sexta-feira, 26 de abril de 2019

Amizade ou Verdade?


Amizade ou Verdade?
Unidade ou Uniformidade?

«Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz…» (Efésios 2:14-15).

Um dos mais importantes resultados e propósitos da morte, ressurreição e glorificação do Senhor Jesus Cristo foi a UNIDADE pela reunião de todos os santos em UM CORPO. E, juntamente com a UNIDADE, resultou – intrinsecamente – a PAZ. Por isso, quando Paulo fala de UNIDADE e de PAZ nas suas epístolas – e a referência á PAZ é feita sete vezes na epístola aos Efésios – não se refere às boas relações que os homens possam ter, mesmo como crentes, mas à obra de Deus pelo Senhor Jesus Cristo. É a PAZ conseguida pelo Senhor e refletida na unidade espiritual do CORPO DE CRISTO, ou seja, a unidade de cada membro do Corpo na Cabeça, que é CRISTO glorificado (ligação espiritual de cada membro a Cristo nos EPI CÉUS, e não tanto aos crentes aqui na terra!).

Em Efésios 4 o apóstolo descreve em que consiste essa unidade do “Corpo de Cristo”:
«Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos» (Efésios 4:4-6).

Esta unidade séptupla não é nada que nós consigamos construir, quer como crentes, como lideres ou como igrejas locais ou organizacionais – pois trata-se de uma unidade multifacetada (com várias áreas e diversos aspetos) que foi realizada pelo Senhor e nos foi oferecida por Deus na Sua graça.
Neste sentido, os crentes, membros da Igreja “Corpo de Cristo” não são chamados a fazer qualquer tipo de paz, pois isso seria impossível, como humanos que somos. Mas, somos exortados A GUARDAR A UNIDADE pelo vínculo da paz que foi feita pelo Senhor. Guardar a paz é ter respeito pela obra do Senhor e nada fazer que vá de encontra a obra do Senhor sob pena de pecarmos contra o próprio Senhor.

«Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados… procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz…» (Efésios 4:1-4).

“Procurando”, segundo JFA, RA, é “esforçar-se diligentemente”.
Strong: 4704 – spoudazw, spoudazo, de 4710; e significa 1) apressar-se; 2) esforçar-se, empenhar-se, ser diligente.

Vejamos as ocorrências desta palavra no grego do NT, para entendermos o seu significado:
Gálatas 2:10 – “o que também me esforcei <4704> por fazer».
I Tessalonicenses 2:17 - «com tanto mais empenho diligenciamos <4704> …»
II Timóteo 2:15 - «Procura <4704> apresentar-te a Deus aprovado…»
II Timóteo 4:9 - «Procura <4704> vir ter comigo depressa».
II Timóteo 4:21 - «Apressa-te <4704> a vir antes do inverno».
Tito 3:12 - «Quando te enviar Ártemas ou Tíquico, apressa-te <4704> a vir até Nicópolis ao meu encontro».
Hebreus 4:11 - «Esforcemo-nos <4704>, pois, por entrar naquele descanso…»
II Pedro 1:10 - «Por isso, irmãos, procurai, com diligência <4704> cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição…».

O sentido é de nos esforçarmos e de forma diligente, em guardar a unidade espiritual existente entre os membros do “Corpo de Cristo” e vivermos nesta unidade pelo laço da paz que o Senhor realizou na cruz do Calvário, desfazendo ou aniquilando as nossas diferenças humanas, intelectuais, espirituais, e realizando a paz. O sentido será: estarmos sempre dispostos e de forma diligente em guardar a unidade…

Muitos crentes acham que fazem uma grande coisa para Deus promovendo a divisão, mesmo justificando com uma suposta verdade de Deus! E, neste sentido ouve-se muitos chavões como “antes a verdade que a amizade”, “mais vale obedecer a Deus que aos homens”, etc., etc., etc. Os homens são bons nesses estribilhos. E, por estranho que pareça, é comum a Católicos, a Muçulmanos, a Induz, a Protestantes, a Evangélicos, etc., etc., etc. Por isso, a diferença, por aí, é pouca ou nenhuma.

A VERDADE É QUE, QUANDO OS HOMENS DIZEM ISSO, NÃO SE REFEREM À VERDADE DE DEUS MAS À SUA VERDADE, À “VERDADE” QUE ENTENDEM: E, PARA ELES, OU ANDAM SEGUNDO O QUE ELES PENSAM OU CORTAM AS AMIZADES.


Encaixa bem neles as palavras de Paulo a Timóteo:

«Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te» (II, 3: 1-5).

E, isto poderá ser um sinal dos últimos dias do período da Graça de Deus! Sempre houve no mundo pessoas assim; mas, no seio das comunidades cristãs mais fechadas e bíblicas, nunca aconteceu como se está a ver agora! E, estes “últimos dias” que Paulo fala são os últimos dias da Igreja no mundo, certamente.

Ora, o propósito de tentar realizar uma unidade no mundo é falsa. Essa obra é, mais exatamente, a realização de uma uniformidade de pensamento, de credo, de ensino, de bandeira e de propósito, que não passa de uma união humana tão vacilável como a vida de uma geração humana: passageira e efémera! Essa é a união como a união da torre de Babel: Assente num nome, numa bandeira, numa comunidade terrena local (igreja ou organização), assente em tijolos de barro e não na Rocha que é Cristo. O resultado tem sido precisamente o mesmo que aconteceu na Torre de Babel: objetivamente é o que temos assistido na cristandade (inclusivamente nas igrejas locais que conhecemos) e no mundo: confusão e dispersão. Por isso, não é por serem evangélicos, dos chamados “Irmãos” ou dispensacionalistas que serão diferentes, porque as interpretações são todas humanas! Mas isso é natural; o Senhor sabe disso; pior são os motivos (intenções), a forma e os propósitos.

Nada está mais distante que os lugares celestiais, onde Cristo está assentado, que isso.

Relativamente à verdade, é importante que se diga: de três uma… ou nenhuma:

  1. Para falarmos da verdade como tal, a verdade absoluta, a revelação e o seu sentido exato como Deus entregou a Paulo, teríamos de ser Deus e nos substituirmos a Ele para ter o seu pensamento.
  2. Para falarmos da verdade tal e qual o Senhor Deus confiou e revelou a Paulo pelo Senhor Jesus Cristo glorificado, teríamos de ter o dom de revelação e/ou de interpretação. Mas, como com a vinda do Senhor Jesus Cristo também chegou a maturidade espiritual do CORPO de Cristo (Gálatas 4: 1-6 com I Coríntios 13: 8-13), os dons cessaram e, felizmente, ficou a “fé, esperança e amor” (v. 13), precisamente os sinais que menos se vê nas igrejas locais! Mas andam todos distraídos com muitas coisas, as coisas banais!!!
  3. Para falarmos da Verdade como Paulo falava teríamos de ter a sua autoridade e apostolado. Mas, como o seu apostolado não teve sucessores (não obstante muitos se arroguem apóstolos e ministros de Cristo - II Coríntios 11: 12-15), também a sua autoridade não teve sucessores: o ministério e a autoridade do apóstolo Paulo foram-nos deixados pelos seus escritos. Um bom testemunho disso pode ser visto no facto de Deus não ter permitido a existência dos escritos originais; só nos restam cópias humanas!

Assim, como não somos Deus, não temos qualquer tipo de dom especial de revelação ou de interpretação, nem temos qualquer autoridade apostólica (ninguém tem dons sinais para o demonstrar como o apóstolo Paulo tinha – os sinais do seu apostolado – II Coríntios 12: 12), então, só podemos deduzir que quem fala como Deus, ou como quem tem dons especiais de interpretação, ou como quem tem a autoridade apostólica de Paulo, não passam de simples homens, fracos e débeis, sujeitos a qualquer engano como os pagãos do mundo quando interpretam as Escrituras! Têm aparência de piedade, mas a sua vida nega a sua eficácia, os seus efeitos e o seu poder (II Timóteo 3:5). Falam de “amor” mas da sua boca está cheia de maldição e amargura (Romanos 3: 14), e os seus pés são ligeiros para derramar sangue (v. 15), criando confusões, divisões e deserções.

E, dizia: Nada está mais distante que os lugares celestiais, onde Cristo está assentado, que isso. A atitude de cortar relações com os irmãos, quaisquer que sejam os motivos (à exceção do pecado declarado e assumido), não é obra de Deus, mas é obra humana e mundana, contra Cristo e contra a obra perfeita que fez. O Senhor nunca rejeitou nenhum dos seus discípulos por serem tardos de coração e ouvido! Por isso, não há coisa mais repugnante para Deus que a separação e as divisões dos membros do “Corpo de Cristo” e nada mais ignominioso para Deus que aqueles que promovem as divisões do seu Povo.

Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina:
«Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina: (1) olhos altivos, e (2) língua mentirosa, e (3) mãos que derramam sangue inocente, e (4) coração que maquina pensamentos viciosos, e (5) pés que se apressam a correr para o mal, e (6) testemunha falsa que profere mentiras, e (7) o que semeia contendas entre irmãos» (Provérbios 6: 16-19).

E, quando Paulo escreve para os membros da Igreja Corpo de Cristo diz:
«1 Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas(recebei-o na comunhão ou na igreja sem contender com ele por causa das suas divergências) 3 PORQUE DEUS O RECEBEU POR SEU (assim como ele é, com os seus defeitos). 4 Quem és tu que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar (Em Cristo todos estão firmes). 5 Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo(cada qual que esteja seguro nas suas convicções, certas ou erradas, só Deus sabe, mas isso não deve ser motivo para divisão dos crentes) 7 Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si. 8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. (antes dizia: O Senhor nos firmará para a eternidade e, agora, estando como estivermos, somos do Senhor) 9 Foi para isto que morreu Cristo e tornou a viver; para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos. 10 Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo… (porque desprezas o teu irmão? És tu juiz? Mas, todos haveremos de comparecer diante do Tribunal de Cristo e, então sim, veremos a fé de cada um) 12 De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. 13 Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes, seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão. 14 Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda… (A questão aqui tratada era a comida e os dias; mas, este versículovem generalizar as questões, nada sendo motivo de separação) 17 porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. 18 Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. 19 Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros (mais palavras para quê?). 20 Não destruas por causa da comida a obra de Deus… (não destruas a obra de Deus que são os crentes… e não as coisas que fazemos, mesmo bem intencionados… essas são obras dos homens, interpretações humanas e atitudes mundanas) 22 Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus (antes dizia: cada um esteja firme na sua própria convicção: nada contra; Deus não censura isso; agora diz: cada um esteja firma na sua fé: Deus também não censura isso! Mas, isso não seja motivo de divisão). 15: 1 Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos (como por presunção, arrogância, sobranceria, desprezo pelos outros). 2 Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. 3 Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. 4 Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança… 7 PORTANTO, RECEBEI-VOS UNS AOS OUTROS, COMO TAMBÉM CRISTO NOS RECEBEU PARA GLÓRIA DE DEUS (antes disse: Deus o recebeu (v. 3). Agora: Cristo nos recebeu… tais como eramos, nas nossas fraquezas. Por outras palavras: Se Deus e Cristo nos recebeu, quem somos nós para separarmos os crentes e desprezarmos os crentes, mesmo que hajam divergências em relação às coisas de agradar a Deus?» (Romanos 14-15).
«E, pela tua ciência, perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. Ora, pecando assim contra os irmãos e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo» (I Coríntios 8: 11-12). (Por outras palavras: pecando assim contra os irmãos, desprezando e dividindo os irmãos, estamos a ofender o Senhor pela obra que Ele fez. O Senhor fez tudo, ao ponto de dar a sua vida, para nos unir; os homens fazem tudo para os dividir! Escandaloso, vergonhoso, injurioso e ofensivo! ! !)

Como se isso fosse pouco, escreve Paulo aos crentes coríntios:
«Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloe que há contendas entre vós. Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?» (I Coríntios 1: 9-13).

Pelo que entendo das palavras sagradas, da tradução possível: Diz Paulo: nós fomos chamados por Deus para a comunhão do Senhor Jesus Cristo e vós andais a alimentar divisões e contendas… dizeis que sois de Paulo ou de Cefas ou de Apolo…

«E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu, de Apolo; porventura, não sois carnais? Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?» (I Coríntios 3: 1-5).

E, continuando o comentário: quem é Paulo e quem é Apolo, senão homens? As pessoas fracas é que gostam do louvor dos homens e de se identificar com os homens famosos! Eu não tenho seguidores nem quero que ninguém me siga. Os meus pensamentos só têm o propósito de ser ajuda para aquele que querem crescer em Deus e a minha obrigação perante Deus é essa: ajudar os que «amam a Deus e são chamados segundo o seu propósito».

E, continua:
«Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? SE ALGUÉM DESTRUIR O TEMPLO DE DEUS, DEUS O DESTRUIRÁ; PORQUE O TEMPLO DE DEUS, QUE SOIS VÓS, É SANTO. Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia» (vv 16-19).

Aqui, Paulo volta ao tema: comunhão do Senhor Jesus Cristo, versus a divisão dos homens! Deus os destruirá… ou seja, penso que será as suas obras, porque são feitas na carne e se queimarão como a madeira, feno e palha… como dizia atrás, no tribunal de Cristo.

Aos Gálatas tem a mesmo exortação:
«Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Mas prove cada um a sua própria obra e terá glória só em si mesmo e não noutro. Porque cada qual levará a sua própria carga» (Gálatas 6: 1-5).

Certamente que o tema do contexto será as obras da carne, que se resume à vida segundo a lei mosaica e às formalidades levíticas, como guardar dias, comidas sagradas, lavagens ou purificações corporais (exteriores), circuncisões, etc.. E, se algum crente for surpreendido e optar por uma vida menos condizente com a regra da graça a obrigação dos que se arrogam espirituais é encaminha esse irmão (como Áquila e Priscila fizeram com Apolo – Atos 18: 24-28), porque nós devemos levar as preocupações uns dos outros, ou seja, temos a responsabilidade de nos ajudar uns aos outros. E, assim, andaremos segundo a Lei de Cristo, ou a regra da graça de Deus para a Igreja “Corpo de Cristo”. Quem andar de forma diferente só mostra que não é nada, não sabe nada e engana-se a si mesmo… e, como vimos, cada um dará conta de si mesmo a Deus, que parece corresponder ao que diz a passagem: «cada um levará a sua própria carga…».


É verdade que o apóstolo diz algumas vezes para “evitar o homem faccioso” (Tito 3: 10) e «afasta-se de homens perversos» (II Timóteo 3: 5), mas trata-se de descrentes, judaizantes e semelhantes, sendo inimigos do Evangelho da graça de Deus, e não de crentes (Romanos 16: 17-18; ver: II Timóteo 3: 8-9).

Relativamente aos crentes diz:
«Rogamos-vos também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos e sejais pacientes para com todos. Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui, sempre, o bem, tanto uns para com os outros como para com todos» (I Tessalonicenses 5:14-15);
«Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia, não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão» (II Tessalonicenses 3: 14-15).

“Não vos mistureis com ele…”, no grego é “ser íntimo”, sócio. A mesma palavra ocorre em I aos Coríntios 5: 11. Que fiz:
«Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais».

E, a questão não é tanto doutrinária, pois trata-se de questões que nada tem a ver com a Igreja “Corpo de Cristo” mas esclarecimentos dos dias da grande tribulação. A questão aqui era de não trabalhar honestamente, como acontecia com alguns dos crentes em Corinto.

Certamente que sempre, na história da Igreja muitos se levantaram e, ingenuamente ou arrogantemente, tomaram posições de dogmatismo e imperialismo nas suas comunidades eclesiásticas. Olham mais e muito para baixo (e, infelizmente, há muitos crentes débeis, fracos, preguiçosos, ignorantes e não fazem qualquer esforço para crescer e mudar essa situação de fragilidade espiritual) do que olham para cima! Se olhassem mais para cima, veriam que são humanos e, como tal, fracos, inseguros, que mudam de opinião como o vento muda, que têm incertezas e são inseguros em muitas coisas e, mesmo naquilo que se acham firmes, terá sido aí que são mais suscetíveis de falhar. Assim aconteceu com Adão, com Noé, com Abraão, com Moisés, com Job, com Davi e com muitos outros homens de Deus ao longo da história da humanidade. E, assim, tem acontecido com estes! E, se os crentes acham que há algum homem (à exceção do Senhor Jesus Cristo) que seja perfeito, sábio, erudito, doutorado das Escrituras, detentor de alguma verdade absoluta, só se engana a si mesmo e faz enganar os seus líderes, que se presumem de “ídolos” da comunidade! Mas, esses, que se arrogam de mais verdadeiros e mais fiéis na verdade, fazem-nos, muitas vezes, para justificar o fracasso que são na sua vida pessoal, profissional, familiar e eclesiástica, que é caraterizada por confusões, divisões e deserções. E escondem-se em discursos persuasivos de sabedoria humana, de amedrontamento, de ameaças espirituais, levando os crentes mais fracos a ficar com medo, assustados e escravizados a uma vida com alguma aparência de devoção voluntária, disciplina do corpo, mas não tem valor algum senão para a satisfação da carne. Esses são os discursos do espirito de escravidão para andarem em temor, como escreveu Paulo aos Romanos 8: 15 e a Timóteo na II epístola 1: 7). São os discursos para a perversão (ruina/prejuízo) dos ouvintes (II Timóteo 2:14). Mas, o Senhor chamou-nos para a liberdade, com o espirito de adoção, de filiação, de independência e satisfação espiritual – o espírito / mente de Cristo. E, como ele escreveu:
«Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor» (II Coríntios 3: 17-18).

E, quando andamos no espírito de Cristo, a mente que domina o Corpo de Cristo, nós crescemos n’ Aquele que a Cabeça, até à plenitude de Cristo.

Com estes pensamentos não pretendo revelar a “última palavra da verdade”, mas com aquilo que o Senhor me tem ensinado na Sua graça ao longo dos dias da Sua graça na minha vida, mostrar aos que «amam ao Senhor e foram chamados segundo o Seu propósito» a crescer e a viver a graça de Deus com honestidade e fidelidade. ESPECIALMENTE PARA QUE ELES NÃO PERCAM O SEU GALARDÃO. Àqueles que preferem a via da confusão, divisão e deserção, só nos resta esperar na graça de Deus para que a luz da Sua graça brilhe nos olhos do seu entendimento para voltarem (se alguma vez lá andaram) à linha da graça de Deus: no pensamento e no comportamento.


«Se a Palavra de Deus serve para alguma coisa, veja que estas palavras citadas das Escrituras são mandamento do Senhor» (paráfrase minha baseado em I aos Coríntios 14: 37).

«No que nos resta, irmãos… tendo calçados os pés na preparação do evangelho da paz…» (Efésios 6: 10, 15).

«Paz seja com os irmãos e caridade com fé, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo» (Efésios 6:23).