A generalidade os
estudiosos das escrituras insistem em lavrar em erro na definição que dão ao
sentido da “Dispensação da Graça de Deus” e a razão se deve simplesmente ao
facto de serem negligentes ao estudo do tema, especialmente no sentido que é
dado pelo dispenseiro da mesma graça de Deus, que foi o apóstolo Paulo (Efésios
3:1-3). Outra das causas se deve ao facto de assumirem como definitivo o
sentido herdado que tem sido dado à palavra e ao tema sem nenhum
questionamento. Por isso, a nossa tarefa neste pequeno estudo começará por
desmontar os erros que têm sido cometidos neste tema e coloca-lo
definitivamente no lugar que deve ter: o sentido dado pelo seu autor.
I. SUMÁRIO:
Este estudo vai-se
desenvolver numa introdução à Dispensação do Mistério e definir o quadro para
as seguintes questões: Os tópicos específicos incluirão: (1) Qual é a definição
bíblica de uma dispensação. (2) Quais são as dispensações nas Escrituras. (3)
Qual é a dispensação do mistério. (4) Quando foi que a dispensação do mistério
começou, como é a quem foi revelada? (5) O Conteúdo da Dispensação do Mistério:
Os sete UNS de Efésios 4:4-6 como o quadro completo das doutrinas para o Corpo
de Cristo. (6) A Dispensação do Mistério e outras Dispensações.
A. Introdução.
B. O que é uma
dispensação? Seu uso das Escrituras.
C. Quais são as
dispensações nas Escritura?
D. Qual é a dispensação
do mistério?
E. Quando é que a
dispensação do mistério começou?
F. Os Sete UNS do ser do
Corpo de Cristo.
II. INTRODUÇÃO
A. Este estudo
destina-se a introduzir e a fundamentar vários outros estudos acerca da mesma
matéria. Sem as bases dificilmente o crente chegará à compreensão plena da
verdade do Mistério.
B. Nós não seremos
capazes de cobrir cada um destes temas em profundidade.
C. Vemos em Efésios 3:9
–
"E
para esclarecer tudo acerca da dispensação do mistério, que foi mantida
escondida dos séculos em Deus, que criou todas as coisas através de Jesus
Cristo" [Texto Grego].
1. Paulo aqui diz que
foi a sua divina incumbência de "fazer ver a todos" (esclarecer) o
que é a dispensação do mistério [Gr. “photizo” (Strong 5461), “iluminados”,
conforme 1:18 e II Timóteo 1:10. Está é a resposta a 1:18]. Sublinhar “a
todos”, conforme anteriormente referido: os membros do Corpo, “todos os santos”
(Colossenses 1:26, 28), e a “todos (os salvos) que venham ao conhecimento da
verdade” (I Timóteo 2:4).
2. É lamentável que
quando perguntamos à maioria dos cristãos o que é a dispensação do mistério,
muito provavelmente obterá uma resposta silenciosa!
3. Várias coisas são
relevadas no texto. Paulo afirma que:
a. O tema é a
"dispensação do mistério";
b. Sua tarefa é
"esclarecer", “trazer à luz”, conforme 1:18, com a ideia de 5:13 a
18.
c. Tem sido mantido
escondido durante todas as Eras, que
o mundo passou… ou seja, desde a fundação da criação!
“Durante todas as Eras”: “A fórmula ἀπὸ τῶν αἰώνων ocorre no
NT apenas aqui e em Colossenses 1:26; as formas ἀπὸ αἰῶνος e ἐκ τοῦ αἰῶνος
também ocorrem, o primeiro em Lucas 1:70 e Atos 3:21, e o último em João
9:32. Significa literalmente "dos tempos", "dos períodos
mundiais", isto é, desde o início, ou desde que o mundo começou.
É distinguido de πρὸ τῶν αἰώνων (I Coríntios 2:7), em que o decreto
divino foi formado antes que as eras do mundo começassem; A manutenção
desse decreto escondido foi desde que as eras do mundo começaram, ou
seja, "desde o início das eras, quando os seres inteligentes de quem
poderia ser escondido foram chamados a existir" (Ell – In “Expositor do NT
Grego”).
4. Que a dispensação
do Mistério, vulgo, a dispensação da graça, foi revelada exclusivamente a Paulo
e nunca a outros que eram apóstolos antes dele:
a. Efésios 3:3 diz:
"Como
por revelação me foi dado a conhecer [a mim Paulo] o mistério..."
b. Gálatas 1:11-12
diz:
“Mas
faço-vos, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os
homens. Pois eu não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado, mas pela
revelação de Jesus Cristo”.
c. Gálatas 2:1-2
diz:
“E
catorze anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também
comigo Tito. E subi por uma revelação, e lhes expus o evangelho que prego entre
os gentios, e mais em particular aos que estavam em destaque, para que de algum
modo não estivesse correndo ou não tivesse corrido em vão”.
d. Colossenses
1:25-26 diz:
“Pela
qual [Igreja, “corpo de Cristo”] eu estou feito ministro segundo a
dispensação de Deus, que me foi dada para convosco (gentios), para completar a
palavra de Deus; o mistério que esteve oculto dos séculos e das gerações, mas
que agora foi manifesto aos seus santos” [Texto Grego].
e. Romanos 16:25
diz:
"Ora,
àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação
de Jesus Cristo, de acordo com a revelação do mistério, que foi mantido em
silêncio desde que o mundo começou..." [Texto Grego]
5. Duas perguntas
precisam ser feitas:
a. O que é uma
dispensação?
b. O que significa o
mistério?
III. O QUE É UMA
DISPENSAÇÃO? USOS NAS ESCRITURAS.
A. Termo bíblico: A
palavra "dispensação" no português e na versão JFA é a tradução do
termo grego oikonomia (Oikonomia), que é a raiz da palavra portuguesa
"economia". A palavra grega é uma junção de duas palavras gregas “oiko” (Casa) + “nomo” (Lei). Assim, e literalmente, o
sentido da palavra é “LEI DA CASA”. A ideia subjacente à palavra dispensação é
a de um lar com uma lei de gestão ou administração familiar. A concordância
completa da palavra “oikonomia” (Oikonomia) na família é a seguinte:
1. A forma
substantiva “oikonomia” (Oikonomia), i.e., regra doméstica, mordomia,
conforme Lucas 16:2, 3, 4; I Coríntios. 9:17; Efésios 1:10, 3:2, 9; Colossenses
1:25; I Timóteo 1:4. Ou seja, as regras, as instruções com que uma casa se
gere.
2. A forma
substantiva “oikonomo” (Oikonomos), i.e., um mordomo: Lucas 12:42; 16:1,
3, 8; Romanos 16:23; I Coríntios 4:1, 2; Gálatas 4:2; Tito 1:7; I Pedro 4:10.
Ou seja, o mordomo, o gestor, aquele que dá instruções ou comunica as
instruções superiores para os demais criados ou membros da família.
3. A forma verbal “oikonomew”
(Oikonomeo), i.e., governar, gerir, conforme Lucas 16:2. É a gestão
propriamente dita.
B. A ideia de uma dispensação é semelhante à de um
grupo de pessoas que se organizam para um objetivo. Eles escrevem uma
Constituição que, geralmente, contem as regras que regerão essa organização… no nosso caso,
o organismo espiritual:
1. Por que a
organização existe e seus objetivos – o que corresponde à sua esperança.
2. Quais são os
direitos e as obrigações de cada membro – o que
corresponde à administração ou a lei das famílias.
C. Pontos de vista
erróneos de uma dispensação:
1. Visão Pactual/Convencional:
Dispensações = Economia das Alianças. Esta ideia ensina que há apenas duas
dispensações ou economias, a aliança antiga e a nova aliança. A Dispensação da
Velha Economia = Velha = a velha aliança. E, a dispensação da Nova Economia =
Nova Aliança. Com base na ideia equivocada de que a humanidade é homogénea
(monolítica) e que cada convénio se aplica uniformemente a todos os homens.
Existe um direito / mudança de aliança com a morte de Cristo. Além disso, tanto
a velha aliança como a nova aliança foram estabelecidas com a mesma casa, a
Casa de Israel! Por isso, não deve ser confundido “dispensação” com “Aliança” /Testamento/
Pacto/Convénio/Etc.
2. Perspetiva Dispensacionalista de Scofield:
Segundo esta perspetiva, uma Dispensação é um conjunto de regras durante um
determinado período de tempo em que Deus testa o homem. Uma mudança de método
de teste inaugura uma nova dispensação, ou uma nova "idade". Toda vez
que há a mudança de uma "lei", há uma correspondente mudança de
dispensação, independentemente de ser dentro da mesma casa/família. Típico
desta perspetiva é o conceito das "sete dispensações" do
dispensacionalismo de Scofield. Neste caso, a dispensação quase se torna
equivalente a um período de tempo. Essencialmente, todos dispensacionalistas de
“Atos 2” assentam a sua visão nesta visão dispensacional. Alguns
dispensacionalistas de Meio-Atos também sustentam de alguma forma este ponto de
vista, como por exemplo, Cornélios R. Stam (cf. quadro na p. 29 de “Coisas que
diferem”). O principal erro desta conceção é construir várias dispensações ou
várias regras dentro da mesma família, o que vai contra o sentido etimológico e
literal da palavra e contra o sentido que Deus dá às dispensações que
instituiu.
3. Nem a Visão
Pactual, nem a Perspetiva Scofieldiana são encontradas nas Escrituras. São
construções pessoais resultantes de outros erros doutrinários.
D. Ideia Bíblica de
Dispensação:
1. Relacionando a
posição de esperança e a administração dos eleitos de Deus verificamos que cada
indivíduo nos eleitos de Deus é escolhido de forma incondicional, redimido e
regenerado para uma família específica e com uma esperança/propósito
especifico.
2. A esperança (em
grego: “ELPI”) é o objetivo para o qual os membros de cada dispensação
olham e esperam.
3. Em relação a cada
uma das esperanças em cada dispensação especifica, assenta na soberania de Deus
contida na sua salvação. Temos, assim, a imutabilidade das esperanças.
a. Se você determinar
a esperança de um indivíduo nas Escrituras, então tem determinado a sua “Casa”
ou “Família”.
b. Deus não elege
alguém para um agregado familiar, e esse indivíduo diz que a sua esperança é
(ou deveria ser) outra, depois de mudar de ideia e aquela pessoa passar a
escolher outra “Casa” ou “Família”. Quem escolhe/elege é Deus e não o
indivíduo.
c. Este é um aspeto
da inseparabilidade doutrinária do Calvinismo e Dispensacionalismo.
d. Teologicamente:
(1) Tal visão seria
uma calúnia à veracidade de Deus e faria de Deus um enganador ou joguete desse
indivíduo, ou
(2) Negaria a
doutrina da eleição de Deus e faria Deus depende da criatura.
e. Prova Bíblica da
Imutabilidade das Esperanças:
(1) Estes
procedimentos têm por base a soberania de Deus (origem: no ato de escolher) e
na Sua fidelidade (Processo: no Ato de realizar/cumprir). O Pai escolheu
incondicionalmente, o Filho redimiu incondicionalmente; o Espírito opera a
regeneração incondicionalmente nas pessoas em função das suas esperanças
específicas.
(2) Hebreus 6:19 diz
que a esperança é a âncora da alma: "A qual [esperança] temos como âncora
da alma, segura e firme..." Pergunta: Que tipo de âncora é aquela que pode
sofrer mutação?
(3) Romanos 11:29
diz que “os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento”.
(4) Hebreus 11:1
diz: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam”. Uma esperança que
pode alterar os resultados de uma fé equivocada ou uma falsa fé.
f. Vamos dar um
exemplo: o apóstolo Pedro e os doze apóstolos de Israel.
(1) Pergunta: Pedro
faz parte do “Corpo de Cristo” (e cuja esperança está no céu) ou mantém-se com uma esperança terrena?
(2) A veracidade de
Cristo está em jogo, inclusivamente as doutrinas bíblicas da soberania de Deus
na eleição (escolha de Deus de uma pessoa para a salvação numa esperança em
particular) e a perseverança dos santos.
(A) Cristo disse aos
seus discípulos (dos quais Pedro era um membro) que herdariam Terra (Mateus
5:5, cf. Salmo 37, vv especiais: 9, 11, 18, 22, 28, 29 (a herança: a Terra –
É para sempre). Além disso, a Pedro e aos doze foi prometido um cargo de
autoridade dirigente sobre as 12 tribos de Israel (Mateus 19:28 e Lucas 22:30).
(B) Cristo não
poderia enganar os seus ouvintes. Como tal, não poderia ser enganador de Pedro.
Os seus discípulos acreditavam na esperança que Cristo lhes transmitia, baseado
nas Escrituras proféticas que lhes ensinava.
(C) Pedro acreditava
e esperava nisso, incondicionalmente (II Pedro 1:19; 3:13).
(D) Pedro foi salvo.
Pedro foi eleito por Deus para essa esperança, e estava perfeita e eternamente
seguro nessa esperança.
(E) A Nova
Jerusalém, que será a cidade que governará o mundo no período messiânico, está
assente em doze fundamentos, que são os doze apóstolos (Apocalipse 21:14). Ora,
não fazia sentido se os apóstolos não fizessem parte dessa esperança e
propósito.
(F) Conclusão: a
esperança de Pedro e dos doze apóstolos de Israel é para habitar eternamente
numa terra restaurada. A esperança de Pedro não era/é no céu. Pedro não é um
membro do Corpo de Cristo.
4. Olhemos para as
esperanças nas Escrituras e identifiquemos as respetivas famílias / Casas (as Dispensações).
5. Outro princípio: O
canal de bênção na ordem administrativa estabelecida por Deus vai desde a
posição mais alta na hierarquia administrativa até à posição mais inferior.
Hebreus 7:7 estabelece esse princípio: “o
menor recebe a bênção do maior”. O papel dos anjos em relação aos eleitos
humanos de Deus no programa terreno, é uma questão fundamental na sua relação
administrativa das dispensações. A esperança do “Corpo” recebeu a sua bênção
pela Sua “Cabeça”, Cristo (Efésios 1:3); Por sua vez, o “Corpo” será o canal de
bênção para os anjos (Efésios 3:10 com 2:7-10); mas, Israel foi e será
eternamente dependente da bênção dos anjos (Hebreus 1:14; Atos 7:53). Por sua
vez, as nações serão abençoadas pela instrumentalidade de Israel (Apocalipse 21:24,
26; Génesis 12:1-3; Isaías 54:3; Capítulo 60; Romanos 11:12).
E. Em suma: uma
dispensação é o diploma legal que contém as regras instituídas por Deus para regular uma casa/família ou
povo.
1. No caso da Igreja “Corpo de Cristo”,
a “Casa de Deus” (I Timóteo 3:14-15) ou a “morada espiritual de Deus” (Efésios
2:18-21), as regras que regulam o seu nascimento, crescimento, fortalecimento,
propósito e funções é chamada de “Dispensação de Deus” (Colossenses 1:25 – A
Fonte), de “Dispensação do Mistério” (Efésios 3:9 – A Natureza), “Dispensação
da Graça” (Efésios 3:2 – Base), e “Dispensação da Plenitude dos Tempos”
(Efésios 1:10 – O propósito), e corresponde a todo o ensino, as diretivas e as regras que regulam a sua organização e funcionamento.
2. Paulo é o mordomo desta casa, como ele diz, que foi constituído
por Deus como o dispenseiro dos mistérios de Deus. Ele, como mordomo desta casa
espiritual de Deus, recebeu as instruções diretamente de Deus, através do Senhor
Jesus Cristo, para o comunicar aos membros do “Corpo de Cristo” (I Corintos
4:1-2).
3. Paulo, à semelhança de Moisés e de Davi, recebeu o modelo
da “casa de Deus”. Moisés recebeu o modelo do tabernáculo (Êxodo 25:9, 40;
26:30 e Hebreus 8:5); Davi recebeu o modelo da construção do templo, que o
entregou a Salomão, para o edificar (I Crónicas 28:11-19; Paulo, como sábio
arquiteto da parte de Deus, recebeu o modelo desta nova obra de Deus para colocar
os fundamentos e instituiu ou estabeleceu as regras que haveriam de regimentar a casa (I Corintos
3:10). Por isso, ele diz a Timóteo:
«Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé
e na caridade que há em Cristo Jesus» (2 Timóteo 1:13).
E:
«Escrevo-te... para que saibas como convém andar na casa de Deus...» (I Timóteo 3:15).
4. Por isso, “dispensação” não se refere a qualquer período
de tempo (longe disso), que coincida ou não com
algum pacto ou aliança de Deus com o homem, mas às regras instituídas por Deus
para uma determinada família, casa ou povo. Até, porque, uma dispensação poderá
estar a funcionar em simultâneo, como acontecerá no Reino Milenial e na "Dispensação da Plenitude dos Tempos", em que todas as dispensações estarão em funcionamento, mesmo a dos anjos: A Igreja
“Corpo de Cristo” estará em funções de acordo com as suas regras, ou seja, de acordo
com a sua dispensação; os anjos estarão em funcionamento segundo regras
próprias, não aplicáveis a mais nenhum outro grupo; a nação de Israel estará a funcionar
segundo regras próprias, a “dispensação da casa de Israel”; e, os gentios/nações/povos, estarão a viver segundo as suas próprias regras: a dispensação dos gentios. Neste caso, a base será a mesma que esteve em vigor nos dias de Adão até à torre de babel e descritas no Livro de Job.
E. Exemplos bíblicos:
1. Acontece que há
três dispensações (famílias humanas) na Escritura (Cf. Mapa Anexo)
a. A Dispensação dos
Gentios: a esperança está na terra.
b. A Dispensação de
Israel: a esperança está na terra. E,
c. A Dispensação do
Corpo de Cristo: esperança está no céu.
Neste sentido Paulo
faz a mesma divisão:
«Não
vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco
para a igreja de Deus…» (I Coríntios 10:32)
2. A Dispensação dos
Gentios:
a. A dispensação dos
gentios começou com a criação de Adão.
b. As porções das
Escrituras que descrevem a administração dos gentios (quando Israel ainda não
existia) está em Génesis 1-11 e Job. Podemos dizer que é na revolta da cidade
de Babel que Deus corta com as gentes/nações/povos e escolheu um único
povo/nação para dar continuidade ao seu propósito terreno. A partir de Abraão
temos o início da nova casa/família.
c. Enfatizamos que,
numa primeira fase, e neste momento até ao “corte dos gentios”, não havia
qualquer distinção entre os homens/povos/nações. Todos os homens eram iguais e
equivalentes perante Deus, administrativamente. Até ali eram todos uma
identidade administrativa, uma regra para todos, uma dispensação comum: um
povo, uma língua, uma identidade, uma regra e, por isso, UMA DISPENSAÇÃO. Mas,
quando usaram isso para convergir forças para se oporem a Deus, foram
confundidos e dispersos pela terra. Daí a expressão que passou a ser aplicada
aos que não eram hebreus: GENTIOS.
d. A partir da
chamada de Abraão de entre os gentios, Deus dá início a uma nova família humana
que passa a estar condicionada à sua própria dispensação: A DISPENSAÇÃO DE
ISRAEL, ou seja, esta família/casa fica a estar dependentes da lei da casa
(dispensação) de Israel e da sua administração. Israel não estava dependente
das regras que geriam os gentios, mas das suas próprias regras, impostas pelo
próprio Deus. Por outro lado, as regras ou a dispensação de Israel não veio
alterar ou suspender as regras dos gentios, pois elas continuaram sendo
aplicadas aos mesmos, como o serão sempre: As regras ou a dispensação dos
gentios serão sempre suas e aplicadas restritivamente a eles, somente. Vemos
claramente na argumentação do apóstolo Paulo em Romanos 2 como os gentios serão
salvos ou condenados sem a lei de Israel, mas cumprindo ou não a lei de Deus
nos seus corações/mentes!
e. Qual é a esperança
dos gentios? Uma pessoa salva neste período dispensacional tem como elemento
base a sua esperança, que assenta, essencialmente, na fé às palavras de Deus
que lhes fora dirigida, e podemos resumi-las no seguinte:
(1) Encher a terra
(Génesis 1:26-28; 3:16-19; 9:1).
(2) Os justos
[gentios] serem servos dos justos [judeus] (Isaías 14:1-3).
(3) Os justos
[gentios] estão sob a autoridade de Israel económica, religiosa e politicamente
(Isaías 2:1-3; 60:1-16; Zacarias 8:13, 22, 23; Apocalipse 21:24-27).
(4) Para passar a
eternidade (vida eterna) em uma terra perfeita e justa (Job 14:12-15; 19:25-27;
Apocalipse 21:24-27). Nota: Job esperava ser ressuscitado quando? Ver: Job
14:12-15, quando os céus e a terra não serão mais como está, ou seja, após o
milênio.
3. A Dispensação de
Israel:
a. Iniciada na
chamada de Abrão. Neste ponto, Deus fez dividiu a humanidade em
"duas". Este é um ponto importante. Devemos ter em mente que agora
existem numericamente dois grupos distintos de homens/famílias. Deus está agora
a lidar com o homem na base da distinção entre a circuncisão e a incircuncisão.
Deste ponto em diante, todas as profecias falam da salvação dos gentios através
de Israel. Veremos mais adiante que, em contraste com este propósito, o
"mistério" é a formação de um só corpo pela remoção desta distinção.
b. Algumas características
da dispensação (circuncisão) de Israel:
(1) Abrão foi
chamado por Deus, que lhe mudou o nome para Abraão (Génesis 2:1-3).
(2) Deus deu-lhe o
sinal da circuncisão (Génesis 17:9-14).
(3) Israel (os da
circuncisão) são o canal de bênção para o resto da humanidade (os da
incircuncisão). Génesis 12:3 diz: “E
abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”; e: 7
“em ti todas as famílias da terra serão abençoadas”. Os da
incircuncisão manifestam a sua salvação através do reconhecimento de posição
especial dos judeus como mestres e como canal de bênção.
(4) A promessa de
Deus a Abraão e aos seus descendentes consiste numa localização geográfica
específica (Terra de Canaã) sobre a terra, como a sua morada eterna (Génesis
17:8). A esperança de Abraão e da sua descendência não é o céu. Esta promessa
de Deus a Abração e à sua posteridade é incondicional, absolutamente segura
para a eleição de Israel.
c. A partir da
chamada de Abraão em diante, os gentios são vistos em relação à subordinação
administrativa de Israel. Todas as profecias sobre o reino eterno de Israel
visualizam os gentios salvos em uma posição de subordinação a Israel. Os
gentios são vistos como sendo abençoados com a elevação de Israel.
d. Qual é a esperança
de Israel? Uma pessoa salva na dispensação judaica tem como elementos de sua
esperança os seguintes pontos:
(1) Os Israelitas
nascidos de novo (judeus espiritualmente) possuem gentios nascidos de novo:
(A) Pessoalmente os
judeus serão “senhores/mestres” dos gentios (Isaías 14:1-3).
(B) No plano
político os judeus serão os líderes das nações/suprema: Amos 9:9-12; Isaías
60:1-16; Isaías 19:23-25; Joel 3:1. Os crentes judeus vitoriosos governarão nas
suas cidades (Lucas 19:17-19), conforme Isaías 54:3.
(C) Espiritualmente,
como nação / profético, será uma nação sacerdotal. Os judeus ensinarão a
Palavra de Deus aos gentios e farão os sacrifícios para os gentios. Serão o elo
de ligação dos gentios e Deus (Isaías 2:1-3; 19:23-25; Romanos 11:24-26;
Zacarias 8:3, 13, 22, 23; 14:16-19; Génesis 12:3; 18:18, 22:17-18; 26:4; 28:14;
Êxodo 19:5, 6; Ezequiel 40-46. Ver a Nova Jerusalém que tem doze portas, que
são as doze tribos de Israel (Apocalipse 21:12).
(2) Sobre a Terra:
Ressuscitarão depois de cumpridas os 70 sábados de Daniel (antes do milênio):
ver acima Escrituras, além de Génesis 17:8; II Samuel 7:16; Job 19:25-26;
Isaías 9:6-7; Jeremias 23:5-6; Salmo 25:13; 37:9, 11, 18, 22, 28, 29 (cf.
Mateus 5:5); Ezequiel 37:21-22; Salmo 101:8; Ezequiel 47:13-48:35; Daniel 2:35,
44; 7:14; 12:11-13.
(3) Em perfeita e
justamente subjugação aos santos Anjos eleitos de Deus.
4. A Dispensação do
Corpo de Cristo:
É o assunto do grande
mistério revelado a Paulo (Ver adiante: “O Mistério”).
a. A dispensação do
“Corpo de Cristo” foi iniciada com a chamada de Saulo de Tarso (Atos 9).
b. Qual é a esperança
do “Corpo de Cristo”? Assentado conjuntamente com e em Cristo (Assim no grego
em Efésios 2:6) reinando sobre os anjos. Ressuscitado, ascendido e glorificado
no “Trono de Deus” com Cristo acima nos “epi-céus” em “Christus”, antes
de ser iniciado o último Sábado dos 70 Sábados da Profecia de Daniel capítulo 9.
5. Resumo das
Dispensações: A hierarquia administrativa completa dos eleitos de Deus:
IV. QUAL É A
DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO?
Textos:
A. Romanos 16:25-26;
Efésios 3:3-9 (cf. Efésios 2:11-16; Colossenses 2:11-18); Colossenses 1:23-28;
Gálatas 1:8-12; 2:1-2; Efésios 4:4-6.
B. Temos visto o que
significa uma dispensação. Vamos agora analisar o seu sentido com a palavra
"mistério".
1. A palavra grega
não significa algo "misterioso", “desconcertante” ou “difícil de
entender”.
2. A palavra tem dois
significados, o segundo, que é derivado do primeiro.
a. O principal
significado, é algo que é desconhecido a menos que seja revelado. Assim, a
ideia básica é de um "segredo". Um segredo que é compreensível, mas
desconhecido a menos que alguém diga ou revele o seu segredo. Um mistério no
seu uso bíblico é algo não revelado, mas quando é revelado o mistério é
cognoscível. Exemplos:
(1) Os segredos do
Reino de Israel: Mateus 13:11; Marcos 4:11; Lucas 8:10.
(2) A Dispensação do
Mistério/Segredo (Corpo de Cristo) revelado a Paulo: Romanos 11:25 e 16:25; I
aos Coríntios 15:51; Efésios 3:3, 4, 9; Colossenses 1:26, 27.
(3) Estas referências
mostram que absolutamente nenhuma noção de ambiguidade está implícito na
palavra “Mysterion”.
b. Um segundo
significado do termo “mysterion” é um "símbolo". O símbolo é
compreensível, mas precisa ser revelado para a importância simbólica ser
conhecida. Exemplos: Revelação 1:20; 17:5, 7.
3. Os usos bíblicos
confirmam isso: Em cada um desses casos, o mistério é algo desconhecido até ser
revelado.
a. Romanos 16:25.
Essa passagem é uma das mais claras.
(1) O texto grego: "Ora, àquele que é poderoso para vos
confirmar segundo o meu Evangelho, e a pregação de Jesus Cristo, segundo a
revelação do mistério mantido oculto durante os tempos das eras".
(2) Paulo chama este
mistério/segredo de sua "boa notícia" (o evangelho).
(3) A passagem usa
duas palavras para enfatizar o facto de que o evangelho de Paulo era
completamente desconhecido, não revelado de forma alguma nas Escrituras
Hebraicas: "O segredo mantido oculto".
b. Efésios 3, diz: "… 3Como por revelação me foi dado a conhecer a
mim o mistério; … 4(como
antes eu escrevi em poucas palavras, pelo qual, quando ledes, podeis entender a
minha compreensão do mistério de Cristo) ... 9
E demonstrar a todos qual é a
dispensação do mistério, que desde o 10 início dos séculos esteve oculto em Deus,
que criou todas as coisas através de Jesus Cristo:
c. Colossenses 1: "25 Da qual [Igreja] estou feito ministro segundo a dispensação
de Deus, que me é dado para vós, para cumprir a palavra de Deus; 26 o mistério que esteve oculto nas eras e
das gerações, mas agora foi manifesto aos seus santos…"
C. Características da
Dispensação do Mistério:
1. Foi um segredo realizado
em silêncio: Romanos 11:25; 16:25, 26; I Coríntios 15:51; Efésios 3:3,
4, 9; Colossenses 1:26, 27.
2. O
"mistério" não é a salvação dos gentios. A salvação dos gentios é
conhecida em todas as Escrituras. Os Gentios, na dispensação anterior, eram
salvos por confessar a sua submissão a Israel, com todas as suas inerentes
condicionantes. E, embora os gentios fossem salvos, não eram iguais
administrativamente aos judeus. Exemplos:
a. Os Ninivitas no
livro de Jonas: receberam a salvação através do ministério de Jonas.
b. Mateus 15:26-28.
Cristo sustenta a distinção entre judeus e gentios (v. 26, Cristo responde aos argumentos
da mulher com: “... Não é bom tomar o pão
dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”. Os filhos são os da
circuncisão. Os cachorrinhos são os da incircuncisão.) A mulher cananeia
confessa que é como um “cachorrinho” em relação a Israel e, em seguida ela
recebe a bênção.
3. O mistério consiste
em retirar de entre os judeus e dos gentios seres humanos e fazer deles uma
nova criação em Cristo glorificado, como cabeça da Igreja “Corpo de Cristo”.
Podemos dizer que, enquanto humanos são judeus e/ou gentios, mas, no propósito
de Deus, são “uma nova criação”, ao fazerem parte do “Corpo de Cristo”
glorificado:
a. Efésios 3:6, 7
diz: "Que os gentios são co-herdeiros e cos
membros do mesmo corpo e coparticipantes da mesma promessa em Cristo, pelo
evangelho, do qual fui feito ministro..." (Texto
grego).
b. Efésios 2:11-16:
(1) A parede de
separação é a divisão entre judeus e gentios, entre a circuncisão e a
incircuncisão;
(2) A parede de
separação assentava nas ordenanças que fazia uma distinção entre a circuncisão
e a incircuncisão e criava uma "Alienação" propriamente dita ou
"inimizade".
(3) A parede de
separação foi removida, fazendo a paz entre estas duas famílias.
(4) Os judeus
estavam perto de Deus (a nação agora favorecida); os gentios estavam longe e
separados…
(5) Como resultado
da remoção do muro de separação, os dois povos foram feitos um.
c. No programa
profético os gentios serão abençoados pelos judeus. Os gentios receberão o
ensino dos estatutos de Deus por meio dos judeus. Ou seja, os gentios serão
abençoados com a elevação ou engrandecimento de Israel.
d. No “Corpo de
Cristo”, todos os povos (indivíduos) são iguais. Os “Gentios” agora têm a
oportunidade de serem abençoados com a queda de Israel. O registo da queda de Israel e da transição para o
Corpo de Cristo é feito no livro de Atos. Não esquecer que o relato da epístola
chamada de “Atos dos Apóstolos” é uma perspetiva humana e não a revelação do
processo de alteração dos programas de Deus como foi revelado a Paulo e por
Paulo, como o despenseiro do Grande Mistério de Deus; Além disso, Atos foi
escrito por um judeu e para os judeus, na espectativa do reatamento da Profecia
em seus dias (antes de Paulo chegar a Roma). Atos, à semelhança das epístolas
judaicas, designadamente de Hebreus, Tiago, Pedro, João e Judas, está direcionado
para os crentes da grande tribulação, ou seja, que viverão no 70º Sábado de
anos da profecia de Daniel 9. Esses crentes viverão os dias de Atos no inverso:
serão judeus nascidos no período da graça, mas que se converterão após o
arrebatamento da Igreja “Corpo de Cristo” com o evangelho do Reino (Apocalipse
7) e reatarão o programa Profético de início de Atos.
4. Dispensação do
Mistério revelado e entregue a Paulo completa a palavra de Deus (Colossenses
1:26-27);
5. A dispensação do
Mistério foi revelada exclusivamente a Paulo (Gálatas 1 e 2: Efésios 3:1-5,9;
Colossenses 1: 26, 27) e, depois, por ele, aos seus colaboradores, que trataram
de o divulgar no meio do povo de Deus… porque é uma revelação restrita aos
santos.
6. Esperança do Corpo
será concretizado eternamente (nas Eras futuras) no céu e não na terra (Efésios
2:6; Filipenses 3:20 e Colossenses 1:5).
7. Entramos na nossa
esperança no "arrebatamento" antes do septuagésimo sábado de Daniel 9
(I Tessalonicenses 4:13 - 5:11; II Tessalonicenses. 2:1-12).
8. Os Princípios
Administrativos:
a. O Corpo de Cristo
reina sobre os anjos (I Coríntios 6:3; Efésios 2:6; Efésios 5:5; I Coríntios
6:9; Colossenses 1:13; II Timóteo 2:12; 4:18).
b. O Corpo de Cristo
não é cerimonial: a obra de Cristo na cruz para o Corpo aboliu a distinção
judeu-gentio, os decretos relacionados e as cerimônias. O Corpo de Cristo está
completo em Cristo para além de todas as observâncias cerimoniais (Efésios
2:14-16; 4:5; Colossenses 2:10,14,18; Gálatas 4:8-9).
c. Por isso, a vida
dos membros do “Corpo de Cristo” deve ser igual, neste aspeto, como a que
Cristo vive na glória: Romanos 14:17 – justiça,
paz e alegria; Conforme Efésios 1:4, 4:24 e 5:27 – “Santa e Irrepreensível”;
Efésios 4:1-4 e 32: «com toda a humildade e
mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor…»;
«Antes, sede uns para com os outros
benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em
Cristo, vos perdoou»; Colossenses 3: «12
Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de
misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. 13Suportai-vos
uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa
contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14
acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. 15
Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes
chamados em um só corpo; e sede agradecidos». Ou seja, nada de cerimónias ou
formalismos, mas em liberdade e moralidade espiritual, revelando o aspeto
espiritual de Cristo como está na glória e como nos apresentará na glória!
V. QUANDO COMEÇOU A
DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO?
A. Salientamos a
referência feita à “Imutabilidade das Esperanças”. A dispensação do Mistério”
não começou em Atos 2. A Igreja, o Corpo de Cristo, não poderia ter iniciado em
pleno funcionamento do programa profético e em que estavam a decorrer o
cumprimento das profecias (Atos 2:16 e seguintes). Se assim fosse teríamos Pedro,
com uma esperança terrena sendo feito um membro do Corpo, que tem uma esperança
celestial. Isso estaria contra o que Pedro afirmou (II Pedro 1:19 e 3:13),
mesmo depois de ter conhecimento da revelação da dispensação do Mistério
revelado a Paulo (II Pedro 3:15-16).
B. Os acontecimentos
descritos em Atos 2 são o cumprimento das profecias destinadas a Israel e para
Israel.
1. Enquanto não há um
Estado de Israel, há uma distinção entre judeus e gentios, portanto, não
poderia existir um “Corpo de Cristo” místico sem esta distinção. Portanto, Atos
2 não é o nascimento da igreja “Corpo de Cristo”.
2. Os eventos
descritos em Atos 2 são assunto da profecia:
a. Atos 3:21 diz:
"A quem o céu retém até aos tempos da restauração de todas as coisas, que Deus
tem falado pela boca dos seus santos profetas, desde que o mundo começou".
b. Atos 3:24 diz:
"Sim, e todos os profetas, desde Samuel e os que lhe sucederam, quantos
têm falado, os mesmos predisseram estes dias".
3. O “Mistério” foi
realizado em silêncio absoluto desde que o mundo começou. Romanos 16:25
diz: "Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu
evangelho e a pregação de Jesus Cristo, segundo a revelação do mistério, que
foi mantido em silêncio desde o começo do mundo... " [Texto Grego].
4. Resumo: Os eventos descritos de Atos 2
a 9 não estão relacionadas com a dispensação do mistério. O que foi dito ali
nada tem a ver com o que foi realizado em silêncio… pois o que ali se diz é que
se estavam a viver dias que foram total e claramente revelados pelos antigos profetas.
C. A dispensação do
mistério terá começado com o aparecimento / manifestação / revelação do Senhor
glorificado a Paulo (Historicamente = Atos 9; formalmente = II Timóteo 1:
10-11; I Timóteo 1: 9-16).
1. As epístolas de
Paulo contêm a nova lei, a “Dispensação”, as regras de funcionamento e
relacionamento do Corpo de Cristo, a “lei de Cristo” (Romanos 3:37; 8:2; I
Coríntios 9:21).
2. Tudo antes da
manifestação do Senhor glorificado a Paulo ainda é a dispensação de judeus e gentios,
ainda o programa da nação de Israel estava em vigor e havia distinção entre
judeus e gentios.
a. Todos os eventos
nos Evangelhos e em Atos 2 até Atos 9 são relatos de vivências do programa de
Deus para Judeus e Gentios, e não há “Dispensação do Mistério”. Atos 1:4-9 diz
que o programa do reino de Israel ainda estava em execução.
b. Em Romanos 15: 8
diz que “Cristo foi ministro da circuncisão por causa da verdade de Deus para
confirmar as promessas feitas aos pais”. Assim, todos os eventos nos evangelhos
são do programa messiânico e não “Dispensação do Mistério”. Isso inclui Mateus
28:18-20; Marcos 16:15-20.
A chamada
"Grande Comissão" e todos os seus comandos são para os doze apóstolos
de Israel. É a comissão do Reino messiânico.
c. A "Grande Comissão
Messiânica" (Mateus 28:18-20 e Marcos 16:15-20) não é a comissão do “Corpo
de Cristo”. A "Grande Comissão Messiânica" não contém as últimas
palavras de Cristo. Cristo falou novamente do céu a Paulo e revelou-lhe qual a “Dispensação
do Mistério”. A nossa comissão é acompanhar Paulo, obedecendo às palavras que
Cristo lhe confiou para nos revelar e que estão reproduzidas nas suas
epístolas. A nossa dispensação (lei doméstica ou lei familiar) interrompeu as
dispensas anteriores (famílias) e seu desenvolvimento temporal, porque parou o
relógio terreno/histórico/profético do mundo. O que Deus está a operar neste
momento é atemporal, é da ordem de uma esfera “ETERNA”, supra-celestial, no
grego “epouranios” “EPI + OURANOS”, ou
seja, epi-céus, ou supra céus… para além dos céus.
D. Explicação Cronologia
dos 70 Sábados de Anos de Daniel 9:
1. É verdade e
evidente que a nossa dispensação ocupa a diferença cronológica ou o lapso
temporal entre os sábados 69º e 70º de Daniel.
2. Mas, a existência
de lacuna no último sábado de anos pode ser inteiramente compreendida em termos
judaicos, especialmente quando observamos os sábados são reconhecidos no ano
sabático, ou seja, as semanas são observâncias cerimoniais de Israel. Se não
houver Israel como um povo distinto, em seguida, o "relógio" não pode
marcar o tempo.
3. Assim, a lacuna no
registro profético para Israel não fornece pistas sobre a dispensação do
mistério. A dispensação do mistério foi realizada em total silêncio, conforme
dito em Romanos 16:25, até que foi revelado a Paulo. 14
4. E, se duvidas
houvesse da existência desse lapso de tempo ou de que o programa profético
messiânico está suspenso, João no seu apocalipse diz que falta precisamente
sete anos, ou 42 meses e mil duzentos e sessenta dias, e tempo, tempos e metade
de um tempo para que a Profecia tenha cumprimentos, ou seja, com a vinda do Rei
dos Reis e do Senhor dos Senhores (Apocalipse 11:2; 13:5; 12:14; 11:3; 12:6;
Daniel 12:7, 11 e 12).
5. Os textos são
claros, mas muitos há que não compreenderão nem aceitarão. Já dizia o anjo a
Daniel: «Nenhum dos impios entenderá; mas os sábios entenderão!» (v. 10).
VI. O CONTEÚDO DA
“DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO” OU “OS SETE “UNS” DO CORPO DE CRISTO”.
A. Efésios 4: 4-6 diz:
“3Procurando guardar a unidade do Espírito
pelo vínculo da paz”.
B. E, a unidade
espiritual do Corpo consiste em:
“4Há um só corpo e um só Espírito, como
também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5 um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre
todos, e por todos, e em todos”.
C. Os sete UNS do Corpo
contrasta com os “Sete Múltiplos” das dispensações anteriores:
1. Os “muitos” dos
sete da dispensação judaica têm referências em quaisquer textos fora das
epístolas de Paulo, tanto no "Antigo Testamento" como no "Novo
Testamento". No entanto, há mais indicadores do carácter distintivo do
evangelho de Paulo.
2. Um Corpo Vs Muitos
Corpos: Em contraste com a revelação do Mistério, a revelação messiânica não se
trata de um corpo, mas dois corpos: judeus e gentios. Mas, no Mistério os dois
corpos foram feitos um, deixando de haver a distinção étnica.
3. Um Espírito Vs
Muitos Espíritos: No “Corpo de Cristo” há um só Espírito, é o “Espírito” de
Deus, que faz a ligação direta de Deus a cada um dos membros do Corpo, desde o
ato de crer até ao clique da ressurreição (Efésios 1:13-14; 4:30). Mas, em
contraste com o “Corpo”, no Reino o programa messiânico é executado através de
muitos espíritos, ou seja, através dos anjos eleitos de Deus. Verificamos, por
isso, nas escrituras proféticas passadas e para o futuro que a realização da
esperança de Israel será através do ministério dos anjos eleitos de Deus.
a. Os anjos são
espíritos, referido, por exemplo, em Hebreus 1:13-14.
b. A Administração
dos decretos e revelações de Deus foram transmitidos a Israel através dos anjos
eleitos de Deus (Atos 7:53; Gálatas 3:19; Apocalipse 1:1, 20; 21:9);
c. As vitórias de
Deus para Israel passarão pela intervenção dos anjos eleitos de Deus
(Apocalipse 7);
d. Na futura cidade
santa o acesso dos gentios passará pela “porta dos anjos” (Apocalipse 21:12);
e. É importante
verificar que na experiência do apóstolo Paulo ele recorre a Deus e ao Espírito
de Deus para ajudar nas suas fraquezas e não aos anjos/espíritos ministradores
(Romanos 8:26-28);
f. Paulo fala de um
só mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5), que contrasta com as
dispensações proféticas que tinham muitos mediadores, tutores e curadores (Gálatas
4:2; Hebreus 7:23).
4. Uma
Esperança/Muitas Esperanças: Na dispensação do Mistério há uma só esperança: a
celestial. Mas, nas dispensações proféticas há mais que uma esperança: a
esperança dos judeus – de Israel – e a esperança dos gentios. Para mais
detalhes ver os gráficos abaixo.
a. A esperança dos
gentios é a vida eterna na terra, tendo domínio sobre a terra na apresentação
como servos de Israel.
b. A esperança dos
judeus é a vida eterna na terra, que regem as nações em submissão às hostes
angelicais.
5. Um Senhor/Muitos
Senhores: Israel tinha muitos mediadores e senhores. As hostes angélicas são
mediadores de Israel. Como Israel tinha muitos senhores, deuses e espíritos,
como são designados em toda a Escritura.
a. Resumo: Só o
Senhor é Deus por natureza. Quando a Escritura chama a seres criados
"deuses" isso significa que eles são "deuses" por comissão,
ou seja, nas funções que desempenham e posição que ocupam. É indiscutível que
as Escrituras se referem aos seres criados como "deuses".
(1) João 10:34-36
diz: "Respondeu-lhes Jesus: Não está
escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses. Se a lei chamou deuses àqueles
a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser
quebrado..."
(2) Moisés é
colocado como "deus" diante de Faraó (Êxodo 7:1).
(3) I aos Coríntios
8: 5-6 reconhece a existência de vários senhores e deuses!
(4) Hebreus 2:7 (uma
citação de Salmo 8: 5, que no texto hebraico se lê: "um
pouco menor do que os deuses" (grego dos LXX, o Salmo 8: 5 traduz:
"anjos").
b. Jeová é o
"Deus dos deuses", e "Senhor dos senhores", ou seja, Ele é
o Deus dos anjos. Ele é o Senhor dos anjos.
c. Os anjos são
espíritos, referido, por exemplo, em Hebreus 1:13,14.
d. Há muitos textos
onde referem que os anjos são designados e chamado de "senhores"
(Daniel 10: 16, 17, 19; 12:8; Zacarias 6: 4).
6. Uma Fé/Muitas Fés
(doutrina e prática, não ato de crer, mas o que se acredita): A fé dos gentios
e a fé judaica. Todas as seguintes características são continuadas e praticadas
em todo livro de Atos pelos judeus e gentios convertidos no período do programa
messiânico.
a. A fé dos Gentios
(doutrina e prática) inclui:
(1) Sacrifícios
(feita através da mediação dos sacerdotes judeus).
(2) Apresentação
fiel aos judeus (reconhecimento, submissão e confissão das condições da aliança
com Abraão).
(A) Observem que
essa apresentação a Israel foi vocalizada pela mulher cananeia a Cristo, e que
foi manifestado na sua regeneração. Essa foi a confissão da sua fé gentílica
messiânica.
(B) Além disso,
Cristo tratou com ela na base da distinção entre judeus (filhos / senhores) e
os gentios ("cachorros"), cf. Mateus 15:26-28.
(3) Regras
Alimentares (Segundo Génesis 9:3-4, todos os animais são permitidos para
alimentos, mas o animal deve morrer por sangramento, não de forma de
estrangulamento, pois não são permitidas. Nota: Tiago aplica essa lei para os
gentios em Atos 15 (Atos 15:29), no concilio de Jerusalém. Paulo, depois
ignora-o para os gentios no seu programa (Gálatas 2:10 e em Colossenses 2).
(4) A fé em Cristo
como Redentor.
(5) O batismo com
água no programa messiânico.
b. A fé judaica
(doutrina e prática) inclui:
(1) A circuncisão;
(2) Os sacrifícios;
(3) O sacerdócio
exclusivo (dentro de Israel havia um sacerdócio exclusivo e, além disso, todo
judeu é sacerdote para os gentios). Por isso é que Israel é chamada de “Nação
Sacerdotal”, face ao seu ministério para com os gentios/Nações.
(4) Os regulamentos
dietéticos (alimentos proibidos, "kosher", preparação, tipo
“preparação da páscoa”);
(5) Dias sagrados de
sábados, dias de festas, luas novas (observância de dias, meses e anos);
(6) As festas
(Páscoa, Asmos, Primícias, Pentecostes, etc., etc.)
(7) Os batismos ou
lavagens diversas sagradas, incluindo o batismo messiânico e o batismo de
arrependimento / batismo para perdão de pecados;
(8) A fé em Cristo
como Redentor, etc.
c. Claro que nos
tempos passados havia dois tipos de fé; agora há um só corpo de doutrina
(Romanos 6:17; Gálatas 3:25; Efésios 4:13; Colossenses 1:23; I Timóteo 1:19;
3:9).
7. Um Batismo/Muitos
batismos: Hebreus 6:1-2 fala da “doutrina dos batismos” ou lavagens. De facto,
o programa messiânico estava cheio de batismos e de lavagens:
a. O batismo interior
(regeneração).
b. Os diversos
batismos da lei mosaica (Hebreus 9: 10). Vejamos alguns dos batismos de Moisés:
(1) Identificação
com o sacerdócio: a indução (Êxodo 30:17-21; 40:12; Levítico 8: 6).
(2) As lavagens
contínuas das mãos e dos pés dos sacerdotes, antes do ministério sacerdotal
(Êxodo 30: 18-21; 40: 30-32).
(3) Os batismos do
Dia da Expiação (diversas lavagens – Levítico 16: 4, 24, 26, 29).
(4) Os batismos das
Casa (Levítico 14:48-53).
(5) Os batismos
dietéticos (dos alimentos – Levítico 11:23-28; 17:23-28; 22: 6; Hebreus 9:10).
c. O batismo de
Israel em Moisés (Libertação do Egipto – I Coríntios 10: 2).
d. Os batismos
Carismáticos [João 20:23; Atos 2:4 (cf. Atos 1:15; Lucas 24: 49); Atos 2:37-38;
Marcos 16:17, etc.].
e. O batismo
messiânico com água (batismo de arrependimento para remissão dos pecados)
começou com João Batista, para manifestar o Messias a Israel, chamando-os ao
arrependimento (João 1:25,31; João 4:1,2; Mateus 28:19,20; Marcos 1:3; Lucas
3:3 (cf. Mateus 2:6,11 e Atos 13:24); Mateus 21:25-27; Marcos 16:16; Lucas 7:30; I Pedro 3:21; Atos
2:37-38).
f. Atos 2:38 é uma
passagem chave que conjuga três destes muitos batismos praticados por Israel. O
batismo Interior (implícito, uma vez que se trata das questões do
arrependimento para regeneração), o batismo messiânico para remissão de pecados
e, finalmente, a experiência do batismo do espírito carismático nos sinais
milagrosos. Todos os três estão necessariamente unidos no programa messiânico
(Marcos 16:16-18; I Pedro 3:21; etc.)
8. Um Deus/muitos
Deuses. Ver ponto 5, supra.
D. A unidade essencial
do corpo é que é numericamente uma singularidade em cada uma dessas sete áreas,
que está, por sua vez, assente no facto de que o “Corpo” tem apenas UMA UNIDADE
em cada uma das suas sete áreas espirituais fundamentais – áreas em cada um dos
quais o Reino de Israel tem muitos.
1. O facto de cada um
é numericamente enfatizada por:
a. Contrasta com o
que Paulo refere ter sido desfeito com a obra de Cristo para o “Corpo”: desfez
os dois numericamente (o "dois", "o muro de separação") das
dispensações anteriores. Israel estava "perto", os gentios estavam
"longe":
b. E o organismo do
“Corpo” é numericamente uma unidade ("Corpo", "Um novo
homem"):
E. Os Sete UNS são NOSSA
FÉ, Corpo de Doutrina:
1. Eles descrevem os
aspetos fundamentais da salvação do “Corpo”, a sua esperança, a posição, a
doutrina e a sua unidade essencial. O que poderia ser acrescentado mais à FÉ?
2. A unidade do Corpo
está baseada na sua unidade essencial (versículo 3 de Efésios 4), que por sua
vez, está baseada nos SETE UNS. Somos obrigados por instruções de Paulo a “esforçarmo-nos em preservar esta unidade
essencial”, entre os membros, que é a “paz
da obra de Cristo” (Efésios 4:3, conforme 2:13-17), segundo a
revelação da unidade da fé (Efésios 4:13). Ver, ainda, Efésios 3:8 e I
Coríntios 11: 1.
3. Os sete UNS
compõem a unidade doutrinal do Corpo a que somos ordenados a guarda ou manter
inalterado, genuíno como foi revelado ao apóstolo Paulo e como ele nos
transmitiu. As outras dispensações têm a sua unidade doutrinária também, mas essas não são a nossa unidade
doutrinária.
4. Efésios 4:3 diz: “Esforçai-vos (apressai-vos/diligenciai) a manter a unidade do espírito pelos
tendões / ligamentos da paz". [Texto grego]. "A
paz" é o artigo de referência anterior e remete para a paz de Efésios
2:11-16.
F. Os Sete UNS como
referencia doutrinária completa para o “Corpo”.
1. Corpo não tem
divisões étnicas qualquer, ou seja, o UM CORPO é completamente não-étnico (este
é o ponto de Paulo em Efésios 2:11-16), pelo que é:
a. de uma doutrina e
regra de fé, ou seja, de uma fé.
b. de uma única
esperança, que é celestial e não terrestre.
2. Os sete UNS são a
única fé do “CORPO”. Mesmo sendo um conjunto de doutrinas para ser confiadas e
guardadas por todos os membros do um só corpo.
a. Paulo diz que
todos devemos chegar à unidade da fé (Efésios 4:13,14). É essa a meta estabelecida
por Deus para todos os santos (Colossenses 1:26 e 29; Efésios 3:9), que
significa atingir o conhecimento completo de Cristo na Sua posição celestial
como Cabeça da Igreja “Corpo de Cristo”.
b. A doutrina
objetiva é a parte de nossa armadura (o escudo da fé – conforme Efésios 6:16).
3. Análise dos componentes
dos SETE UNS:
a. Certamente ninguém
normalmente pensa que qualquer dos sete significa que há mais do que um.
b. Para enfatizar
esta forma numérica, Paulo coloca o UM do Corpo no topo da lista dos sete.
Certamente, somos um só corpo, e não dois, há um só Espírito e não dois ou mais
espíritos, etc. E há um só batismo, não dois ou mais batismos.
c. Um Corpo:
(1) O Corpo é
numericamente um organismo espiritual de crentes – e não dois. Ambos os judeus
e gentios são unidos no “Corpo de Cristo”, e eles são membros, em plena
igualdade, tanto para a administração como na esperança.
(2) O Corpo de
Cristo é um organismo não-étnico ou não racial.
(3) Não há uma parte
do corpo que tem um conjunto de leis e uma outra parte do corpo que tem um
conjunto diferente de leis. Isso é mais parecido com o cisma denominacional que
vemos hoje.
(4) Há diversidade
no Corpo (I Coríntios 12:25). Mas, não para haver divisão do Corpo, mas para
que a formação e o crescimento do Corpo se façam de forma mais sustentada e
desenvolvida. Por isso, não devemos dividir o Corpo, ou seja, ir além do que
está ensinado (Não guardar um outro “corpo” ou “organização”, tipo batismo
extra, por exemplo, ou travar uma luta entre o Corpo e o corpo de organizações
denominacionais ou similares, tipo “Irmãos”, “Presbiterianos” ou “Batistas”).
d. Um Espírito: o
corpo tem um espírito, o Espírito Santo, não muitos espíritos (anjos). O Corpo
de Cristo é superior aos anjos (senhores, deuses, espíritos).
e. Uma Esperança: O
corpo tem uma só esperança. Cada membro do corpo tem a mesma esperança.
f. Um só Senhor: o
corpo tem um só Senhor, o Senhor Jesus Cristo, não muitos senhores (anjos). O
Corpo de Cristo é superior aos anjos (senhores, deuses, espíritos).
g. Uma Fé: Todos os
membros do Corpo de Cristo devem confessar e guardar um corpo de doutrina – não
uma fé, a doutrina e a prática de uma parte do corpo e um tipo diferente da
doutrina de fé e prática para a outra parte do corpo. Esta observação é mais um
retrato do cisma denominacional no corpo que vemos na cristandade. A única fé é
descrita pelos sete. Esta UMA FÉ consiste em:
(1) Exclui
cerimónias, ritos e rituais:
(A) não tem lavagens
religiosas (batismos) para o corpo (I Coríntios 1:17).
(B) não tem nenhuma
cirurgia religiosas (circuncisão) para o corpo (Gálatas 5:1-4).
(C) ausência de
regulamentação de alimentos para o corpo.
(D) não observa dias
sagrados como sábados, dias santos, dias de festa, etc. (Gálatas 4: 8-9;
Colossenses 2:16-18).
(E) não há homens
sagrados ou consagrados, comportamento não-normativo para fins religiosos
específicos.
(F) não há
vestimentas sagradas e comuns, tipo mitras, véus, etc.
(G) não tem lugares
sagrados como templos, altares, montes santos, etc. Hoje devemos invocar a Deus
em todo o lugar (I Timóteo 2:8);
(H) não há símbolos,
figuras ou sombras sagradas a serem observadas como instrumentos de comunicação
de Deus ao homem, como cortinas, crucifixos, brincos, gravuras, etc. Deus não
se manifesta em símbolos, mas pela Sua Palavra (II Timóteo 3:16).
(I) não há sinais
como formas de manifestação de Deus. Sabemos que “todas
as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus, dos que são
chamados segundo o seu decreto…” (Romanos 8:28).
(J) Não há dons ou
formas especiais de manifestação de Deus, já que a revelação de Deus já está
concluída e a Escritura completada e inspirada de Deus é que é o instrumento de
ensino de Deus para o Corpo (II Timóteo 4:17; 3:16).
(2) Exclui submissão
a sacerdotes. Não há nenhum sacerdote / mediador no âmbito do Corpo, ou seja,
nenhuma parte do corpo é exclusivo de um grupo de sacerdotes que fazem a
mediação em nome de outra parte do Corpo. O Corpo de Cristo tem um só mediador:
Cristo (I Timóteo 2: 5). Nem há qualquer membro no corpo que seja superior a
alguma outra parte do Corpo.
(3) Todas as
práticas acima referidas eram diferentes para os judeus e gentios, em tempos
passados. A remoção da distinção étnica de judeu e gentios implica a remoção
das práticas distintas!
h. Um Batismo:
Romanos 6:3-5; I Coríntios 1:17; 12:13; Gálatas 3:27; Efésios 4:5; Colossenses
2:12; Tito 3:5. O Corpo de Cristo tem apenas um só batismo, aquele que é
operado pelo Espírito Santo no UM CORPO, para “formar o um Corpo” (I Coríntios
12:13), que deve ser confessado e vigiado.
(1) O batismo é uma
regeneração interior = circuncisão interior = batismo interior, Colossenses 2:11-12.
Estamos completos em Cristo para além de todas as cerimônias, Colossenses 2:10.
(2) O batismo da
água – seja o messiânico ou o mosaico, não são batismos carismático para realizar
sinais miraculosos.
(3) Tanto o batismo
na água como o batismo messiânico e carismático funcionavam como sinal para
Israel. A cessação do batismo com água e o batismo carismático (I Coríntios
13:8-12) é outra consequência da obra que “dos dois foi feito um”.
i. Um Só Deus e Pai.
O Corpo tem um único Deus, o Pai, não muitos deuses (anjos superiores). O Corpo
de Cristo é superior a todos os anjos em todas as hierarquias de seres
celestiais (senhores, deuses, espíritos).
VII. CONCLUSÕES
A. Nós examinamos a
ideia bíblica de uma dispensação. As dispensações são identificadas pela sua
esperança imutável revelada nas Escrituras.
B. Analisamos
sucintamente as três Esperanças nas Escrituras. Portanto, existem três
dispensações, ou seja, três corpos de doutrina distintos para as três famílias
humanas: gentios, judeus e Corpo de Cristo.
C. O Corpo de Cristo era
um segredo desconhecido para o mundo, terreno e celestial, até que Cristo o
revelou ao apóstolo Paulo.
D. A “Dispensação do Mistério
de Deus” completou a revelação de seu plano para TODA a criação.
E. O Corpo de Cristo é
aquela porção de humanidade redimida que constitui um novo homem, formado a
partir da remoção do muro de ordenanças (entre a circuncisão e a
incircuncisão). Implicações:
1. Corpo não tem
quaisquer divisões, sejam étnicas, de género, de posição social ou de idade, ou
seja, o UM CORPO é completamente não-étnico (este é o ponto de Paulo em Efésios
2:11-16 e Colossenses 2:11-18). Assim, o Corpo tem:
a. Uma doutrina e um
único corpo de doutrina próprio, ou seja, uma fé.
b. Uma esperança, e
que não é terrena.
2. Os outros sete UNS
da doutrina formam a unidade da fé do Corpo. O mesmo conjunto de doutrinas para
ser aceite e guardado por todos os membros do “Um Só Corpo”. Esta é a unidade
que está à nossa guarda e é a unidade da fé para a qual estamos a lutar
incansavelmente para alcançar. Ignorar essa verdadeira unidade, ou indo além
dos ensinos em que consiste os SETE UNS da UNIDADE DO ESPÍRITO com práticas que
não se coadunam com a sua natureza produz cismas no Corpo; ignorando essa
unidade por truncamento leva a uma falsa unidade ("ecumenismo").