«Portanto, meus amados irmãos, sede firmes
e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho
não é vão no Senhor» (I Coríntios
15:58).
Que
maravilhosas palavras de segurança! Qual dos leitores não sentiu, em algum
momento, que o seu trabalho para o Senhor está a ser em vão? Nessas
ocasiões, que consolo é saber que há uma garantia incondicional, não
qualificada e dada por Deus de que o nosso trabalho para Ele não é em vão!
Mas, porque é
que Paulo tem uma frase controversa quando escreveu aos gálatas, onde ele
disse:
«Receio de
vós que haja eu trabalhado em vão para convosco» (Gálatas
4:11).
Aqui, o
apóstolo parece recear que o seu serviço para confirmar os gálatas nos ensinos da
graça estivesse a ser em
vão, caso eles continuassem nas obras da Lei.
E, aos Filipenses,
Paulo exorta-os:
«Retendo a palavra da vida, para que, no
Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão» (Filipenses 2:16).
Aqui parece
que o trabalho de Paulo seria em
vão se os filipenses deixassem de RETER
a palavra da vida e deixassem as instruções que lhes tinha deixado.
E, ainda,
escreveu também aos Tessalonicenses a considerar, quando disse:
«Portanto, não podendo eu também esperar mais, mandei-o saber da
vossa fé, temendo que o tentador vos tentasse, e o nosso trabalho viesse a ser
inútil (em vão)» (I Tessalonicenses 3: 5)
Aqui,
novamente, Paulo parece apreensivo que todo o trabalho que ele havia concedido
ao povo de Deus fosse em vão, caso as tentações do tentador conseguissem afastar
os tessalonicenses para longe da fé.
Em
consideração a afirmações como estas, como Paulo poderia declarar tão
categoricamente que o trabalho dos coríntios não foi em vão? Eles fizeram
um trabalho melhor do que o dele? Certamente não! Sentimos que a
resposta está na garantia que Paulo lhes deu de que o trabalho deles não seria em
vão se fosse "no
Senhor". Embora fosse possível que o trabalho do apóstolo
Paulo fosse em vão para os Gálatas, ou para os Filipenses, e para os Tessalonicenses,
aquilo que fizermos “ no Senhor” nunca
será em vão.
Por que é que,
então, ele condiciona o serviço para os Gálatas, e para os Tessalonicenses e
para os Filipenses? Bem, lembremo-nos o que Paulo diz do Tribunal de
Cristo:
«Mas cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho» (I aos
Coríntios 3: 8).
Observemos que seremos recompensados de acordo com o nosso trabalho, não de acordo com o fruto de nosso
trabalho. Ou seja, Deus pretende nos recompensar com base em nossa fidelidade, não na fidelidade daqueles a quem concedemos o nosso esforço
no trabalho que fizermos. Se não fosse assim, então Paulo ficaria sem
qualquer recompensa de Cristo, pois, depois de todo o trabalho que fez nas
igrejas da Ásia, toda aquela comunidade se afastou dele (II Timóteo 1: 15). E
assim, se a infidelidade daqueles a quem nós dedicamos o nosso trabalho
espiritual faz você pensar que todos os seus esforços foram inúteis, lembremo-nos
de que o nosso trabalho pode ser em vão neles, mas o nosso trabalho
não será em vão no Senhor. Você
tem a Palavra de Deus no nosso trabalho!
Claro que, se
não houvesse um Tribunal de Cristo, então o nosso trabalho para o Senhor seria
de facto em vão. E, se o leitor está se questionando se podemos estar
descansados nestas palavras, lembre-se de que alguns coríntios insistiam em que
não havia ressurreição dos mortos (I Coríntios 15:12). E se não houvesse ressurreição,
também não haveria Tribunal de Justiça a seguir, e se não houvesse Tribunal de
Justiça, o nosso trabalho será em vão! Esse raciocínio defeituoso
progressista ameaçava anular todo o trabalho do Senhor em Corinto! Não é
de admirar que o apóstolo comece este capítulo da ressurreição, primeiro
assegurando aos coríntios que a sua
fé não era "em vão" (15: 2, 14, 17), e, depois, termina a
dizer-lhes, também, que o seu
trabalho também não seria em vão.
Embora alguns
líderes espirituais evitem ensinar doutrina porque, no seu entendimento, a
doutrina não é muito produtiva, o apóstolo Paulo tinha outro pensamento. A
descrença na doutrina da ressurreição dos mortos ameaçava prejudicar a fé e o
trabalho dos santos em Corinto, mas o caso hermético de Paulo para a
ressurreição neste abençoado capítulo explica por que ele poderia dizer que
"portanto" temos todo
o incentivo que precisamos para ser “sempre abundante na obra do Senhor”.
Então, se às
vezes parece que andamos às voltas e sem sentido, e o nosso esforço não
parecendo chegar a lugar algum enquanto trabalhamos para o Senhor, fechamos com
mais uma promessa incondicional do apóstolo da graça:
«E não nos cansemos de fazer o bem; porque a seu tempo ceifaremos,
se não houvermos desfalecido» (Gálatas 6: 9).
Ricky Kurth, Adaptado.
Quando Paulo fala do
seu “trabalho não ser em vão”, não se refere aos resultados do seu trabalho,
que, no caso, seria a firmeza dos crentes na fé. Não! Paulo referia-se à qualidade
do seu serviço como servo e Apostolo do Senhor, pois, nessa missão, ele fê-lo
com eficiência e concluiu-o com todo o êxito, conforme escreveu a Timóteo:
«Mas o Senhor
assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e
todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão»
E:
«Porque eu já estou
sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora,
a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará
naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda»
(II Timóteo 4: 17, 6-8).
Ou seja, Paulo apresentou
a mensagem com toda a pureza, sem qualquer alteração ou adulteração. Poderíamos
dizer: foi fiel em toda a sua causa!
Mas, em relação aos crentes
é diferente: os crentes ao desprezarem o ministério, os escritos, o ensino e o exemplo
de Paulo, não estão a aproveitar nada dele. Então, para eles, Paulo correu,
sofreu e trabalhou em vão! Na generalidade dos casos, os crentes deste tempo da
Graça de Deus não têm aproveitado nada do ministério de Paulo a seu favor
(Efésios 3:1-2). No caso, não o aceitando, pondo-o em causa,
desacreditando-o... e, como resultado disso, não adotando os seus modelos de
vida, ensino e práticas que são assentes do Evangelho da Graça de Deus conforme
lhe fora confiado pelo Senhor, para os que assim fazem, o esforço de Paulo está a ser em
vão... e irão sofrer por isso: as suas obras sofrerão detrimento...
«Segundo a graça de
Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro
edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele»
«Se a obra de alguém se
queimar, sofrerá detrimento»;
«Se alguém destruir o
templo de Deus, Deus o destruirá…»;
(I Coríntios 3:
10, 15, 17).
Considerando que será
com base no Evangelho de Paulo que o Senhor irá “avaliar” os crentes (Romanos
2: 16), membros do “Corpo de Cristo”, estes, ao desprezarem o trabalho dele - que
corresponde ao seu ensino e modelos de vida, já que foi isso que Deus
determinou para a Sua Igreja “Corpo de Cristo”, - estão a viver e a trabalhar
em vão, com as consequências inerentes dessas opções: as suas obras sofrerão
detrimento!
Por isso, cremos,
convictamente, que a “obra no Senhor” não é tudo aquilo que é feito "em nome do Senhor" ou com uma simples intenção de agradar ao Senhor! Muitos o fazem, bem-intencionados, mas o
resultado disso faz mais mal que bem ao Senhor e à Sua obra. Sempre assim foi. Noutro tempo o Senhor deu o exemplo que muitos profetizaram, expulsaram demónios e até fizeram sinais maravilhosos, mas o Senhor nunca os tinha conhecido (Mateus 7: 22-23). O trabalho que é
feito “no Senhor” é aquele que é feito segundo as regras (II Timóteo 2:5), assente no modelo estabelecido por Deus:
“É crer segundo as Escrituras” (João 7: 38) e não segundo a convicção pessoal e
individual (II Pedro 1: 20). Por isso o Apóstolo fala da “Sua” revelação como
tendo modelos: Modelo de fé para salvação (Efésios 2:8) e modelo de fé para a
vida (I Timóteo 1: 15-16; Filipenses 3: 17; 4: 9).
O trabalho de Paulo,
no rigoroso cumprimento do seu ministério e em conformidade com o programa do
Mistério, foi feito no Senhor e não será em vão; Infelizmente, para muitos, para
a generalidade da igreja cristã confessa que não segue o modelo da dispensação
da graça de Deus (o ensino da graça de Deus – Efésios 3:2), o esforço, o
ministério e a mensagem de Paulo tem sido em vão para eles! Exemplo disso são
aqueles que o abandonaram (II Timóteo 1: 15) e aqueles que lhe procuraram
causar inúmeros mal: a ele e ao seu ministério (4: 14-15).
No mesmo sentido, mas
no programa profético, o Senhor referiu-se a este tipo de postura dos apóstolos
e dos discípulos em geral, recomendando-os a "não dar pérolas a porcos…" (Mateus 7:6).
Paulo, ainda, em igual
sentido, diz: "Não vos pude falar
como a espirituais..." (I Coríntios 3:1) e, como hoje, a generalidade
dos crentes vivem com mensagens de estorietas, fábulas e ensinos segundo as
suas próprias concupiscências (I Timóteo 1:4; 4:7; II Timóteo 4:4).
Aos Hebreus diz:
«Do qual muito temos
que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para
ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se
vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e
vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento» (Hebreus 5: 11-12).
Assim, e olhando os
movimentos que se vive em muitas igrejas locais ao nosso redor, caraterizados
por comportamentos que definem os últimos dias da dispensação do Mistério, e
ouvindo mensagens que, embora assentes no fundamento que foi colocado: Jesus
Cristo, não são assentes no modelo e com os materiais que caracterizam a “dispensação
da graça de Deus”, mas assentes em fábulas/histórias judaicas e tradições do
mundo, assentes em coisas da carne e desta terra (Colossenses 2), é imperioso e
mais preferível guardar o nosso depósito, e não partilhar a nossa coroa com
quem não dá qualquer valor às riquezas superiores da glória e, antes
partilhá-las com crentes idóneos, honestos e fieis (II Timóteo 2: 1-5).
Não crestes em vão? Então, também não vivas em vão!
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