Autoridades, Poderes, Governos e Ministros de Deus
Toda alma esteja sujeita às autoridades
superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades
que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à
ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação» (Romanos
13: 1-2).
Tradicionalmente se entende este texto como uma referência às autoridades
governamentais humanas, aos governos dos países. No entanto, nada é dito nesse
sentido, mas são exortações com um sentido genérico e o assunto é apresentado como um princípio
estabelecido por Deus, a regra delineada pelo Criador para as suas criaturas. A referência feita aos magistrados, no versículo terceiro não passam
de exemplos e aplicações deste princípio hierárquico estabelecido por Deus a
toda a Sua criação, sendo que o seu significado no grego (archon, Strong: 758) é autoridade, governo, líder.
Uma leitura cuidada das Escrituras não deixa dúvidas que Deus
estabeleceu uma hierarquia na organização humana, que não é mais que o reflexo
do que existe em toda a criação, especialmente a estabelecida para além da terra ou seja, a celestial. A organização humana não é mais que o reflexo da organização de todo o universo,
que deveria viver assim harmoniosamente; mas a harmonia foi alterada com a
rebelião das hostes celestiais da maldade, que optaram seguir um sistema de
trevas e o implementaram igualmente na terra com a queda de Adão e pela depravação humana
(Apocalipse 12 com Romanos 1). Nesse aspeto negativo, mais uma vez, a terra mantém-se como um reflexo
do que está acontecendo nos celestiais (Efésios 2:1-3 e 6:11-12): uma criação
em rebelião com o seu Criador e o seu domínio está a ser liderado pelo
“príncipe dos poderes/autoridades das trevas e dos ares (ver e ler os textos das
citações supra). Parece, assim, que o Senhor se retirou, temporariamente, do governo visível da
terra e dos celestiais (I Coríntios 15: 24-26, 53-57; Hebreus 2:8), até que o
“Corpo de Cristo” assuma o seu lugar no propósito de Deus após a ressurreição do arrebatamento
(Romanos 8: 14-30; 16: 20; I Coríntios 15: 49-58; Filipenses 3: 20-21).
Não obstante isso, nada afetou a hierarquia estabelecida por Deus.
Romanos 8: 38; Efésios 1: 19-23; 2: 2-3; 3: 10; 6: 12; Colossenses 1: 16 e 2:
15 descreve as hierarquias mais importantes, que estão distribuídas da seguinte
forma:
Principados (príncipes, primeiros) / Tronos, potestades/poderes/autoridades,
domínios (senhores de áreas geográficas no Universo), nomes (ou títulos de
seres ou senhores importantes) e a ekklesia “Corpo de Cristo” (com a autoridade
do Trono de Deus) e, acima de tudo, como cabeça, CRISTO.
«Ele é a imagem do Deus invisível, o
primogénito de toda a criação. Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisíveis,
sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi
criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas
subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o
primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência, porque foi
do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse» (Colossenses
1: 15-19).
Estes, são dos lugares celestiais (ver, ainda, Efésios 3: 10 e 6: 12).
Já nos escritos sagrados hebraicos temos estas referências bem
retratadas: Daniel 10 faz referência ao príncipe do reino da Pérsia. O que
sugere que estes príncipes espirituais tinham uma grande influência no curso e
no destino dos reinos terrenos. Este príncipe (certamente com os seus exércitos
– que tinham carros e cavaleiros celestiais – ver II Reis 6: 17), impediu o
Anjo Gabriel (segundo alguns, Arcanjo) de vir esclarecer e confortar Daniel.
Foi o Arcanjo Miguel, hierarquicamente superior, chamado príncipe
dos príncipes ou dos primeiros príncipes (plural: o que sugere haver vários) –
Daniel 10:13, e “grande príncipe” (12:1) que veio socorrer a Gabriel.
Entretanto, num dos confrontos entre o Arcanjo Miguel e Satanás,
lemos que Miguel não ousou pronunciar juízo de maldição contra o diabo, mas
endossou-o para o Senhor, superior hierárquico do diabo. Isto aconteceu porque
o diabo é um querubim, da ordem dos serafins e, por isso, superior
hierarquicamente aos arcanjos (Judas 1: 9).
Contrariamente aos seres celestiais, os incrédulos – especialmente
religiosos – não respeitam as autoridades superiores, e dizem mal do que não
sabem, como disse Judas:
«E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam as dominações (governo), e vituperam as autoridades. Estes, porém, dizem mal do que não sabem;
e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais, se corrompem» (Judas
1: 8-9).
Pedro faz referência ao mesmo facto:
«Mas principalmente aqueles que segundo a
carne andam em concupiscências de imundícia e desprezam os poderes superiores. Atrevidos,
obstinados, não receiam
blasfemar das autoridades; enquanto os anjos, sendo maiores em força
e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor. Mas
estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem
presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, recebendo
o galardão da injustiça» (II Pedro 2: 10-13).
Já Paulo diz que muitos crentes falam de anjos, metendo-se em
coisas que não sabem (Colossenses 2: 18), e na verdade, isso acontece: há uma
generalidade falta de conhecimento da realidade presente e futura dos anjos,
resultante do escasso, errado ou total desconhecimento da revelação do
Mistério. E é em Paulo onde encontramos maior abundância de referências e do assunto dos anjos.
A questão da “AUTORIDADE” é a razão principal porque o ser humano
não deve dizer mal dos anjos: como diz Pedro e está escrito na epístola aos Hebreus (2: 7), eles são superiores em força e poder em relação aos
homens. Por isso, é um desrespeito quando não se respeita e obedece às autoridades estabelecidas por Deus na Sua
criação e, assim, os desrespeitosos das autoridades incorrem em insurreição a Deus. E, esse princípio aplica-se nas
relações humanas, sendo as autoridades humanas um reflexo das hierarquias
estabelecidas por Deus e ainda em vigor em toda a criação, sendo que os seres
espirituais e celestiais respeitam mais estas instituições que o próprio ser
humano! Por isso é que somos ensinados por Paulo a respeitar as autoridades do
mundo e, até, a orar por elas:
Não é uma obrigação primária, absoluta, para o "Corpo de Cristo", porque a Igreja está num patamar superior aos anjos, e, como tal, estamos acima dos
governos humanos, pois iremos julgar o mundo; mas, por causa do bom testemunho, devemos respeitá-los enquanto ainda não tomamos a nossa posição celestial.
«Admoesta-os a que se sujeitem aos
principados e potestades, que lhes obedeçam e estejam preparados para toda
boa obra» (Tito 3: 1).
«Sujeitai-vos, pois, a toda ordenação
humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior» (1
Pedro 2:13).
«Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se
façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens,
pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida
quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade» (I
Timóteo 2: 1-2).
O Senhor deu exemplo disso quando disse: “os filhos não precisam de pagar
imposto" ou obrigações aos poderes instituídos, mas, por causa do testemunho, devemos respeitar.
«Quando Jesus e os discípulos chegaram à
cidade de Cafarnaum, os cobradores do imposto do Templo foram perguntar a
Pedro: —O mestre de vocês não paga o imposto do Templo? — Paga, sim! — Respondeu
Pedro.
Depois Pedro entrou em casa, mas, antes
que falasse alguma coisa, Jesus disse: — Simão, o que é que você acha? Quem
paga impostos e taxas aos reis deste mundo? São os cidadãos do país ou são os
estrangeiros?
— São os estrangeiros! — Respondeu Pedro.
— Certo! — Disse Jesus. — Isso quer dizer
que os cidadãos não precisam pagar.
Mas nós não queremos ofender essa gente. Por
isso vá até o lago, jogue o anzol e puxe o primeiro peixe que você fisgar. Na
boca dele você encontrará uma moeda. Então vá e pague com ela o meu imposto e o
seu»
(Mateus 17: 24-27).
Outro testemunho é dado por Pedro nos dias após o Pentecostes:
«Porém, respondendo Pedro e os apóstolos,
disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens» (Atos
5: 29).
Não esqueçamos que o Senhor, ao tomar a forma humana, humilhou-se
(Filipenses 2: 5-7), porque fez-se inferior aos anjos (Hebreus 2: 5-18), e por
causa da paixão da morte. No entanto, com a vitória da Sua obra o Senhor foi
coroado “Príncipe” (v. 10, conforme Atos 3: 15 e 5: 31). E, o lugar que ocupa
na glória, à dextra de Deus, é, primeiramente o cumprimento da Profecia, o
Filho do Homem, para cumprir as promessas feitas aos pais (Romanos 15: 8), de
restaurar todas as coisas na terra à condição original, como descendente de Davi, ser Rei dos reis
e Senhor dos senhores. Nessa qualidade de Homem, o Senhor está no Trono do Pai
em cumprimento da Profecia, “até que os seus inimigos sejam colocados
por escabelo dos seus pés” (Hebreus 1: 13 em cumprimento do Salmo 110:
1, conforme Apocalipse 3:21). Após isso, depois da grande tribulação e de serem
restauradas todas as coisas, o Senhor se assentará no Seu trono, em Jerusalém
(Atos 3: 18-21).
Posição igual, mas em cumprimento de propósitos diferentes, é a
que o Senhor Jesus Cristo ocupa, atualmente na glória, no trono do PAI, como
cabeça da Igreja “Corpo de Cristo” (Efésios 1: 19-23). Este aspeto e facto era
um mistério oculto em Deus, desde antes de toda a criação, antes dos tempos das
ERAS, segundo a revelação do Mistério. E, segundo esta revelação, o Senhor
ocupa o Trono por direito próprio: foi feito para Ele, segundo a revelação
planeada desde antes da fundação do mundo; na Profecia, o Senhor ocupa a dextra
de Deus como refugiado do mundo (Salmo 110: 1; Apocalipse 12: 5), daqueles que o perseguiam e do príncipe deste
mundo, até que chegue a hora do Senhor derrotar os seus inimigos e coloca-los
por escabelo dos seus pés, que será na grande tribulação e, no Reino, no
período milenial (Apocalipse 19-20).
Nesta qualidade de Homem, perfeito, mas inferior aos anjos, o Senhor estava totalmente dependente do Pai. O príncipe deste mundo [que pela descrição, era o Belzebu, o príncipe dos demónios, a semente da serpente (Génesis 3: 15), o filho de Satanás, o filho do leão (Salmo 91: 13), que é o demónio do Anticristo, que foi também vencido na cruz do Calvário e está preso até ao dia da grande tribulação (Efésios 4: 8-9; II Tessalonicenses 2; Apocalipse 9 e 13), que “foi, não é (atualmente), mas que virá… e subirá do abismo (quando for aberto – Isaías 14: 15) ” – Apocalipse 17: 8] este, com todas as suas hostes, e com o apoio do mundo revoltoso contra o seu Criador, judeus e gentios, investiu sobre o Senhor Jesus Cristo e o levou à cruz do Calvário, pensando que o derrotaria. Foi um período de trevas inimagináveis: três dias e três noites de trevas para todo o universo: céus e terra! Mas, ao terceiro dia fez-se LUZ! O Senhor derrotou todos os seus inimigos terrenos e celestiais (Colossenses 2: 15), dando uma prova da Sua vitória, que será visivel na ressurreição do arrebatamento. Neste momento ainda não é visível (I Coríntios 15: 22-28; Romanos 8: 24).
(Faz-se uma grande confusão com os textos de Isaías 14 e Ezequiel 28, atribuindo o texto a Satanás, quando se trata de um homem, o rei da Babilónia e de Tiro. No entanto, o texto fala não de um homem qualquer, mas de um super-homem, um semideus, um sujeito homem possesso por um demónio, o anjo do abismo, o verdadeiro anticristo, que dominará a terra no período da grande tribulação (ler citações bíblicas supra). O diabo dominará os céus como príncipe das autoridades dos ares e o anticristo (a Besta, pois este demónio tem um aspeto de “besta”) dominará a terra como o príncipe deste mundo (João 14: 30). Nesse tempo o mundo/kosmos passará pelo momento mais tenebroso que o universo teve/terá e terrível. E, o Senhor permitirá que tudo bata no fundo para, nesse momento, iniciar a restauração de todas as coisas, começando pela Igreja “Corpo de Cristo”.)
Há uma questão básica da nossa esperança que os crentes têm
ignorado e são prova disso as perguntas que muitos deles fazem e não lhes é dada qualquer resposta bíblica fundamentada, designadamente: «porque é que o Senhor permitiu a revolta de Satanás e porque deixa-o andar à solta? Isto, certamente, por milénios e milénios!
A resposta está na revelação do Mistério do “Corpo de Cristo”. Não
havia nem há anjos e/ou seres espirituais e celestiais suficientemente fortes
para vencer Satanás, mesmo sendo eles em número inferior, ou seja, cerca de “um
terço das estrelas do céu” (Apocalipse 12). Isto porque os seres mais fortes,
os príncipes e os dominadores desta era optaram por ir após Satanás! Mas, a
revelação do Mistério veio desvendar os planos de Deus: a derrota de Satanás e
das suas hostes será operada por Deus através da Sua ekklesia, o “Corpo de Cristo” que, após a ressurreição do
arrebatamento será dotada de poder (Filipenses 3: 20-21) que superará todas os
poderes criados e autoridades instaladas, como foi exemplificado na ressurreição e
glorificação do Senhor Jesus Cristo (Efésios 1: 19-23), conforme Paulo relata a
luta da Igreja “nos lugares celestiais” (6: 12), e, “em breve o Senhor colocará
Satanás debaixo dos nossos pés” (Romanos 16: 20). Este é outro aspeto da graça
de Deus: não será pelos anjos, ou outros poderes instalados, mas pela ekklesia “Corpo de Cristo” que o Senhor
iniciará a restauração de todas as coisas (Romanos 8: 14-30).
Outro ponto básico, mas de suprema importância, quanto à nossa
esperança, que os crentes ignoram, têm a ver com a razão das nossas funções
futuras e celestiais. E, elas têm a ver com o papel destes seres celestiais, as
autoridades celestiais: uma vez que estes senhores optaram por seguir a
Satanás, o Senhor vai-lhes retirar as suas autoridades e vai dá-las aos
membros da Igreja “Corpo de Cristo”, como diz o apóstolo Paulo aos coríntios: “Não sabeis que os santos vão julgar o Kosmos?” (I Coríntios 6: 2) e, “Não sabeis vós que havemos de julgar os
anjos?” (v. 3). “Julgar”, grego “krino”, “Strong: julgar, reinar,
governar”. Certamente é o tipo de julgamento retratado no livro de Juízes.
Filipenses 3: 20, dá essa ideia: “A nossa cidade está nos céus”. “Cidade” no
grego é a tradução da palavra “politeuma”,
que significa “assento de governo”, oriunda da palavra “politeuomai” que
significa “administrar questões civis”, dirigir o estado, segundo Strong. É o
que significa a ekklesia estar “em Cristo” (Efésios 2: 5-10), assentada à destra
de Deus, no Seu Trono. Não se assentará literalmente, pois ali estará
pessoalmente o Senhor Jesus Cristo, o “cabeça da ekklesia”, mas que atuará como
se lá estivesse, atuará com a autoridade do Trono de Deus, como fazendo parte
do “Corpo de Cristo”, o grupo que exercerá por todo o Universo as funções do
Trono de Deus. Os membros do "Corpo de Cristo" serão os delegados diretos da autoridade de Deus e os intermediários de Deus no Seu governo, aplicando o Seu poder. Será desta forma - no exercício das suas funções celestiais - que a Igreja demonstrará (assim no
grego) ser o instrumento das riquezas da graça de Deus (Efésios 2:7) nos
séculos vindouros, como a multiforme sabedoria de Deus (Efésios 3: 8-11). Estas é que são "as obras que Deus preparou para que andássemos nelas" de Efésios 2: 10, pois Paulo está a falar dos lugares celestiais e do futuro.
Infelizmente, nem todos os membros do "Corpo de Cristo" serão coroados e reinarão, mas isso é outro assunto que não abordaremos aqui. Ficam, no entanto, alguns textos sagrados que dão alguma informação para o leitor mais estudioso puder refletir: Romanos 8: 17 e II Timóteo 2: 12; 4: 6-8).
O papel da Igreja “Corpo de Cristo” abriu uma nova página na cumprimento dos propósitos de Deus: passados, presentes e futuros. E vemos um exemplo disso nas palavras do Apóstolo Paulo aos Gálatas que passamos a citar:
«Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos
anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema» Gálatas
1: 8).
Notem: se no quadro profético, no programa do estabelecimento do
Reino, estava vedado ao homem amaldiçoar os anjos, por serem uma autoridade
superior, ou os próprios anjos blasfemarem outros anjos superiores, agora, Paulo, vem tomar uma atitude
diferente: amaldiçoa os próprios anjos do céu! Porquê? Não estava a desrespeitar a
hierarquia estabelecida por Deus? Não estava a revelar-se contra as autoridades superiores? Não: por várias razões: (1) primeira, porque a Igreja “Corpo de Cristo” é superior aos
anjos (ao contrario dos crentes do reino, que estão dependentes dos anjos e precisam deles – Hebreus
1: 14; Apocalipse 2-3. Vemos isso, na descrição das hierarquias estabelecidas
por Deus em Efésios 1: 19-23, sendo a ekklesia o topo da hierarquia na criação,
e o Senhor Jesus Cristo por cima, como sua cabeça. (2) segundo e como consequência do primeiro: da posição da igreja, esta
irá julgar o mundo/cosmos/universo e os anjos, como parte dele – I Coríntios 6:
2-3. Isto por uma razão muito simples: uma vez que os anjos falharam no seu
ministério hierárquico e governamental nos domínios astrais, com a revolta contra Deus, o Senhor vai retirar os
principados (as funções de autoridade) aos anjos e irá entregá-las à ekklesia
“Corpo de Cristo” (Paulo tem inúmeras referências ao facto que recomendo a
leitura – supra, 3: 22). (3) O Plano e propósito da Igreja é primeira em relação aos
anjos: se foi a última a ser revelada e realizada (depois dos anjos e de Adão, i.e., da Profecia), foi a primeira a ser planeada (preparada desde antes dos tempos das eras – do tempo que
era sem tempo, ao que frequentemente chamamos erradamente de “eternidade
passada” (I Coríntios 2: 7, grego). A ekklesia, o “Corpo de Cristo” foi eleita
desde antes da fundação do mundo (Efésios 1: 4), e, por isso, primeiro que os
anjos eleitos, que foram pensados e criados/gerados “desde a fundação do
mundo” e será a primeira a entrar na restauração, por fazer parte do "Corpo de Cristo". (4) Por causa da mensagem: a
Mensagem da revelação do Mistério, o “Edito Imperial” de Deus, é a mais importante
das revelações: mais importante que a revelação aos anjos (a “Bíblia" dos
anjos/seres celestiais) e anterior a ela, pois, também, foi concebida e declarada
antes da fundação do mundo (Tito 1: 2-3, com II Coríntios 2), e é mais
importante e anterior à mensagem de Deus para a terra, designadamente a Adão, a
Abraão, a Moisés e a todos os profetas, que foi revelada desde a fundação do
mundo (Lucas 1: 70; Atos 3: 18 e 24). Estes são somente alguns apontamentos entre
outras razões que me reservo, de momento, expressar. Estes são somente simples
tópicos para o leitor refletir e verificar como a cristandade (e muitos crentes
desta comunidade evangélica e dos “irmãos”) está longe de perceber… e, há
coisas que não podem ser ditas a todos, como o próprio Senhor fez com os
discípulos e Paulo com as igrejas!
Notem um pormenor muito importante, neste contexto, para o qual dou um simples lamiré: Apocalipse 12 relata um confronto NOS CÉUS ente o Arcanjo Miguel e os seus exércitos e Satanás e as suas hostes das trevas, como houveram muitos outros ao longo da presente ERA das trevas, pelas descrições das Escrituras: hebraicas e gregas. Mas, só nesta descrição de Apocalipse 12, no fim do tempo, é que o Arcanjo Miguel consegue levar a melhor sobre o Dragão, a antiga serpente, chamado diabo e Satanás, conforme o texto. Segundo a escatologia paulina, este confronto ocorrerá depois da ressurreição do arrebatamento da ekklesia “Corpo de Cristo” e da derrota que ela causará no príncipe dos poderes e autoridades celestiais (que o obteve pela força das trevas e pelo mal) e o despojará dos lugares supra-celestiais (grego: epouranios, ou seja: epi+ouranos) para tomar a posse da sua herança celestial (Efésios 6: 12; Romanos 16: 20; I Tessalonicenses 5: 5- 11; Colossenses 2: 15; Filipenses 3: 20-21, no grego). Só depois, com Satanás e os seus exércitos enfraquecidos e debilitados é que Miguel, com os seus exércitos, derrotará o diabo e o precipitará na terra para sofrer a grande tribulação com a Besta e o Falso Profeta (Apocalipse 12, 19-20). É oportuno lembrar as palavras do Senhor Jesus Cristo quando referiu: Não obstante os reinos das trevas dominarem presentemente nos lugares celestiais e na terra, eles estão em conflito entre si; razão, pelo qual, não subsistirão (Lucas 11: 17-18). A queda de Satanás é tripla: (1) dos supra céus (pela Igreja "Corpo de Cristo") para os céus; depois, (2) dos céus (gerais) para a terra (pelos anjos de Miguel); Depois, então (3) será precipitado da terra para o abismo (pelos homens de Deus? os 144.000? - Apocalipse 12: 10, 11, 17; 14: 1-5; 20: 1-3).
Estes, repito, são alguns apontamentos sobre a existência das hierarquias na criação de Deus, a sua composição e relação delas entre si, entre muitos pormenores que não foram dissecados, por não ser a ocasião para isso.
A
AUTORIDADE NA DISPENSAÇÃO DA GRAÇA
Paulo, o apóstolo da ekklesia, o “Corpo de Cristo”, pregou em pleno
Evangelho da Graça de Deus, que é o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê (II Timóteo 4:17; Romanos 1:16; Efésios 3: 1-2). Ele recebeu
a sua comissão diretamente do Senhor, e a sua mensagem por diversas visões e
revelações do Senhor Jesus Cristo glorificado (I Coríntios 15: 8-9; II
Coríntios 12: 1, 7; Gálatas 1: 11,12; Efésios 3: 3). Esta mensagem contém
a pregação da cruz, que é, para nós que somos salvos, o "poder de Deus" (I Coríntios 1:18).
Mas antes da salvação, todos estávamos sob o domínio e o poder do
espírito que ainda opera nos filhos da desobediência ("potestade das trevas", autoridade, domínio, reino… - Colossenses 1:13). Andávamos de acordo com o
sistema deste mundo que foi implantado por Satanás, o príncipe dos
poderes espirituais, manifestadas nas concupiscências de nossa carne
(Efésios 2: 2-3). Como tal, o ser humano não possui a mínima capacidade
para andar sob o poder/autoridade ordenada por Deus, o poder superior.
Mas graças a Deus, que é rico em misericórdia, pois quando, pela
fé, confiamos na Sua palavra, pela obra de Seu Filho na cruz, fomos libertos do
poder/autoridade das trevas e transportados para o reino do Filho do Seu amor,
ou seja, para o Seu glorioso Reino Celestial/Lugares (Colossenses 1: 13;
Efésios 1: 3; 2: 4-6). Deus, através da operação do Seu Santo Espírito, coloca-nos
(batiza-nos/identifica-nos) no Corpo Único de Cristo, sob o poder e
a autoridade de Jesus Cristo como nossa CABEÇA (I Coríntios 12: 13;
Colossenses 2:12).
A boa nova que Jesus Cristo morreu por nossos pecados, foi
sepultado, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia é o único evangelho
que salva o ser humano (I Coríntios 15: 3-4). Os pecadores que acreditam nesta
maravilhosa mensagem são contados como santos. E, agora, como salvos, membros
do “Corpo de Cristo”, se noutro tempo eramos insurretos, desobedientes,
insujeitos às autoridades, devemos aprender o verdadeiro significado de
AUTORIDADE e ser exemplos na sua aplicação.
Vamos, então, examinar, Romanos 13: 1-7:
«Toda alma esteja sujeita às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e
as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à
autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si
mesmos a condenação.
Porque os magistrados não são terror para
as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o
bem e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se
fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus
e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto, é necessário que lhe
estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por
esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo
sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo,
tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra».
Estas revelações de Paulo aos santos em Roma revelam que eles
deveriam estar sujeitos aos poderes superiores que foram
ordenados por Deus. Observe que Paulo não está abordando a humanidade
perdida nem as pessoas religiosas além de Cristo, mas os santos que habitavam em Roma.
Lembrem-se que somente os crentes, membros do Corpo Único de Cristo, é que são
contemplados nesta Epístola Romana (Romanos 1: 6; 12: 4-5). Somente os membros
do Corpo é que pertencem à jurisdição de Deus e foram instruídos por Deus
através de Paulo a estarem sujeitos às autoridades (I Coríntios 6:20; II Coríntios
5:15; Efésios 5:21). Dito de outra forma, este capítulo 13 de Romanos são
recomendações de Paulo para o Corpo Único de Cristo.
O versículo 1 declara:
«As
autoridades que há foram ordenadas por Deus».
Estas autoridades são poderes superiores de Deus e ordenados por
Deus. Deus estabeleceu uma hierarquia na Sua criação, e nela vemos um
propósito específico. E são definidas em função de uma instituição. Esse
propósito é o processo de crescimento ou a edificação do Corpo de Cristo. Isso
será explicado mais adiante neste artigo.
Esses poderes delegaram autoridade e os seus instrumentos tiveram
o privilégio de exercer poder, uma vez que a autoridade sob a
qual operavam não se originava
em si mesmos, mas fora delegada por Deus. Assim, esses ministros de Deus receberam
autoridade para funcionar de maneira adequada, a fim de cumprir seu dever e
cumprir o propósito de Deus. Como tal, eles não tinham poder em si mesmos
para reivindicar o poder ou o exercício do poder.
Historicamente é da maior importância doutrinária; Paulo, o apóstolo de e para os
gentios, é o mais alto poder instituído por Deus para o Corpo de Cristo, devido
ao seu ministério de apóstolo com a sua correspondente mensagem (Romanos 11:13;
I Timóteo 2: 6-7). Paulo, com o Evangelho
da Graça de Deus, em vigor nesta dispensação, foi a autoridade enviada
por Deus (Gálatas 1: 15,16; I Coríntios 9:17; Efésios 3: 1,2), com a autoridade
delegada pelo Senhor Jesus Cristo, já glorificado, e constituído Cabeça da
Igreja.
Vejamos os textos sagrados:
«Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela
vontade de Deus) …» (I Coríntios 1: 1).
«Paulo, apóstolo (não da parte dos homens,
nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o
ressuscitou dos mortos) …» (Gálatas 1: 1).
«Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo
o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança
nossa…» (1 Timóteo 1: 1).
«Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus
Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo
a piedade, … mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela pregação que me
foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador…» (Tito
1: 1-3)
“Mandamento”, no grego, Strong: 2003, epitagh, epitage,
de 2004; TDNT-8:36,1156; substantivo, feminino; significado: 1) injunção,
mandato, comando.
Este termo foi usado da septuaguinta para se referir ao EDITO de
Assuero, que nem o próprio imperador poderia revogar!
Paulo revelou o seu entendimento sobre a sua autoridade delegada e
o uso de seu poder dentro do Corpo de Cristo, com exemplos dos utilizados no
quotidiano:
Romanos 15: 15-16 – Paulo escreveu
aos crentes de Roma por causa da graça que lhe fora dada por Deus que os
colocou sob a sua autoridade/poder, como membros do Corpo de Cristo:
«Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais
ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, pela graça que por
Deus me foi dada, que
eu seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o
evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada
pelo Espírito Santo».
(Ver 12: 3).
I Coríntios 3: 5-7 –
Paulo, como apóstolo, afirma que ele, em si, é nada.
«Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão
ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu
plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é
alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento».
II Coríntios 10: 8 –
Paulo reconheceu que a sua autoridade e poder lhe foram dados e que era para a
edificação do Corpo de Cristo e não para a destruição/divisão deles.
«Porque, ainda que eu me glorie mais
alguma coisa do nosso poder, o qual o Senhor nos deu para edificação e não para
vossa destruição, não me envergonharei».
II Coríntios 12: 11 –
Paulo afirma ainda assim, "embora eu não seja nada".
«Fui néscio em gloriar-me; vós me
constrangestes; porque eu devia ser louvado por vós, visto que em nada fui
inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou».
II Coríntios 13: 3-4 –
Cristo falou por meio de Paulo e viveu Cristo pelo poder de Deus que se
manifestou aos coríntios.
«Visto que buscais uma prova de Cristo que
fala em mim, o qual não é fraco para convosco; antes, é poderoso entre vós. Porque,
ainda que tenha sido crucificado por fraqueza, vive, contudo, pelo poder de
Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos com ele pelo poder de
Deus em vós».
Efésios 3: 8 –
Paulo afirma ser menor que o menor de todos os santos.
«A mim, o mínimo de todos os santos, me
foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as
riquezas incompreensíveis de Cristo».
Colossenses 1: 29 – O
trabalho energético de Paulo estava de acordo com a obra de Cristo glorificado nele.
«E para isto também trabalho, combatendo
segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente».
É claro que Paulo entendeu com humildade de espírito e ousadia de
coração que a sua posição de autoridade e poder fora ordenada por Deus (Romanos
1: 5; II Coríntios 10: 8; I Timóteo 2: 7; II Timóteo 1:11) e delegada pelo
Senhor Jesus Cristo.
Na versão JFA, RC e RA, a
palavra portuguesa autoridade e poder em Romanos 13:1 e
II Coríntios 13:10 e a palavra em autoridade em II Coríntios 10: 8 são traduzidos da mesma palavra grega (1849, exousia, exousia). Assim, em II Coríntios 10:
8, Paulo escreve que sua "autoridade" lhe fora dada pelo
Senhor. No capítulo 13, versículo 10 de II Coríntios, Paulo também afirma
que usaria de rigor (rispidamente/severidade) entre os coríntios de acordo com
o "poder" que o Senhor lhe dera. Na mente de Paulo, tanto a
autoridade quanto o poder estão correlacionados e vieram de Deus.
Há um “cordão de três dobras” nas Escrituras que não pode ser
quebrado quanto à investidura de Deus ao Seu porta-voz com
autoridade/poder. O registo sagrado mostra que Deus investiu de autoridade
a Moisés na Dispensação da Lei no Tempo Passado, como também havia investido de
equivalente autoridade a Pedro, o principal apóstolo profético do Reino. A Pedro
foram entregues as “chaves” do Reino dos Céus na Terra, com Pedro
usando essas chaves durante a festa do Pentecostes, conforme descrito nos
primeiros capítulos de Atos; como, de igual modo, confiou a Paulo a
dispensação da graça de Deus, com a sua correspondente autoridade/poder para
estabelecer na igreja “Corpo de Cristo” as sãs doutrinas da verdade da graça (1
Coríntios 9:17; Efésios 3: 2; Colossenses 1:25; compare Atos 13: 4-12). Essa
autoridade foi reconhecida pelas colunas da Igreja em Jerusalém:
«… Antes, pelo contrário, quando viram que
o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão
(porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da
circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios), e
conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça
que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé,
para que nós fôssemos aos gentios e eles, à circuncisão» (Gálatas
2: 7-9).
Vamos resumir o que analisamos até agora:
- O
13º Capítulo de Romanos é dirigido a toda alma dentro do Corpo Único de
Cristo, que é a ekklesia nesta Dispensação da Graça de Deus.
- Deus
conferiu autoridade/poder equivalente ao valor da mensagem o apóstolo
Paulo (a sua autoridade não estava nele, em si, mas resultava da sua
mensagem, a Palavra confiada a ele pelo Senhor glorificado), ao qual todos
os santos do “Corpo” devem estar sujeitos. O poder superior não era de
nenhum homem dentro de seu
próprio poder, pois o homem nada era. Por causa do mandamento de Deus
para a edificação do Corpo Único de Cristo, o Senhor estabeleceu uma
hierarquia de poderes superiores, que eram homens que receberam a mordomia
da revelação do Mistério, com
Paulo sendo o primeiro nesta hierarquia da Dispensação da Graça de Deus,
abaixo da “Cabeça”: Cristo (I Coríntios 4: 1-2; I Timóteo 1:
12-16).
Paulo era o “poder superior” por
causa do “corpo de doutrina” que Deus lhe confiara (II Coríntios 12: 1, 7; I
Timóteo 1: 11; Tito 1: 3, 9). Assim, a autoridade superior delegada a
Paulo é, na realidade, para nós, no século XXI,
todo o conjunto de ensinos referentes ao “Corpo de Cristo”, desde o plano de
salvação, a esperança, as riquezas e o poder que realizará os planos de Deus
(Efésios 1: 17-19), (ou seja, as Escrituras corretamente divididas).
- Deus
havia designado (ordenado) alguns apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e doutores dentro do Corpo de Cristo para facilitar o processo de
edificação quando a
Palavra da Verdade estava sendo revelada a Paulo (Efésios 4: 11-14). Esta
descrição era uma verdadeira hierarquia. Isso está espelhado numa
descrição equivalente em I aos Coríntios 12: 27 e 28:
«Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus
membros em particular. E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente,
apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois,
milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas….»
Esses homens cooperavam
em harmonia com
Paulo. Eles eram cooperadores com o apóstolo quando ele exercia a sua
autoridade apostólica na prossecução de seu ministério (I Tessalonicenses 3:
1-2; Filipenses 2: 19-25; I Timóteo 1: 3; Tito 1: 5).
Dentre de si mesmos, esses homens
dons não eram a autoridade, mas por causa do depósito da
Verdade depositado à sua responsabilidade por Deus através do ministério de
Paulo. Para eles, a sua autoridade não era delegada, mas subdelegada através do
Apóstolo Paulo, que podiam falar e repreender com a mesma autoridade (II
Timóteo 1: 6; I Timóteo 5:17; II Timóteo 2: 2; 4: 2-5; Tito 2:15).
«… Não porque não tivéssemos autoridade…
mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes» (II
Tessalonicenses 3:9);
«Fala disto, e exorta, e repreende com
toda a autoridade. Ninguém te despreze» (Tito 2:15).
Submissão, Obediência e Vida
Em Romanos 13: 2-5, há duas questões básicas apresentadas relativas
à forma como os santos poderiam responder aos poderes
superiores do versículo um. Certamente, isso é consistente com as outras
advertências dadas por Paulo ao longo desta Epístola Romana.
Por exemplo, em Romanos, capítulos 6 a 8, Paulo apresenta aos
santos a novidade de vida em que fomos chamados para entrar. Um crente pode
optar por andar "após" a carne ou andar "após" o
Espírito de Deus. Uma caminhada é uma vida diária em sujeição a Deus e à
Sua Palavra revelada sob a Graça. O oposto é a resistência a Deus e à Sua
autoridade, representada no ministério de Paulo e contida nas suas epístolas (I
Coríntios 14:37; II Coríntios 13: 3).
Da mesma forma, em Romanos 13, a exortação é promover a obediência
a Deus mediante a submissão voluntária ao poder / governantes / ministros
superiores de Deus. O oposto disso é resistir ao que Deus ordenou para ser
autoridade, ou seja, resistir aos representantes da autoridade de Deus é
resistir ao próprio Deus.
AS DUAS QUESTÕES
BÁSICAS
- Um
Crente que Anda Segundo a CARNE :
- Esses
crentes resistem ao poder/autoridade de Deus -
Romanos 12: 2.
- Esses
crentes resistem à ordenança (disposições) de
Deus – v. 2.
A ordenança de Deus revela
a vontade e o propósito de Deus, para que os santos possam orientar a sua
maneira de viver, para que possa funcionar como um filho adulto/maduro de Deus,
manifestando graça e Verdade (Romanos 8:29; 15: 8; II Coríntios 3: 18).
- Esses
crentes que resistem recebem para si mesmos
condenação ou julgamento:
- Durante
o período de Atos, quando a epístola aos Romanos foi escrita, Paulo
exerceu a sua autoridade com a operação sinais miraculosos/físicos e
confrontando todos àqueles que se opunham à pregação de Seu
evangelho. Assistimos, também, a várias manifestações de perda
espiritual pela falta da experiência da graça nas assembleias locais
quando rejeitavam e falaram contra Paulo (Atos 13: 11; I Coríntios 4:21;
5: 3-5; 11: 27-30; II Coríntios 12: 12-13: 3,10; Gálatas 4:15).
- O
período pós-Atos foi marcada pela cessação dos dons sinais físicos, mas
a magnitude da perda espiritual aumentou à medida que os santos, desde
os dias de Paulo, rejeitavam consistentemente a Autoridade de Deus
encontrada nas epístolas paulinas, abandonando os seus ensinos. Como
um todo, a Igreja visível – o grupo de crentes professos – preferiu
seguir uma suposta demonstração do poder de Deus, conforme registado nos
capítulos 1-8 de Atos. O Corpo de Cristo negligenciou, e até mudou,
o verdadeiro sentido de "... os poderes que são ordenados
por Deus" para “os poderes da Igreja! No entanto,
permanece um dia em que todo o Corpo comparecerá diante do Tribunal de
Cristo (o “Bema” ou “pódio de Cristo” para os crentes prestarem contas (I
Coríntios 3: 10-4: 2; II Coríntios 5:10).
- Entendamos
que, quando há resistência, há oposição a:
- Ao
poder de Deus;
- Às
ordenanças de Deus;
- Aos
governantes de Deus (I Timóteo 5: 17);
- Aos
ministros de Deus (I Tessalonicenses 3: 2).
- Um
Santo que Anda Segundo o ESPÍRITO:
- Estes
santos vivem sujeitos ao maior poder/autoridade de
Deus - Romanos 13: 3.
- Estes
santos andam influenciados e dependentes permanentemente do poder/autoridade
de Deus, à medida que crescem no conhecimento da vontade e do propósito
de Deus revelado a Paulo para o “Corpo de Cristo”. Aqueles dons,
como poderes de Deus, detentoras da autoridade suprema de Deus, deviam
exercer a sua autoridade de maneira tão rigorosa e fiel para que os demais
santos chegassem à plenitude de Cristo com plena solidez, bondade e maturidade
espiritual (Filipenses 2: 19-21; I Timóteo 4: 15, 16).
- Esses
demais santos receberão o “louvor” e o “apoio” da parte dos poderes/autoridades
(Filipenses 2: 16), designadamente:
- Durante
as jornadas apostólicas de Paulo, quando ele deixava os
irmãos no meio das perseguições, ele frequentemente enviava os seus
cooperadores ou ministros de Deus para verificar se eles permaneciam na
fé e para confirmá-los na graça de Deus. Quando esses ministros de Deus trazia
boas notícias de que os santos estavam submissos à “autoridade de Paulo”,
essas notícias refrescavam o apóstolo e levaram ao seu louvor sobre eles
(I Tessalonicenses 3: 1-10; Filipenses 2: 19-23; II Coríntios 7: 6-16),
uma verdadeira imagem do que ocorrerá no “Bema” de Cristo” (Tribunal de
Cristo).
- O
objetivo de Deus era usar homens investidos de poder / autoridade
delegada, contidos na Doutrina divulgada oralmente (ainda não havia as
epístolas), para levar os membros do “Corpo de Cristo” à maturidade e à edificação pelo PODER DE DEUS (I
Coríntios 2: 5).
Romanos 13: 4 registra que
isso é bom. Os ministros de Deus, cheios do Seu Espírito, seriam mordomos
fiéis da Verdade confiada a Paulo e não adulterariam a revelação (II Timóteo 2:
2).
- Quando
a sujeição é verificada, assistimos à submissão
de:
- A
Palavra da Verdade revelada;
- A
autoridade de Paulo, como apóstolo de Jesus Cristo;
- Às
Palavras de Cristo em Paulo; e
- Ao
poder de Cristo nas suas vidas.
A
advertência é clara e os resultados muito evidentes, se os lideres da
cristandade não reconhecerem o ministério de Paulo como o despenseiro da “casa
espiritual (em espírito) de Deus, o impacto desses ministério será a destruição
e a divisão da Igreja, manifestada pela ignorância da vontade de Deus e na perda
da verdadeira identidade do “Corpo de Cristo”.
Adequadamente, o ensino / trabalho de cada ministro deve estar em
sintonia com a liderança de Deus na divulgação da Palavra da Verdade
corretamente dividida. Anos mais tarde, quando Paulo escreveu a sua segunda
epístola a Timóteo, esse aspeto da autoridade foi expresso em II Timóteo 2:15:
«Procura apresentar-te a Deus aprovado,
como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja (gr. “divide”) bem a palavra
da verdade».
Os líderes pertencentes ao Corpo de Cristo deviam ensinar
a Palavra da Verdade corretamente dividida, deixando claras as diferenças entre
a Verdade do Mistério e a Verdade Profética, entre o Corpo de Cristo e o Israel Nacional, entre o Programa
Celestial e o Programa
Terreno, e entre o modelo da Graça e o modelo da Lei.
Resumindo o que abordamos até ao momento, verificamos que Deus
ordenou que o apóstolo Paulo, com autoridade delegada, fosse o Seu porta-voz
durante esta presente dispensação da graça. Paulo era o “despenseiro”, ou
“mordomo” dos mistérios da graça de Deus (I Coríntios 4: 1 com Efésios 3: 2). Essa
autoridade era acompanhada com dons sinais, ao que ele intitula de “sinais do
seu apostolado” (II Coríntios 12: 12 e I Coríntios 9: 2). Ele usou esse poder
sobre os perdidos e, especialmente, sobre os salvos para levar à compreensão de
que Cristo estava falando através dele. Paulo poderia e usou esse poder de
maneira destrutiva (nos descrentes e alguns crentes) e para edificação (os
crentes) (I Coríntios 5 e 11; II Coríntios 10: 8; 13: 2, 10; Atos 13:11).
Com relação aos poderes superiores / governantes / ministros de
Deus, conforme registrado em Romanos 13: 3-6, Paulo também enviou outros, como
Tito, Timóteo e Epafrodito, como ministros subdelegados por Paulo para
confirmar os santos na fé do Evangelho da graça de Deus, segundo a revelação do
Mistério. Esses homens eram os "dons" que Deus deu ao Corpo de Cristo, conforme
registrado em I Coríntios 12:28 e Efésios 4:11.
A marca de identificação dos verdadeiros ministros de Deus seria
que eles não mudariam a sã doutrina que Paulo lhes havia confiado. Eles
ensinavam e faziam o mesmo que Paulo ensinava e fazia (II Timóteo 2: 1 e 2;
Filipenses 4: 9). Esperava-se, assim, que as assembleias locais se
submetessem a esses verdadeiros poderes / governantes / ministros de Deus,
provando dessa forma a sinceridade de seu amor (II Coríntios 7: 5-16). As
assembleias locais deveriam / devem permanecer assim fieis contra os falsos
apóstolos de Satanás e os obreiros fraudulentos. Esses falsos obreiros
eram enviados por Satanás ao Corpo de Cristo para atrair os membros para um
sistema diverso da graça, ou seja, para retornaram à Lei / Obras /
Carne. Deus até rotula esses falsos obreiros como “ministros
da justiça” (II Coríntios 11: 13-15; Efésios 4:14).
Por sua vez, a obediência das igrejas a Deus era verificada quando
as assembleias se submetiam ao ensino de Paulo e dos seus cooperadores e
rejeitaram as falsas autoridades / poderes. Isso era a evidência de sua
obediência ao Espírito de Cristo que estava neles enquanto viviam sob o sistema
de Graça / Fé / Espírito (I Tessalonicenses 3:8; Filipenses 2: 12-18). Servir a
Cristo e estar envolvido com a obra de Cristo implicava (e implica ainda hoje) obedecer
aos escritos de Paulo e responder de maneira honrosa a Deus as seus
cooperadores, como ministros da sua autoridade, dando honra a quem pertence a
devida honra (Filipenses 2: 25-30; I Tessalonicenses 5: 12-13).
A APLICAÇÃO DO ASSUNTO
Os crentes que optem resistir aos poderes instituídos de Deus significa
que andam segundo a carne. Hoje, a maioria dos
membros da Igreja, que é o Seu Corpo, encontra-se nessa posição devido à sua
ignorância da revelação Paulina e à desconsideração da sua autoridade, poder e
epístolas da Dispensação da Graça de Deus. Embora muitas das consequências
dessa resistência possam não ser vistas nesta vida, todas as
coisas serão manifestadas no Tribunal de Cristo (I Coríntios 3: 10 a 4: 5; II
Coríntios 5:10). No entanto, o crente que agora ministre
outro evangelho devido à sua negligência em dividir corretamente a Palavra da
Verdade entre Profecia e Mistério está numa posição de maldição (Gálatas 1: 8 e
9), e, por isso, de reprovação em relação à fé e às boas obras da graça (II
Timóteo 3: 8; Tito 1: 16).
Devemos ter em mente que, como Paulo escreveu Romanos durante a
diminuição de Israel (Romanos 11: 11-13), e como Deus levantou esse apóstolo da
Graça, quem falava contra Paulo naquele período
resultava num juízo que podia levar à destruição do próprio corpo
físico. Um bom exemplo disso está em I Coríntios 5, em que um membro do Corpo
de Cristo estava tendo relações sexuais com a esposa de seu pai. Esse
homem, assim como toda a assembleia de Corinto, estava fora da conduta piedosa
que que é admissível na mensagem de Paulo, em função da autoridade que lhe fora
concedida por mandado de Deus. Embora os coríntios estivessem falando contra
Paulo, eles estavam essencialmente falando contra Deus ou a resistir ao poder
superior de Deus sobre eles e, como resultado, Deus através de Paulo trouxe uma
condenação à carne desse homem que era culpado de fornicação.
Igualmente aconteceu na descrição de I aos Coríntios 11, onde toda
a assembleia estava sentindo os efeitos da rebelião em relação ao depósito da
verdade de Paulo, que no caso era o desrespeito pela unidade do Corpo, ou seja,
“desprezavam a Igreja de Deus”. Ele havia trabalhado para edificar os
santos, mas muitos estavam doentes, até morrendo, porque resistiram ao poder superior, a
Palavra da Verdade em Paulo. Nesses casos, Paulo desempenhou o papel
de justiceiro (Romanos 13: 4; I Coríntios 4:21; II Coríntios 13: 2, 10; I
Tessalonicenses 4: 6).
Tendo a diminuição de Israel sido concluída, e a revelação do
Mistério encerrada, que presumimos coincidir com Atos 28, verificamos que os
tempos dos dons sinais apostólicos tinham terminado, cessado e desaparecido (I
Coríntios 13: 8-12). Isso foi operado por Deus em simultâneo com a conclusão
do conhecimento perfeito celestial, de cima, superior (grego = epignose, ou
seja: epi = de cima, supra + gnosis = conhecimento) da revelação do mistério da
vontade de Deus, conforme revelado a Paulo (Efésios 1: 9, 10;
Colossenses 1:25).
Portanto, descobrimos que, desde então, desde que a revelação fora
concluída, até aos nossos dias, o método de Deus para confirmar os crentes com a
sã doutrina, para proceder à reprovação dos casos impróprios, ou proceder à correção
e instrução dos santos, é o descrito em II a Timóteo 3:16 é: Um livro
completo, chamado Escrituras Sagradas, que seja estudado e aplicado de acordo
com II Timóteo 2:15.
Todo crente pode encontrar-se sujeito a Deus durante esta presente
dispensação da graça, vivendo a vida sob Seu poder à medida que crescemos no
entendimento da graça; PARA HOJE
A GRAÇA REINA – Romanos 5:21.
Versículos 6 a 8:
«Por esta razão também pagais tributos,
porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a
cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem
temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos
ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei».
Voltemos a considerar Romanos 13: 6-8, onde encontramos um ponto
importante nesses três versículos. Os membros do Corpo Único de Cristo devem
cumprir o seu dever para com os ministros de Deus, que é a de prestar
obediência e fidelidade à mensagem que receberam da parte de Deus, já que eles
cumpriram fielmente as suas responsabilidades que lhes foram dadas por
Deus. Aqueles que receberam as “coisas espirituais” do ministro de Deus ficam
obrigados ao dever do amor de fornecer as “coisas materiais” àquele fiel poder
/ governante / ministro, para que ele possa continuar naquele seu ministério espiritual
(Gálatas 6: 6; I Coríntios 9: 10-14).
Romanos 13: 6 demonstra que esses poderes/governantes/ministro de
Deus deveriam participar continuamente dessa partilha. O que é "exatamente
isso?" No contexto, o ministro de Deus exerce o seu
poder delegado por Deus em benefício dos santos para a sua edificação e
maturidade. O versículo 5 revela que os santos devem obedecer aos ministros
de Deus, não por causa da disciplina mas por causa da consciência (ou seja,
para o santo possuir uma consciência pura e boa em relação aos mandamentos de
Deus ministrados por Paulo, em contraste com uma consciência fraca ou manchada
em caso de disciplina, que ocorrerá no tribunal de Cristo). Esta é a
formação de Cristo como templo de Deus em Espírito (Gálatas 4:19; Efésios 4: 11-12;
Colossenses 1:28). Esses homens de Deus deveriam usar efetivamente a sã
doutrina de Paulo, o ensino oral (primeiramente) e o escrito (atualmente) que
facultava o crescimento e o proveito espiritual de Deus na nova vida dos santos
(I Timóteo 1: 10, 11; 4:15).
Na verdade, é o Espírito Santo que toma a Palavra de Deus através
de um ministério eficaz e eficiente das Escrituras no coração dos
crentes pelo poder de Deus, fortalecendo assim o homem interior (Romanos 15:13;
Efésios 3: 16-17; Romanos 8:29; II Coríntios 3:18). Na verdade, se aqueles
ministros de Deus deixassem de ministrar a Palavra corretamente dividida, os
santos não seriam estabelecidos por Deus na sabedoria espiritual do Mistério,
mas teriam uma sabedoria humana e mundana (II Coríntios 2: 5; Romanos 8: 5-7).
No versículo 6-8, há quatro palavras que a maioria dos crentes vê
como se tratando apenas de alguma forma de governo
humano/nacional/civil. As palavras são: tributo, imposto, temor
e honra.
O versículo 7 diz: “A ninguém devais coisa alguma…”. Este é
o cabeçalho coletivo que une todas as quatro palavras a uma única questão. A
questão é que os santos cumpram fielmente a sua responsabilidade para com os
ministros de Deus, que são os poderes superiores. Prestar os seus deveres
aos ministros de Deus, apesar de estarem aqui nesta terra, seriam verdadeiros
exemplos de fidelidade ao próprio Deus. E, quando diz:
«… a
não ser o amor com que vos ameis uns aos outros»
É sinal de que se trata de questões entre crentes e não questões
com o mundo. Além disso, não creio que se refira às autoridade humanas, pagãs e
que estejam ao serviço de Deus, porque o mundo jaz no maligno (I João 5: 19),
anda segundo o príncipe dos poderes das trevas (Efésios 2: 1-3) e fazem tudo
para destruir os filhos de Deus, em claro cumprimento e no seguimento dos
propósitos de Satanás.
TRIBUTO – uma taxa ou pagamento de
uma contribuição em contraprestação por um serviço prestado, no caso que seria pago
ao ministro de Deus (I Coríntios 9: 9-14; II Coríntios 8: 8-14 / 9: 5-8;
Gálatas 6: 6). Ao "taxar-se" a si próprio, denotava uma atitude
de sujeição a Deus, pois o santo reconhecia a ordenança ou o decreto de Deus.
IMPOSTO – Grego: “telos”, “fim”.
Seria uma obrigação a pagar para realizar um propósito específico. Paulo
coletou dinheiro das assembleias locais para ser usado para ajudar outras
assembleias. Paulo foi convidado a assumir "a comunhão do ministério
aos santos" (II Coríntios 8: 1-18; II Coríntios 1:13).
TEMOR - um medo saudável de
desagradar o ministro de Deus. Esse temor piedoso era benéfico, pois
influenciava à disposição e a uma atitude positiva em relação à sujeição a Deus
(II Coríntios 7: 1; Efésios 5:21).
HONRA - um sistema interno de reconhecer
e valorizar ou estimar os Homens de Deus pelo seu ministério a favor dos
santos, especialmente quando estes abraçam a vontade de Deus, conforme expresso
por aqueles fiéis mordomos (I Tessalonicenses 5: 12-13; I Timóteo 5: 17).
Por fim, Romanos 13 é muito claro em afirmar que o poder superior /
o governante / o ministro de Deus deveria olhar continuamente para o que edificava, pois
era para bem. Isso trazia maturidade aos santos para que eles pudessem
fazer a obra do ministério. Efésios 4: 11-13 é uma passagem maravilhosa
das Escrituras que confirma esta verdade. Se um servo de Deus foi usado
para criar as condições de os santos ficarem aptos para a obra do ministério de
Deus, então, dar cumprimento a esse ministério é crescer até chegar a varão
perfeito (maduro), chegar à estatura da plenitude de Cristo. Este é o bem
PRESENTE que obtemos do ministério dos ministros de Deus. Outro bem, mas
FUTURO, é o galardão que obteremos no Tribunal de Cristo pela maturidade e
ministério que resultará dessa maturidade em Cristo (I Coríntios 3-4). Caso
contrário, os santos não entenderão o valor das palavras de Paulo e não
reconhecerão o seu apostolado com as implicações negativas que isso lhes trará,
presentemente e no futuro (I Coríntios 14: 37).
UMA VISÃO DISPENSACIONAL
Na presente Dispensação da Graça de Deus, Jesus Cristo é a Cabeça
do Corpo Único. Para tornar conhecida essa posição da
ekklesia celestial, Deus
entregou à confiança de Paulo um ofício divino de autoridade. Não havia
outros humanos que tivessem esse cargo (Romanos 11: 13),
embora houvessem outros apóstolos no Corpo. Assim como Moisés, que foi
o primeiro e único que possuía "o modelo do tabernáculo”
e entregou a Lei ao povo de Israel, Paulo foi o primeiro e o único a
quem Deus confiara "o modelo das palavras sãs” que as apresentou aos
incircuncisos na dispensação da graça de Deus (Tito 1: 3; I Timóteo 1: 11). Paulo
recebeu "o modelo das palavras” orais através de visões e revelações do Senhor
glorificado (Atos 9: 16; 18: 9; 26: 16; Gálatas 1: 11, 12; Efésios 3: 3;
Colossenses 1: 25). Todos os outros “dons” que Deus deu aos
homens (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, professores, etc.)
receberam as suas instruções por meio da iluminação, à medida que foram
ensinados pelo Espírito Santo através do ministério de Paulo. Posteriormente,
eles ministravam as mesmas coisas pelo Espírito de Deus,
confirmando todos os aspetos desta Revelação do Mistério (Efésios
3: 4-5; I Coríntios 1: 10; 2: 13; 14: 26-37; I Timóteo 1: 3; II Timóteo 2: 2).
Como a autoridade e o poder de Deus foram personificados em Moisés
no início da Dispensação da Lei, da mesma forma a autoridade e o
poder de Deus foram personificados em Paulo no início da Dispensação da
Graça de Deus. De igual modo, como o ministério de Moisés teve grande
contestação interna e externa, chegando a ter momentos de perigo de sua vida, o
ministério de Paulo teve grande contestação desde o início, chegando mesmo a
correr o risco da sua vida. Ainda, da mesma maneira que Israel rejeitou a
revelação de Deus com a valorização das suas tradições, a cristandade tem
valorizado as suas tradições humanas em detrimento da revelação paulina. As consequências
serão as mesmas: Israel foi posto de parte, temporariamente, até ao tempo da
disciplina e da restauração de Deus, a cristandade será posta de parte para ser
sujeita à disciplina de Deus, com a mesma disciplina do Israel professo na
grande tribulação. O remanescente será salvo: de Israel e da cristandade, o
Corpo de Cristo (Romanos 11).
Quando o ministério dos dons cessou, em resposta à conclusão da
revelação do Mistério, os dons de Paulo e os outros “dons” que Deus dera aos
homens, também terminaram; e, Deus não dando mais DONS
ou deixando de continuar a dar “dons”, será que Ele deixou
de ter a Sua voz autoritária ativa? Existe algum um poder/autoridade pelo
qual Deus ainda fala, hoje? Sim, ainda há uma autoridade que fala.
E, da mesma maneira, assim como nos dias de Paulo, quando os
perdidos e muitos crentes falavam contra os desígnios de Deus no processo de
edificação do “Corpo de Cristo”, quando se opunham a Paulo e aos demais “dons”
(autoridades subdelegadas de Deus), hoje, a mesma má vontade é demonstrada em
relação àquilo que os substituiu.
Ao olharmos para o ministério de Paulo, bem como o ministério dos
outros homens ordenados por Deus, descobrimos que os ministérios deles deveriam
proporcionar um efeito quádruplo. Esses homens deveriam prover a “doutrina,
reprovação, correção e a instrução em justiça”. Com o
desaparecimento desses "dons” dados aos homens, Deus os substituiu por Sua
Palavra escrita, que se encontra completada (II Timóteo 3: 16). Notem que toda
a Escritura é proveitosa e não, agora, o ministério dos dons.
Um dos principais desígnios de Deus no processo de edificação do
“Corpo de Cristo” era fazer com que Paulo completasse a Palavra da Verdade
através da sabedoria oculta de Deus que ele recebera de Jesus Cristo (I
Coríntios 2: 7), revelada pelo Seu Espírito (v. 10-16). Esta revelação é chamada
de MISTÉRIO. Foi e é " ...
a pregação de Jesus Cristo segundo a revelação do MISTÉRIO, que foi mantida em segredo desde o início do
mundo...”, e a sua vitória foi completar a revelação da Palavra de Deus
(Efésios 3: 1-3; Colossenses 1: 24-29; II Timóteo 4: 16-18).
Essa Palavra de Deus completada era conhecida como Escrituras (II
Timóteo 3: 16). O texto de II a Timóteo
3: 16-17, revela que o ministério quádruplo dos homens talentosos havia sido
substituído pelas Escrituras que fazem exatamente a mesma coisa. Deus,
substituindo o ministério de Paulo, bem como o ministério dos outros “dons”, as
Escrituras proporcionam ao “Corpo de Cristo” a doutrina, a repreensão, a correção
e a instrução em justiça.
HOJE, não existe mais poderes
superiores, governantes ou ministros de Deus, fisicamente, de Romanos 13, que
foram substituídos pela Palavra perfeita, completa e consumada de Deus, a
Bíblia em geral e os escritos de Paulo em particular e as suas epístolas após
Atos 28 em muito especial (7 epístolas). Notem que Paulo escreveu 13 epístolas:
6 + 7, que reflete o significado do seu apostolado: não pertence aos 12
apóstolo de Israel, mas é o 13º apóstolo, o apóstolo dos gentios, o mordoma da
dispensação da casa de Deus.
Hoje, não temos Cabeça a não ser Cristo: nenhum outro líder,
nenhum outro supervisor, nenhum outro ancião, nenhum outro oficial, nenhuma
outra autoridade. Hoje temos as Escrituras Paulinas, conforme Pedro confirmou
(II Pedro 3: 15-16). Notem a expressão de Pedro: “como as demais Escrituras…”
Com a segunda Epístola de Paulo a Timóteo, sendo o último livro da
Bíblia a ser escrito enquanto Paulo estava perto de sua execução, Deus havia usado
os "poderes superiores" de Romanos XIII para dar, copiar, coletar e
agrupar tudo o que havia de Escrituras sagradas. O desígnio de Deus era
ter todas as Escrituras residentes no Corpo de Cristo antes da morte
de Paulo. Assim, com a sua segunda Epístola a Timóteo, o depósito da Verdade,
ou o “modelo das sãs palavras” de Jesus Cristo glorificado (não o terreno –
“ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, já não o conhecemos
desse modo” – II Coríntios 5: 16) estava concluído. O “Corpo de Cristo” só
tem um lugar onde pode ser encontrado: as Escrituras paulinas (como era
legitimo falar em “Lei de Moisés”, para Pedro também era legitimo falar em
“Escrituras de Paulo e das demais Escrituras”). Mas, correspondentemente,
o “Corpo de Cristo” é o guardião das “Escrituras Sagradas” da revelação do
Mistério. O “Corpo de Cristo”, a Igreja do Deus vivo, é a coluna e a firmeza da
verdade (I Timóteo 3:15). O Corpo de Cristo é o depositário da Palavra da
Verdade completa. Os sessenta e seis livros das Escrituras reunidos em
um único volume, são
os escritos que Deus soprou/inspirou os seus ministros a escrever. As
escrituras agora é que proporcionam a doutrina, a reprovação, a
correção e a instrução correta de Deus (II Timóteo 3: 16, 17; Romanos 16:
25, 26; I Coríntios 14: 37; Colossenses 4: 16).
Desde a morte do apóstolo Paulo que o processo de edificação de
Deus passou a ser feito pelas Escrituras; NÃO um homem como um “DOM” ou mesmo homens
especialmente dotados para o ministério, pois essa falsa ideia
tradicional não é declarada
em II a Timóteo 3:16 como o meio de edificação. Por meio da
Palavra da Verdade encontrada em um LIVRO estudado
e "corretamente dividido", Deus, pelo Seu Espírito, opera o correto e
pleno crescimento de cada membro do “Corpo” em Cristo (crescendo naquele que é
a Cabeça” – Efésios 4: 15) e os torna aptos para o ministério do Senhor (Efésios
4: 15; II Timóteo 2: 15).
«Considera o que digo, porque o Senhor te
dará entendimento em tudo» (II Timóteo 2: 7).
«Pelo que todos quantos já somos maduros
sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus
vo-lo revelará» (Filipenses 3: 15-16).
«Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para
que o teu aproveitamento seja manifesto a todos» (I
Timóteo 4:15).
Por sua vez, os anciãos que desejem o ministério
do presbitério (liderança da Igreja local) devem governar bem, ser considerados
dignos de dupla honra, especialmente aqueles que trabalham no ministério da palavra
e na doutrina (I Timóteo 3: 1-7; 5: 17).
«Convém, pois, que o bispo seja
irrepreensível… apto para ensinar… não neófito…» (I
Timóteo 3: 1-7);
«… Retendo firme a fiel palavra, que é
conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã
doutrina como para convencer os contradizentes…» (Tito
1: 5-9).
CONCLUSÃO
Não faltam, hoje, nas livrarias versões da Bíblia com títulos nos
topos dos parágrafos que criam muitos mal-entendidos, inclusivamente no
capítulo 13 de Romanos, quando intitulam o capítulo e quase determinam a
interpretação do texto e condicionam a compreensão dos "poderes
superiores", deixando transparecer que se trata dos governos humanos e suas
lideranças. Muitas dessas versões com os seus títulos descontextualizados levam
os crentes ao engano! E, quando nos questionamos se Deus tem algum
livro que seja a reprodução exata da Sua Palavra (ou seja, qual das centenas
de traduções é a Palavra de Deus para nós), as pessoas
costumam concluir que hoje não temos a Palavra de Deus em um livro que seja inerrante,
completa e perfeita. O crente comum tem sido
repetidamente bombardeado por homens instruídos que afirmam não existir uma
Bíblia perfeita; que apenas os manuscritos hebraicos e gregos originais
eram perfeitamente inspirados; e que esses mesmos manuscritos foram
destruídos pelo uso há muito tempo. Assim, de acordo com muitos desses estudiosos,
nenhuma Bíblia é a Palavra de Deus para os crentes,
hoje!
No entanto, quando questionados sobre a autoridade humana,
proclamam ousadamente que Deus estabeleceu um governo civil com líderes
humanos. Os cristãos devem obedecer aos governos, pois, segundo
eles, são ministros ou governantes de Deus. Não é interessante que
muitos tenham certezas dogmaticamente construídas numa interpretação pessoal de
que Romanos 13 fala sobre obediência ao governo humano, mas, ao mesmo tempo,
afirmam que nenhuma tradução da Bíblia perfeita! Se a Bíblia deles tem
erros, eles, então, estão pregando erros!
É muito estranho pensar que Deus pode estabelecer um homem num governo
civil para ser uma autoridade sobre o Seu povo e, ao mesmo tempo, não
consegue manter a Sua Palavra intacta num LIVRO chamado Escritura
Sagrada, em que pecador ou santo poderia chegar ao conhecimento da
salvação e da revelação de Deus sobre o Mistério do “Corpo de Cristo”!
Parece então que o povo de Deus deve ouvir as autoridades governamentais em vez
de procurar e ler as Escrituras perfeitas que contêm as
palavras de Deus! O homem é agora a autoridade sobre o que representa a
sua fé e a quem deve uma obediência cega. A isto chama-se Humanismo!
Curiosamente, a maioria das pessoas, provavelmente crentes, confia
no governo humano e nos seus líderes, em vez de confiar que Deus que pode preservar
a Sua Palavra pura e perfeita, denominada Escrituras Sagradas e
reunidas num Livro! É por isso que hoje encontramos pessoas
que seguem cegamente os governos humanos e negam arrogantemente que
Deus possa ter mantido a Sua palavra intacta e pura. Surpreendente!
Essas versões pervertidas precisam ser entendidas à luz apropriada
de quem as possui. Para os menos informados dizemos que todas
as versões da Bíblia existentes têm o seu texto protegido por
direitos autorais, salvo muito raras exceções. Os editores das Bíblias, com
raríssimas exceções, têm os governos humanos a proteger as suas traduções ou
versões (as violações de direitos autorais roubam os lucros corporativos – II Coríntios
2:17 e I Timóteo 6: 9-10; Tito 1: 11). O que, também, não deixa de ser
surpreendente! O estudante da Bíblia reconhecerá em Lucas 4: 5-7, Efésios 2: 2,
Daniel 10, Ezequiel 28: 1-19 e Isaías 14: 9-18 que todos os governos humanos atualmente,
atualmente, incluindo os protestantes, estão sob o domínio e controle de
Satanás. O único governo que Deus estabelecerá na terra e que será justo e
prospero é o Reino de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, que se assentará no
trono da sua glória (Mateus 25: 31). Todos os outros assentos de autoridade
governamental, celestial ou terreno, criados por e para Jesus Cristo
(Colossenses 1:16) foram roubados e assenhoreados por Satanás, tendo-os
distribuído aos seus súbditos como quer.
Todos estes poderes, principados e potestades, celestiais e
terrenos, voltarão para o Senhor (Efésios 1: 9-10 – Gr. “reunir sob a cabeça”),
sob a autoridade de Deus, no tempo determinado pelo Pai (Apocalipse 12:10;
Hebreus 2: 8; 1 Coríntios 15: 24-27). Mas, esse momento ainda não chegou
(I Coríntios 15: 24-28), pois o homem forte da casa ainda não foi
preso (Mateus 12: 25-29; 28: 18; Apocalipse 20: 1-3). Assim, os
governantes das nações são homens de Satanás, não ministros de
Deus; nem eles ocupam os assentos do poder superior. Portanto,
apelar a qualquer governo humano para proteger "a Palavra de Deus" em
um livro é como colocar a raposa a guardar um galinheiro.
«Porque há muitos desordenados, faladores,
vãos e enganadores, especialmente os da circuncisão: aos quais convém tapar a
boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém por
torpe ganância» (Tito 1: 10-11).
Certamente, que o estudante cuidadoso da Palavra, pode ver que a
situação não mudou desde os dias de Paulo até aos nossos; apenas a pressão dos
adversários de Deus é que se tornou sofisticada provocando a tendência ao
engano daqueles que têm os corações mais simples e indiferentes (Romanos 16:
17, 18), mas a alma atenta e dedicada reconhece que Deus exaltou o ministério
do apóstolo Paulo com poder e autoridade com
o objetivo de tornar conhecidas as riquezas de Sua Graça entre as Nações.
Dizer que Romanos 13: 1-7 (que são formas fracas, limitadas e
corruptas de governo humano e/ou de líderes governamentais) fala de ministros
de Deus é contaminar a glória de Deus e o Seu propósito eterno. É também
negligenciar e ocultar a verdade do desígnio inicial de Deus no processo de edificação do
Corpo de Cristo através desses poderes superiores / governantes / ministros de
Deus, dos quais Paulo foi o primeiro apóstolo na Dispensação da Graça de Deus (I
Timóteo 1: 15-16).
Compreender e defender os "poderes superiores",
"governantes", "os ministros de Deus" como os obreiros de
Deus para a edificação do “Corpo de Cristo”, começando com Paulo no
seu ministério de apóstolo da graça e com a Palavra da Verdade que lhe foi confiada
por revelação, permite que o “Corpo de Cristo” cumpra o objetivo e o propósito
de Deus enquanto está na terra, de chamar e salvar os membros do Corpo pelas riquezas de Sua Graça (Romanos 1: 5; 15:
16-18; Gálatas 1:15; Efésios 2: 8).
O Pai Celestial, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo ainda
estão operando a Dispensação da Graça, e Paulo, o apóstolo do Mistério ainda
continua a falar através das suas Epístolas com a mesma autoridade e poder! Se o
leitor reconhecer esta autoridade então está no bom caminho para chegar à
plenitude de Cristo e ser apresentado diante de Deus como “perfeito em Cristo”
(II Coríntios 10: 2-4).
A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o Vosso espírito.
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