A coroa da justiça! Quanto já foi
especulado acerca desta coroa! Quantos morrem na espectativa de
receberem esta coroa, mas longe do correto entendimento do que ela representa e
do que ela galardoa! A coroa da justiça é uma recompensa dada no tribunal de
Cristo aos que a merecerem, justamente; ou não seja ela própria chamada de
“coroa da justiça"! E que mais pode ela significar?
Quando estava a estudar esta assunto consultei alguns comentários de estudiosos das Escrituras de renome no meio cristão. Verifiquei que a generalidade dos comentadores foram buscar a explicação deste assunto aos escritos dos evangelistas do reino e às epistolas dos autores messiânicos, como Tiago, Pedro, João e de Judas. Mas, como verificamos pelos seus escritos, eles falam para os seus irmãos judeus, referem-se a esperanças e a mensagens diferentes e, por conseguinte, a vindas diferentes do Senhor: sendo que eles se referem à vinda do Senhor à terra, de forma visível e física, no cumprimento da revelação profética, e Paulo se refere à vinda do Senhor aos ares, de forma espiritual, ou em corpo espiritual e glorificado, como cabeça da Igreja "Corpo de Cristo", no cumprimento do programa do Mistério. Por isso, o sentido e a explicação deste assunto só poderá ser encontrado em Paulo e nas suas epístolas.
Além disso, a "Coroa da Justiça" será atribuída aos membros da "Igreja Corpo de Cristo" por dois tipos de ministérios: o de Paulo, pois diz: «acabei a carreira, guardei a fé... desde agora me está reservada...», e ao dos crentes posteriores a Paulo, que foram recetores da mensagem de forma indireta, ou seja, através de Paulo (II a Timóteo 2:1-5), quando diz: «E, não somente a mim, mas a todos os que amarem a Sua vinda...». Paulo, assim, faz distinção entre o ministério dele, que recebera a comissão e a revelação diretamente do Senhor glorificado (esclareça-se que o Senhor só foi glorificado depois de subir ao céu, e não quando aparecera ressuscitado aos Apóstolos de Israel) e o nosso ministério ou responsabilidade.
Relativamente «aos que amarem a Sua vinda», não se refere ao sentimento que podemos nutrir pela próxima vinda do Senhor, mas refere-se à manifestação do Senhor a Paulo com a revelação da Igreja Corpo de Cristo, e ao propósito que Deus tem para ela em Cristo glorificado. A mesma palavra é usada pelo Apóstolo no capítulo 1, versículo 10, para se referir à manifestação do Senhor glorificado a Paulo com esta mensagem. Por isso, «amar a vinda do Senhor» quer referir-se àqueles que amam a palavra, a revelação, o plano e propósito que a manifestação do Senhor glorificado confiou a Paulo e a guardam como ele a guardou e, por esse facto, foi-lhe reservada a cora da justiça, o galardão justo da obra que tem, de facto, valor para o Senhor.
Analisemos o assunto, então com mais pormenor. Vejamos o texto sagrado:
Quando estava a estudar esta assunto consultei alguns comentários de estudiosos das Escrituras de renome no meio cristão. Verifiquei que a generalidade dos comentadores foram buscar a explicação deste assunto aos escritos dos evangelistas do reino e às epistolas dos autores messiânicos, como Tiago, Pedro, João e de Judas. Mas, como verificamos pelos seus escritos, eles falam para os seus irmãos judeus, referem-se a esperanças e a mensagens diferentes e, por conseguinte, a vindas diferentes do Senhor: sendo que eles se referem à vinda do Senhor à terra, de forma visível e física, no cumprimento da revelação profética, e Paulo se refere à vinda do Senhor aos ares, de forma espiritual, ou em corpo espiritual e glorificado, como cabeça da Igreja "Corpo de Cristo", no cumprimento do programa do Mistério. Por isso, o sentido e a explicação deste assunto só poderá ser encontrado em Paulo e nas suas epístolas.
Além disso, a "Coroa da Justiça" será atribuída aos membros da "Igreja Corpo de Cristo" por dois tipos de ministérios: o de Paulo, pois diz: «acabei a carreira, guardei a fé... desde agora me está reservada...», e ao dos crentes posteriores a Paulo, que foram recetores da mensagem de forma indireta, ou seja, através de Paulo (II a Timóteo 2:1-5), quando diz: «E, não somente a mim, mas a todos os que amarem a Sua vinda...». Paulo, assim, faz distinção entre o ministério dele, que recebera a comissão e a revelação diretamente do Senhor glorificado (esclareça-se que o Senhor só foi glorificado depois de subir ao céu, e não quando aparecera ressuscitado aos Apóstolos de Israel) e o nosso ministério ou responsabilidade.
Relativamente «aos que amarem a Sua vinda», não se refere ao sentimento que podemos nutrir pela próxima vinda do Senhor, mas refere-se à manifestação do Senhor a Paulo com a revelação da Igreja Corpo de Cristo, e ao propósito que Deus tem para ela em Cristo glorificado. A mesma palavra é usada pelo Apóstolo no capítulo 1, versículo 10, para se referir à manifestação do Senhor glorificado a Paulo com esta mensagem. Por isso, «amar a vinda do Senhor» quer referir-se àqueles que amam a palavra, a revelação, o plano e propósito que a manifestação do Senhor glorificado confiou a Paulo e a guardam como ele a guardou e, por esse facto, foi-lhe reservada a cora da justiça, o galardão justo da obra que tem, de facto, valor para o Senhor.
Analisemos o assunto, então com mais pormenor. Vejamos o texto sagrado:
«1 Conjuro-te,
pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os
mortos, na sua vinda e no seu Reino, 2 que
pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. 3 Porque virá
tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos
ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias
concupiscências; 4 e desviarão
os ouvidos da verdade, voltando
às fábulas. 5 Mas tu sê
sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu
ministério. 6 Porque eu já estou
sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está
próximo. 7 Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé. 8 Desde
agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me
dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua
vinda» (II a Timóteo 4).
É frequente ouvir-se que a “coroa
da Justiça” é uma recompensa para todos aqueles que amarem a vinda do Senhor!
E, uma leitura corrida parece dizer isso mesmo. Mas, qual era o pensamento do
Apóstolo Paulo com estas palavras?
Atentemos, primeiramente, para o
contexto, já que se trata das últimas palavras do Apóstolo Paulo neste mundo e
o sentido e significado da “coroa da Justiça” tem de estar em sintonia com o contexto.
O Apóstolo vem falando, desde o
capítulo 3, dos últimos dias e dos homens que os caraterizam. Agora, ele diz:
“virá tempo que não suportarão a sã doutrina” (v. 3). E, se nos dias de Paulo
eram tempos difíceis, que o leva a dizer: “todos me desampararam” v. 10 e 16)
e, como os de Éfeso se “desviaram de mim” (1:15), estes “darão ouvidos a
fábulas” e se “desviarão da verdade” (4:4; Tito 1:14). Mais, ainda, estes se
“oporão” à verdade e àqueles que anunciam a verdade (3:8), como “Alexandre, o
latoeiro” fez a Paulo (4:15). No entanto, irão de mal a pior, enganando e sendo
enganados! (3:13).
Depois desse texto o Apóstolo
passa a falar de Timóteo e para Timóteo, iniciando com as seguintes palavras:
«Tu, porém…»
«Tu,
porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de
quem o aprendeste…»
Então, chega ao capítulo 4 e diz:
«Conjuro-te…»
Alguns manuscritos no grego usam
a palavra «oun», Strong: 3767 oun oun, que significa “então”, “por esta
razão”, “consequentemente”, “sendo assim”, etc.. Ou seja, “por esta razão”,
pelo estado atual das coisas e piores que hão-de vir, conjuro-te…” Vejamos o
texto: Usemos a versão, agora, de JFA, RA:
«1 (Por
esta razão) conjuro-te (1263 – dia+martureo:
através + testemunho), perante Deus e
Cristo Jesus, que há-de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação (2015
– epifaneia: manifestação) e pelo seu
reino: 2 prega (2784 – proclama
publicamente) a palavra, insta (2186
– epi+histemi, coloca acima), quer seja
oportuno, quer não, corrige (1651 – corrige, repreende, reprova), repreende (2008 – epi+timão: sobre
estima), exorta (3870 – chamar à
margem) com toda a longanimidade (perseverança,
insistência) e doutrina. 3 Pois haverá tempo em que não suportarão a
sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas
próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4 e se recusarão a dar ouvidos à verdade,
entregando-se às fábulas
(histórias judaicas, símbolos e costumes). 5 Tu, porém, sê sóbrio
(mantém a calma) em todas as coisas,
suporta as aflições (da oposição),
faze o trabalho de um evangelista (conforme Efésios 4:11, os dons que
permanecem e se substituíram aos Apóstolos, depois de colocados os fundamentos
– Efésios 2:20; 3:5), cumpre cabalmente (completamente,
como eu completei: a mesma palavra em 4:17)
o teu ministério. 6 Quanto a mim, estou sendo
já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. 7 Combati o bom combate, completei a
carreira, guardei a fé. 8 Já agora (desde
agora: resta-me) a coroa da justiça me
está guardada (606 apokeimai apokeimai, de 575 e 2749, apo+keimai, i.e.,
colocado de lado guardado em espera), a
qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também
a todos quantos amam a sua vinda».
Neste sentido, Timóteo, deveria procurar (gr.: 4704 spoudazw spoudazo, i.e.,
esforço, diligente, apressar) para se apresentar (gr.: 3936 paristhmi paristemi, i.e., estar em pé ao lado de…
em formatura, pronto para servir) a Deus, aprovado (gr.: 1384 dokimov dokimos,
i.e., testado e reconhecido, como estando de acordo com a revelação do
Mistério), como obreiro (gr.: 2040 ergathv
ergates, i.e., trabalhadores por salário, não escravo), sem vergonha, que
maneja bem (gr.: 3718 oryotomew
orthotomeo, i.e., “cortar certo, a direito”) a palavra da verdade (2:15), ou seja, Timóteo tinha todas as
condições para estar neste ministério e deveria ser diligente e esforçar-se
para se apresentar a Deus para o exercer.
Além
disso, ele tinha o conhecimento geral das escrituras desde pequeno,
conhecimento esse que lhe foi transmitido pela sua avó Loide e sua mãe Eunice (1:5; 3:15) e que, por si só, já o
capacitava para toda a boa obra (3:15-17).
E, neste contexto, a boa obra não são boas obras, ou obras de caridade, ou obras
esmoleres, mas as obras da Palavra de Deus, que se coadunam com a revelação do
Mistério da graça de Deus, como o apóstolo especifica:
«Em tudo, te dá por exemplo de boas obras: (como?) na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós» (Tito 2:7-8);
«Preparado para toda a boa obra... Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor. E rejeita as questões loucas e sem instrução, sabendo que produzem contendas. E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade» (2:22-25).
Depois desta visão geral do
texto, verificamos que o Apóstolo está para ser executado e, neste cenário
passa o testemunho a Timóteo fazendo-lhe alguns avisos e recomendações, para
que tenha êxito no seu ministério e o conclua integralmente e com distinção.
Pois, disso dependerá a coroa de justiça que lhe pode estar, também, reservada.
Quanto a Paulo, ele diz:
- Combati o bom
combate,
- Acabei a
carreira,
- Guardei a fé.
- Desde
agora, a coroa da justiça me está reservada…
O Apóstolo está
a falar a Timóteo de ministério, da obra de Deus, doutrina, e de tudo aquilo
que envolve a revelação e ministério da Igreja “Corpo de Cristo”. E, em relação
a si próprio, está a falar das mesmas coisas: o combate foi a defesa da
doutrina, que foi o seu ministério, e a pregação que lhe foi confiada e que ele
completou (v. 17), e, no meio de todas estas dificuldades, ele guardou a fé,
protegeu o corpo de doutrina, de forma que ela ficou intocável e inviolável, e
podia ser passada, assim pura a Timóteo. Por isso, a coroa de justiça lhe
estava reservada, porque a doutrina que lhe foi confiada estava inviolada e ele
tinha completado a pregação ou o ensino que o Senhor lhe confiou. Neste sentido
faz toda a propriedade falar da coroa da justiça.
Ao ler o texto em português
parece ser a primeira e única lição do texto que a coroa está reservada para os
que amam a vinda do Senhor. Mas, quando examinamos objetivamente as palavras do
Apóstolo Paulo no grego verificamos que essa conclusão está muito longe do seu
pensamento.
Primeiramente, seria muito
estranho o Apóstolo desejar a vinda do Senhor e atuar como se estivesse a pedir
para que o Senhor antecipasse a Sua vinda! De facto, esse é o espírito da
Igreja messiânica, não da Igreja “Corpo de Cristo”. A oração dos crentes deve
estar em sintonia com a mensagem, e a mensagem messiânica, na ausência do
Senhor, é por vingança e libertação do sofrimento. E, tanto será o sofrimento
na grande tribulação que os incrédulos desejarão morrer e a morte fugirá deles,
mas para os que morrerem será uma bênção. E será tanta a aflição que muitos
desmaiarão de terror!
«E
haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, na terra, angústia das
nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas; homens desmaiando
de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto os
poderes do céu serão abalados»
(Lucas 21:25-26), e:
«E naqueles
dias os homens buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte
fugirá deles» (Apocalipse
9:6);
Por outro lado:
«E
ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que,
desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas
obras os sigam»
(Apocalipse 14:13).
Por isso, e nesse contexto, no
período da grande tribulação, os crentes orarão:
«E clamavam com grande voz,
dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador,
não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?» (Apocalipse 6:10);
«E o Espírito e a esposa dizem:
Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de
graça da água da vida»
(Apocalipse 22:17);
«Aquele que testifica estas
coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!» (Apocalipse 22:20).
No entanto, este tipo de oração
não está em sintonia com a mensagem da graça, pelo contrário. O crente,
revestido pela graça de Deus, sabendo que a vinda do Senhor implicará o fim do «tempo
da longanimidade de Deus», e o início dos dias da ira e da vingança do
Senhor, não poderá orar «ora vem, Senhor Jesus» pois estará a pedir a vingança
de Deus sobre o mundo em que, Ele, está e quer revelar e manter a demonstração
das riquezas da Sua graça. Além disso, o propósito da graça de Deus é aquele em
que Deus mais e melhor é exaltado na Sua glória. Porquê, então, retirar essa
glória a Deus?
«Mas,
amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos, como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a
têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se
percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o Dia do Senhor virá
como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os
elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão»
(v. 8-10).
…
«E tende
por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como também o nosso amado
irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto,
como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender,
que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para
sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão,
guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente
arrebatados e descaiais da vossa firmeza; antes, crescei na graça e
conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a
glória, assim agora como no dia da eternidade. Amém!» (II de Pedro 3:15-18).
Então, qual é a ideia do Apóstolo
Paulo com estas palavras e que coroa de Justiça será esta? Será que ela tem
mesmo a ver com a vinda do Senhor? Até muitos “perdidos”, não obstante serem
crentes em Deus à sua maneira, de forma religiosa e com paganismo à mistura,
desejam a vinda do Senhor… mesmo de forma errada… mas é a vinda do Senhor! Será
que, por isso, têm uma coroa de justiça reservada?
Vejamos o que o texto sagrado
diz:
Coroa: Strong:
4735 stefanov
stephanos, de uma palavra aparentemente primária stepho (torcer ou enrolar), que tem como origem nas grinaldas dos
vitoriosos gregos, seja nos jogos ou mesmo militares, conforme as referências
em I aos coríntios 9:25, II a Timóteo 2:5, e no caso do próprio Senhor Jesus
Cristo referido em Hebreus 2:7 e 9, na Sua exaltação ao Trono da glória. Por
isso, a coroa é um símbolo de recompensa por vitória e conquista, mas, também,
de realeza e de governo.
Vejamos alguns textos onde o termo é empregue:
«Todo
atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa <4735> corruptível; nós, porém, a incorruptível» (I
Coríntios 9:25);
«Portanto,
meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa <4735>, sim, amados, permanecei, deste modo,
firmes no Senhor» (Filipenses 4:1);
«Pois
quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa <4735> em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não
sois vós?» (I Tessalonicenses 2:19);
«Já
agora a coroa <4735> da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos
quantos amam a sua vinda» (II Timóteo 4:8).
Guardada… Strong: 606 apokeimai apokeimai = apo + depositada =
de 575 e 2749, ou seja, “colocado de parte” + “guardado em espera”, com
determinação ou ordenação de Deus. Vejamos alguns textos:
«Veio,
então, outro, dizendo: Eis aqui, senhor, a tua mina, que eu guardei embrulhada <606> num lenço» (Lucas 19:20);
«Por
causa da esperança que vos está preservada <606>
nos céus, da qual antes
ouvistes pela palavra da verdade do evangelho» (Colossenses 1:5);
«Já
agora a coroa da justiça me está guardada <606>, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim,
mas também a todos quantos amam a sua vinda» (II Timóteo 4:8);
«E,
assim como aos homens está ordenado <606>
morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo» (Hebreus 9:27):
Dará… Strong: 591 apodidwmi apodidomi – apo + didomi, de
575 e 1325: “colocado à parte” + “dar”; verbo futuro, indicativo, voz ativa. Ou
seja, algo que é dado à parte, individualmente, em particular. A coroa está
guardada à parte e será, da mesma maneira, concedida à parte, ou seja,
individualmente a cada um, fruto de algum mérito. Vejamos alguns textos usados
pelo Apóstolo para vermos o sentido em que o usa:
Significado: entregar, abrir mão
de algo que me pertence em benefício próprio, vender
«Que
retribuirá <591 – pagará o que é devido> a cada um segundo o
seu procedimento» (Romanos 2:6);
«Não
torneis <591
– pagar> a ninguém mal por
mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens» (Romanos 12:17);
«Pagai
<591 –
pagar a dívida> a todos o que
lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem
respeito, respeito; a quem honra, honra» (Romanos 13:7);
«O
marido conceda <591 – pague a dívida> à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao
seu marido» (I Coríntios 7:3);
«Evitai
que alguém retribua <591> a
outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com
todos» (I Tessalonicenses 5:15);
«Mas,
se alguma viúva tem filhos ou netos, que estes aprendam primeiro a exercer
piedade para com a própria casa e a recompensar <591> a seus progenitores; pois isto é aceitável diante de Deus» (I
Timóteo 5:4);
«Alexandre,
o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga <591> segundo as suas obras» (II Timóteo
4:14).
Sua vinda… Strong: 2015 epifaneia epiphaneia – epi (sobre) + vista,
de 2016; significa: aparição superior, manifestação de cima.
Só Paulo usa este substantivo.
Vejamos exemplos:
«Então,
será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de
sua boca e o destruirá pela manifestação <2015> de sua vinda» (II Tessalonicenses 2:8);
«Que
guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até (gr. “mechri, até que, pela) à
manifestação <2015> de nosso Senhor Jesus Cristo» (I
Timóteo 6:14);
«E
manifestada, agora, pelo aparecimento <2015> de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como
trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho» (II Timóteo
1:10);
«Conjuro-te,
perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua
manifestação <2015> e
pelo seu reino» (II Timóteo 4:1);
«Aguardando
a bendita esperança e a manifestação <2015> da glória do nosso
grande Deus e Salvador Cristo Jesus» (Tito 2:13).
E o nosso texto:
«Já
agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará
naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua
vinda <2015>» (II
Timóteo 4:8);
Neste termo encontramos a explicação do pensamento paulino. Vejamos:
1. Na utilização deste termo pelo Apóstolo
Paulo, a generalidade dos exemplos, refere-se à manifestação do Senhor visível a
Paulo de forma física, com “corpo glorificado”, ou seja, é a manifestação do
Senhor já como “cabeça da Igreja corpo de Cristo” e dotado da mensagem da
revelação do Mistério a Paulo. E, mesmo quando ela se refere à vinda futura do
Senhor Jesus Cristo é sempre nesta qualidade de “Cabeça da Igreja” e ao
regresso do Senhor à Igreja “Corpo de Cristo” para a conduzir à glória, às
bênçãos e riquezas incompreensíveis de Cristo: a segunda vinda para completar a
primeira!
2. A “epiphaneia” do Senhor, na linguagem de
Paulo nesta epístola a Timóteo, pelo texto do capítulo 1:10 e 41 (a palavra é a mesma no grego, traduzida por "aparecimento" e "vinda"), refere-se à
manifestação do Senhor glorificado a si, aquando do seu caminho para
Damasco, e lhe comissionou com a Dispensação da Graça. Recordo que uma regra fundamental de interpretação é obter o sentido de uma palavra no uso que tem no contexto ou na própria epistola; se não houver mais usos da palavra nessa epístola é que terá de socorrer-se noutras ocorrências do mesmo autor, depois de autores correspondentes e, ainda, depois, na escrita secular. E, o uso «epiphaneia» nesta epistola refere-se à manifestação do Senhor a Paulo, no caminho de Damasco e á revelação e/ou dispensação que lhe está subjacente.
3. A vinda do Senhor não se refere à vinda em
si e propriamente dita, mas ao que a manifestação do Senhor trouxe: a revelação
da graça de Deus e todo o ensino que diz respeito à Igreja “Corpo de Cristo”,
desde a sua salvação, forma de Deus atuar e forma de como Deus espera que
vivamos, e dos propósitos que Deus tem em Cristo para a Igreja “Corpo de
Cristo” segundo a revelação do Mistério.
4. A coroa da Justiça guardada para aqueles que
amam a vinda do Senhor, deverá ser melhor entendido como, “amarem o que a
manifestação do Senhor Jesus Cristo trouxe, segundo a Sua graça”, salvando
Saulo de Tarso e fazendo dele um modelo da graça neste programa da graça de Deus.
Vejamos o texto:
«Por
esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela
imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia,
mas de poder, de amor e de moderação. Não te envergonhes, portanto, do
testemunho [palavra] de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário,
participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder
de Deus, que nos salvou e
nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme
a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo
aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a
morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho, para
o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre e, por isso, estou
sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho
crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia. Mantém
o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em
Cristo Jesus. Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em
nós» (II a Timóteo 1:6 a 14).
5. Este texto está em plena sintonia com o que
veio a dizer no capítulo 4: o Senhor guardará o meu depósito até àquele dia… e,
o Senhor me dará a coroa naquele dia…
6. Isto tem tudo a ver com o Tribunal de
Cristo, que acontecerá naquele dia, o dia em que o Senhor novamente se
manifestará aos membros da Igreja “Corpo de Cristo”.
7. O tribunal de Cristo julgará os membros da
Igreja “Corpo de Cristo” em função da sua intervenção na edificação do Corpo de
Cristo, se edificou segundo o modelo da graça de Deus ou segundo a carne:
qualquer método utilizado e/ou qualquer obra que não se coadune com o modelo da
graça de Deus, receberá detrimento:
«Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento
veio de Deus (Paulo pôs o
fundamento, Apolo dá seguimento à obra: rega, trata, desenvolve). De modo que nem o que planta é alguma
coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento (mas, tudo vem de
Deus, está em Deus e é feito para Deus, v. 23). Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu
galardão, segundo o seu próprio trabalho (gr. Lit.: “O que planta é um e o
que rega é um outro, e cada um receberá o galardão de Deus em função da sua
obra”: de colocar o fundamento, ou de saber edificar acima do fundamento). Porque de Deus somos cooperadores;
lavoura de Deus, (e vós sois) edifício
de Deus.
«Segundo a graça de Deus que me foi dada,
lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém
cada um veja como edifica. (Ou
seja, segunda a graça de Deus que me foi revelada, e me conferiu o apostolado,
pus o fundamento da Igreja “Corpo de Cristo”, que é Jesus Cristo como cabeça da
Igreja; Apolo e outros a seguir a ele e como ele – como nós hoje, edificamos como Apolo. Devemos ter todo o cuidado se edificamos segundo a mesma graça que
foi revelada a Paulo).
«Porque
ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus
Cristo (mas, Jesus Cristo como
“Cabeça da Igreja”, não como Rei, Profeta ou Sacerdote). Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata,
pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um;
pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo (O dia, é o
Dia de Cristo, o dia da Sua vinda para arrebatar a Igreja “Corpo de Cristo” e
levá-la ao tribunal – Pois, a todo o homem está destinado morrer e vindo,
depois disso, o juízo – Hebreus 9:27. Este assunto é mantido até ao capítulo
4:5); e qual seja a obra de cada um o
próprio fogo o provará (Fogo? É uma referência à prova a que seremos
sujeitos antes do Tribunal de Cristo a ver o que fica da graça na nossa obra de
edificação: a prova da batalha com as hostes espirituais da maldade para
desimpedir o acesso à nossa herança – Efésios 6:10-12). Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse
receberá galardão (P.i., o julgamento é em função da edificação do Corpo
sobre o fundamento da graça); se a obra
de alguém se queimar, sofrerá ele dano (sofrerá dano: a obra, não “ele”; o
“ele” não ocorre no grego); mas esse mesmo
será salvo, todavia, como que através do fogo (Todo o “Corpo” será salvo,
mas só alguns receberão galardão: os que edificarem segundo as regras da graça
revelada ao Apóstolo Paulo).
«Não
sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se
alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá (não o indivíduo, mas a obra dele, conforme
textos anteriores); porque o santuário
de Deus, que sois vós, é sagrado. Ninguém se engane a si mesmo: se alguém
dentre vós se tem por sábio neste século, faça-se estulto para se tornar sábio.
Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está
escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. E outra vez: O Senhor
conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos.
«Portanto,
ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: seja Paulo, seja Apolo, seja
Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes,
sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus» (I Coríntios 3:6-23).
E, a edificação está relacionada com o
ministério do ensino: se o ensino assenta na graça, de acordo com o “corpo de
doutrina” revelado a Paulo, ou nas suas obras e méritos; é o ministério da
edificação dos santos com a pregação de Jesus Cristo segundo a revelação do
Mistério.
8. O tribunal de Cristo tem a ver como tratamos
o Corpo de Cristo, ou seja, os seus membros. O Senhor faz a paz no Corpo, com a
unidade dos seus membros, pela obra do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário.
É responsabilidade de todo o crente manter esta unidade, guardá-la a todo o
custo, não fazendo discriminação aos membros do Corpo, nem fazendo divisões.
«Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no
Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a
humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da
paz;
«Há somente um corpo e um Espírito, como
também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma
só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por
meio de todos e está em todos» (Efésios
4:1-6)
Temos a descrição da Unidade do Corpo de
Cristo, no qual se desdobra em um Espírito, uma esperança, um Senhor, uma fé,
um batismo e um Deus. Tudo isto foi planeado por Deus na Eternidade e
concretizado pelo Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário. O Espírito Santo tem
revelado estas coisas nos escritos deixados para nós pelo Apóstolo Paulo. A nós
é dito: se pertencemos ao “Corpo de Cristo” devemos nos esforçar diligentemente
para preservar esta unidade… porque esse é o andar segundo a nossa vocação. O
andar da nossa vocação é a Unidade; a forma como guardamos a unidade é com as virtudes
espirituais que encontramos em Cristo, designadamente: suportando-nos uns aos
outros, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade.
Com isto, devemos ter
consciência da forma como tratamos os membros do Corpo de Cristo, independentemente
das razões que invoquemos, mesmo sendo crentes mais fracos: isso será motivo de
reprovação, e das mais sérias:
«Recebei
ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões…
«Porque,
se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois,
vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que
Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. Tu, porém, por que julgas teu
irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo
joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.
Não nos julguemos mais uns aos outros;
«Assim,
pois, seguimos as coisas da
paz e também as da edificação de uns para com os outros. Não destruas a obra de
Deus por causa da comida.
«Ora,
nós que somos fortes
devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.
Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.
«Portanto,
acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de
Deus» (Romanos 14 e 15)
«E
assim, por causa do teu saber, perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. E
deste modo, pecando contra os irmãos, ferindo-lhes a consciência fraca, é
contra Cristo que pecais» (I
Coríntios 9:11-12);
«Nisto,
porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para
melhor, e sim para pior. Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões
entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em parte, o creio. Porque até
mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se
tornem conhecidos em vosso meio. Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é
a ceia do Senhor que comeis. Porque, ao comerdes, cada um toma,
antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há
também quem se embriague. Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou
menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi?
Louvar-vos-ei? Nisto, certamente, não vos louvo» (I Coríntios 11:17-22).
«Irmãos,
se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais,
corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai
as cargas uns dos outros (suportai
as fraquezas uns dos outros) e, assim,
cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém pensa ser alguma coisa (se
alguém pensa que é espiritual), não
sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor (a sua
própria obra, se é feita no espirito ou na carne) e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si (no que fez) e não em outro. Porque cada um levará o
seu próprio fardo (peso, prémio, galardão). Mas (gr.: “agora”), aquele
que está sendo instruído na palavra seja participante em todas as coisas boas com
aquele que o instrui. Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o
homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a (gr.: “eis”,
i.e., através) sua própria carne, da
carne colherá corrupção (destruição da obra); mas o que semeia para (gr.: “eis”, i.e., através) o Espírito, do Espírito colherá vida
eterna (obra viva e permanente). E
não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
desfalecermos» (Gálatas 6:1-7).
9.
O tribunal de Cristo julgará os crentes em
função da sua fidelidade à palavra de Deus, a revelação da Igreja “Corpo de
Cristo” confiada ao Apóstolo Paulo (Filipenses 2);
«Assim,
pois, amados meus, como
sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora,
na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus
é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
Fazei tudo sem murmurações
nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus
inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis
como luzeiros no mundo, preservando
a palavra da vida, para
que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei
inutilmente» (2:12-16).
Notem que o Apóstolo vem dizendo
que o Senhor foi glorificado acima de todos os céus. Este texto é similar a
Efésios 1:19 a 23. Nesta qualidade todo o joelho se dobrará diante do Senhor,
inclusivamente os membros da Igreja “Corpo de Cristo”. Por isso o versículo
doze começa com “Hoste” (Strong: 5620), ou seja, “portanto”. E, isso, para
fazer uma aplicação do que vem dizendo. E, de que fala ele? Obediência. E,
obediência de quê? Vejamos o que ele diz:
«Irmãos,
sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós»
(2:17);
«O
que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso
praticai; e o Deus da paz será convosco» (4:9).
E, diz:
«Preservando a palavra da vida,
para que, no Dia de Cristo, eu
me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente» (2:16).
“Preservando”, no grego a palavra é: epecw
epecho, Strong: 1907, de 1909 e 2192; Significa: “Ter ou segurar firmemente sobre, aplicar, observar, atender a…”
O Tribunal de Cristo galardoará
aqueles que segurarem firmemente a palavra da vida e não a deturparem, não a
corromperem, não cederem à verdade em função das conveniências.
O galardão de Paulo não dependia
da firmeza dos filipenses, mas a firmeza dos filipenses era sintoma de que o
trabalho e o esforço de Paulo não tinha sido em vão ou inútil. Sempre que nós, recetores
e beneficiários do ministério do Apóstolo Paulo, andarmos desviados ou não
conformes a revelação da Graça de Deus estamos a tornar o seu ministério
inútil… i.e., para nós. Ele lutou e esforçou-se para nos deixar a mensagem da graça pura e genuína, e a nossa resposta é não a preservar da mesma maneira pura? De forma alguma! Por seu lado, o ministério de Paulo nunca seria em vão, pois todo o
trabalho que é feito no Senhor nunca é em vão (I Coríntios 15:58); mas, os
membros do “Corpo de Cristo” que não andarem segundo a revelação que diz
respeito ao Corpo, esses andarão em vão ou sem sentido e, fazem do trabalho de Paulo inútil para eles, e no Tribunal de Cristo receberão a
vergonha!
Por outro lado, a firmeza dos
crentes na Palavra da Vida e a preservarem pura tal como ela foi revelada, será
motivo de alegria e glória para nós e para Paulo.
10.
O Tribunal de Cristo coroará aqueles que
sofrerem pela Palavra de Deus, ou seja, resistirem às adversidades dos
opositores e não cederem na graça, seja pela mensagem, seja pela conduta (II
Timóteo 1, 2:8-9; 4:8).
Toda a segunda
epístola a Timóteo tem a ver com este assunto: O aparecimento de falsos ensinadores,
o desvio generalizado dos crentes professos da verdade, o sofrimento que esta
situação causa aos fiéi... mas há uma palavra de ânimo e de esperança: o Senhor
tem uma coroa especial para os que permanecem na verdade e não cedem!
«6 Por esta razão,
pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das
minhas mãos. 7 Porque
Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de
moderação. 8 Não te
envergonhes, portanto, do testemunho [revelação da palavra] de nosso Senhor, nem do seu prisioneiro, que sou eu; pelo contrário,
participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de
Deus, 9 que nos salvou e
nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua
própria determinação (soberana vocação) e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos
eternos, 10 e
manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual
não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o
evangelho, 11 para o qual
eu fui designado pregador, apóstolo e mestre 12 e, por isso, estou
sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em
quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu
depósito até aquele Dia. 13 Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o
amor que está em Cristo Jesus. 14 Guarda o bom depósito, mediante o
Espírito Santo que habita em nós. 15 Estás ciente de que todos os da Ásia me abandonaram; dentre eles
cito Fígelo e Hermógenes.
16 Conceda o Senhor
misericórdia à casa de Onesíforo, porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se
envergonhou das minhas algemas; 17 antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me
encontrar. 18 O Senhor
lhe conceda, naquele Dia, achar misericórdia da parte do Senhor. E tu sabes,
melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso.
1 Tu, pois, filho
meu, fortifica-te na graça [mantem-te firme na
graça revelada e] que está em Cristo Jesus. 2 E o que de minha parte ouviste através de
muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para
instruir a outros.
3 Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de
Cristo Jesus. 4 Nenhum
soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é
satisfazer àquele que o arregimentou.
5 Igualmente, o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas.
6 O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar
dos frutos.
7 Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará
compreensão em todas as coisas.
8 Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os
mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho; 9 pelo qual estou sofrendo até algemas, como
malfeitor; contudo, a palavra de Deus não está algemada.
10 Por esta razão,
tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação
que está em Cristo Jesus, com eterna glória.
11 Fiel é esta
palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; 12 se perseveramos, também com ele reinaremos; se o
negamos, ele, por sua vez, nos negará; 13
se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a
si mesmo.
14 Recomenda estas coisas...
1 Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão
tempos difíceis, 2
pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes,
blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, 3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores,
sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, 4 traidores, atrevidos, enfatuados, mais
amigos dos prazeres que amigos de Deus, 5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. 6 Pois entre estes se encontram os que
penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas
sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, 7 que aprendem sempre e jamais podem chegar
ao conhecimento da verdade.
8 E, do modo por que
Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São
homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; 9 eles, todavia, não irão avante; porque a
sua insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles.
10 Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino,
procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança, 11 as minhas perseguições e os meus
sofrimentos,
14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que
foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste
1 Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de
julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: 2 prega a palavra,
insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina. 3
Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário,
cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo
coceira nos ouvidos; 4 e
se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.
5 Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as
aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu
ministério.
6 Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e
o tempo da minha partida é chegado. 7 Combati o bom combate, completei a carreira, guardei
a fé. 8 De resto,
a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos
quantos amam a sua vinda.
9 Procura vir ter comigo depressa. 10 Porque Demas, tendo amado o presente
século, me
abandonou e se foi para Tessalónica; Crescente foi para a Galácia, Tito,
para a Dalmácia. 11
Somente Lucas está comigo.
16 Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos
me abandonaram. Que isto não lhes seja posto em conta! 17 Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças,
para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os
gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão. 18 O Senhor me
livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino
celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Por essa razão, e no mesmo
sentido, o apóstolo usa o termo “sofre”, não no sentido de dor, mas, como “bom
soldado”, “resiste”, “permanece firme”, não cede ao inimigo e às pressões do
inimigo.
“Sofre”: Strong: 5278 upomenw
hupomeno de 5259 e 3306; TDNT-4:581,581; verbo, e significa: resistir, suportar
oposição e ficar firme. Exemplos:
«Regozijai-vos
na esperança, sede pacientes <5278> na tribulação, na oração,
perseverantes» (Romanos 12:12);
«O amor… tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta <5278>» (I Coríntios 13:7);
«O amor… tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta <5278>» (I Coríntios 13:7);
«Por
esta razão, tudo suporto <5278>
por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em
Cristo Jesus, com eterna glória» (II Timóteo 2:10);
«Se perseveramos <5278>, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez,
nos negará» (II Timóteo 2:12).
Notem esta afirmação do Apóstolo
Paulo, depois de falar do ministério do obreiro, como filho, como soldado, como
atleta e como lavrador: no fim da carreira ele será julgado em função da sua
estabilidade da verdade do Mistério: se estiver na pureza da graça e firme
nela, será galardoado com o reino celestial e universal do Senhor; mas, se os
obreiros negarem o Senhor, e fazem-no com o ensino que propagam e com a verdade
que rejeitam, o Senhor lhes negará a recompensa. Serão salvos, é certo, mas nus:
como que pelo fogo (I Coríntios 3:10-15).
Este sofrer não é o sofrer de
sentir dor, sofrimento físico ou humano. O Apóstolo também se refere a esse tipo de sofrimento, mas
não como “condição de recompensa”, pois a salvação e a santificação é obra
exclusiva da graça de Deus. Esse tipo de sofrimento que Paulo também refere: sugkakopayew sugkakopatheo, Strong: 4777,
empregue em II Timóteo 1:8, 2:3, 9, II Timóteo 4:5; ou, sumpascw sumpascho, Strong: 4841, empregue em Romanos 8:17, I
Coríntios 12:26, é o sofrimento que todo o ser humano padece por toda a criação
estar sujeita ao pecado, como é descrito em Romanos 8. Ora, esse sofrimento não
tem recompensa, como os religiosos ensinam e muitos crentes também esperam,
erradamente. Esse sofrimento é uma consequência do pecado, e que termina com a
morte! Sendo a morte englobada neste tipo de sofrimento!
Assim, os membros e obreiros do "Corpo de Cristo" têm a obrigação de sofrer pelo Evangelho, no sentido de o manterem na pureza que nos foi entregue pelo Apóstolo Paulo, nas epistolas que ele escreveu e o Senhor preservou para nós. Paulo teve de combater a muitos, mesmo no seio da igreja, que queriam deturpar a mensagem, alterá-la, torna-la mais atraente e social, mais religiosa e formal. A vitória de Paulo assenta, essencialmente, no facto de ter recebido uma mensagem pura de Cristo glorificado e de a ter mantido assim até morrer, com todo o sofrimento que isso implicou, ou seja, perseverança e não cedência às pressões externas e internas, conforme as suas conveniências. A nossa obrigação e coroa será ter a mesma postura que Paulo: recebemos uma mensagem pura: devemos mantê-la pura e inviolável; e passa-la assim, da mesma maneira, pura.
Esta reflexão é muito séria, pois devemos ter bem a noção no que cremos. A palavra de Deus é o que está escrito; e para a Igreja "Corpo de Cristo" é a palavra de Deus que foi revelada e escrita pelo Apóstolo Paulo. A palavra de Deus não são as nossas mensagens, as nossas declarações de fé, as nossas convicções, os escritos e livros de mestres das Escrituras, por muito conceituados que eles sejam. A palavra de Deus é o que está escrito (para o tempo presente) nas epístolas de Paulo (digo isto resumidamente, pois terá mais aspetos, mas que devem ser entendidos com muito cuidado). Por isso, se queremos receber a palavra de Deus na sua pureza devemos entendê-la como o Apóstolo Paulo a compreendia e não como nós pensamos que a entendemos! E, para chegarmos ao entendimento do Apóstolo Paulo temos muito que estuda! Timóteo e outros que conviveram com Paulo, foram uns privilegiados; outros, porém desprezaram esse privilégio, de terem um entendimento mais exato e completo da mensagem que o Senhor lhe confiou. Por isso, a nós, resta-nos estudar, e estudar, e estudar... e esperar que a graça de Deus nos faça entender o seu pensamento! Por isso, esta mensagem não é para todos, mas para aqueles que reconhecem o apostolado e ministério distinto de Paulo, como sendo um mandamento de Deus (Tito 1:1-4).
Assim, os membros e obreiros do "Corpo de Cristo" têm a obrigação de sofrer pelo Evangelho, no sentido de o manterem na pureza que nos foi entregue pelo Apóstolo Paulo, nas epistolas que ele escreveu e o Senhor preservou para nós. Paulo teve de combater a muitos, mesmo no seio da igreja, que queriam deturpar a mensagem, alterá-la, torna-la mais atraente e social, mais religiosa e formal. A vitória de Paulo assenta, essencialmente, no facto de ter recebido uma mensagem pura de Cristo glorificado e de a ter mantido assim até morrer, com todo o sofrimento que isso implicou, ou seja, perseverança e não cedência às pressões externas e internas, conforme as suas conveniências. A nossa obrigação e coroa será ter a mesma postura que Paulo: recebemos uma mensagem pura: devemos mantê-la pura e inviolável; e passa-la assim, da mesma maneira, pura.
Esta reflexão é muito séria, pois devemos ter bem a noção no que cremos. A palavra de Deus é o que está escrito; e para a Igreja "Corpo de Cristo" é a palavra de Deus que foi revelada e escrita pelo Apóstolo Paulo. A palavra de Deus não são as nossas mensagens, as nossas declarações de fé, as nossas convicções, os escritos e livros de mestres das Escrituras, por muito conceituados que eles sejam. A palavra de Deus é o que está escrito (para o tempo presente) nas epístolas de Paulo (digo isto resumidamente, pois terá mais aspetos, mas que devem ser entendidos com muito cuidado). Por isso, se queremos receber a palavra de Deus na sua pureza devemos entendê-la como o Apóstolo Paulo a compreendia e não como nós pensamos que a entendemos! E, para chegarmos ao entendimento do Apóstolo Paulo temos muito que estuda! Timóteo e outros que conviveram com Paulo, foram uns privilegiados; outros, porém desprezaram esse privilégio, de terem um entendimento mais exato e completo da mensagem que o Senhor lhe confiou. Por isso, a nós, resta-nos estudar, e estudar, e estudar... e esperar que a graça de Deus nos faça entender o seu pensamento! Por isso, esta mensagem não é para todos, mas para aqueles que reconhecem o apostolado e ministério distinto de Paulo, como sendo um mandamento de Deus (Tito 1:1-4).
11. O Tribunal de Cristo está subjacente ao
ministério da Reconciliação, também chamado de Ministério da Justiça, Ministério
do Espírito, a obra do ministério (Efésios 4:11-12).
«Porque
importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo
o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo. E assim, conhecendo o temor do Senhor,
persuadimos os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero
que também a vossa consciência nos reconheça» (II Coríntios 5:10-11);
...
...
«Ora,
tudo provém de Deus,
que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a
saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando
aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De
sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por
nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com
Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele,
fôssemos feitos justiça de Deus. E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos
exortamos a que não recebais em vão a graça de Deus (porque ele diz: Eu te ouvi
no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo
sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação)» (II Coríntios 5:18 a 6:2)
«Assim,
pois, importa que os
homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de
Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado
fiel. Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por
tribunal humano; nem eu tampouco julgo a mim mesmo. Porque de nada me argui a
consciência; contudo, nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é
o Senhor. Portanto, nada
julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à
plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos
corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus» (I Coríntios 4:1-5).
Neste sentido, há a sublinhar que
o Tribunal de Cristo examinará a nossa fidelidade
à palavra que Deus nos confiou, pelo ministério do Apóstolo Paulo. Este
julgamento será na vinda do Senhor, não na morte do crente! Ninguém entrará nas
funções da eternidade sem que antes venha o Senhor e se proceda ao Tribunal de
Cristo. Assim é o que está determinado a todo o homem, inclusivamente aos
crentes.
Por esta razão, diz o Apóstolo: “conhecendo
o temor que se deve ao Senhor”, desempenhamos o nosso ministério e persuadimos
os homens. Ou seja, exortamos, procuramos convencer todos os membros do
Corpo de Cristo que esteja convicto na fé, corpo de doutrina. Notem: o Tribunal
de Cristo não é o estímulo ao trabalho, em si e por si, pois qualquer um poderá
trabalhar… e nem por isso terão galardão; sobre isso ele diz que são obras que
a carne se vangloria (II Coríntios 11: 28-30). O Tribunal de Cristo
estimula-nos a exortar os crentes a conhecerem e a estarem firmes na fé, no
ensino e na mensagem da reconciliação. O Tribunal de Cristo constrangia Paulo a preparar a Igreja como uma virgem pura a ser apresentada diante do Senhor... (II Coríntios 11:2). Por isso ele diz: “A ninguém conhecemos
segundo a carne…” “andamos por fé e não por vista…” “Em Cristo somos uma nova
criação…”, não carnal e humana, mas espiritual e celestial… e, para ela e por
causa dela Deus nos deu o ministério da reconciliação com uma mensagem de
reconciliação.
E, ainda, neste sentido, acaba a epístola
e diz:
«Já o disse anteriormente e torno a dizer,
como fiz quando estive presente pela segunda vez; mas, agora, estando ausente, o digo aos que, outrora, pecaram
e a todos os mais que, se outra vez for, não os pouparei, posto que buscais
prova de que, em mim, Cristo fala, o qual não é fraco para convosco;
antes, é poderoso em vós. Porque, de fato, foi crucificado em fraqueza;
contudo, vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos,
com ele, para vós outros pelo poder de Deus. Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé;
provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em
vós? Se não é que já estais reprovados. Mas espero reconheçais que não somos
reprovados» (II Coríntios 13:2-6).
Por em causa o Apostolado de
Paulo era por em causa o seu ministério e a comissão que o Senhor lhe deu
acerca da Igreja “Corpo de Cristo” para os gentios, neste tempo dos gentios. E,
colocar em causa o ministério do Apóstolo Paulo era sinal de que, provavelmente, eles estariam fora da fé, o corpo de doutrina que diz respeito à Igreja “Corpo de
Cristo”. E, se não estivessem na fé, estavam reprovados. E, estar reprovado no
ministério era estar reprovado no Tribunal de Cristo; estar reprovado no ministério
e na mensagem era negar ao Senhor; e, negar ao Senhor o Senhor o negará no
Tribunal de Cristo, recusando-lhe qualquer recompensa! (II Timóteo 2:11-13).
12. A coroa da Justiça é assim chamada porque é
uma recompensa dada pelo Senhor àqueles que a merecerem justamente, sem quaisquer
favores, mas obedecerá a critérios justos, honestos, corretos;
13. A coroa da justiça é, também, assim chamada,
porque ela será dada por alguém que é verdadeiramente justo: o Senhor, justo
juiz.
14. A coroa da justiça é assim chamada, creio,
porque coroará a justiça de Deus, assente na Sua graça e, aqueles que a recebem
são aqueles que mais e melhor exaltaram a justiça de Deus, manifestada sem as
obras da Lei (Romanos 3:20-25), ou seja, a justiça que é pela fé, corpo de
doutrina.
15.
Outro elemento importante que tem a ver com
o Tribunal de Cristo, e que está no seguimento desta linha, tem a ver com a base sobre a qual será aplicada esta justiça, e essa base é o Evangelho confiado ao Apóstolo
Paulo, acerca da Igreja “Corpo de Cristo”:
«No
dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de
conformidade com o meu evangelho» (Romanos
2:16).
Já estou a
imaginar muitos crentes que esperam a tolerância do Evangelho de Paulo, por ser
um Evangelho de Graça e, será este mesmo Evangelho que os envergonhará por o
desconhecerem e, especialmente, por não o aplicarem à sua vida! E, quando Paulo
fala de Evangelho ele não se limita a falar do “plano de salvação”, mas a todo
o conselho de Deus que é uma verdadeira boa-nova para a Igreja “Corpo de Cristo”!
Que sabes tu, do
Evangelho de Paulo? Não pergunto se sabem versículos ou capítulos de memória;
pergunto, que entendimento têm do Evangelho de Paulo? Como ele escreve:
«Se é
que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus a mim confiada
para vós outros; pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi acima,
resumidamente; para que, quando ledes, podeis chegar à compreensão do meu entendimento acerca
do mistério de Cristo» (Efésios 3:2-4);
«Não
cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que
o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele [entendimento da sabedoria revelada através do
conhecimento completo dele – à medida que o conhecemos mais e melhor, segundo a
presente revelação de Cristo, como Cabeça da Igreja, adquirimos este
entendimento], iluminados os olhos do
vosso coração [interior], para saberdes qual é a
esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos
e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a
eficácia da força do seu poder» (Efésios 1:16-19).
Saber da Bíblia
e falar dela, qualquer religioso é capaz de o fazer e, alguns, até o fazem com grande
eloquência. Mas, falar do “Mistério de Cristo” só pelo Espírito de Deus (I Coríntios
2:9-16). Este entendimento é ter a mente de Cristo!
O Tribunal de Cristo tem tudo a
ver com a Igreja “Corpo de Cristo”, com a forma como edificamos o Corpo,
tratamos os seus membros, ensinamos ou formamos os demais membros, conhecemos
as verdades da revelação do Mistério de Cristo, a comissão e mensagem que o
Senhor glorificado revelou a Paulo, entre outros aspetos do “Corpo de Cristo” místico.
Sobre a coroa da justiça,
poderemos admitir que qualquer um poderá dizer que ama a vinda do Senhor, e até
pode amar e desejar muito a vinda do Senhor. A própria criação o deseja! (Romanos 8) Mas, que é que isso tem a ver com
uma recompensa ? A coroa da justiça estará reservada para aqueles que
amarem a manifestação do Senhor a Paulo, com tudo aquilo que isso implicou,
ou seja: o início de um novo propósito de Deus, de um novo programa de Deus, de um novo modelo de Deus, em suma, de uma nova dispensação de Deus, demonstrada, designadamente, no caracter de graça que ela revestiu, a comissão que ela trouxe,
a mensagem que ela anunciou e o propósito que ela teve. Isso, sim, é
verdadeiramente o motivo que levou Paulo a lutar o bom combate, e assim acabou
a carreira e guardou a mensagem. Por isso, sim, Deus terá uma coroa de justiça
para lhe conceder, como prémio.
Caros amigos e co membros do
Corpo de Cristo: que esperais do Tribunal de Cristo? Que coroa esperais
receber? Que recompensa e galardão esperais receber? Não se deixem iludir com
ideias e mensagens nada condizentes com o modelo da graça revelada ao Apóstolo
Paulo, nem se deixem influenciar com vidas religiosas, formais, e recheadas de
aparências que não têm qualquer valor espiritual.
O Senhor seja convosco e com o
vosso espirito no entendimento da Sua palavra, em toda a graça.
VPaço
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