segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

A Plenitude da Maturidade

 

«Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo» (Efésios 4: 13).

 

“A realização de um filho de Deus” (Efésios 4:13) - quão poucos a têm! A maioria está ocupada com a figura do “novo nascimento” e nada sabem sobre a bênção mais elevada e mais nobre da filiação por adoção, através do amor. E aqui é necessário enfatizar para a compreensão do coração que a filiação não figura mero relacionamento, mas aquelas honras concedidas ao herdeiro somente pode desfrutá-las quando ele atinge a maioridade, investindo-o com as mais altas dignidades e riquezas que seu Pai pode conceder. Significa muito mais ser um filho de Deus do que uma criança ou um servo. Esta é a obra designada para aqueles divinamente agraciados com dons espirituais: devemos insistir nesta gloriosa verdade até que todos os santos tenham a compreensão de que é um filho de Deus.

Não obstante isso, os crentes insistem em ser crianças. Crianças no entendimento e crianças na postura. Lastimoso! Tenho essa perceção desde quando frequentava umas reuniões de “anciãos”. A falta de estudo e conhecimento, a falta de preparação e aptidão, o desconhecimento profundo do texto sagrado e do seu significado… mas, mesmo assim, todos tinham opinião! Hoje, infelizmente, a situação se agravou, especialmente pela falta de estudo da Palavra de Deus e da comunhão com aqueles que têm a graça do conhecimento dos “Mistérios de Deus”. Hoje, os crentes estão mais distantes da verdade: não evoluíram ou cresceram na Palavra de Deus e, pelo contrário, agarraram-se às suas doutrinas como se fosse a sua religião e, chamam a isso “espiritualidade”. Mas, não passa de uma falsa espiritualidade. Nem orar sabem, de acordo com o ensino da dispensação da graça. 

É muito significativo a oração do Apóstolo Paulo na epístola aos Efésios:

«Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, PARA QUE SAIBAIS qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos e qual a sobrexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos» (Efésios 1: 16-23).

 

Para que saibais… (1) qual a esperança da sua vocação… (2) as riquezas da glória da Sua herança nos santos… e, (3) qual a sobrexcelente grandeza da força do seu poder sobre nós os que cremos…

No entanto, os crentes estão mais ocupados em saber as coisas da terra, a vida e a profissão dos crentes, se cantam bem… como organizam as reuniões… o que se deve comer… como devemos estar ou vestir, entre inúmeras coisas que não passam de coisas da carne e terrenas. E, quando falam destas coisas mais essenciais da vida dos crentes, eles nada sabem… quando os ouvimos parece que estão a falar da “estorietas da carochinha” que nem as crianças entendem! 

Que temas são estes que Paulo fala aos Efésios? Perguntemos aos lideres fas Igrejas. Zero! Ignorância toral.


Paulo ora uma segunda vez:

«Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.

Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém!» (Efésios 3: 14-21).

 

O grande propósito de Deus para os membros do “Corpo de Cristo”, enquanto estão na terra, é que “sejam cheios de toda da plenitude de Deus”.

O que é isso? Algo perfeitamente alheado da cabeça e da vida dos crentes! Mas, a ignorância não é justificação que minimize as culpas do seu fracasso espiritual em atingir essa meta!

 

Depois do apóstolo falar da “estarmos cheios de toda a plenitude de Deus” (3: 18), fala de chegarmos “à plenitude de Cristo” (4: 13) e termina a exortar os crentes para atingirem a “plenitude do Espírito” (5: 18). E, a plenitude do Espírito, de acordo com o contexto e com o texto paralelo de Colossenses 3: 16 é a Palavra de Deus e Palavra de Cristo respeitante ao plano de Deus para o “Corpo de Cristo”, como ele escreve: “Cristo te esclarecerá… vede prudentemente… como sábios… não sejais insensatos, mas entendei… enchei-vos do Espírito/da mente de Cristo (II Coríntios 2: 16).

De que é que os crentes estão cheios? Basta ouvi-los falar; basta ver quais são os seus comportamentos; basta ouvir quais os seus pensamentos! Revelam uma aparência de espiritualidade, que não passa de religião evangélica, mas “não ligados à cabeça”, Cristo (Colossenses 2: 19).

A advertência é muito séria, uma vez que o Senhor deixou-nos tudo para que atingíssemos toda a Plenitude de Deus, chegassemos à Plenitude de Cristo e fossemos cheios da Plenitude do Espírito. Todos podemos ser bem instruídos como os santos de Éfeso e de Colossos, quanto à nossa posição em Cristo, no contexto da revelação do Mistério, personalizado na pessoa de Cristo glorificado e personificado na mensagem dada pelo mesmo Senhor glorificado ao apóstolo Paulo, com uma posição mais elevada do que a dos anjos, até mesmo a de filhos amados, na aceitação de 'o Amado'.

Não estar ligado à cabeça é praticamente perder a noção de todos os nossos privilégios especiais como membros de Seu Corpo. Em contrapartida, fica a ocupar esse lugar uma humildade religiosa com anjos, como servos em vez de filhos menores - até mesmo de filhos de Deus. É adorar com rostos velados à distância, em vez de com rostos descobertos, contemplar a glória do Senhor. É uma humildade fingida, não apreendendo as excelentes riquezas da graça de Deus para desfrutarmos em Cristo Jesus; é perder a noção da nossa “plenitude” em Cristo, ou seja, no que nos tornamos em Cristo, de acordo com Efésios 1: 4-6 e Colossenses 2: 9-15, na justiça da Sua obra; É perder a noção da obra de Cristo no plano do Corpo de Cristo, sendo “um só corpo” (e, por isso, o ministério destes é destruir e dividir o Corpo); é perder a noção do caracter que Deus assumiu neste tempo presente e que está exemplificado em Cristo e na Sua mensagem de graça para o mundo. É certo: olhando para os crentes temos de chegar à triste conclusão de que não há qualquer ligação prática dos crentes com a Cabeça, Cristo.

“Que sejais cheios da Plenitude de Deus… de Cristo… e do Espírito…”

A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.

Maranatha!

 

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