia (Mateus 17:23; 20:19; Mateus 28:1; Marcos 16:1-2), ressuscitando no primeiro dia da semana, que era o décimo sétimo dia do primeiro mês, o mês de Abib, o dia da festa das Primícias. João 19:31 refere o grande dia de sábado, o dia da preparação dos pães asimos. O Senhor terá sido crucificado e sepultado à tardinha do dia 13º, na quarta-feira. Nessa noite começava o dia 14, quinta-feira, o dia da Páscoa. Marcos 15:42 diz que é o dia de véspera do dia de sábado. João já refere que era o grande dia de sábado, ou seja, o grande dia de sábado, assim chamado por ser o dia da Páscoa, o primeiro e grande dia do início da festa dos pães asimos. Assim, o Senhor esteve sepultado na quinta-feira (dia 14 – o dia todo de Páscoa) e na sexta-feira (dia 15) e no Sábado (dia 16), e ressuscitou na madrugada do primeiro dia da semana, dia 17, que era o dia das Primícias, o dia da festa dos primeiros frutos. E, nisto, encaixa perfeitamente a descrição bíblica com os relatos proféticos e com a mensagem que Deus quis dar ao instituir as festas e os dias de festa.
[9] Não somos da opinião da generalidade dos comentadores que acha que o período dos primeiros oito capítulos de Actos abrange vários anos. Isso revela um total desconhecimento da narrativa e da cronologia da Profecia. Segundo Daniel 9, após a morte do Senhor, ficaria uma semana de anos – sete anos – para a implantação do Reino Messiânico. Esses sete anos seriam caracterizados pela grande tribulação. Nisso concorda os sermões do Senhor Jesus Cristo aos discípulos e apóstolos e o próprio discurso de Pedro no Pentecostes. Ora, ou a Profecia estava errada e nenhum dos sinais se cumpriu ou há um desconhecimento dos relatos do Livro dos Actos dos Apóstolos. A mudança, no entanto, deu-se com a salvação de Saulo de Tarso: Deus, ali – Actos 9 – marca uma mudança de atitude para com o mundo: juízo e grande tribulação mudaram para salvação e graça. Este período não poderia ter decorrido mais que uns poucos de meses: não mais que seis! E ficou suspenso com a introdução da dispensação da graça de Deus.
[10] Com a suspensão do programa profético e a introdução da dispensação da graça de Deus a vocação e ministério dos doze apóstolos será cumprida depois do arrebatamento do “Corpo de Cristo”, na grande tribulação, quando a Profecia for reatada, com as duas testemunhas a encabeçarem o reinício desta dispensação da Profecia – Eles serão como que as duas trombetas (Números 10).
[11] O facto de ser dito que um anjo anunciou o evangelho eterno, não quer dizer que ele o faça directamente aos homens. Será, sim, a tarefa do anjo confiá-lo aos 144.000 assinalados para o anunciarem, como aconteceu com a revelação da mensagem profética de Daniel do Apocalipse, da Lei de Moisés, que foi proclamada através de um anjo.
[12] Não somos da opinião da generalidade dos comentadores que acha que o período dos primeiros oito capítulos de Actos abrange vários anos. Isso revela um total desconhecimento da narrativa e da cronologia da Profecia. Segundo Daniel 9, após a morte do Senhor, ficaria uma semana de anos – sete anos – para a implantação do Reino Messiânico. Esses sete anos seriam caracterizados pela grande tribulação. Nisso concorda os sermões do Senhor Jesus Cristo aos discípulos e apóstolos e o próprio discurso de Pedro no Pentecostes. Ora, ou a Profecia estava errada e nenhum dos sinais se cumpriu ou há um desconhecimento dos relatos do Livro dos Actos dos Apóstolos. A mudança, no entanto, deu-se com a salvação de Saulo de Tarso: Deus, aqui – Actos 9 – marca uma mudança de atitude para com o mundo: juízo e grande tribulação para salvação e graça. Este período não poderia ter decorrido mais que uns poucos de meses: não mais que seis!
[13] Com a suspensão do programa profético e a introdução da dispensação da graça de Deus a vocação e ministério dos doze apóstolos será cumprida depois do arrebatamento do “Corpo de Cristo”, na grande tribulação, quando a Profecia for reatada, com os cento e quarenta e quatro mil.
[14] Embora seja feita a referência aos anjos a proclamar este evangelho, muito provavelmente serão os cento e quarenta e quatro mil a torna-lo conhecido aos homens. À semelhança da Lei de Moisés e de toda a profecia, inclusivamente o livro do Apocalipse, que foi sempre revelada por anjos aos profetas, foi, depois, tornada conhecida pelos homens enviados por Deus. Faz parte do programa profético e do ministério dos anjos nele.