«Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo» (Efésios 4:
13).
“A realização de um filho de Deus” (Efésios 4:13) - quão poucos a têm! A maioria está
ocupada com a figura do “novo nascimento” e nada sabem sobre a bênção mais
elevada e mais nobre da filiação por adoção, através do amor. E aqui é
necessário enfatizar para a compreensão do coração que a filiação não figura mero
relacionamento, mas aquelas honras concedidas ao herdeiro somente pode
desfrutá-las quando ele atinge a maioridade, investindo-o com as mais altas
dignidades e riquezas que seu Pai pode conceder. Significa muito mais ser um
filho de Deus do que uma criança ou um servo. Esta é a obra designada para
aqueles divinamente agraciados com dons espirituais: devemos insistir nesta
gloriosa verdade até que todos os santos tenham a compreensão de que é um filho
de Deus.
Não obstante isso, os crentes insistem em ser crianças. Crianças
no entendimento e crianças na postura. Lastimoso! Tenho essa perceção desde
quando frequentava umas reuniões de “anciãos”. A falta de estudo e
conhecimento, a falta de preparação e aptidão, o desconhecimento profundo do
texto sagrado e do seu significado… mas, mesmo assim, todos tinham opinião!
Hoje, infelizmente, a situação se agravou, especialmente pela falta de estudo
da Palavra de Deus e da comunhão com aqueles que têm a graça do conhecimento
dos “Mistérios de Deus”. Hoje, os crentes estão mais distantes da verdade: não
evoluíram ou cresceram na Palavra de Deus e, pelo contrário, agarraram-se às
suas doutrinas como se fosse a sua religião e, chamam a isso “espiritualidade”.
Mas, não passa de uma falsa espiritualidade. Nem orar sabem, de acordo com o ensino da dispensação da graça.
É muito significativo a oração do Apóstolo Paulo na epístola aos Efésios:
«Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós
nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da
glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do
vosso entendimento, PARA QUE SAIBAIS qual seja a esperança da sua vocação
e quais as riquezas da
glória da sua herança nos santos e qual a sobrexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que
cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em
Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, acima de
todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia,
não só neste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus
pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu
corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos» (Efésios 1:
16-23).
Para que saibais… (1) qual a esperança
da sua vocação… (2) as riquezas da
glória da Sua herança nos santos… e, (3) qual a sobrexcelente grandeza da força do seu poder sobre nós os que
cremos…
No entanto, os crentes estão mais ocupados em saber as coisas da
terra, a vida e a profissão dos crentes, se cantam bem… como organizam as
reuniões… o que se deve comer… como devemos estar ou vestir, entre inúmeras
coisas que não passam de coisas da carne e terrenas. E, quando falam destas
coisas mais essenciais da vida dos crentes, eles nada sabem… quando os ouvimos
parece que estão a falar da “estorietas da carochinha” que nem as crianças
entendem!
Que temas são estes que Paulo fala aos Efésios? Perguntemos aos lideres fas Igrejas. Zero! Ignorância toral.
Paulo ora uma segunda vez:
«Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para
que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com
poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite, pela fé, no
vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes
perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que
excede todo entendimento, para
que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais
abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós
opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para
todo o sempre. Amém!» (Efésios 3: 14-21).
O grande propósito de Deus para os membros do “Corpo de Cristo”,
enquanto estão na terra, é que “sejam
cheios de toda da plenitude de Deus”.
O que é isso? Algo perfeitamente alheado da cabeça e da vida dos
crentes! Mas, a ignorância não é justificação que minimize as culpas do seu
fracasso espiritual em atingir essa meta!
Depois do apóstolo falar da “estarmos cheios de toda a plenitude
de Deus” (3: 18), fala de chegarmos “à
plenitude de Cristo” (4: 13) e termina a exortar os crentes para atingirem a “plenitude do Espírito”
(5: 18). E, a plenitude do Espírito, de acordo com o contexto e com o texto paralelo
de Colossenses 3: 16 é a Palavra de Deus e Palavra de Cristo respeitante ao
plano de Deus para o “Corpo de Cristo”, como ele escreve: “Cristo te
esclarecerá… vede prudentemente… como sábios… não sejais insensatos, mas
entendei… enchei-vos do Espírito/da mente de Cristo (II Coríntios 2: 16).
De que é que os crentes estão cheios? Basta ouvi-los falar; basta
ver quais são os seus comportamentos; basta ouvir quais os seus pensamentos!
Revelam uma aparência de espiritualidade, que não passa de religião evangélica,
mas “não ligados à cabeça”, Cristo (Colossenses 2: 19).
A advertência é muito séria, uma vez que o Senhor deixou-nos tudo
para que atingíssemos toda a Plenitude de Deus, chegassemos à Plenitude de
Cristo e fossemos cheios da Plenitude do Espírito. Todos podemos ser bem
instruídos como os santos de Éfeso e de Colossos, quanto à nossa posição em
Cristo, no contexto da revelação do Mistério, personalizado na pessoa de Cristo
glorificado e personificado na mensagem dada pelo mesmo Senhor glorificado ao
apóstolo Paulo, com uma posição mais elevada do que a dos anjos, até mesmo a de
filhos amados, na aceitação de 'o Amado'.
Não estar ligado à cabeça é praticamente perder a noção de todos os
nossos privilégios especiais como membros de Seu Corpo. Em contrapartida, fica
a ocupar esse lugar uma humildade religiosa com anjos, como servos em vez
de filhos menores - até mesmo de filhos de Deus. É adorar com rostos velados à
distância, em vez de com rostos descobertos, contemplar a glória do
Senhor. É uma humildade fingida, não apreendendo as excelentes riquezas da
graça de Deus para desfrutarmos em Cristo Jesus; é perder a noção da nossa
“plenitude” em Cristo, ou seja, no que nos tornamos em Cristo, de acordo com
Efésios 1: 4-6 e Colossenses 2: 9-15, na justiça da Sua obra; É perder a noção
da obra de Cristo no plano do Corpo de Cristo, sendo “um só corpo” (e, por
isso, o ministério destes é destruir e dividir o Corpo); é perder a noção do
caracter que Deus assumiu neste tempo presente e que está exemplificado em Cristo e na Sua
mensagem de graça para o mundo. É certo: olhando para os crentes temos de
chegar à triste conclusão de que não há qualquer ligação prática dos crentes
com a Cabeça, Cristo.
“Que sejais cheios da Plenitude de Deus… de Cristo… e do
Espírito…”
A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.
Maranatha!
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