«Pelo que, deixai a mentira e falai a verdade cada um com o
seu próximo, porque somos membros uns dos outros…» (Efésios 4:25, RC);
«17 Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais
andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios
pensamentos, 18 obscurecidos de
entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela
dureza do seu coração, 19 os quais, tendo-se
tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem
toda sorte de impureza. 20 Mas não foi assim
que aprendestes a Cristo, 21 se é que, de fato, o
tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, 22 no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis
do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, 23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, 24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em
justiça e retidão procedentes da verdade. 25 Por
isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque
somos membros uns dos outros…» (Efésios 4:25 RA).
Vejamos o início do capítulo:
«1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis
de modo digno da vocação a que fostes chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor, 3
esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da
paz; 4 há somente um corpo
e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; 5 há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por
meio de todos e está em todos. 7 e a
graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo» (Efésios 4).
Vemos os líderes
religiosos a usarem frequentemente este testo mas ignoram o que o texto mais
enfatiza: a unidade do Corpo de Cristo, que é uma unidade do espírito, ou
unidade espiritual e unidade da fé, pelo pleno conhecimento do Filho de Deus na
condição em que se encontra nos lugares celestiais, como cabeça da igreja (v. 3
e 13; Efésios 1:17-23).
Mas, se colocarmos o texto seguido pelo pensamento do apóstolo, melhor entendemos a mensagem:
Exortação:
Rogo-vos,
pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que
fostes chamados:
Objeto:
Em Quê?
Guardar a
unidade do Espírito
Qual
Unidade:
(1) Há somente um corpo e
(2) Um Espírito, como também fostes chamados a
(3) Uma só esperança da vossa vocação;
(4) Há um só Senhor,
(5) Uma só fé,
(6) Um só batismo;
(7) Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por
meio de todos e está em todos.
O
processo no andar e guardar a unidade?
No
vínculo da paz;
Forma:
Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos
uns aos outros em amor…
A
Base:
(Porque, pois)
a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo»
(Efésios
4).
Notem que “dom”
aqui, não é “charisma”, os chamados dons do ministério e descritos no versículo
11. Aqui, “dom” é a dádiva da salvação do Senhor com todas as bênçãos que estão
em Cristo (v. 1:3 e 2:6-7), conforme a mesma aplicação do Apóstolo em Romanos
5:15 e 17, II aos Coríntios 9:15 e Efésios 3:7). A capacidade da graça de Deus é
dada a cada um segundo a medida das bênçãos de Deus destinada para a “dispensação
da plenitude dos tempos” (Efésios 1:9-11). Cada um, então, terá de ser capaz de
se apropriar dessa graça se quer manter essa medida e as bênçãos na mesma
medida.
Qual é, então, a
exortação para cada membro do “Corpo de Cristo”? «Manter-se unido» ou na
unidade do “corpo de Cristo”, pelo «vínculo da paz» que o Senhor Jesus Cristo
faz na cruz do Calvário e descrito no capítulo 2. A “paz” não é a nossa paz ou
a paz que, interesseiramente, negociamos e fazemos com os nosso “amigos” e “aliados”
religiosos, objetivamente ou tacitamente! Isso é obra humana e carnal. Não é a “paz”
ou tolerância religiosa denominacional. A paz que Paulo fala é paz espiritual,
aquela que o Senhor fez na cruz e que, todos os membros, são chamados a
guardar. É a paz de todos os membros estarem ligados à cabeça, e não unidos
numa convicção religiosa, organizacional, ou similar. Isso é carne e carnal!
Isso é para os “homens ver”, não é espiritual!
No mesmo sentido,
diz Paulo aos Colossenses 3:15, que diz:
«E a paz
de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos
corações».
A forma como devemos
estar no andar da vocação é a humildade, mansidão, perseverança e resistência
de caráter espiritual. Com estas qualidades, sem dúvida, que iremos preservar a
unidade espiritual feita pelo Senhor, que é um corpo, pela obra que o Senhor
realizou, ou seja, a Sua paz. Não pela hipocrisia, nem pela “fachada” ou
aparência religiosa! Neste sentido, repete Paulo aos Colossenses 3:
«12 Revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de
bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. 13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso
alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou,
assim também perdoai vós; 14 acima de tudo isto,
porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição»
E, se somos
exortados a andar em unidade espiritual, ou seja, ligados à cabeça que é Cristo
glorificado, somos, igualmente, exortados a não andar como os gentios, na
mentira e divisão!
Vejamos a vida dos
gentios:
Exortação:
Isto,
portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam
os gentios,
Objeto:
Em Quê?
Na
vaidade dos seus próprios pensamentos [Gr. “nous”, i.e. “mente”, oposta à mente de Cristo,
conforme II Coríntios 2:16, e que temos, pela Sua Palavra, conforme 4:23].
Qual
Vida: Descrição?
Obscurecidos
de entendimento,
Alheios à
vida de Deus por causa da ignorância em que vivem,
Pela
dureza do seu coração,
Os quais,
tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez,
cometerem toda sorte de impureza.
A vaidade ou vazio do seu espírito é causada pela obscuridade
ou ignorância em que vivem acerca do plano de Deus, que, por sua vez, é fruto
da dureza do seu coração. O resultado disso foi se entregarem à dissolução,
conforme Romanos 13:13.
O
processo no andar?
Mas não
foi assim que aprendestes a Cristo [acerca do Cristo glorificado, como cabeça da Igreja], se é que, de fato, o tendes ouvido e nele
fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus,
Forma:
No
sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem [quando ereis judeus
e gentios], que se corrompe segundo as
concupiscências do engano [do mundo],
e vos renoveis no espírito do vosso entendimento [renoveis no vosso
entendimento espiritual com a verdade do “novo homem”], e vos revistais do novo homem [o corpo de Cristo], criado segundo Deus, em justiça e retidão
da verdade.
A
Base:
Por isso,
deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos
membros uns dos outros…»
Ou seja, sois do mesmo corpo… estais unidos em um corpo,
feito pela ora do Senhor Jesus Cristo!
Assim, que, «deixai
a mentira», refere-se a quê?
Primeiramente, o apóstolo
está a falar para crentes, pois diz: «sois membros uns dos outros»; Depois, o apóstolo
invoca a verdade: A verdade como “evangelho da nossa salvação” (1:13), a
revelação acerca de Jesus, na sua qualidade de glorificado e como “cabeça da
Igreja” (Efésios 1:17-23 e 4:21). A verdade que se refere à “imagem” que o “novo
homem”, ou seja, a Igreja “corpo de Cristo” tem como criação de Deus (v. 24,
conforme Colossenses 3:9-11), a verdade que é o fruto na natureza do “novo
homem”, bem como o cinturão no contexto da armadura de Deus para combater as
hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais (v. 6:14). Esta verdade deve
ser o tema das nossas conversas entre os membros do “Corpo de Cristo”, como característica
da sua identificação com a Cabeça do corpo. A verdade, neste sentido, é a
verdade substantiva e, não, a verdade subjetiva: ser verdadeiro. Isso é um
resultado, é a honestidade. Aqui, a verdade, é a palavra da verdade, a mensagem
de Deus acerca do plano de Deus, a revelação do “Corpo de Cristo” que, de
resto, é a mensagem que o Senhor Jesus Cristo glorificado revelou a Paulo na
sua manifestação e que é o tema das suas cartas. Esse, deve ser o tema de todas
as nossas cartas… e conversas!
A mentira, em oposição,
é a vida do mundo separado da vida de Deus, entregue à ignorância deste plano
glorioso e indescritível.
Vejamos o contexto
em que o apóstolo Paulo apresente esta mentira:
1.
Os homens, na
sua separação de Deus, pela dureza do seu coração, que os levou à ignorância,
conduziu-os a uma vida de depravação moral e inverteram a importância das
coisas, «mudando a verdade de Deus em
mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito
eternamente. Amém!» (Romanos 1:25);
2.
E, porque
rejeitaram o plano de Deus, quer no conteúdo (a mensagem), quer no tempo (foram
indiferentes ao período da graça de Deus), «Deus
lhes enviará a operação do erro (ação do anticristo, v. 9), para darem crédito
à mentira» (II Tessalonicenses 2:9-11 - o ensino religioso mundano, os rudimentos deste mundo, as
histórias religiosas e ilustrações humanas, genealogias – tipo histórias de “homens”
que foram “grande homens de Deus” ou algo parecido… nos conceitos humanos…,
conforme II a Timóteo 4:1-7, e não segundo o discurso de Paulo como o ministro
da graça de Deus). É nisto que se detêm os pregadoras nas suas dissertações… e
muto pouco acerca do que edifica os membros no “corpo de Cristo”, ou seja, «crescendo no conhecimento de Deus, naquele
que é a cabeça» (Colossenses 2:19).
Caros leitores, não
se detenham nos discursos de mentira. Não estou a dizer que o que dizem é
mentira! Até podem dizer muitas coisas acertadas e verdadeiras; mas, se o que disserem
ou o tema das vossas conversas e discursos não fizerem parte da revelação da
verdade, não passam de “mentira”. Esse é o tema que conserva as pessoas, mesmo
alguns membros do corpo de Cristo, na ignorância do mundo, que o conduzirá a
concordar e receber de boamente o anticristo! Não abram o caminho do
anticristo; não confirmem o rumo que o mundo está a seguir que irá dar ao
anticristo! Mas, abraçai, conhecei, aprofundai a verdade, que será a palavra da
vossa salvação, se nela estiverdes firmes!
Mas, quando verifico a disponibilidade de muitos «ministros» do "evangelho" para promover divisões, dando lugar à censura, à critica, a murmurações e demais maldições, pergunto-me a quem andam a servir! Estais preparados
para o tribunal de Cristo? Por aqui verifico, e receio, que muitas cinzas vão
aparecer nesse tribunal!
A graça do Senhor
seja com todos nós!
vpaço
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