sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

A Dispensação do Mistério




A generalidade os estudiosos das escrituras insistem em lavrar em erro na definição que dão ao sentido da “Dispensação da Graça de Deus” e a razão se deve simplesmente ao facto de serem negligentes ao estudo do tema, especialmente no sentido que é dado pelo dispenseiro da mesma graça de Deus, que foi o apóstolo Paulo (Efésios 3:1-3). Outra das causas se deve ao facto de assumirem como definitivo o sentido herdado que tem sido dado à palavra e ao tema sem nenhum questionamento. Por isso, a nossa tarefa neste pequeno estudo começará por desmontar os erros que têm sido cometidos neste tema e coloca-lo definitivamente no lugar que deve ter: o sentido dado pelo seu autor.

I. SUMÁRIO:
Este estudo vai-se desenvolver numa introdução à Dispensação do Mistério e definir o quadro para as seguintes questões: Os tópicos específicos incluirão: (1) Qual é a definição bíblica de uma dispensação. (2) Quais são as dispensações nas Escrituras. (3) Qual é a dispensação do mistério. (4) Quando foi que a dispensação do mistério começou, como é a quem foi revelada? (5) O Conteúdo da Dispensação do Mistério: Os sete UNS de Efésios 4:4-6 como o quadro completo das doutrinas para o Corpo de Cristo. (6) A Dispensação do Mistério e outras Dispensações.

A. Introdução.
B. O que é uma dispensação? Seu uso das Escrituras.
C. Quais são as dispensações nas Escritura?
D. Qual é a dispensação do mistério?
E. Quando é que a dispensação do mistério começou?
F. Os Sete UNS do ser do Corpo de Cristo.



II. INTRODUÇÃO
A. Este estudo destina-se a introduzir e a fundamentar vários outros estudos acerca da mesma matéria. Sem as bases dificilmente o crente chegará à compreensão plena da verdade do Mistério.
B. Nós não seremos capazes de cobrir cada um destes temas em profundidade.
C. Vemos em Efésios 3:9 –
"E para esclarecer tudo acerca da dispensação do mistério, que foi mantida escondida dos séculos em Deus, que criou todas as coisas através de Jesus Cristo" [Texto Grego].
1. Paulo aqui diz que foi a sua divina incumbência de "fazer ver a todos" (esclarecer) o que é a dispensação do mistério [Gr. “photizo” (Strong 5461), “iluminados”, conforme 1:18 e II Timóteo 1:10. Está é a resposta a 1:18]. Sublinhar “a todos”, conforme anteriormente referido: os membros do Corpo, “todos os santos” (Colossenses 1:26, 28), e a “todos (os salvos) que venham ao conhecimento da verdade” (I Timóteo 2:4).
2. É lamentável que quando perguntamos à maioria dos cristãos o que é a dispensação do mistério, muito provavelmente obterá uma resposta silenciosa!
3. Várias coisas são relevadas no texto. Paulo afirma que:
a. O tema é a "dispensação do mistério";
b. Sua tarefa é "esclarecer", “trazer à luz”, conforme 1:18, com a ideia de 5:13 a 18.
c. Tem sido mantido escondido durante todas as Eras, que o mundo passou… ou seja, desde a fundação da criação!

“Durante todas as Eras”: “A fórmula ἀπὸ τῶν αἰώνων ocorre no NT apenas aqui e em Colossenses 1:26; as formas ἀπὸ αἰῶνος e ἐκ τοῦ αἰῶνος também ocorrem, o primeiro em Lucas 1:70 e Atos 3:21, e o último em João 9:32. Significa literalmente "dos tempos", "dos períodos mundiais", isto é, desde o início, ou desde que o mundo começou. É distinguido de πρὸ τῶν αἰώνων (I Coríntios 2:7), em que o decreto divino foi formado antes que as eras do mundo começassem; A manutenção desse decreto escondido foi desde que as eras do mundo começaram, ou seja, "desde o início das eras, quando os seres inteligentes de quem poderia ser escondido foram chamados a existir" (Ell – In “Expositor do NT Grego”).
4. Que a dispensação do Mistério, vulgo, a dispensação da graça, foi revelada exclusivamente a Paulo e nunca a outros que eram apóstolos antes dele:
a. Efésios 3:3 diz:
"Como por revelação me foi dado a conhecer [a mim Paulo] o mistério..."
b. Gálatas 1:11-12 diz:
“Mas faço-vos, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Pois eu não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado, mas pela revelação de Jesus Cristo”.
c. Gálatas 2:1-2 diz:
“E catorze anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. E subi por uma revelação, e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, e mais em particular aos que estavam em destaque, para que de algum modo não estivesse correndo ou não tivesse corrido em vão”.
d. Colossenses 1:25-26 diz:
“Pela qual [Igreja, “corpo de Cristo”] eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi dada para convosco (gentios), para completar a palavra de Deus; o mistério que esteve oculto dos séculos e das gerações, mas que agora foi manifesto aos seus santos” [Texto Grego].
e. Romanos 16:25 diz:
"Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, de acordo com a revelação do mistério, que foi mantido em silêncio desde que o mundo começou..." [Texto Grego]
5. Duas perguntas precisam ser feitas:
a. O que é uma dispensação?
b. O que significa o mistério?



III. O QUE É UMA DISPENSAÇÃO? USOS NAS ESCRITURAS.
A. Termo bíblico: A palavra "dispensação" no português e na versão JFA é a tradução do termo grego oikonomia (Oikonomia), que é a raiz da palavra portuguesa "economia". A palavra grega é uma junção de duas palavras gregas “oiko” (Casa) + “nomo” (Lei). Assim, e literalmente, o sentido da palavra é “LEI DA CASA”. A ideia subjacente à palavra dispensação é a de um lar com uma lei de gestão ou administração familiar. A concordância completa da palavra “oikonomia” (Oikonomia) na família é a seguinte:
1. A forma substantiva “oikonomia” (Oikonomia), i.e., regra doméstica, mordomia, conforme Lucas 16:2, 3, 4; I Coríntios. 9:17; Efésios 1:10, 3:2, 9; Colossenses 1:25; I Timóteo 1:4. Ou seja, as regras, as instruções com que uma casa se gere.
2. A forma substantiva “oikonomo” (Oikonomos), i.e., um mordomo: Lucas 12:42; 16:1, 3, 8; Romanos 16:23; I Coríntios 4:1, 2; Gálatas 4:2; Tito 1:7; I Pedro 4:10. Ou seja, o mordomo, o gestor, aquele que dá instruções ou comunica as instruções superiores para os demais criados ou membros da família.
3. A forma verbal “oikonomew” (Oikonomeo), i.e., governar, gerir, conforme Lucas 16:2. É a gestão propriamente dita.

B. A ideia de uma dispensação é semelhante à de um grupo de pessoas que se organizam para um objetivo. Eles escrevem uma Constituição que, geralmente, contem as regras que regerão essa organização… no nosso caso, o organismo espiritual:
1. Por que a organização existe e seus objetivos – o que corresponde à sua esperança.
2. Quais são os direitos e as obrigações de cada membro – o que corresponde à administração ou a lei das famílias.

C. Pontos de vista erróneos de uma dispensação:
1. Visão Pactual/Convencional: Dispensações = Economia das Alianças. Esta ideia ensina que há apenas duas dispensações ou economias, a aliança antiga e a nova aliança. A Dispensação da Velha Economia = Velha = a velha aliança. E, a dispensação da Nova Economia = Nova Aliança. Com base na ideia equivocada de que a humanidade é homogénea (monolítica) e que cada convénio se aplica uniformemente a todos os homens. Existe um direito / mudança de aliança com a morte de Cristo. Além disso, tanto a velha aliança como a nova aliança foram estabelecidas com a mesma casa, a Casa de Israel! Por isso, não deve ser confundido “dispensação” com “Aliança” /Testamento/ Pacto/Convénio/Etc.
2. Perspetiva Dispensacionalista de Scofield: Segundo esta perspetiva, uma Dispensação é um conjunto de regras durante um determinado período de tempo em que Deus testa o homem. Uma mudança de método de teste inaugura uma nova dispensação, ou uma nova "idade". Toda vez que há a mudança de uma "lei", há uma correspondente mudança de dispensação, independentemente de ser dentro da mesma casa/família. Típico desta perspetiva é o conceito das "sete dispensações" do dispensacionalismo de Scofield. Neste caso, a dispensação quase se torna equivalente a um período de tempo. Essencialmente, todos dispensacionalistas de “Atos 2” assentam a sua visão nesta visão dispensacional. Alguns dispensacionalistas de Meio-Atos também sustentam de alguma forma este ponto de vista, como por exemplo, Cornélios R. Stam (cf. quadro na p. 29 de “Coisas que diferem”). O principal erro desta conceção é construir várias dispensações ou várias regras dentro da mesma família, o que vai contra o sentido etimológico e literal da palavra e contra o sentido que Deus dá às dispensações que instituiu.
3. Nem a Visão Pactual, nem a Perspetiva Scofieldiana são encontradas nas Escrituras. São construções pessoais resultantes de outros erros doutrinários.

D. Ideia Bíblica de Dispensação:
1. Relacionando a posição de esperança e a administração dos eleitos de Deus verificamos que cada indivíduo nos eleitos de Deus é escolhido de forma incondicional, redimido e regenerado para uma família específica e com uma esperança/propósito especifico.
2. A esperança (em grego: “ELPI”) é o objetivo para o qual os membros de cada dispensação olham e esperam.
3. Em relação a cada uma das esperanças em cada dispensação especifica, assenta na soberania de Deus contida na sua salvação. Temos, assim, a imutabilidade das esperanças.
a. Se você determinar a esperança de um indivíduo nas Escrituras, então tem determinado a sua “Casa” ou “Família”.
b. Deus não elege alguém para um agregado familiar, e esse indivíduo diz que a sua esperança é (ou deveria ser) outra, depois de mudar de ideia e aquela pessoa passar a escolher outra “Casa” ou “Família”. Quem escolhe/elege é Deus e não o indivíduo.
c. Este é um aspeto da inseparabilidade doutrinária do Calvinismo e Dispensacionalismo.
d. Teologicamente:
(1) Tal visão seria uma calúnia à veracidade de Deus e faria de Deus um enganador ou joguete desse indivíduo, ou
(2) Negaria a doutrina da eleição de Deus e faria Deus depende da criatura.
e. Prova Bíblica da Imutabilidade das Esperanças:
(1) Estes procedimentos têm por base a soberania de Deus (origem: no ato de escolher) e na Sua fidelidade (Processo: no Ato de realizar/cumprir). O Pai escolheu incondicionalmente, o Filho redimiu incondicionalmente; o Espírito opera a regeneração incondicionalmente nas pessoas em função das suas esperanças específicas.
(2) Hebreus 6:19 diz que a esperança é a âncora da alma: "A qual [esperança] temos como âncora da alma, segura e firme..." Pergunta: Que tipo de âncora é aquela que pode sofrer mutação?
(3) Romanos 11:29 diz que “os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento”.
(4) Hebreus 11:1 diz: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam”. Uma esperança que pode alterar os resultados de uma fé equivocada ou uma falsa fé.
f. Vamos dar um exemplo: o apóstolo Pedro e os doze apóstolos de Israel.
(1) Pergunta: Pedro faz parte do “Corpo de Cristo” (e cuja esperança está no céu) ou mantém-se com uma esperança terrena?
(2) A veracidade de Cristo está em jogo, inclusivamente as doutrinas bíblicas da soberania de Deus na eleição (escolha de Deus de uma pessoa para a salvação numa esperança em particular) e a perseverança dos santos.
(A) Cristo disse aos seus discípulos (dos quais Pedro era um membro) que herdariam Terra (Mateus 5:5, cf. Salmo 37, vv especiais: 9, 11, 18, 22, 28, 29 (a herança: a Terra – É para sempre). Além disso, a Pedro e aos doze foi prometido um cargo de autoridade dirigente sobre as 12 tribos de Israel (Mateus 19:28 e Lucas 22:30).
(B) Cristo não poderia enganar os seus ouvintes. Como tal, não poderia ser enganador de Pedro. Os seus discípulos acreditavam na esperança que Cristo lhes transmitia, baseado nas Escrituras proféticas que lhes ensinava.
(C) Pedro acreditava e esperava nisso, incondicionalmente (II Pedro 1:19; 3:13).
(D) Pedro foi salvo. Pedro foi eleito por Deus para essa esperança, e estava perfeita e eternamente seguro nessa esperança.
(E) A Nova Jerusalém, que será a cidade que governará o mundo no período messiânico, está assente em doze fundamentos, que são os doze apóstolos (Apocalipse 21:14). Ora, não fazia sentido se os apóstolos não fizessem parte dessa esperança e propósito.
(F) Conclusão: a esperança de Pedro e dos doze apóstolos de Israel é para habitar eternamente numa terra restaurada. A esperança de Pedro não era/é no céu. Pedro não é um membro do Corpo de Cristo.
4. Olhemos para as esperanças nas Escrituras e identifiquemos as respetivas famílias / Casas (as Dispensações).
5. Outro princípio: O canal de bênção na ordem administrativa estabelecida por Deus vai desde a posição mais alta na hierarquia administrativa até à posição mais inferior. Hebreus 7:7 estabelece esse princípio: “o menor recebe a bênção do maior”. O papel dos anjos em relação aos eleitos humanos de Deus no programa terreno, é uma questão fundamental na sua relação administrativa das dispensações. A esperança do “Corpo” recebeu a sua bênção pela Sua “Cabeça”, Cristo (Efésios 1:3); Por sua vez, o “Corpo” será o canal de bênção para os anjos (Efésios 3:10 com 2:7-10); mas, Israel foi e será eternamente dependente da bênção dos anjos (Hebreus 1:14; Atos 7:53). Por sua vez, as nações serão abençoadas pela instrumentalidade de Israel (Apocalipse 21:24, 26; Génesis 12:1-3; Isaías 54:3; Capítulo 60; Romanos 11:12).

E. Em suma: uma dispensação é o diploma legal que contém as regras instituídas por Deus para regular uma casa/família ou povo.
1. No caso da Igreja “Corpo de Cristo”, a “Casa de Deus” (I Timóteo 3:14-15) ou a “morada espiritual de Deus” (Efésios 2:18-21), as regras que regulam o seu nascimento, crescimento, fortalecimento, propósito e funções é chamada de “Dispensação de Deus” (Colossenses 1:25 – A Fonte), de “Dispensação do Mistério” (Efésios 3:9 – A Natureza), “Dispensação da Graça” (Efésios 3:2 – Base), e “Dispensação da Plenitude dos Tempos” (Efésios 1:10 – O propósito), e corresponde a todo o ensino, as diretivas e as regras que regulam a sua organização e funcionamento.
2. Paulo é o mordomo desta casa, como ele diz, que foi constituído por Deus como o dispenseiro dos mistérios de Deus. Ele, como mordomo desta casa espiritual de Deus, recebeu as instruções diretamente de Deus, através do Senhor Jesus Cristo, para o comunicar aos membros do “Corpo de Cristo” (I Corintos 4:1-2).
3. Paulo, à semelhança de Moisés e de Davi, recebeu o modelo da “casa de Deus”. Moisés recebeu o modelo do tabernáculo (Êxodo 25:9, 40; 26:30 e Hebreus 8:5); Davi recebeu o modelo da construção do templo, que o entregou a Salomão, para o edificar (I Crónicas 28:11-19; Paulo, como sábio arquiteto da parte de Deus, recebeu o modelo desta nova obra de Deus para colocar os fundamentos e instituiu ou estabeleceu as regras que haveriam de regimentar a casa (I Corintos 3:10). Por isso, ele diz a Timóteo:

«Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus» (2 Timóteo 1:13).

E:

«Escrevo-te... para que saibas como convém andar na casa de Deus...» (I Timóteo 3:15).

4. Por isso, “dispensação” não se refere a qualquer período de tempo (longe disso), que coincida ou não com algum pacto ou aliança de Deus com o homem, mas às regras instituídas por Deus para uma determinada família, casa ou povo. Até, porque, uma dispensação poderá estar a funcionar em simultâneo, como acontecerá no Reino Milenial e na "Dispensação da Plenitude dos Tempos", em que todas as dispensações estarão em funcionamento, mesmo a dos anjos: A Igreja “Corpo de Cristo” estará em funções de acordo com as suas regras, ou seja, de acordo com a sua dispensação; os anjos estarão em funcionamento segundo regras próprias, não aplicáveis a mais nenhum outro grupo; a nação de Israel estará a funcionar segundo regras próprias, a “dispensação da casa de Israel”; e, os gentios/nações/povos, estarão a viver segundo as suas próprias regras: a dispensação dos gentios. Neste caso, a base será a mesma que esteve em vigor nos dias de Adão até à torre de babel e descritas no Livro de Job.

E. Exemplos bíblicos:
1. Acontece que há três dispensações (famílias humanas) na Escritura (Cf. Mapa Anexo)
a. A Dispensação dos Gentios: a esperança está na terra.
b. A Dispensação de Israel: a esperança está na terra. E,
c. A Dispensação do Corpo de Cristo: esperança está no céu.
Neste sentido Paulo faz a mesma divisão:
«Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus…» (I Coríntios 10:32)

2. A Dispensação dos Gentios:
a. A dispensação dos gentios começou com a criação de Adão.
b. As porções das Escrituras que descrevem a administração dos gentios (quando Israel ainda não existia) está em Génesis 1-11 e Job. Podemos dizer que é na revolta da cidade de Babel que Deus corta com as gentes/nações/povos e escolheu um único povo/nação para dar continuidade ao seu propósito terreno. A partir de Abraão temos o início da nova casa/família.
c. Enfatizamos que, numa primeira fase, e neste momento até ao “corte dos gentios”, não havia qualquer distinção entre os homens/povos/nações. Todos os homens eram iguais e equivalentes perante Deus, administrativamente. Até ali eram todos uma identidade administrativa, uma regra para todos, uma dispensação comum: um povo, uma língua, uma identidade, uma regra e, por isso, UMA DISPENSAÇÃO. Mas, quando usaram isso para convergir forças para se oporem a Deus, foram confundidos e dispersos pela terra. Daí a expressão que passou a ser aplicada aos que não eram hebreus: GENTIOS.
d. A partir da chamada de Abraão de entre os gentios, Deus dá início a uma nova família humana que passa a estar condicionada à sua própria dispensação: A DISPENSAÇÃO DE ISRAEL, ou seja, esta família/casa fica a estar dependentes da lei da casa (dispensação) de Israel e da sua administração. Israel não estava dependente das regras que geriam os gentios, mas das suas próprias regras, impostas pelo próprio Deus. Por outro lado, as regras ou a dispensação de Israel não veio alterar ou suspender as regras dos gentios, pois elas continuaram sendo aplicadas aos mesmos, como o serão sempre: As regras ou a dispensação dos gentios serão sempre suas e aplicadas restritivamente a eles, somente. Vemos claramente na argumentação do apóstolo Paulo em Romanos 2 como os gentios serão salvos ou condenados sem a lei de Israel, mas cumprindo ou não a lei de Deus nos seus corações/mentes!
e. Qual é a esperança dos gentios? Uma pessoa salva neste período dispensacional tem como elemento base a sua esperança, que assenta, essencialmente, na fé às palavras de Deus que lhes fora dirigida, e podemos resumi-las no seguinte:
(1) Encher a terra (Génesis 1:26-28; 3:16-19; 9:1).
(2) Os justos [gentios] serem servos dos justos [judeus] (Isaías 14:1-3).
(3) Os justos [gentios] estão sob a autoridade de Israel económica, religiosa e politicamente (Isaías 2:1-3; 60:1-16; Zacarias 8:13, 22, 23; Apocalipse 21:24-27).
(4) Para passar a eternidade (vida eterna) em uma terra perfeita e justa (Job 14:12-15; 19:25-27; Apocalipse 21:24-27). Nota: Job esperava ser ressuscitado quando? Ver: Job 14:12-15, quando os céus e a terra não serão mais como está, ou seja, após o milênio.
3. A Dispensação de Israel:
a. Iniciada na chamada de Abrão. Neste ponto, Deus fez dividiu a humanidade em "duas". Este é um ponto importante. Devemos ter em mente que agora existem numericamente dois grupos distintos de homens/famílias. Deus está agora a lidar com o homem na base da distinção entre a circuncisão e a incircuncisão. Deste ponto em diante, todas as profecias falam da salvação dos gentios através de Israel. Veremos mais adiante que, em contraste com este propósito, o "mistério" é a formação de um só corpo pela remoção desta distinção.
b. Algumas características da dispensação (circuncisão) de Israel:
(1) Abrão foi chamado por Deus, que lhe mudou o nome para Abraão (Génesis 2:1-3).
(2) Deus deu-lhe o sinal da circuncisão (Génesis 17:9-14).
(3) Israel (os da circuncisão) são o canal de bênção para o resto da humanidade (os da incircuncisão). Génesis 12:3 diz: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”; e: 7 “em ti todas as famílias da terra serão abençoadas”. Os da incircuncisão manifestam a sua salvação através do reconhecimento de posição especial dos judeus como mestres e como canal de bênção.
(4) A promessa de Deus a Abraão e aos seus descendentes consiste numa localização geográfica específica (Terra de Canaã) sobre a terra, como a sua morada eterna (Génesis 17:8). A esperança de Abraão e da sua descendência não é o céu. Esta promessa de Deus a Abração e à sua posteridade é incondicional, absolutamente segura para a eleição de Israel.
c. A partir da chamada de Abraão em diante, os gentios são vistos em relação à subordinação administrativa de Israel. Todas as profecias sobre o reino eterno de Israel visualizam os gentios salvos em uma posição de subordinação a Israel. Os gentios são vistos como sendo abençoados com a elevação de Israel.
d. Qual é a esperança de Israel? Uma pessoa salva na dispensação judaica tem como elementos de sua esperança os seguintes pontos:
(1) Os Israelitas nascidos de novo (judeus espiritualmente) possuem gentios nascidos de novo:
(A) Pessoalmente os judeus serão “senhores/mestres” dos gentios (Isaías 14:1-3).
(B) No plano político os judeus serão os líderes das nações/suprema: Amos 9:9-12; Isaías 60:1-16; Isaías 19:23-25; Joel 3:1. Os crentes judeus vitoriosos governarão nas suas cidades (Lucas 19:17-19), conforme Isaías 54:3.
(C) Espiritualmente, como nação / profético, será uma nação sacerdotal. Os judeus ensinarão a Palavra de Deus aos gentios e farão os sacrifícios para os gentios. Serão o elo de ligação dos gentios e Deus (Isaías 2:1-3; 19:23-25; Romanos 11:24-26; Zacarias 8:3, 13, 22, 23; 14:16-19; Génesis 12:3; 18:18, 22:17-18; 26:4; 28:14; Êxodo 19:5, 6; Ezequiel 40-46. Ver a Nova Jerusalém que tem doze portas, que são as doze tribos de Israel (Apocalipse 21:12).
(2) Sobre a Terra: Ressuscitarão depois de cumpridas os 70 sábados de Daniel (antes do milênio): ver acima Escrituras, além de Génesis 17:8; II Samuel 7:16; Job 19:25-26; Isaías 9:6-7; Jeremias 23:5-6; Salmo 25:13; 37:9, 11, 18, 22, 28, 29 (cf. Mateus 5:5); Ezequiel 37:21-22; Salmo 101:8; Ezequiel 47:13-48:35; Daniel 2:35, 44; 7:14; 12:11-13.
(3) Em perfeita e justamente subjugação aos santos Anjos eleitos de Deus.
4. A Dispensação do Corpo de Cristo:
É o assunto do grande mistério revelado a Paulo (Ver adiante: “O Mistério”).
a. A dispensação do “Corpo de Cristo” foi iniciada com a chamada de Saulo de Tarso (Atos 9).
b. Qual é a esperança do “Corpo de Cristo”? Assentado conjuntamente com e em Cristo (Assim no grego em Efésios 2:6) reinando sobre os anjos. Ressuscitado, ascendido e glorificado no “Trono de Deus” com Cristo acima nos “epi-céus” em “Christus”, antes de ser iniciado o último Sábado dos 70 Sábados da Profecia de Daniel capítulo 9.
5. Resumo das Dispensações: A hierarquia administrativa completa dos eleitos de Deus:






IV. QUAL É A DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO?
Textos:
A. Romanos 16:25-26; Efésios 3:3-9 (cf. Efésios 2:11-16; Colossenses 2:11-18); Colossenses 1:23-28; Gálatas 1:8-12; 2:1-2; Efésios 4:4-6.

B. Temos visto o que significa uma dispensação. Vamos agora analisar o seu sentido com a palavra "mistério".
1. A palavra grega não significa algo "misterioso", “desconcertante” ou “difícil de entender”.
2. A palavra tem dois significados, o segundo, que é derivado do primeiro.
a. O principal significado, é algo que é desconhecido a menos que seja revelado. Assim, a ideia básica é de um "segredo". Um segredo que é compreensível, mas desconhecido a menos que alguém diga ou revele o seu segredo. Um mistério no seu uso bíblico é algo não revelado, mas quando é revelado o mistério é cognoscível. Exemplos:
(1) Os segredos do Reino de Israel: Mateus 13:11; Marcos 4:11; Lucas 8:10.
(2) A Dispensação do Mistério/Segredo (Corpo de Cristo) revelado a Paulo: Romanos 11:25 e 16:25; I aos Coríntios 15:51; Efésios 3:3, 4, 9; Colossenses 1:26, 27.
(3) Estas referências mostram que absolutamente nenhuma noção de ambiguidade está implícito na palavra “Mysterion”.
b. Um segundo significado do termo “mysterion” é um "símbolo". O símbolo é compreensível, mas precisa ser revelado para a importância simbólica ser conhecida. Exemplos: Revelação 1:20; 17:5, 7.
3. Os usos bíblicos confirmam isso: Em cada um desses casos, o mistério é algo desconhecido até ser revelado.
a. Romanos 16:25. Essa passagem é uma das mais claras.
(1) O texto grego: "Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu Evangelho, e a pregação de Jesus Cristo, segundo a revelação do mistério mantido oculto durante os tempos das eras".
(2) Paulo chama este mistério/segredo de sua "boa notícia" (o evangelho).
(3) A passagem usa duas palavras para enfatizar o facto de que o evangelho de Paulo era completamente desconhecido, não revelado de forma alguma nas Escrituras Hebraicas: "O segredo mantido oculto".
b. Efésios 3, diz: "… 3Como por revelação me foi dado a conhecer a mim o mistério; … 4(como antes eu escrevi em poucas palavras, pelo qual, quando ledes, podeis entender a minha compreensão do mistério de Cristo) ... 9 E demonstrar a todos qual é a dispensação do mistério, que desde o 10 início dos séculos esteve oculto em Deus, que criou todas as coisas através de Jesus Cristo:
c. Colossenses 1: "25 Da qual [Igreja] estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me é dado para vós, para cumprir a palavra de Deus; 26 o mistério que esteve oculto nas eras e das gerações, mas agora foi manifesto aos seus santos…"

C. Características da Dispensação do Mistério:
1. Foi um segredo realizado em silêncio: Romanos 11:25; 16:25, 26; I Coríntios 15:51; Efésios 3:3, 4, 9; Colossenses 1:26, 27.
2. O "mistério" não é a salvação dos gentios. A salvação dos gentios é conhecida em todas as Escrituras. Os Gentios, na dispensação anterior, eram salvos por confessar a sua submissão a Israel, com todas as suas inerentes condicionantes. E, embora os gentios fossem salvos, não eram iguais administrativamente aos judeus. Exemplos:
a. Os Ninivitas no livro de Jonas: receberam a salvação através do ministério de Jonas.
b. Mateus 15:26-28. Cristo sustenta a distinção entre judeus e gentios (v. 26, Cristo responde aos argumentos da mulher com: “... Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”. Os filhos são os da circuncisão. Os cachorrinhos são os da incircuncisão.) A mulher cananeia confessa que é como um “cachorrinho” em relação a Israel e, em seguida ela recebe a bênção.
3. O mistério consiste em retirar de entre os judeus e dos gentios seres humanos e fazer deles uma nova criação em Cristo glorificado, como cabeça da Igreja “Corpo de Cristo”. Podemos dizer que, enquanto humanos são judeus e/ou gentios, mas, no propósito de Deus, são “uma nova criação”, ao fazerem parte do “Corpo de Cristo” glorificado:
a. Efésios 3:6, 7 diz: "Que os gentios são co-herdeiros e cos membros do mesmo corpo e coparticipantes da mesma promessa em Cristo, pelo evangelho, do qual fui feito ministro..." (Texto grego).
b. Efésios 2:11-16:
(1) A parede de separação é a divisão entre judeus e gentios, entre a circuncisão e a incircuncisão;
(2) A parede de separação assentava nas ordenanças que fazia uma distinção entre a circuncisão e a incircuncisão e criava uma "Alienação" propriamente dita ou "inimizade".
(3) A parede de separação foi removida, fazendo a paz entre estas duas famílias.
(4) Os judeus estavam perto de Deus (a nação agora favorecida); os gentios estavam longe e separados…
(5) Como resultado da remoção do muro de separação, os dois povos foram feitos um.
c. No programa profético os gentios serão abençoados pelos judeus. Os gentios receberão o ensino dos estatutos de Deus por meio dos judeus. Ou seja, os gentios serão abençoados com a elevação ou engrandecimento de Israel.
d. No “Corpo de Cristo”, todos os povos (indivíduos) são iguais. Os “Gentios” agora têm a oportunidade de serem abençoados com a queda de Israel. O registo da queda de Israel e da transição para o Corpo de Cristo é feito no livro de Atos. Não esquecer que o relato da epístola chamada de “Atos dos Apóstolos” é uma perspetiva humana e não a revelação do processo de alteração dos programas de Deus como foi revelado a Paulo e por Paulo, como o despenseiro do Grande Mistério de Deus; Além disso, Atos foi escrito por um judeu e para os judeus, na espectativa do reatamento da Profecia em seus dias (antes de Paulo chegar a Roma). Atos, à semelhança das epístolas judaicas, designadamente de Hebreus, Tiago, Pedro, João e Judas, está direcionado para os crentes da grande tribulação, ou seja, que viverão no 70º Sábado de anos da profecia de Daniel 9. Esses crentes viverão os dias de Atos no inverso: serão judeus nascidos no período da graça, mas que se converterão após o arrebatamento da Igreja “Corpo de Cristo” com o evangelho do Reino (Apocalipse 7) e reatarão o programa Profético de início de Atos.
4. Dispensação do Mistério revelado e entregue a Paulo completa a palavra de Deus (Colossenses 1:26-27);
5. A dispensação do Mistério foi revelada exclusivamente a Paulo (Gálatas 1 e 2: Efésios 3:1-5,9; Colossenses 1: 26, 27) e, depois, por ele, aos seus colaboradores, que trataram de o divulgar no meio do povo de Deus… porque é uma revelação restrita aos santos.
6. Esperança do Corpo será concretizado eternamente (nas Eras futuras) no céu e não na terra (Efésios 2:6; Filipenses 3:20 e Colossenses 1:5).
7. Entramos na nossa esperança no "arrebatamento" antes do septuagésimo sábado de Daniel 9 (I Tessalonicenses 4:13 - 5:11; II Tessalonicenses. 2:1-12).
8. Os Princípios Administrativos:
a. O Corpo de Cristo reina sobre os anjos (I Coríntios 6:3; Efésios 2:6; Efésios 5:5; I Coríntios 6:9; Colossenses 1:13; II Timóteo 2:12; 4:18).
b. O Corpo de Cristo não é cerimonial: a obra de Cristo na cruz para o Corpo aboliu a distinção judeu-gentio, os decretos relacionados e as cerimônias. O Corpo de Cristo está completo em Cristo para além de todas as observâncias cerimoniais (Efésios 2:14-16; 4:5; Colossenses 2:10,14,18; Gálatas 4:8-9).
c. Por isso, a vida dos membros do “Corpo de Cristo” deve ser igual, neste aspeto, como a que Cristo vive na glória: Romanos 14:17 – justiça, paz e alegria; Conforme Efésios 1:4, 4:24 e 5:27 – “Santa e Irrepreensível”; Efésios 4:1-4 e 32: «com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor…»; «Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou»; Colossenses 3: «12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. 13Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. 15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos». Ou seja, nada de cerimónias ou formalismos, mas em liberdade e moralidade espiritual, revelando o aspeto espiritual de Cristo como está na glória e como nos apresentará na glória!


V. QUANDO COMEÇOU A DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO?
A. Salientamos a referência feita à “Imutabilidade das Esperanças”. A dispensação do Mistério” não começou em Atos 2. A Igreja, o Corpo de Cristo, não poderia ter iniciado em pleno funcionamento do programa profético e em que estavam a decorrer o cumprimento das profecias (Atos 2:16 e seguintes). Se assim fosse teríamos Pedro, com uma esperança terrena sendo feito um membro do Corpo, que tem uma esperança celestial. Isso estaria contra o que Pedro afirmou (II Pedro 1:19 e 3:13), mesmo depois de ter conhecimento da revelação da dispensação do Mistério revelado a Paulo (II Pedro 3:15-16).

B. Os acontecimentos descritos em Atos 2 são o cumprimento das profecias destinadas a Israel e para Israel.
1. Enquanto não há um Estado de Israel, há uma distinção entre judeus e gentios, portanto, não poderia existir um “Corpo de Cristo” místico sem esta distinção. Portanto, Atos 2 não é o nascimento da igreja “Corpo de Cristo”.
2. Os eventos descritos em Atos 2 são assunto da profecia:
a. Atos 3:21 diz: "A quem o céu retém até aos tempos da restauração de todas as coisas, que Deus tem falado pela boca dos seus santos profetas, desde que o mundo começou".
b. Atos 3:24 diz: "Sim, e todos os profetas, desde Samuel e os que lhe sucederam, quantos têm falado, os mesmos predisseram estes dias".
3. O “Mistério” foi realizado em silêncio absoluto desde que o mundo começou. Romanos 16:25 diz: "Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, segundo a revelação do mistério, que foi mantido em silêncio desde o começo do mundo... " [Texto Grego].
4. Resumo: Os eventos descritos de Atos 2 a 9 não estão relacionadas com a dispensação do mistério. O que foi dito ali nada tem a ver com o que foi realizado em silêncio… pois o que ali se diz é que se estavam a viver dias que foram total e claramente revelados pelos antigos profetas.

C. A dispensação do mistério terá começado com o aparecimento / manifestação / revelação do Senhor glorificado a Paulo (Historicamente = Atos 9; formalmente = II Timóteo 1: 10-11; I Timóteo 1: 9-16).
1. As epístolas de Paulo contêm a nova lei, a “Dispensação”, as regras de funcionamento e relacionamento do Corpo de Cristo, a “lei de Cristo” (Romanos 3:37; 8:2; I Coríntios 9:21).
2. Tudo antes da manifestação do Senhor glorificado a Paulo ainda é a dispensação de judeus e gentios, ainda o programa da nação de Israel estava em vigor e havia distinção entre judeus e gentios.
a. Todos os eventos nos Evangelhos e em Atos 2 até Atos 9 são relatos de vivências do programa de Deus para Judeus e Gentios, e não há “Dispensação do Mistério”. Atos 1:4-9 diz que o programa do reino de Israel ainda estava em execução.
b. Em Romanos 15: 8 diz que “Cristo foi ministro da circuncisão por causa da verdade de Deus para confirmar as promessas feitas aos pais”. Assim, todos os eventos nos evangelhos são do programa messiânico e não “Dispensação do Mistério”. Isso inclui Mateus 28:18-20; Marcos 16:15-20.
A chamada "Grande Comissão" e todos os seus comandos são para os doze apóstolos de Israel. É a comissão do Reino messiânico.
c. A "Grande Comissão Messiânica" (Mateus 28:18-20 e Marcos 16:15-20) não é a comissão do “Corpo de Cristo”. A "Grande Comissão Messiânica" não contém as últimas palavras de Cristo. Cristo falou novamente do céu a Paulo e revelou-lhe qual a “Dispensação do Mistério”. A nossa comissão é acompanhar Paulo, obedecendo às palavras que Cristo lhe confiou para nos revelar e que estão reproduzidas nas suas epístolas. A nossa dispensação (lei doméstica ou lei familiar) interrompeu as dispensas anteriores (famílias) e seu desenvolvimento temporal, porque parou o relógio terreno/histórico/profético do mundo. O que Deus está a operar neste momento é atemporal, é da ordem de uma esfera “ETERNA”, supra-celestial, no grego “epouranios” “EPI + OURANOS”, ou seja, epi-céus, ou supra céus… para além dos céus.

D. Explicação Cronologia dos 70 Sábados de Anos de Daniel 9:
1. É verdade e evidente que a nossa dispensação ocupa a diferença cronológica ou o lapso temporal entre os sábados 69º e 70º de Daniel.
2. Mas, a existência de lacuna no último sábado de anos pode ser inteiramente compreendida em termos judaicos, especialmente quando observamos os sábados são reconhecidos no ano sabático, ou seja, as semanas são observâncias cerimoniais de Israel. Se não houver Israel como um povo distinto, em seguida, o "relógio" não pode marcar o tempo.
3. Assim, a lacuna no registro profético para Israel não fornece pistas sobre a dispensação do mistério. A dispensação do mistério foi realizada em total silêncio, conforme dito em Romanos 16:25, até que foi revelado a Paulo. 14
4. E, se duvidas houvesse da existência desse lapso de tempo ou de que o programa profético messiânico está suspenso, João no seu apocalipse diz que falta precisamente sete anos, ou 42 meses e mil duzentos e sessenta dias, e tempo, tempos e metade de um tempo para que a Profecia tenha cumprimentos, ou seja, com a vinda do Rei dos Reis e do Senhor dos Senhores (Apocalipse 11:2; 13:5; 12:14; 11:3; 12:6; Daniel 12:7, 11 e 12).
5. Os textos são claros, mas muitos há que não compreenderão nem aceitarão. Já dizia o anjo a Daniel: «Nenhum dos impios entenderá; mas os sábios entenderão!» (v. 10).



VI. O CONTEÚDO DA “DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO” OU “OS SETE “UNS” DO CORPO DE CRISTO”.
A. Efésios 4: 4-6 diz:
3Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”.

B. E, a unidade espiritual do Corpo consiste em:
4Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5 um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos”.

C. Os sete UNS do Corpo contrasta com os “Sete Múltiplos” das dispensações anteriores:
1. Os “muitos” dos sete da dispensação judaica têm referências em quaisquer textos fora das epístolas de Paulo, tanto no "Antigo Testamento" como no "Novo Testamento". No entanto, há mais indicadores do carácter distintivo do evangelho de Paulo.
2. Um Corpo Vs Muitos Corpos: Em contraste com a revelação do Mistério, a revelação messiânica não se trata de um corpo, mas dois corpos: judeus e gentios. Mas, no Mistério os dois corpos foram feitos um, deixando de haver a distinção étnica.
3. Um Espírito Vs Muitos Espíritos: No “Corpo de Cristo” há um só Espírito, é o “Espírito” de Deus, que faz a ligação direta de Deus a cada um dos membros do Corpo, desde o ato de crer até ao clique da ressurreição (Efésios 1:13-14; 4:30). Mas, em contraste com o “Corpo”, no Reino o programa messiânico é executado através de muitos espíritos, ou seja, através dos anjos eleitos de Deus. Verificamos, por isso, nas escrituras proféticas passadas e para o futuro que a realização da esperança de Israel será através do ministério dos anjos eleitos de Deus.
a. Os anjos são espíritos, referido, por exemplo, em Hebreus 1:13-14.
b. A Administração dos decretos e revelações de Deus foram transmitidos a Israel através dos anjos eleitos de Deus (Atos 7:53; Gálatas 3:19; Apocalipse 1:1, 20; 21:9);
c. As vitórias de Deus para Israel passarão pela intervenção dos anjos eleitos de Deus (Apocalipse 7);
d. Na futura cidade santa o acesso dos gentios passará pela “porta dos anjos” (Apocalipse 21:12);
e. É importante verificar que na experiência do apóstolo Paulo ele recorre a Deus e ao Espírito de Deus para ajudar nas suas fraquezas e não aos anjos/espíritos ministradores (Romanos 8:26-28);
f. Paulo fala de um só mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5), que contrasta com as dispensações proféticas que tinham muitos mediadores, tutores e curadores (Gálatas 4:2; Hebreus 7:23).
4. Uma Esperança/Muitas Esperanças: Na dispensação do Mistério há uma só esperança: a celestial. Mas, nas dispensações proféticas há mais que uma esperança: a esperança dos judeus – de Israel – e a esperança dos gentios. Para mais detalhes ver os gráficos abaixo.
a. A esperança dos gentios é a vida eterna na terra, tendo domínio sobre a terra na apresentação como servos de Israel.
b. A esperança dos judeus é a vida eterna na terra, que regem as nações em submissão às hostes angelicais.
5. Um Senhor/Muitos Senhores: Israel tinha muitos mediadores e senhores. As hostes angélicas são mediadores de Israel. Como Israel tinha muitos senhores, deuses e espíritos, como são designados em toda a Escritura.
a. Resumo: Só o Senhor é Deus por natureza. Quando a Escritura chama a seres criados "deuses" isso significa que eles são "deuses" por comissão, ou seja, nas funções que desempenham e posição que ocupam. É indiscutível que as Escrituras se referem aos seres criados como "deuses".
(1) João 10:34-36 diz: "Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses. Se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser quebrado..."
(2) Moisés é colocado como "deus" diante de Faraó (Êxodo 7:1).
(3) I aos Coríntios 8: 5-6 reconhece a existência de vários senhores e deuses!
(4) Hebreus 2:7 (uma citação de Salmo 8: 5, que no texto hebraico se lê: "um pouco menor do que os deuses" (grego dos LXX, o Salmo 8: 5 traduz: "anjos").
b. Jeová é o "Deus dos deuses", e "Senhor dos senhores", ou seja, Ele é o Deus dos anjos. Ele é o Senhor dos anjos.
c. Os anjos são espíritos, referido, por exemplo, em Hebreus 1:13,14.
d. Há muitos textos onde referem que os anjos são designados e chamado de "senhores" (Daniel 10: 16, 17, 19; 12:8; Zacarias 6: 4).
6. Uma Fé/Muitas Fés (doutrina e prática, não ato de crer, mas o que se acredita): A fé dos gentios e a fé judaica. Todas as seguintes características são continuadas e praticadas em todo livro de Atos pelos judeus e gentios convertidos no período do programa messiânico.
a. A fé dos Gentios (doutrina e prática) inclui:
(1) Sacrifícios (feita através da mediação dos sacerdotes judeus).
(2) Apresentação fiel aos judeus (reconhecimento, submissão e confissão das condições da aliança com Abraão).
(A) Observem que essa apresentação a Israel foi vocalizada pela mulher cananeia a Cristo, e que foi manifestado na sua regeneração. Essa foi a confissão da sua fé gentílica messiânica.
(B) Além disso, Cristo tratou com ela na base da distinção entre judeus (filhos / senhores) e os gentios ("cachorros"), cf. Mateus 15:26-28.
(3) Regras Alimentares (Segundo Génesis 9:3-4, todos os animais são permitidos para alimentos, mas o animal deve morrer por sangramento, não de forma de estrangulamento, pois não são permitidas. Nota: Tiago aplica essa lei para os gentios em Atos 15 (Atos 15:29), no concilio de Jerusalém. Paulo, depois ignora-o para os gentios no seu programa (Gálatas 2:10 e em Colossenses 2).
(4) A fé em Cristo como Redentor.
(5) O batismo com água no programa messiânico.
b. A fé judaica (doutrina e prática) inclui:
(1) A circuncisão;
(2) Os sacrifícios;
(3) O sacerdócio exclusivo (dentro de Israel havia um sacerdócio exclusivo e, além disso, todo judeu é sacerdote para os gentios). Por isso é que Israel é chamada de “Nação Sacerdotal”, face ao seu ministério para com os gentios/Nações.
(4) Os regulamentos dietéticos (alimentos proibidos, "kosher", preparação, tipo “preparação da páscoa”);
(5) Dias sagrados de sábados, dias de festas, luas novas (observância de dias, meses e anos);
(6) As festas (Páscoa, Asmos, Primícias, Pentecostes, etc., etc.)
(7) Os batismos ou lavagens diversas sagradas, incluindo o batismo messiânico e o batismo de arrependimento / batismo para perdão de pecados;
(8) A fé em Cristo como Redentor, etc.
c. Claro que nos tempos passados havia dois tipos de fé; agora há um só corpo de doutrina (Romanos 6:17; Gálatas 3:25; Efésios 4:13; Colossenses 1:23; I Timóteo 1:19; 3:9).
7. Um Batismo/Muitos batismos: Hebreus 6:1-2 fala da “doutrina dos batismos” ou lavagens. De facto, o programa messiânico estava cheio de batismos e de lavagens:
a. O batismo interior (regeneração).
b. Os diversos batismos da lei mosaica (Hebreus 9: 10). Vejamos alguns dos batismos de Moisés:
(1) Identificação com o sacerdócio: a indução (Êxodo 30:17-21; 40:12; Levítico 8: 6).
(2) As lavagens contínuas das mãos e dos pés dos sacerdotes, antes do ministério sacerdotal (Êxodo 30: 18-21; 40: 30-32).
(3) Os batismos do Dia da Expiação (diversas lavagens – Levítico 16: 4, 24, 26, 29).
(4) Os batismos das Casa (Levítico 14:48-53).
(5) Os batismos dietéticos (dos alimentos – Levítico 11:23-28; 17:23-28; 22: 6; Hebreus 9:10).
c. O batismo de Israel em Moisés (Libertação do Egipto – I Coríntios 10: 2).
d. Os batismos Carismáticos [João 20:23; Atos 2:4 (cf. Atos 1:15; Lucas 24: 49); Atos 2:37-38; Marcos 16:17, etc.].
e. O batismo messiânico com água (batismo de arrependimento para remissão dos pecados) começou com João Batista, para manifestar o Messias a Israel, chamando-os ao arrependimento (João 1:25,31; João 4:1,2; Mateus 28:19,20; Marcos 1:3; Lucas 3:3 (cf. Mateus 2:6,11 e Atos 13:24); Mateus 21:25-27; Marcos 16:16; Lucas 7:30; I Pedro 3:21; Atos 2:37-38).
f. Atos 2:38 é uma passagem chave que conjuga três destes muitos batismos praticados por Israel. O batismo Interior (implícito, uma vez que se trata das questões do arrependimento para regeneração), o batismo messiânico para remissão de pecados e, finalmente, a experiência do batismo do espírito carismático nos sinais milagrosos. Todos os três estão necessariamente unidos no programa messiânico (Marcos 16:16-18; I Pedro 3:21; etc.)
8. Um Deus/muitos Deuses. Ver ponto 5, supra.

D. A unidade essencial do corpo é que é numericamente uma singularidade em cada uma dessas sete áreas, que está, por sua vez, assente no facto de que o “Corpo” tem apenas UMA UNIDADE em cada uma das suas sete áreas espirituais fundamentais – áreas em cada um dos quais o Reino de Israel tem muitos.
1. O facto de cada um é numericamente enfatizada por:
a. Contrasta com o que Paulo refere ter sido desfeito com a obra de Cristo para o “Corpo”: desfez os dois numericamente (o "dois", "o muro de separação") das dispensações anteriores. Israel estava "perto", os gentios estavam "longe":



b. E o organismo do “Corpo” é numericamente uma unidade ("Corpo", "Um novo homem"):

  


E. Os Sete UNS são NOSSA FÉ, Corpo de Doutrina:
1. Eles descrevem os aspetos fundamentais da salvação do “Corpo”, a sua esperança, a posição, a doutrina e a sua unidade essencial. O que poderia ser acrescentado mais à FÉ?
2. A unidade do Corpo está baseada na sua unidade essencial (versículo 3 de Efésios 4), que por sua vez, está baseada nos SETE UNS. Somos obrigados por instruções de Paulo a “esforçarmo-nos em preservar esta unidade essencial”, entre os membros, que é a “paz da obra de Cristo” (Efésios 4:3, conforme 2:13-17), segundo a revelação da unidade da fé (Efésios 4:13). Ver, ainda, Efésios 3:8 e I Coríntios 11: 1.
3. Os sete UNS compõem a unidade doutrinal do Corpo a que somos ordenados a guarda ou manter inalterado, genuíno como foi revelado ao apóstolo Paulo e como ele nos transmitiu. As outras dispensações têm a sua unidade doutrinária também, mas essas não são a nossa unidade doutrinária.
4. Efésios 4:3 diz: “Esforçai-vos (apressai-vos/diligenciai) a manter a unidade do espírito pelos tendões / ligamentos da paz". [Texto grego]. "A paz" é o artigo de referência anterior e remete para a paz de Efésios 2:11-16.
F. Os Sete UNS como referencia doutrinária completa para o “Corpo”.
1. Corpo não tem divisões étnicas qualquer, ou seja, o UM CORPO é completamente não-étnico (este é o ponto de Paulo em Efésios 2:11-16), pelo que é:
a. de uma doutrina e regra de fé, ou seja, de uma fé.
b. de uma única esperança, que é celestial e não terrestre.
2. Os sete UNS são a única fé do “CORPO”. Mesmo sendo um conjunto de doutrinas para ser confiadas e guardadas por todos os membros do um só corpo.
a. Paulo diz que todos devemos chegar à unidade da fé (Efésios 4:13,14). É essa a meta estabelecida por Deus para todos os santos (Colossenses 1:26 e 29; Efésios 3:9), que significa atingir o conhecimento completo de Cristo na Sua posição celestial como Cabeça da Igreja “Corpo de Cristo”.
b. A doutrina objetiva é a parte de nossa armadura (o escudo da fé – conforme Efésios 6:16).
3. Análise dos componentes dos SETE UNS:
a. Certamente ninguém normalmente pensa que qualquer dos sete significa que há mais do que um.
b. Para enfatizar esta forma numérica, Paulo coloca o UM do Corpo no topo da lista dos sete. Certamente, somos um só corpo, e não dois, há um só Espírito e não dois ou mais espíritos, etc. E há um só batismo, não dois ou mais batismos.
c. Um Corpo:
(1) O Corpo é numericamente um organismo espiritual de crentes – e não dois. Ambos os judeus e gentios são unidos no “Corpo de Cristo”, e eles são membros, em plena igualdade, tanto para a administração como na esperança.
(2) O Corpo de Cristo é um organismo não-étnico ou não racial.
(3) Não há uma parte do corpo que tem um conjunto de leis e uma outra parte do corpo que tem um conjunto diferente de leis. Isso é mais parecido com o cisma denominacional que vemos hoje.
(4) Há diversidade no Corpo (I Coríntios 12:25). Mas, não para haver divisão do Corpo, mas para que a formação e o crescimento do Corpo se façam de forma mais sustentada e desenvolvida. Por isso, não devemos dividir o Corpo, ou seja, ir além do que está ensinado (Não guardar um outro “corpo” ou “organização”, tipo batismo extra, por exemplo, ou travar uma luta entre o Corpo e o corpo de organizações denominacionais ou similares, tipo “Irmãos”, “Presbiterianos” ou “Batistas”).
d. Um Espírito: o corpo tem um espírito, o Espírito Santo, não muitos espíritos (anjos). O Corpo de Cristo é superior aos anjos (senhores, deuses, espíritos).
e. Uma Esperança: O corpo tem uma só esperança. Cada membro do corpo tem a mesma esperança.
f. Um só Senhor: o corpo tem um só Senhor, o Senhor Jesus Cristo, não muitos senhores (anjos). O Corpo de Cristo é superior aos anjos (senhores, deuses, espíritos).
g. Uma Fé: Todos os membros do Corpo de Cristo devem confessar e guardar um corpo de doutrina – não uma fé, a doutrina e a prática de uma parte do corpo e um tipo diferente da doutrina de fé e prática para a outra parte do corpo. Esta observação é mais um retrato do cisma denominacional no corpo que vemos na cristandade. A única fé é descrita pelos sete. Esta UMA FÉ consiste em:
(1) Exclui cerimónias, ritos e rituais:
(A) não tem lavagens religiosas (batismos) para o corpo (I Coríntios 1:17).
(B) não tem nenhuma cirurgia religiosas (circuncisão) para o corpo (Gálatas 5:1-4).
(C) ausência de regulamentação de alimentos para o corpo.
(D) não observa dias sagrados como sábados, dias santos, dias de festa, etc. (Gálatas 4: 8-9; Colossenses 2:16-18).
(E) não há homens sagrados ou consagrados, comportamento não-normativo para fins religiosos específicos.
(F) não há vestimentas sagradas e comuns, tipo mitras, véus, etc.
(G) não tem lugares sagrados como templos, altares, montes santos, etc. Hoje devemos invocar a Deus em todo o lugar (I Timóteo 2:8);
(H) não há símbolos, figuras ou sombras sagradas a serem observadas como instrumentos de comunicação de Deus ao homem, como cortinas, crucifixos, brincos, gravuras, etc. Deus não se manifesta em símbolos, mas pela Sua Palavra (II Timóteo 3:16).
(I) não há sinais como formas de manifestação de Deus. Sabemos que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus, dos que são chamados segundo o seu decreto…” (Romanos 8:28).
(J) Não há dons ou formas especiais de manifestação de Deus, já que a revelação de Deus já está concluída e a Escritura completada e inspirada de Deus é que é o instrumento de ensino de Deus para o Corpo (II Timóteo 4:17; 3:16).
(2) Exclui submissão a sacerdotes. Não há nenhum sacerdote / mediador no âmbito do Corpo, ou seja, nenhuma parte do corpo é exclusivo de um grupo de sacerdotes que fazem a mediação em nome de outra parte do Corpo. O Corpo de Cristo tem um só mediador: Cristo (I Timóteo 2: 5). Nem há qualquer membro no corpo que seja superior a alguma outra parte do Corpo.
(3) Todas as práticas acima referidas eram diferentes para os judeus e gentios, em tempos passados. A remoção da distinção étnica de judeu e gentios implica a remoção das práticas distintas!
h. Um Batismo: Romanos 6:3-5; I Coríntios 1:17; 12:13; Gálatas 3:27; Efésios 4:5; Colossenses 2:12; Tito 3:5. O Corpo de Cristo tem apenas um só batismo, aquele que é operado pelo Espírito Santo no UM CORPO, para “formar o um Corpo” (I Coríntios 12:13), que deve ser confessado e vigiado.
(1) O batismo é uma regeneração interior = circuncisão interior = batismo interior, Colossenses 2:11-12. Estamos completos em Cristo para além de todas as cerimônias, Colossenses 2:10.
(2) O batismo da água – seja o messiânico ou o mosaico, não são batismos carismático para realizar sinais miraculosos.
(3) Tanto o batismo na água como o batismo messiânico e carismático funcionavam como sinal para Israel. A cessação do batismo com água e o batismo carismático (I Coríntios 13:8-12) é outra consequência da obra que “dos dois foi feito um”.
i. Um Só Deus e Pai. O Corpo tem um único Deus, o Pai, não muitos deuses (anjos superiores). O Corpo de Cristo é superior a todos os anjos em todas as hierarquias de seres celestiais (senhores, deuses, espíritos).



VII. CONCLUSÕES
A. Nós examinamos a ideia bíblica de uma dispensação. As dispensações são identificadas pela sua esperança imutável revelada nas Escrituras.
B. Analisamos sucintamente as três Esperanças nas Escrituras. Portanto, existem três dispensações, ou seja, três corpos de doutrina distintos para as três famílias humanas: gentios, judeus e Corpo de Cristo.
C. O Corpo de Cristo era um segredo desconhecido para o mundo, terreno e celestial, até que Cristo o revelou ao apóstolo Paulo.
D. A “Dispensação do Mistério de Deus” completou a revelação de seu plano para TODA a criação.
E. O Corpo de Cristo é aquela porção de humanidade redimida que constitui um novo homem, formado a partir da remoção do muro de ordenanças (entre a circuncisão e a incircuncisão). Implicações:
1. Corpo não tem quaisquer divisões, sejam étnicas, de género, de posição social ou de idade, ou seja, o UM CORPO é completamente não-étnico (este é o ponto de Paulo em Efésios 2:11-16 e Colossenses 2:11-18). Assim, o Corpo tem:
a. Uma doutrina e um único corpo de doutrina próprio, ou seja, uma fé.
b. Uma esperança, e que não é terrena.
2. Os outros sete UNS da doutrina formam a unidade da fé do Corpo. O mesmo conjunto de doutrinas para ser aceite e guardado por todos os membros do “Um Só Corpo”. Esta é a unidade que está à nossa guarda e é a unidade da fé para a qual estamos a lutar incansavelmente para alcançar. Ignorar essa verdadeira unidade, ou indo além dos ensinos em que consiste os SETE UNS da UNIDADE DO ESPÍRITO com práticas que não se coadunam com a sua natureza produz cismas no Corpo; ignorando essa unidade por truncamento leva a uma falsa unidade ("ecumenismo").