«Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor» (I aos Coríntios 15: 58).
Quem não ouviu a declaração típica de crentes que “querem fazer a obra do Senhor” ou querem estar ocupados com a “obra do Senhor”. No entanto, a grande questão que se coloca e que muitos buscam encontrar é “o que é a obra do Senhor” e como “fazer a obra do Senhor”!
Muitos confundem a “obra do Senhor” com a atividade da igreja; então, envolvem-se nas atividades da igreja, em campanhas de evangelização ou de edificação, em organização de eventos sociais, culturais, musicais, filantropos, angariação de fundos, e outros "eventos" da "igreja". Em suma, muitos acham que a obra do Senhor é fazer muitas coisas para o Senhor!
Em muitos momentos, alguns crentes, para mostrar que são espirituais, invocam o apóstolo Paulo:
I Coríntios 15:
«9 Porque eu sou o menor
dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a
igreja de Deus. 10 Mas, pela graça de
Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes, trabalhei
muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está
comigo».
A verdade é que o apóstolo Paulo teve uma comissão muito clara, específica e exclusiva. E, ele, cumpriu o seu ministério! Completou a pregação da Palavra de Deus e não deixou nada para nós completarmos! Quero com isso dizer que o ministério do apóstolo Paulo não tem continuidade e não é repetível.
Por outro lado, nem tudo aquilo que dizemos que fazemos para o Senhor é de facto para o Senhor! Infelizmente, o mundo e a cristandade está cheia de pessoas que dizem que fazem coisas para o Senhor, mas estão muito longe da verdade.
O próprio Senhor disse:
«Voltando-se, porém, repreendeu-os
e disse: ‘Vós não sabeis de que espírito sois’».
(Lucas 9:55).
E, de muitos que faziam coisas para o Senhor, Ele disse: “nunca vos conheci”! (Mateus 7: 23).
No entanto, ao considerar exatamente o que é "a
obra do Senhor", Paulo disse aos filipenses que "...é Deus que opera em vós...” (2:13).
«12 De sorte
que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas
muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com
temor e tremor; 13 porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade».
O que isso implica é que, se há algum trabalho para
ser feito, então não é o crente que o tem de realizar mas é Deus que opera a
obra!
Então, o que é “A Obra do Senhor?”
Vejamos alguns textos que falam por si:
Filipenses 1:
«6 Tendo por certo isto
mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus
Cristo».
«10 Para que aproveis as
coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo algum até ao Dia de
Cristo».
I aos Coríntios 1:
«8 O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes
irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo».
I aos Tessalonicenses
5:
«23 E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo».
II a Timóteo 1:
«12 Por cuja causa padeço
também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu
depósito até àquele Dia».
Filipenses 3:
«13 Irmãos, quanto a mim,
não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das
coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, 14 prossigo para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15 Pelo que todos quantos
já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará. 16 Mas, naquilo a que já
chegamos, andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo».
Romanos 16:
«25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu
evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério
que desde tempos eternos esteve oculto, 26 mas que se manifestou agora e se
notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a
todas as nações para obediência da fé, 27 ao único Deus, sábio, seja dada
glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém!»
Efésios 3:
«20 Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais
abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que
em nós opera, 21 a esse glória na
igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém!»
II a Timóteo 2:
«7 Considera
o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo».
Em primeiro lugar, é imperioso ficar claro que estamos num período em que a “LEI DA CASA DE DEUS É A GRAÇA” (Efésios 3:2). Então, a graça de Deus que salva é a mesma graça que nos ensina/educa, guia e opera em nós! E, como não precisamos de fazer obras para nos salvar, não precisamos de fazer obras para sermos melhores e mais agradáveis a Deus. Essa mentalidade é ofensiva a Deus e à sua graça.
Paulo diz:
Efésios 1:
«6 Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado».
Fomos feitos “agradáveis” (gr. 5487, caritow, charitoo, i.e. muito graciosos), como é que nos tornaríamos melhores com as nossas intensões, e obras, se não sabemos o que fazer, orar, nem de que espírito somos? Não esqueçam que os que estão na carne não podem agradar a Deus!
Há muitas coisas em Paulo que parecem muito estranhas
para a mente comum! Não só pelo que disse, mas, também pelo que não disse! Uma
delas é que Paulo nunca disse para a igreja “sair” à conquista dos perdidos, evangelizar
o mundo, etc. Ele teve uma comissão especial e exclusiva para levar o evangelho
às nações, e completou-a (Colossenses 1: 25 e II Timóteo 4: 17). Nós não temos
essa comissão pois ela foi completada! A igreja “Corpo de Cristo” não tem essa
vocação. A Igreja messiânica, que começou no Pentecostes, essa sim, teve essa
vocação, mas não a completou, porque a Profecia ficou suspensa na última semana
das 70 semanas de Daniel; a prova disso é que o livro do Apocalipse diz que faltam
7 anos para completar a Profecia. Essa é a prova de que a profecia está
suspensa! Se não entendermos isso, não entenderemos nada das Escrituras e elas são
um amontoado de palavras que só nos confunde! E, um dos grandes problemas da
cristandade é aplicar à Igreja “Corpo de Cristo” a vocação e as
responsabilidades da Igreja profética, ou da Igreja messiânica ou, se quiserem,
da Igreja do remanescente de Israel, que será convocada e selada após o
arrebatamento da Igreja “Corpo de Cristo” (Apocalipse 7). Por isso, não
tenhamos a presunção de fazer aquilo para o qual o Senhor não nos chamou nem
nos habilitou, nem façamos mais que aquilo que o Senhor quer fazer em nós.
Voltemos ao nosso tema: O que é, então, a “obra de Deus”?
Várias coisas são claras:
1: A OBRA DE DEUS SÃO
OS MEMBROS DA IGREJA “CORPO DE CRISTO”:
Romanos 14:
«15 Mas, se por causa da
comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por
causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu. 16 Não seja, pois,
blasfemado o vosso bem; 17 porque o Reino de Deus
não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo».
«20 Não destruas por causa
da comida a obra de Deus».
I Coríntios 8:
«11 E, pela tua ciência,
perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. 12 Ora, pecando assim
contra os irmãos e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo».
2: A OBRA DE DEUS É
AQUILO QUE DEUS OPERA NOS CRENTES, REPITO – OS MEMBROS DA IGREJA
“CORPO DE CRISTO”:
Ora, a obra do Senhor é Ele operando no crente!
«Deus nos faz o que somos, nos coloca onde
estamos e opera na nossa atuação, mesmo que ainda pareça que
estamos à deriva, ou que estamos "fazendo" coisas sem vermos nada
adiante! O crescimento em nossa experiência acontece quando Deus nos leva ao
desfrute consciente d’Ele como a fonte e o
operador de toda a existência, da qual todos
fazemos parte. O crescimento na fé vem por meio de ouvir e acreditar em Deus,
que dá ouvidos para ouvir e acreditar no coração» - Jeff
Bohlender
Temos a tendência de analisar demais e tentar chegar a detalhes, ou seja, o “porquê”, o “como” e o “portanto” de tudo o que se refere a Deus e que desejamos compreender; mas isso é muito "trabalho humano”! O que devemos "fazer" é apenas acreditar – acreditar no que Deus disse e confiar que Ele está fazendo tudo o que está acontecendo em nós.
Romanos 8:
«28 E sabemos que todas as
coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados por seu decreto. 29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho,
a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos».
Quando nos “ocupamos” na luta para saber / experimentar / fazer a vontade do Senhor, nos inserimos num ciclo vicioso de sentimentos de frustração e fracasso que são o resultado inevitável do auto-esforço, que só atrapalha a verdadeira obra do Senhor.
No entanto, Deus realmente tornou muito fácil saber exatamente o que Ele está fazendo, e qual é essa Sua obra. O resto do versículo nos diz que Deus é o que opera em nós “o querer” e o “fazer” a obra, conforme a Sua boa vontade”.
Uau! Isso é fácil. Não diz que Ele está trabalhando no crente para ir na terça à noite fazer visitação, ou assistir às vigílias de oração na quarta-feira à noite, ou participar no coro da quinta à noite, praticar, ou mesmo, ousamos dizer, ir à "igreja".
Não quero dizer que isso seja errado; o que precisamos
de saber é se “o querer e o efetuar” que estamos a realizar resulta de Deus e
está conforme a Sua boa vontade. E, convenhamos, a influência do mundo, as
pressões das hostes de satanás e a fraqueza de nossa carne são fortes de mais
para nos desorientar na perceção da vontade de Deus.
Então, qual é a obra de
Deus em nós? O que é “aquilo que Ele começou em nós e quer
completar em nós até ao dia de Jesus Cristo"? (referência ao Dia da prova, e ao “pódio”
de Cristo, para estarmos preparados para ele).
Voltemos aos textos sagrados que são mais claros que
as nossas palavras:
Colossenses 1:
«28 A quem anunciamos,
admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus
Cristo».
II aos Coríntios 11:
«1 Tomara que me
suportásseis um pouco na minha loucura! Suportai-me, porém, ainda. 2 Porque estou zeloso de
vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um
marido, a saber, a Cristo. 3 Mas temo que, assim como a serpente
enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos
os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo».
Efésios 4:
«12 … Querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo
de Cristo, 13 Até que todos
cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de
Cristo…»
Filipenses 3:
«12 Não que já a tenha
alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo
Jesus».
II Timóteo 3:
«16 Toda Escritura
divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir,
para instruir em justiça, 17 para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda
boa obra».
O “perfeito” ou a “perfeição” é a maturidade, a
verdadeira espiritualidade, que assenta na firmeza do conhecimento do plano de
Deus para o tempo presente, desde o plano de salvação, a vocação da igreja
“Corpo de Cristo” (o grupo de pessoas mais importante da criação de Deus) e ao
testemunho a dar neste mundo, como tal!
Então, a obra de Deus é:
1)
A obra de Deus são os membros da
Igreja “Corpo de Cristo”.
2)
A obra de Deus é aquilo que Ele opera
na nossa vida, como membros do “Corpo de Cristo”.
3)
E, o que Ele opera em nós é a
maturidade espiritual, a medida da estatura completa de Cristo, o “varão
perfeito”, o EPI-GNOSIS (CONHECIEMNTO DE CIMA) do Filho de Deus, ou seja,
atingirmos a mentalidade de Cristo como está e ocupa nos lugares celestiais,
atingir a mente superior de Cristo.
4)
Esse trabalho é feito pelo Espírito
de Deus, que opera no nosso espírito, conduzindo-se à maturidade de Cristo
glorificado, Cabeça da Igreja “Corpo de Cristo”. Leva-nos à total compreensão
da vontade de Deus para a Sua Igreja, ao nível da “esperança da vocação, das
riquezas da herança da glória, e ao poder que se manifestará em nós, como se
manifestou no Senhor Jesus Cristo (Efésios 1: 16-23), e, do ponto de vista
“terreno”, a viver de acordo com o “Espírito” que domina na Igreja, que é o
“Espírito de Cristo” (Romanos 8: 9-16; Gálatas 4: 4-7). Por isso somos chamados
a crescer n’Aquele que é a Cabeça… e é refletir a imagem d’Ele nas nossas
vidas: não a imagem de Cristo em fraqueza (na carne), mas a imagem de Cristo em
poder:
Efésios 3:
«16 … Para que, segundo as
riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados
com poder pelo seu Espírito no homem interior; 17 para que Cristo habite,
pela fé, no vosso coração…»
Romanos 8:
«16 O mesmo Espírito testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus».
5) Esta operação é feita pelo Espírito de Deus através da Sua Palavra, como vemos nos textos que seguem e noutros já citados:
I aos Coríntios 2:
«6 Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a
sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; 7
mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério (A REVELAÇÃO DO
MISTÉRIO), a qual Deus ordenou
antes dos séculos para nossa glória».
«9 Mas, como está
escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao
coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. 10 Mas Deus no-las
revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as
profundezas de Deus. 11 Porque qual dos homens sabe as
coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém
sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. 12 Mas nós não recebemos
o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos
conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. 13 AS QUAIS TAMBÉM FALAMOS, NÃO COM PALAVRAS DE
SABEDORIA HUMANA, MAS COM AS QUE O ESPÍRITO SANTO ENSINA, COMPARANDO AS COISAS
ESPIRITUAIS COM AS ESPIRITUAIS. 14 Ora, o homem natural não compreende
as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 15 Mas o que é espiritual
discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. 16 Porque quem conheceu a
mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo».
Por isso diz:
Efésios 4:
«15 … Cresçamos em tudo
naquele que é a cabeça, Cristo».
E fala daqueles que não estão ligado à cabeça
(Colossenses 2: 19).
6)
O Propósito da Obra de Deus:
O grande propósito da obra de Deus é que os crentes tenham a imagem de Cristo, como membros do mesmo “Corpo”. Isso está revelado ao nível do Plano (antes da fundação do mundo, predestinados… segundo o Seu decreto…), como ao nível da realização e manifestação prática dessa imagem:
Colossenses 3:
«10 …E vos vestistes do novo, que se renova para o
conhecimento, segundo a
imagem daquele que o criou; 11 onde não há grego nem judeu,
circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é
tudo em todos».
II aos Coríntios 3:
«16 Mas, quando se
converterem ao Senhor, então, o véu se tirará. 17 Ora, o Senhor é
Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. 18 Mas todos nós, com
cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor».
Romanos 8:
«28 E sabemos que todas as
coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados por seu decreto. 29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho,
a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos».
7) A Manifestação da Maturidade Espiritual:
A manifestação da maturidade espiritual e, por conseguinte, da obra de Deus nos membros do “Corpo”, é refletida na nossa vida, enquanto peregrinos terrenos.
Nós gostamos de complicar as orientações de Deus que são simples e claras. E, no que diz respeito à manifestação da obra de Deus em nós, quando atingimos a maturidade, não é tanto aquilo que fazemos, na quantidade e na qualidade humana de classificar as obras, e, muito menos a aparência humana, mas na nossa conduta diária, na forma como tratamos o “Corpo de Cristo”, de acordo com o que o mordomo da graça relata em Efésios e em Colossenses, que passamos a citar:
Efésios 4:
«1 Rogo-vos, pois, eu, o
preso do Senhor, que andeis como
é digno da vocação com que fostes chamados, 2 com toda a humildade e
mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 procurando guardar a
unidade do Espírito pelo vínculo da paz: 4 há um só corpo e um só Espírito,
como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5 um só Senhor, uma só
fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de
todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos».
O que temos aqui não é a obra de Deus concretamente,
mas é a manifestação da obra de Deus na nossa vida. E, podemos arranjar as
desculpas e justificações que quisermos, mas, se não revelarmos humildade,
mansidão, longanimidade e revelando um espírito que não suporta os irmãos,
criando divisões e separações no Corpo de Cristo, além de não estarmos ligados
à cabeça, pois não revelamos o “Espírito de Cristo”, Deus tem ainda muito a
fazer em nós! Há um só corpo (não dois), um só espírito (não dois), etc., etc.,
etc..
É esse o sentido do texto.
Vejamos, também o texto de Colossenses 3:
Colossenses 3:
«1 Portanto, se já
ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus. 2 Pensai nas coisas que
são de cima e não nas que são da terra; 3 porque já estais mortos, e a vossa
vida está escondida com Cristo em Deus. 4 Quando Cristo, que é a nossa vida,
se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em glória».
(Aspeto pessoal)
«5 Mortificai, pois, os
vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite
desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria…»
«8 Mas, agora,
despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência,
das palavras torpes da vossa boca. 9 Não mintais uns aos outros, pois que
já vos despistes do velho homem com os seus feitos, 10 e vos vestistes do
novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou…»
(Aspeto espiritual)
«12 Revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, 13 suportando-vos uns aos
outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro;
assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. 14 E, sobre tudo isto,
revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição. 15 E a paz de Deus, para
a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede
agradecidos. 16 A palavra de Cristo
habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e
admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais;
cantando ao Senhor com graça em vosso coração. 17 E, quanto fizerdes por
palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças
a Deus Pai».
(Aspeto social)
«18 Vós, mulheres,
estai sujeitas a vosso próprio marido, como convém no Senhor.
«19 Vós, maridos,
amai a vossa mulher e não vos irriteis contra ela».
«20 Vós, filhos,
obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.
«21 Vós, pais, não
irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo».
«22 Vós, servos,
obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo só na aparência,
como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. 23 E, tudo quanto
fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, 24 sabendo que recebereis
do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. 25 Mas quem fizer agravo
receberá o agravo que fizer; pois não há aceção de pessoas».
«4: 1 Vós, senhores,
fazei o que for de justiça e equidade a vossos servos, sabendo que também
tendes um Senhor nos céus».
«5 Andai com sabedoria
para com os que estão de fora, remindo o tempo».
«6 A vossa palavra seja
sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder
a cada um».
Notem que é relevado acima de qualquer testemunho “religioso” ou de “igreja” o trabalho secular, o relacionamento familiar, o viver em honestidade com expressão da sua pureza espiritual, fruto da obra de Deus nos seus eleitos. Deus só espera de nós que vivamos honestamente, como de dia… trabalhando com as nossas mãos para não causarmos escanda-lo aos de fora, revelando a imagem do Criador do “Corpo”, como “eleitos de Deus, santos e amados…”
As igrejas locais e as reuniões das igrejas locais foram institucionalizadas por Deus não como “obra de Deus”, mas para aprenderem estas coisas: ensinar como Deus quer fazer a Sua obra na nossa vida. Se a igreja perder esta visão (orientação), vocação e ministério, não tem utilidade nenhuma e perderá o seu propósito: facto que a levará ao “corte da cristandade” e ao “reatamento de Israel” (Romanos 11).
Então, o que é a obra de Deus? O que Deus opera o
querer e o efetuar? Não é fazer coisas, mas «o aperfeiçoamento dos santos…», atingir a maturidade
espiritualmente plena, a reflecção espiritual da imagem de Deus: como à
semelhança de Moisés, e de Paulo mais tarde: conhecer a Deus como dele sou
conhecido… e «falar com Deus cara a cara…» Moisés com véu (por causa da Lei) e
Paulo sem véu…
Gálatas 4:
«8 Mas, quando não
conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. 9 Mas agora, conhecendo a Deus ou, antes, sendo
conhecidos de Deus…»
I aos Coríntios 13:
«12 Porque, agora, vemos
por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em
parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido».
II aos Coríntios 3:
«17Ora, o Senhor é
Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. 18 Mas todos nós, com
cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor».
Então, podemos viver e dizer como Paulo:
Filipenses 4:
«9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e
vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco».
«12 Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. 13 Posso todas as coisas naquele que me fortalece».
O apelo que deixo é para que deixes Deus fazer a sua obra na tua vida, e sejas achado naquele dia perfeito, tendo atingido a medida da estatura completa de Cristo.
A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.
Boas meditações.
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