A verdade de "Cristo em vós a esperança da glória" é que fortalece a nossa caminhada neste mundo. Estar "mortos para o pecado" provê
a necessária liberdade do domínio e influência do pecado; ser "vivos para Deus"
provê a capacidade de usar essa liberdade para produzir "os frutos da
justiça, que são por Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus" (Filipenses 1:11).
Gálatas 4: 1-7 demonstra que a diferença básica entre uma
criança e um adulto é a questão da liberdade. O que uma criança é obrigada e
forçada a fazer, um adulto faz voluntariamente. O que uma criança faz com medo,
um adulto faz em liberdade.
A liberdade é uma coisa extraordinária. Embora a expressão possa ser usada com
demasiada frequência, quando é usada para o propósito pretendido, dentro dos parâmetros do ensino da graça de Deus, a liberdade em Cristo é o nosso bem espiritual mais valioso.
Existem dois aspectos
para a liberdade: “liberdade de” e “liberdade para”.
Pela graça de Deus, fomos libertos do pecado - tanto de
sua condenação quanto de seu controle. Livre de culpa e vergonha. Livres dos
impulsos e tendências que nos puxam para baixo e que não conseguimos parar quando estamos cativos
do pecado. Livres da tirania das expectativas, opiniões e exigências dos
outros. Mas isso não é tudo, longe disso.
A graça de Deus também nos libertou para o serviço. Somos livres para obedecer, livres para o amor, livres para
perdoar os outros, assim como a nós mesmos, livres para servir e glorificar a
Cristo, livres para viver como membros adultos da família de Deus.
Quando chegamos a apreciar a liberdade de nossa filiação,
reconhecemos que somos livres para fazer voluntariamente aquilo que antes
fazíamos com medo. Como adultos, podemos aplicar voluntariamente a sabedoria de
Deus aos detalhes de nossas vidas, tomando decisões baseadas na palavra de
Deus. Deus é certamente glorificado quando os crentes dão os frutos da sua
justiça em Cristo. Esses "frutos da justiça” são, por Jesus Cristo, isto
é, a justiça que é aplicada em nós pela Palavra de Cristo. Esta é a diferença
do tipo de conduta das religiões, das denominações, do mundo e da carne, que
podem ser semelhantes quanto à forma e manifestação, mas não são vividas com o entendimento e consciência da
Palavra de Cristo, a revelação do Mistério - não é serviço em espírito para Deus, como Paulo vivia e ensinava.
Há literalmente uma rutura do caráter justo de Deus no estágio
da história humana através da vida dos crentes que carregam esses frutos. Isto
é, naturalmente, o resultado da "palavra de Deus que efetivamente opera em nós os que cremos" (1 Tessalonicenses 2:13). Nós nunca
poderíamos fazer isso por nossas próprias ações, não importa quão bem
intencionadas. Assim como uma macieira produz maçãs por causa da vida que há
nela, também o crente produz os frutos da justiça por causa da vida/espírito/palavra de Cristo
que está em nós pela revelação do Mistério.
Quando Paulo diz: "É Deus que opera em você o querer e o
fazer segundo a sua boa vontade (palavra da vida)" (Filipenses 2:13), ele está se referindo
ao espírito de Deus trabalhando no interior do crente através da Sua
Palavra.
Nosso serviço não nasce de uma restrição externa ou necessidade,
mas é o resultado da vida de Cristo em nós, trabalhando através dos membros de
nossos corpos, enquanto aplicamos voluntariamente a sabedoria de Deus aos
detalhes de nossas vidas. Assim é que "a vida de Jesus também pode se
manifestar em nosso corpo" (II Coríntios 4:10).
A liberdade da graça de Deus para nós em Cristo vai muito além
do que Ele tem e está fazendo por nós. Ele prossegue na manifestação do que Ele
está fazendo por Si mesmo através de nós, pois somos a "Sua (própria) obra, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus antes preparou
para que andássemos nelas" (Efésios 2:10).
Vemos muitos ensinadores falarem alguma coisa desta matéria, mas verificamos nos pormenores que o que dizem é mais decorado do que vivido; e isso, é demonstrado nas suas próprias vidas, pela forma como revelam ciumes, ódios, invejas, dissensões e divisões, que, não obstante poderem ser crentes, o domínio do pecado ainda exerce a influência e a graça ainda não fez a sua obra completa nas suas vidas. Essa é a diferença em fazer as obras da graça pela forma e a vida que se extrai da revelação da "dispensação da graça", que é vivida em serviço para Deus em espírito (Romanos 1:9 com 12: 1-2 e Filipenses 3: 3). Falam como papagaios, sem saberem bem o que dizem nem experimentarem isso em suas vidas, e não como adultos de Deus!