quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Melquisedeque


Quem era este personagem de quem é dito que «há muito temos que dizer e de difícil explicação (assim no grego)»? 

Muito tem sido dito acerca de Melquisedeque; algumas coisas instrutivas, outras interessantes, mas, algumas coisas que são ditas até roçam o ridículo porque, como o próprio Apóstolo diz, os leitores fazem-se negligentes em ouvir ou atentar para o que o texto sagrado diz. Fala-se tanto do que se pensa que não deixam o texto falar por si, e há muitas coisas importantes que este personagem bíblico encerra.

Cornélio Stam faz referência a este caso e diz o seguinte:

«O Apóstolo Paulo tinha muita coisa que desejava ensinar aos crentes Hebreus – verdades maravilhosas que teriam entusiasmado os seus corações – porém estas verdades eram “de difícil interpretação”, ou difíceis de se lhes explicar, uma vez que eles se fizeram “negligentes para ouvir”. A palavra “negligentes” em Hebreus 5:11 realmente significa “preguiçosos,” ou indiferentes, como em Hebreus 6:12:

«11 Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança; 12 para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas».

Eles não eram meramente duros de ouvido como se costuma dizer mas, espiritualmente, demasiado preguiçosos, demasiado indiferentes, para prestarem atenção. Eles não estavam suficientemente interessados.

Esta é sempre uma condição séria à luz do facto de “
Deus  [ter]  falado”, e da desobediência à Sua Palavra ser julgada (Hebreus 1:1,2; 2:1-3). Apesar disso, ah, é esta a condição da Igreja professa hoje! A grande maioria das pessoas religiosas não está suficientemente interessada no que Deus disse para se comprometer em estudo diligente e em espírito de oração e, como os dos dias de Paulo, ainda é necessário que se lhes tenha que ensinar “os rudimentos” da Bíblia. Elas têm permanecido bebés, sendo espiritualmente incapazes de digerir alguma coisa que não “leite”, permanecendo assim não “experimentado [s]  na Palavra da justiça” (Hebreus 5:12-14).» --- Cornelius R. Stam – Two Minutes With The Bible daily devotional – 06/12/2014

A religião, mesmo evangélica, e o espirito religioso que domina o ser humano não deixa que o Espírito de Deus esclareça os seus espíritos, ou mentes, mas, enraizados pelo espírito do mundo tomam o comportamento do mundo.

Muitas dessas coisas que têm a pretensão de explicar Melquisedeque chegam a dizer se trata de um descendente de Canan, outros de Sem, entre muitas alusões; Alguns afirmam que se trata de um anjo ou do próprio Senhor Jesus Cristo. Mas, o próprio Senhor Jesus Cristo não poderá ser porque o Senhor nunca reinou sobre qualquer cidade deste mundo, nem o poderia fazer antes do tempo determinado por Deus. Mas que diz o texto sagrado?

Este personagem é explicado no versículo 3 do capítulo 7 de Hebreus:

«Mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus…»

 
Ora, se se tratasse do próprio Senhor Jesus Cristo colidia o tipo com o protótipo, o que se trataria de um erro literário; Além disso, é dito que «foi feito» e, se foi feito, é porque teve um princípio e, do Senhor Jesus Cristo ele é chamado de «Pai da Eternidade». Mas, diz o texto: «foi feito semelhante» ou seja, o tipo aponta para o protótipo; o protótipo foi criado «desde a fundação do mundo» e manifestado no «tempo determinado pelo Pai» (Gálatas 4). Assim, Melquisedeque, como muitas figuras do antigo testamento, foram criadas, primeiramente, para apontarem para o cumprimento da Profecia, com a manifestação do Senhor Jesus Cristo. Por isso, as figuras que encontramos no antigo testamento apontam, objetivamente, para o cumprimento da Profecia, seja na forma como no conteúdo.

Neste contexto, é interessante reparar que as Escrituras nada dizem acerca dele e de propósito o fazem para criar nele uma figura para ser feita uma aplicação espiritual, conforme abaixo expomos.

Comecemos por analisar os textos sagrados:


TEXTOS

«17 E o rei de Sodoma saiu-lhes ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) no vale de Savé, que é o vale do Rei. 18 E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. 19 E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; 20 e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.

21 E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti. 22 Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, 23 e juro que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; 24 salvo tão-somente o que os jovens comeram e a parte que toca aos varões que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte.» (Génesis 14).

«1 Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. 2 O SENHOR enviará o cetro da tua fortaleza desde Sião, dizendo: Domina no meio dos teus inimigos. 3 O teu povo se apresentará voluntariamente no dia do teu poder, com santos ornamentos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua mocidade.

4 Jurou o SENHOR e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque. 5 O Senhor, à tua direita, ferirá os reis no dia da sua ira. 6 Julgará entre as nações; enchê-las-á de cadáveres; ferirá as cabeças de grandes terras. 7 Pelo caminho, dessedentar-se-á no ribeiro e prosseguirá de cabeça erguida.» (Salmo 110);


«10 (Cristo) Chamado por Deus sumo-sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. 11 Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.» (Hebreus 6; Ver, ainda: Hebreus 5:6-10; 6:20; 7:1-17).


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I.                  TERMINOLOGIA:

Hebraico:
Melquisedeque, significa: “O Meu Rei é Sedeque”, i.e. “Justiça”.
Salém, significa: diminutivo de “Jerusalém”, e significa “PAZ”.

Justiça e Paz são as promessas de Deus para Israel.

 
 

II.               MELQUISEDEQUE DOUTRINÁRIO

São três os títulos dados a Melquisedeque:

«A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz (Hebreus 7:2);
 
E:
«Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.» (Idem, 5:6).

As três referências bíblicas que são feitas a este personagem também são repletas de significado:

1)    Melquisedeque Histórico/Figurativo – O Rei – Genesis 14:
a.      O ajudador, abençoador, guia, etc.

2)    Melquisedeque Profético – O Profeta – Salmo 110:
a.      O Rei da Justiça, Profeta que vingará a nossa causa e estabelecerá a paz.

3)    Melquisedeque Espiritual – O Sacerdote – Hebreus 5-7:
a.      O intercessor


Este personagem do Antigo Testamento é uma representação muito completa do Senhor Jesus Cristo, porque é aquele que melhor assume as funções de mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5). Melquisedeque, como REI, é uma figura do Senhor Jesus Cristo que representa Deus entre os homens. Nesta qualidade o Senhor é chamado de “Emanu-El”, i.e., “Deus connosco” (Isaías 7:14). Como PROFETA o Senhor assume o papel daquele que vai cumprir todas as promessas de Deus. Segundo o Salmo 110, onde esta figura é representada, o Senhor irá libertar o Seu povo e dominar sobre as nações; E, Melquisedeque como SACERDOTE, é o representante dos homens diante de Deus, não levando diante de Deus as nossas fraquezas mas os seus méritos.

Notemos que o texto diz que Melquisedeque foi feito semelhante ao Filho de Deus, ou era uma figura do Filho de Deus, e não o inverso: O Filho de Deus foi feito semelhante a Melquisedeque ou que um era o outro. Trata-se, por isso, de pessoas distintas.

Com as narrações históricas e Bíblicas, verificamos que, depois que o homem pecou, Deus constituiu o chefe da família como o sacerdote da família. Isso foi instituído por Deus a Adão. Verificamos que Noé teve essas funções, quando ofereceu sacrifícios por si e pela família depois que saiu da arca; Abração faz o mesmo por si e por sua família; Job também oferecia sacrifícios por si e por seus filhos. Esta função era transmitida, normalmente, para o filho primogénito: o filho mais velho. Ainda hoje, em alguns povos, há esta figura entre a família: o patriarca. Este episódio mostra que, em alguns locais, ainda havia a noção do “Deus Altíssimo” e de quem o adorasse, esporadicamente.

Em comunidades maiores, já cidades, alguns reis da época, assumiam o papel de sacerdotes, fazendo ofertas a Deus a Deus por si, pela sua família e pelo seu povo. Estas funções envolvia o sacrifício de animais puros.

Melquisedeque aparece neste quadro: Rei e Sacerdote. E, este é o relevo que é dado pelo escritor aos Hebreus, para distinguir o sacerdócio do Senhor Jesus Cristo do sacerdócio levítico. Temos, assim, aqui, a confrontação de sacerdócios e não a comparação de pessoas. Não são as pessoas que estão em causa mas o seu ministério.

O sacerdócio levítico era transitório; o sacerdócio messiânico é eterno; A Base é a obra do Senhor Jesus Cristo; As figuras é Melquisedeque e Levi; E, é na inspiração das figuras que o Apóstolo pretende dar as lições espirituais. Por conseguinte, o sacerdócio do Senhor é perfeito e feito por um sacerdote Rei e sacerdote, com base numa obra única e, como tal, perfeita, que contrasta com o sacerdócio levítico que era imperfeito, já que requeria sacrifícios continuados por pecados continuados e por pessoas pecadoras.

«O valor típico do sacerdócio de Melquisedeque não reside apenas no seu ser "rei de justiça e rei de paz", mas ainda mais no seu sacerdócio sendo universal, não limitado por nenhumas ordenanças externas, não ligada a nenhuma raça ou povo em particular. Ou seja: o sacerdócio espiritual é superior ao sacerdócio material e religioso de Levi.

Além disso, sendo o sacerdócio do Senhor Jesus Cristo segundo a ordem ou do tipo de Melquisedeque, ou seja, REI E SACERDOTE (Salmos 110), e sendo reconhecido um tipo sacerdócio anterior ao sacerdócio levítico, e tendo sido abençoado pelo sacerdote-rei Melquisedeque, e tendo recebido o dízimo do sacerdócio levítico (nos lombos – seio – de Abraão), tornou-se reconhecidamente um sacerdócio superior.

Sacerdócio eterno… não pretende o escritor afirmar que Melquisedeque fosse eterno, mas aproveita o facto propositado da Escritura omitir a família de Melquisedeque, a sua ascendência e a sua descendência para fazer uma aplicação espiritual, como é feito de outras figuras do Velho Testamento. Não é por a Escritura omitir a família de um personagem que, necessariamente, ele seja “eterno” e que não tenha família. A lição que temos aqui é que o tipo de sacerdócio que Melquisedeque era, que não era familiar como o levítico, que passava de pais para filhos, mas era um tipo de sacerdócio que fora constituído por estatuto de ser o PATRIARCA da Cidade/Nação, mostra a sua superioridade. E, por isso mesmo, a descrição que é feita de Melquisedeque foi feita de propósito, omitindo determinados factos para ele ser «feito conforme o Filho de Deus…». Ora, se se tratasse da pessoa ser feita conforme o Filho de Deus, então deixaria de ser eterno pois ele tinha «sido feito…», e, como dissemos, teria um princípio… não era eterno, afinal! Mas, trata-se de uma figura feita à semelhança do Filho Eterno, o Senhor Jesus Cristo… E, o seu sacerdócio é, igualmente, eterno… (Hebreus 7:25).

Assim, Melquisedeque é uma figura do Ministério Messiânico do Senhor Jesus Cristo para Israel e não para a Igreja "Corpo de Cristo", que não tem sacerdócio, mas está acima de todo o tipo de cerimónia e formalidades; O ministério desta criação (não da criação espiritual, na "nova Criação"), desde os anjos aos seres terrestres é que estão sujeitos a instruções sacerdotais. Com isto, o Apóstolo queria mostrar aos judeus que o sacerdócio levítico era transitório e, muito provavelmente, não terá continuidade no Reino messiânico, mas haverá um ministério sacerdotal segundo a ordem de Melquisedeque. Isso é demonstrado quando é dito por Pedro e João o seguinte:

«E, chegando-vos para ele, a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo» (I Pedro 2:4-5);

«E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!» (Apocalipse 1:5-6).

Isto em cumprimento do que já Isaías havia dito: Israel seria um reino de sacerdotes, que seriam mediadores entre as nações e Deus.
 
«O Espírito do Senhor JEOVÁ está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes;
«E haverá estrangeiros que apascentarão os vossos rebanhos, e estranhos serão os vossos lavradores e os vossos vinhateiros. Mas vós sereis chamados sacerdotes do SENHOR (mediadores dos estrangeiros e Deus), e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis das riquezas das nações e na sua glória vos gloriareis» (Isaías 61:1-6…).

Assim, neste sentido está a Santa Cidade, a Nova Jerusalém… (Apocalipse 21-22): as nações andarão à luz de Israel e conhecerão o Senhor através daquela nação santa.

Em suma: Melquisedeque aponta para a forma como o Reino Messiânico será estabelecido no mundo e no conteúdo do ministério que a Nação de Israel terá nesse Reino.

 

 

III.           MELQUISEDEQUE DEVOCIONAL

Mas, Melquisedeque também tem lições devocionais para dar, se bem que não foram essas que Paulo pretendeu dar aos Hebreus. Os crentes hebreus precisavam de ser firmados na sua esperança e compreenderem bem o conteúdo da mesma. No entanto, muitas outras lições não foram dadas por falta de oportunidade do Apóstolo, que poderemos expor algumas. Senão, vejamos:

Abraão encontra-se diante de dois reis: o rei de Jerusalém e o rei de Sodoma. Um representa o Senhor Jesus Cristo, como o Rei de Jerusalém: Melquisedeque; o outro, o rei de Sodoma, representa o príncipe deste mundo, o Anticristo, que dominará sobre as almas e as escravizará nos deleites do mundo. Abraão, em relação ao rei de Sodoma, não aceitou nada do que lhe oferecera; Mas, de Melquisedeque Abração aceitou o pão e vinho (alimento) para continuar a sua viagem de regresso à sua casa. Em compensação disso, Abraão é abençoado por Melquisedeque: o maior abençoa ou diz bem do menor…

 
Depois de um grande combate, o melhor que poderia acontecer a Abraão era a presença de Melquisedeque, que o vem abençoar, confortar e alimentar. Esta é uma figura dos últimos dias da Profecia: O Senhor usará o remanescente de Israel, os verdadeiros filhos de Abraão para libertar o seu povo e trazê-lo de regresso à terra prometida. O Senhor, depois da vitória, abençoará o seu povo com fartura de alimento e alegrias. Por essa mesma razão é descrito a seguir:

«Depois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão» (Génesis 15:1).

 
Escudo e galardão: defesa dos adversários e recompensa, como resposta è rejeição da oferta do rei de Sodoma.

O rei de Sodoma não tinha perdido oportunidade para ganhar o seu espaço e procurar a sua “glória” de mérito, não ficando atrás do rei de Jerusalém, e ofereceu-lhe oferece riquezas e glória. Abraão, na sua fé, porque esperava coisas superiores, rejeita as riquezas do Rei de Sodoma e aceita as bênçãos de Melquisedeque. A recompensa disso foi a presença do Senhor e a promessa para a descendência de Abraão.

Mas, como o Rei de Sodoma convenceu aos seus súbditos a o seguirem e a voltarem para Sodoma, também, no fim dos tempos Satanás sairá e enganará as nações que perecerão diante o fogo do Senhor.

 

Este episódio de Génesis 14 é explicado no Salmos 110 e em Hebreus 5-7:

Abraão, aqui, é o exemplo de um crente espiritual: seja do crente dos nossos dias, mas especialmente dos crentes que viverão na grande tribulação e no reino milenial:

1)     Ele decidiu pela bênção de Melquisedeque;
2)     Ele recebe o pão e o vinho;
3)     Ele paga os dízimos a Melquisedeque como agradecimento a Deus.
4)     Ele rejeitou a aparente bênção de Sodoma: as riquezas, a prosperidade, o gozo do pecado, o poder e a glória deste mundo…
a.       Abraão já tivera a experiência do engano das riquezas materiais do Egipto…

5)     Com esta decisão, de receber a bênção de Jerusalém, não precisou das riquezas de Sodoma… Para coroar isso, o Senhor de imediato lhe aparece e se oferece como “Escudo” (para a batalha) e “Galardão” (como prémio);
a.       Loth teve aqui a derradeira oportunidade para arrepiar caminho… poderia ficar com Abraão… mas quis seguir o seu próprio caminho… seguiu para Sodoma com o Rei daquela cidade pecadora.
b.      O resultado disso foi perder tudo!

Que rei pretendes seguir? Abraão identificou-se com Melquisedeque; Lot seguiu o rei de Sodoma!
 
Que orientações estamos a dar às nossas vidas? Melquisedeque veio até Abraão em nome do Deus Altíssimo; O rei de Sodoma veio apresenta-se como detentor das riquezas deste mundo… mas, cujo fim foi a perdição!

A grade de Deus seja com o Vosso espírito… e como aqui fizemos, «não desprezeis as profecias»!

 
Vitor Paço

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O Temor de Deus

O Temor de Deus
Ou o Tribunal de Cristo?

«Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal. Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, mas somos manifestos a Deus; e espero que, na vossa consciência, sejamos também manifestos» (II aos Coríntios 5:10-11)

A Escritura está repleta de referências ao temor, especialmente ao temor de Deus. Umas vezes num sentido bom outras vezes num sentido menos bom ou mais assustador. Por isso, não deixa de ser um assunto que mereça a nossa atenção e, num certo sentido, alguma preocupação, também. Tanto mais que o mordomo da “casa espiritual de Deus”, o Apóstolo Paulo, se refere a ele com alguma frequência.
Então, questionamos nós, que tem isso a ver connosco, membros da Igreja “Corpo de Cristo”, e em que medida nos afeta?
Quando me propus analisar este assunto, tomei a iniciativa de procurar perceber alguns pensamentos entre os incontáveis ensinadores das Escrituras. Não foi surpresa para mim verificar que não há qualquer critério no entendimento e aplicação que é feita do temor de Deus: o temor de Deus é aplicado indiscriminadamente ao incrédulo como ao crente fiel: todos são colocados indiscriminadamente no mesmo "saco" e debaixo do terror de Deus. Alguns ensinadores, menos escrupulosos, aproveitam-se deste tema – com discursos subtis e enganosos – para subjugar o povo de Deus e coloca-los debaixo dum espirito apavorado para se aproveitarem dos seus recursos financeiros e materiais e conseguirem assembleias disciplinadas (na carne) e numerosas (no mundo). Já não é novo. Dizia o Apóstolo Paulo:
«Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo» (Colossenses 2:8).

“Segundo Cristo”, quer dizer, segundo Cristo como cabeça da Igreja, que é segundo o “Corpo de Cristo”.


O grego do NT utiliza várias palavras relacionadas com o medo:
Temor, i.e. “tremor”: Strong: 5156 tromov tromos; Assombro, i.e. “estar fora de si”: Strong: 1611 ekstasiv ekstasis; e: Medo, i.e. temer, recear, amedrontado. 90 x NT. Strong: 5399 fobew phobeo e 5401 phobos.

A mais utilizada é «PHOBEÖ», de onde veio para o português a palavra “FOBIA”.
Normalmente esta palavra «fobia» ocorre com a palavra «tromos», ou tremor, estremecer, como é o caso de Filipenses 2:12 –
«De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor (phobos) e tremor (tromos)».

Ver, igualmente: I Coríntios 2:3; II Coríntios 7:15; Efésios 6:5.

Não há dúvida que o «medo» é uma característica de todo o ser humano. A Escritura apresenta o «medo» como o resultado do pecado. E, uma das consequência do pecado foi o homem ser afetado pelo medo, especialmente porque tem a consciência do mal e do castigo que o mal está sujeito. Além disso, o medo, no homem, está conotado com a sua fraqueza, insegurança e incerteza
«E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me» (Gênesis 3:10).

O pecado foi o grande causador do homem passar a ter medo. E o homem tem medo de tudo: medo de Deus, do que sabe e do que não sabe, do passado, do presente e do futuro, tem medo as pessoas e das circunstâncias, tem medo do que acontece e do que poderá acontecer, e vive num constante pavor. O homem, por norma, vive apavorado. E tudo por consequência do pecado.
Mas não só o homem. Toda a criação ficou sujeita a esta reação: ao medo: e vê-se isso refletido na reação dos próprios animais…
O medo assume a sua maior dimensão quando o homem se depara com a morte, porque a morte é o resultado do pecado e reveste um carácter de castigo baseada na sentença de Deus no Éden, por o homem ter comido da «árvore da ciência do bem e do mal» (Génesis 2:16-17; Romanos 5:12 e 6:23).

Assim, a Escritura fala da morte:
«E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão» (Hebreus 2:14-15).

 A sensação do medo foi agravada com a instituição da lei:
«E tão terrível era a {ou o que se via} visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado e tremendo» (Hebreus 12:21).
 
Os receios que o homem tem das coisas não passa de uma manifestação de um receio maior: o RECEIO DE DEUS – Medo de Deus! O homem teme a Deus porque tem receio do castigo de Deus; e teme-o porque a sua consciência o condena. Dai que, para o homem, o escape que encontra e de se esquecer de Deus, ignorando-o o mais possível, para não viver escravizado com o pensamento que, um dia, terá de estar diante de Deus.
 
Por essa razão o Apóstolo Paulo chama deste ministério de «Ministério da condenação»:
«E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito. Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça» (II Coríntios 3:7-9).
E:
«Porque não recebestes o espírito de escravidão (da lei), para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai» (Romanos 8:15).

 

 
O Temor/Medo e os Membros da Igreja “Corpo de Cristo”
Ora, os membros da Igreja “Corpo de Cristo” também são confrontados com este assunto. Como já referimos, o escritor da revelação do Senhor glorificado refere-se ao temor por diversas vezes e, acrescenta o «tremor», o que é sinal de grande responsabilidade o que envolve o temor que refere.
E, questionamos: Será que o crente deve viver com medo? Andar receoso e amedrontado? Viver a vida de Cristo, como membro do “Corpo de Cristo” rodeado de toda a sorte de receios? Qual o sentido e propósito do «temor e tremor» que o apóstolo dos gentios refere?
Uma coisa é verdade: o Senhor quando nos salva não altera nada do que somos neste mundo, inclusivamente dos nossos medos e receios. O medo não é retirado de nós, porque ainda estamos no «corpo do pecado». O pecado e os efeitos do pecado só será retirado de nós depois da ressurreição da Igreja “Corpo de Cristo” pelo arrebatamento. Quem disser o contrário não é honesto, nem consigo próprio e enganador dos seus ouvintes.
Mas, será que isso significa que devemos viver a vida “cristã” revestidos de todos os medos e receios? Receio de Deus, receio de errar, receio de ficar aquém de alguma obrigação, receio de ir além em outra coisa, receio de fazer mais do que devia, receio de não fazer o que devia, receios por ação e receios por omissão, receios de falar de mais, e receios de não falar o suficiente, receios de orar mal e orar de mais ou de menos, receios de tudo e de nada… receios… receios… receios… não!
O milagre da salvação no crente, membro da Igreja “Corpo de Cristo”, é que, depois de crer na palavra da verdade da graça de Deus, recebe do próprio Deus (além do próprio Espírito de Deus) o “espírito do Filho”, ou seja, a “mente de Cristo”, o mesmo espírito do Senhor Jesus Cristo, que clama: “Aba Pai”! E esta é uma condição essencial da salvação:
«Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós (Palavra do Mistério?). Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele» (Romanos 8:9).

E, continua:
«Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus (Palavra do Mistério?), esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão (da lei), para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito (Palavra do Mistério?) testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados» (v. 14-17).

Estas palavras indicam que, depois de cremos na palavra da graça de Deus e sermos salvos pela mesma palavra, nada temos a temer e devemos viver sem qualquer receio, mesmo o receio de errar. Especialmente porque fomos perdoados de qualquer pecado e fomos lavados de qualquer imundície, seja passada, presente ou futura (Efésios 1:7-8). E, a vida no Espírito, que é a vida segundo o «espírito» ou «mente de Cristo» é uma vida de liberdade, ou seja, sem quaisquer receios, porque é uma vida que está em plena sintonia com Deus e com a Sua Palavra, a palavra segundo a revelação do Mistério, segundo a Igreja «Corpo de Cristo»:
«Mas, quando se converterem ao Senhor, então, o véu se tirará. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor» (II aos Coríntios 3:16-18).
Ou seja, quando o crente se converte ao Senhor o véu da lei se retira e a sua mente ou espírito fica em sintonia com o Espírito e mente de Deus. A cara descoberta é a mente liberta do véu da lei. E, só quando somos libertamos a nossa mente de todo o tipo de lei que nos escravizam na vida da carne (é carne e vida segundo a carne, a religião) e passamos a pensar como Deus (segundo o Mistério) atingimos a liberdade plena e a libertação de todo o tipo de receios. E, só andando segundo a mente de Cristo – como cabeça da Igreja – é que refletimos a glória do “Corpo de Cristo”.
Além disso, o Senhor é espírito ou espiritual e não carne ou carnal; por isso, a vida de Cristo e a vida que devemos viver em Cristo é exclusivamente no espírito e espiritual. O resto é religião que os religiosos procuram promover para exaltar a sua carne e as obras da sua carne!

Para reforçar este pensamento, diz o Apóstolo Paulo para os membros do “Corpo”:
«Cristo nos resgatou da maldição da lei (i.e. da morte), fazendo-se maldição por nós…»
«De maneira que a lei nos serviu de aio até [Gr. “eis”, i.e., até] Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados. Mas, depois que a fé (programa do Mistério) veio, já não estamos debaixo de aio. Porque todos sois filhos de Deus pela fé (palavra da revelação do Mistério) em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo».
«Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo» (Gálatas 3:13-4:7).

Ora, a vida de filhos – e filhos segundo o programa do Mistério, como membros do “Corpo de Cristo” – não é uma vida de escravos, rodeados de todo o tipo de medos, mas uma vida de liberdade espiritual, em sintonia com o espírito (mente) de Cristo e de Deus.

E, diz mais:
«Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.
Portanto, não te envergonhes do testemunho [palavra, revelação do Mistério] de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo [em glória, com a revelação do Mistério], o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia. Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há [na relevação, palavra de] em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo [pela palavra do Mistério] que habita em nós» (II a Timóteo 1:6-14).

Ora, já percebemos que o «medo» não deve fazer parte do nosso vocabulário espiritual; mas, porque Paulo fala dele? A que é que se refere o temor de Paulo?

Primeiramente, e depois de percebermos que o crente não tem quaisquer motivos de ter medo, seja de que ordem for, pois está em Cristo, perdoado e libertado de tudo aquilo que lhe poderá causar medo, o crente estando ainda no corpo do pecado (na prática, se bem que, no prepósito de Deus o corpo do pecado está morto, conforme Romanos 8:9-11, mas temos a promessa de Deus que será ressuscitado, em glória), não pode negar que tem momentos de ser acometido de alguns receios. Paulo teve essa experiência, como descreve em I aos Coríntios 2:3 e em Romanos 13:3 e 7. É uma característica do homem que está na carne por causa dos efeitos do pecado. A sensação do medo só será retirada de nós com a glorificação do nosso corpo, quando formos revestidos da glória de Cristo (Efésios 1:3; 2:6-10; 5:25-27). No entanto, as promessas de Deus são de tal ordem elevadas que não temos motivos de ter receio e, assim, somos chamados a viver na esperança da possessão eterna: é um aspeto do «viver segundo a vocação com que fomos chamados» (Efésios 4:1). Somos chamados a viver como filhos. Ora, a adoção de filhos é um termo usado pelo Apóstolo Paulo para se referir à glorificação do “Corpo de Cristo” (Romanos 8:23 e 29-30). Ou seja, somos chamados a viver como se estivéssemos na glória, assumindo a nossa posição de filhos, sem qualquer receio, sem qualquer constrangimento, sem qualquer coisa que esteja conotado com a carne ou com o mundo, físico ou material, mas espiritual… porque tudo o que for material será destruído e ficará neste mundo para ser queimado (I aos Coríntios 6:12-13). Não nos devemos deixar prender ou dominar pelas coisas deste mundo, seja ordenanças carnais, obrigações mundanas, símbolos e figuras, mas tudo que seja espiritual e apele ao espírito: Aquilo que domina o Espírito de Deus e que o Espírito de Deus faz é o que deve nos dominar e o que devemos fazer… e isso está nas epístolas de Paulo para a Igreja “Corpo de Cristo”.
Por outras palavras: devemos viver segundo o “espírito” que nos foi dado, o espírito de filhos, o pensamento de filhos, que é a mente de Cristo, a palavra da pregação de Jesus Cristo conforme a revelação do Mistério.
Com isto, percebemos que, só com a Palavra de Jesus Cristo segundo a revelação do Mistério é que nos capacita para vivermos sem sermos dominados pelos receios e medos. E, quanto mais conhecermos essa Palavra e melhor a entendermos, mais capacitados estaremos para viver como filhos, como herdeiros de Deus, como donos e possuidores de tudo, em Cristo (Romanos 8:15-17). Não há outro caminho! Vejo muitos crentes rodeados de tanta insegurança, incerteza, dúvidas e indeterminação porque não conhecem ou não entendem suficientemente bem a Palavra da revelação do Mistério, ou essa Palavra ainda não os domina, nem libertou o seu espírito! Estão na graça e falam da graça, mas vivem debaixo do espírito de escravidão… mantendo-se em temor…!
 
De seguida, e depois de percebermos que fomos libertados de todos os receios – ou dos motivos que nos poderão trazer receios, levanta-se, novamente, a questão: porque Paulo fala do “TEMOR” – “o temor que se deve ao Senhor”!

Se atentarmos bem para os textos referidos começaremos a perceber o seu sentido e propósito…

 


O Tribunal de Cristo e o Apostolado de Paulo
(Cumprimento do Seu Ministério)[1]

Voltemos ao texto sagrado:
«Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (Porque andamos por fé e não por vista).
«Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor (na ressurreição, v. 1-2; 4:14). Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes (na ressurreição), quer ausentes (enquanto estamos no corpo, v. 6). Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo (na ressurreição), para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.
«Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, mas somos manifestos a Deus; e espero que, na vossa consciência, sejamos também manifestos» (II aos Coríntios 5:6-11).

Ora, o Apóstolo ao referir-se ao temor do Senhor, o temor que se deve ao Senhor, está a referir-se ao facto de termos de ser apresentados diante do Tribunal de Cristo. “Todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo… e sabendo isso (ou seja, o temor que se deve ao Senhor), persuadimos os homens à fé…
Com isto o Apóstolo está a chamar-nos a atenção da importância que devemos ter acerca do Tribunal de Cristo; e, isso, sim, deve criar em nós um verdadeiro sentimento de temor (phobos) e tremor (tromos). O Tribunal de Cristo é seríssimo, de extrema responsabilidade e gravidade, que levou o Apóstolo a fazer os possíveis e os impossíveis para completar o seu ministério de “completar a Palavra de Deus” (I aos Coríntios 9:15-27; II a Timóteo 4:17-18), ou seja, o seu apostolado. Por isso, ele poderia dizer: “Acabei a carreira e guardeia fé… desde agora me está reservada a coroa da justiça…” (4:6-8). E, diz ele, uma vez que terei de comparecer diante do Tribunal de Cristo persuadimos os homens à fé, ou seja, «A CONFIAR NA FÉ CORPO DE DOUTRINA», que é a “Palavra da Reconciliação” que o Senhor lhe confiou, e corresponde ao “ministério da reconciliação” que ele desenvolve a seguir (5:18 a 6:2).
Estou certo que, se os crentes tivessem consciência do que vai ser o Tribunal de Cristo muita coisa mudaria nas suas vidas!

Diz, ele:
«Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel. Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor» (I aos Coríntios 4:1-5).

A fidelidade no ministério, ou seja, guardar pura a palavra que lhe fora confiada e a passar nessa pureza, era a condição essencial requerida por Deus para o Apóstolo Paulo. É claro que muitos estavam a por em causa esse ministério e a sua fidelidade no seu desempenho. Mas, em qualquer circunstância temos de ter consciência que o Senhor é o único juiz. E, antes do Dia do Tribunal de Cristoserá em vão e inútil, inadequado e inapropriado qualquer juízo humano e antecipado. Quando o Senhor vier, sim, irá porá nu a verdadeira intensão dos ministros do Evangelho e os propósitos naquilo que fazem.

Se Paulo cumprisse bem o seu ministério, teria prémio, como de facto cumpriu e o prémio lhe está assegurado (I a Timóteo 4:6-8 cm 17-18), como ele disse:
«Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho! E, por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada» (I aos Coríntios 9:16-17).

A questão colocada aqui, por Paulo, não tem a ver com a boa ou má vontade, mas na intenção como desempenhava o ministério. O Senhor confiou a Paulo uma dispensação: a dispensação da graça de Deus. Essa dispensação era acompanhada por alguns direitos e privilégios, designadamente, “de viver do evangelho” (v. 14). Mas, Paulo, fez questão de não usar desse direito (v. 12 e 18). E, tudo fez para se abster dos privilégios humanos para não perder o direito à coroa (v. 25), e pregando aos outros não viesse a ficar reprovado. Por isso, o sentido das palavras é «pregar bem-intencionado e não por interesse». Contrariamente a Paulo estavam os judaizantes e os falsos ministros de Cristo que se querem aproveitar dos crentes e gloriar na sua carne (ou nas coisas carnais dos crentes – Gálatas 6:13). Se ele pregasse o Evangelho com intenção exclusiva de se aproveitar dele, vivendo numa simples obrigação (e não pela graça), nenhum prémio lhe caberia.

Assim, se desempenhasse o seu ministério mal-intencionado, como desempenho de uma obrigação, nenhum prémio lhe seria atribuído, já que estaria a desempenhar as funções de despenseiro ou de mordomo mas em nada em conformidade com a mensagem da graça: anunciava a graça mas debaixo de um espírito de obrigação. O resultado: apenas uma dispensação lhe fora confiada! Ou seja: «cumpriu a obrigação», mas ficava privado do prémio por mérito! (I Coríntios 9:27).

 

O Tribunal de Cristo e o Nosso Ministério
Não podemos confundir o ministério do Apóstolo Paulo com o nosso ministério. Paulo foi chamado para completar a Palavra de Deus; pela graça de Deus ele completou-a e ficou habilitado para receber a “coroa da justiça” (Colossenses 1:25; II a Timóteo 4:17-18 com 4:6-8; com Colossenses 1:6 e 23). No entanto, os restantes membros da Igreja “Corpo de Cristo” também têm sérias responsabilidades para com a sua vocação e pelas quais terá de dar contas a Deus no Tribunal de Cristo. É claro que, não é para completar a Palavra de Deus, pois Deus diz que está completa e foi anunciado a todo mundo, e a toda a criatura (Idem, Colossenses 1:6 e 23). Mas, então, por que será?

Vejamos o texto sagrado:
«Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus» (I aos Coríntios 2:1-5).

Este é o ministério do apóstolo Paulo! E segue:
«Mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória» (v. 6);
«Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus…» (v. 10).

Paulo passa a explicar e introduz o ministério dos demais membros da Igreja “Corpo de Cristo”:
«Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós…» (3:6-9).

“Eu plantei”, ou seja, eu, como mordomo da casa de Deus, coloquei o fundamento. Apolo, e os demais cooperadores e seguintes ao Apóstolo Paulo regam, ou cuidam do que foi plantado. Nós não somos chamados a fazer o ministério do Apóstolo Paulo, pois, estaríamos a por em causa a Palavra de Deus e a eficiência do ministério do apóstolo; nós somos chamados a cuidar da palavra que foi plantada e seremos responsabilizados pela forma como “regamos” ou cuidamos da plantação. Isso é melhor explicado pelas palavras que seguem do apóstolo:
 
«Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento (i.e., a planta, conforme v. 6) como prudente construtor; e outro edifica (i.e., rega, conforme v. 6) sobre ele. Porém cada um veja como edifica (i.e., como rega…).
«Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo (da batalha espiritual celestial); e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará (a batalha testará a nossa obra). Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão (no tribunal de Cristo); se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo» (I aos Coríntios 3:1 a 15).

E, continua a explicação dele:
«Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado» (Idem, v. 16-17).

Deus “o” destruirá, ou seja, não a pessoa, pois a mesma será salva como pelo fogo (v. 15), mas aquilo que faz mal ao edifício, ou aquilo que não faz parte do modelo de Deus para este edifício espiritual: ou seja, «a madeira, o feno e a palha»: serão destruídas e ficarão em cinzas, constituindo uma vergonha para os seus “edificadores” fraudulentos!

Assim, e pelas palavras do Apóstolo, a forma como edificamos o “templo de Deus”, que são os crentes (“que sois vós…”, v. 16), a Igreja “corpo de Cristo”, se é feito em conformidade com o fundamento colocado por ele, que é Jesus Cristo segundo a revelação do Mistério (Romanos 16:25-27).

Neste sentido, vão as palavras do apóstolo para os seus continuadores:
«Eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério…» (II a Timóteo 4:6 e 5);
«Tu, pois, filho meu, fortifica-te [fica firme ou mantém-te firme] na graça que está em Cristo Jesus. E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros. Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus» (II a Timóteo 2:1-3).

Esta é a responsabilidade dos continuadores do ministério de Paulo, no sentido de edificarem sobre o fundamento que ele, pela graça de Deus, foi chamado a colocar:
«Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e na caridade que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós» (II a Timóteo 1:13-14).

Isto é «participar nos sofrimentos do apóstolo», ou seja, participar derivadamente do ministério do Apóstolo Paulo, dando continuidade a este ministério da graça de Deus. Ele diz mais:
«Igualmente, o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas… [As regras da casa de Deus]» (v. 5);
«Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória.
Ou seja, entrem na glória com o pleno galardão de ouro, prata e pedras preciosas…

«Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se sofrermos (conforme 2:3, que consiste em manter-se firme na Palavra da graça… conservar e guardar…), também com ele reinaremos (receberemos galardão pleno); se o negamos (não perseverarmos na Palavra da graça), ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo [será salvo, mas como pelo fogo, sem nada mais]» (v. 10-13).

Por isso mesmo, diz o Apóstolo:
«Ninguém, pois, vos julgue [grego: krino, Strong: 2919, que, também, significa: separar: ninguém vos separe…] por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
«Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus» (Colossenses 2:16-19).

Ou seja, não vos deixeis julgar por árbitros faxeosos, tendenciosos e falsos… este é o sentido da palavra “árbitros”, no grego, tomando como referência os árbitros corruptos que ajuizavam tendenciosamente… favorecendo os atletas amigos que não corriam segundo as regras… nos jogos olímpicos gregos, mas, que, depois, seriam desclassificados. Por isso, alguns traduzem o texto como:
«Que ninguém engane a vossa recompensa... ou prêmio» (Gill); «Isto é comumente traduzida por "roubar-lhe o prêmio"» (Expositor NT Grego); «Que ninguém engane a vossa recompensa…» (Barnes).

Ou seja: ensinadores com aparência de humildade e cultos espirituais, metendo-se em coisas que não receberam qualquer revelação, e que só serve para vos fazer perder a coroa… E, na base das suas amizades, para não perderam o seu protagonismos e gloria humana, não renunciavam às obras da carne: ritos, cerimónias, ordenanças, figuras, sombras, posturas, etc. Perdiam a possibilidade de viverem a vida em Cristo livremente e, por fim, a recompensa devida no tribunal de Cristo.

 

O Tribunal de Cristo e o Nosso Testemunho

«De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo; retendo a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão. E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós» (Filipenses 2:12 a 17).

 
Paulo estava na eminencia de ser morto e partir desta vida. Era importante os crentes darem continuidade à dispensação da graça de Deus. Para essa continuidade era essencial que, primeiramente, «obedecessem à palavra que lhes fora anunciada», a mensagem da graça de Deus.
Outra questão importante, para estarem aptos neste ministério, era que operassem a salvação que lhes fora dada por Deus. Esta salvação era viverem a salvação… e não se limitava ao chamado «plano de salvação». Isso não existe na linguagem do Apóstolo Paulo nem na sua mensagem. A mensagem da salvação é a esperança que nos está reservada em Cristo, na glória, e que a sua morte nos assegura, e que a sua ressurreição nos garante. A nossa salvação é espiritual e celestial, e está em Cristo e será lá que a desfrutaremos (Efésios 1:3 a 4:10).
«Operar a salvação» seria por em prática a palavra que tinham recebido e obedecido… que tinha a ver com o contexto: Cristo glorificado acima de todos os céus e com um nome que está acima de todo o nome… que é Cristo como cabeça da Igreja “Corpo”. Esta passagem é correspondente a Efésios 1:3, 16-23; 2:5-10; a Colossenses 1:15-19; 2:9-10. O Crente em Cristo tem que assumir a sua posição e viver como tal: estando em Cristo, nos lugares celestiais, completos e plenos, livres de qualquer constrangimento humano, material ou carnal, mundano, religioso ou imoral. Vivei, agora, a salvação que recebestes e que está em Cristo, de forma livre.

A forma: «sem murmurações (gr. “queixas”), nem contendas (gr. “com duvidas e incertezas”), irrepreensíveis, como filhos de Deus, inculpáveis… ou seja, de acordo com a mensagem do Evangelho.

«Com temor e tremor…»? Que é isso? Com medos e receios? Não! Mas, tendo consciência que seremos apresentados diante do tribunal de Cristo, pois diz:
«Retendo a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão» (v. 16).

O que é «Paulo ter trabalhado em vão»? Paulo deixa de levar o prémio? Não, nada disso. A questão não tem nada a ver com Paulo, mas connosco. Paulo esforçou-se muito para cumprir ou completar a Palavra de Deus. Ele foi cumprida e ficou completa. Mas, se nós não dermos qualquer atenção à Palavra que ele nos deixou, com muito esforço, o seu esforço foi em vão para nós. Mas, se dermos atenção, valor, continuidade, guardarmos e defendermos a palavra que ele nos deixou, o seu trabalho foi útil para nós e nós só ganharemos com isso: presentemente, viveremos uma vida feliz, livre e plena; no futuro, receberemos o prémio correspondente.

Por isso, caros leitores, operai a vossa salvação com temos e tremor, tendo em consideração que sereis apresentados diante do tribunal de Cristo e recebereis o prémio correspondente com a forma como essa operação seja feita, ou seja, se é operada no modelo da graça ou se no modelo do mundo, dos rudimentos do mundo e da carne, ou seja, segundo métodos e modelos religiosos e dos homens.

No mesmo sentido Efésios 6:5-8 –
«Vós, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens, sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre».

O servo obedecendo ao seu patrão, de coração, está a fazer a vontade de Deus. Neste sentido, receberá a devida recompensa. Assim, o servo deve obedecer ao seu senhor, com temor e tremor, ou seja, tendo consciência que será apresentado diante do Senhor e será recompensado, ou não, de acordo com a forma como desempenhou a vontade de Deus: se obedeceu ao seu senhor ou não, e se o fez de coração (com intimidade e entendimento da vontade de Deus) ou não.

No mesmo sentido, também, está Efésios 5:21
«Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus…»

Este texto pode ser intendido no contexto anterior como no contesto posterior. No contexto anterior, está a falar do relacionamento dos crentes, para não serem crentes néscios, mas serem crentes sábios, entendendo a vontade do Senhor para o presente período da graça de Deus, com toda a inteligência espiritual, ou completos espiritualmente (o sentido literal de “enchei-vos em espírito”… com a Palavra de Deus), cantando e salmodiando entre si a Palavra de Deus, tomando consciência que irão estar diante do tribunal de Cristo. Por isso, cuidado com a forma como estão a viver a vida em Cristo: se plenos espiritualmente ou se de forma néscia e ignorante da vontade de Deus.
Se o texto se insere no contexto posterior está a falar da sujeição que deve haver entre os membros da família tendo consciência, também, que irão estar diante do Tribunal de Cristo e, pela forma como viverem serão julgados. A família é um reflexo da relação entre Cristo e a Sua Igreja celestial. E, perguntamos, como está a nossa família a ser esse reflexo? O varão é a cabeça do lar como Cristo é a cabeça da Igreja? O varão ama a mulher como Cristo amou a Sua Igreja? Os filhos estão a ser educados na disciplina (no ensino) do Senhor? Examinai-vos a vós mesmos se não quereis ser achados reprovados!

Para mais matéria sobre o presente assunto, recomendamos a leitura dos artigos: «Coroa da Justiça» e «A Tentação de Cristo e a Nossa Tentação», postadas neste blog.

A graça de Deus seja com o vosso espírito.
VP



[1] Estes textos, se bem que muitas vezes aplicados aos crentes em geral, são exclusivos do ministério e apostolado do Apóstolo Paulo. A aplicação que habitualmente se faz aos crentes em geral só pode ser feita por não se observar corretamente o texto sagrado, que leva a tirar conclusões erradas e a querer impor aos crentes coisas que não são aplicáveis, e a querer completar uma coisa que Deus diz que já está completo; ou seja, querem ser mais zelosos que Deus e com o seu zelo poem em causa a própria palavra de Deus!