terça-feira, 29 de novembro de 2022

Deus é Poderoso

"A nossa capacidade vem de Deus..." 
(II Coríntios 3: 5).

Paulo declarou, com a autoridade que o Soberano Senhor lhe conferiu: "Deus é capaz"!

Muitos cristãos parecem acreditar em um Deus incapaz, por mais estranha que seja a contradição.

Paulo, quando recebeu o ministério do Senhor glorificado, transmitiu a grande a verdade de que: (a) Só Deus Capaz de realizar todas as cousas; e, (b) Só com Deus é possível vermos realizado os seus propósitos na nossa vida.


Deus é poderoso, ou capaz de realizar o que prometeu que faria:

“... estando plenamente convicto de que Ele era poderoso para cumprir o que prometera" (Romanos 4:21).

Também disse: "Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1: 6, JFA RA).


Deus é poderoso ou capaz de confirmar toda a nossa vida na Sua Palavra para a presente ERA da Graça, seja no Evangelho para salvação, seja para o atual modelo de vida e esperança:

“Ora, Àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos..." (Romanos 16:25).


Deus é podetoso ou capaz de nos manter em pé, face a todas as adversidades:

“… porque, poderoso é Deus para o firmar..." (Romanos 14:4, JFA, RC).

Por isso, diz: não queiras ser juiz do teu irmão, fazendo-te substituir ao Senhor. Isso é um abuso. Nós estamos em pé owla fé e graça, não por méritos próprios... e pensamos que os méritos são nossos ou que valemos alguma coisa! Por isso, também não sabemos os propósitos de Deus na vida de um irmão e o trajecto que Deus tem para ele na sua formação e crescimento. Oremos por eles e demos graças a Deus  pela Sua graça em nós!


Deus é poderoso ou capaz de fazer abundar toda graça em nós:

“… E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça; para que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra” (II Coríntios 9: 8).

Por isso, ninguém pode se queixar por falta de graça... e podemos dizer, como o Autor divino escreveu: "a minha graça te basta..." (II Coríntios 12: 5-10). Podemos nos queixar, isso sim, por não nos apropriarmos devidamente da Sua graça e a desperdicarmos, no nosso dia a dia, como disse: "não recebais a graça de Deus em vão" (Idem, 6: 1).


Deus é poderoso ou capaz de fazer tudo, muito mais, além, do que pensamos:

Ora, Àquele que é poderoso para fazer tudo, muito mais, abundantemente, além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Efésios 3:20).

Estou convicto que a mente do escritor reportam-se aos factos relatados em Filipenses 3: 20-21, na vinda do Senhor para arrebatar o "Corpo de Cristo": "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória...".


Deus é poderoso ou capaz de subjugar/sujeitar, a si mesmo, TODAS as coisas:

“… segundo a eficácia com que pode até mesmo sujeitar a si todas as coisas” (Filipenses 3:21).

Por isso, podemos descansar no Senhor, sabendo que "quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor" (Romanos 14: 8), e "nada nos separara do amor de Deus que está em Cristo Jesus,  nosso Senhor" (Romanos 8: 39).


Deus e poderoso para guardar o nosso depósito até aquele dia...

"Por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia" (II Timóteo 1: 12).

"Depósito" ou o nosso "ganho" até ao "Dia", onde exibirá o nosso trabalho e nos conferirá a respetiva recompensa. A este propósito,  Paulo ainda escreveu:
"Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda". (Gr. "Epifaneia") (II Timóteo 4: 8).

Atenção que a "epifaneia" é a referência à manifestação do Senhor glorificado no âmbito da revelação do "Mistério" ou segredo, a manifestação do Senhor ou a vinda do Senhor para a Igreja "Corpo de Cristo" e nada tem a ver com a vinda do Senhor profetica, ou revelada nos profetas, para Israel e para o mundo ser restaurado. Esta manifestação do Senhor não estava profetizada e, como a profetica, tem duas fazes: (a) primeira fase: quando glorificado se manifestou a Paulo e lhe revelou o Evangelho da Graça (II Timóteo 1: 10, a mesma palavra "epifaneia"), e classificada como "fora do tempo" (profetico) (I Coríntios 15: 8), não profetizado... e, (b) segunda fase: a vinda do Senhor para raptar a Sua Igreja "Corpo de Cristo" da Ira iminente:
"Aguardando a bendita esperança e a manifestação (epifaneia) da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2: 13).

 Por isso, nos exorta a Palavra da Graça: a estar atentos à "epifaneia" do Senhor e ao que ela representa para o "Corpo de Cristo"... e não perdermos a coroa que nos está dedtinada e o Senhor a dê a outro... 

A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o nosso espírito .

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

O Universalismo: Análise de I Corintios 15: 22


"Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder" (I Coríntios 15: 20-24).


Este é um dos textos que os "universalistas" se baseiam para defender a teoria que, no fim de tudo, todos serão salvos, reconciliados ou restaurados, conforme a orientação de cada corrente.

Faz-me recordar as palavras de Satanás a Eva, quando o Senhor lhe havia dito: "não comerás... porque...", quando ele contrapôs: "não será assim... mas..."

A verdade é que, nem o texto nem o contexto aponta para qualquer reconciliação universal ou sugere que tiremos tal conclusão.

E, o argumento é o seguinte: "todos são todos"!
Mas, será assim?


Segundo o Dr. James Strong, o termo "todos", no grego "PAS", significa "todos" mas não em termos absolutos, pelo significado que os diversos usos tem na palavra. São os usos da palavra que lhe dão o seu significado. Senão vejamos:

"Vendo-se iludido pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos" (Mateus 2: 16).

"Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão" (Mateus 3: 4).

"Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo" (Mateus 4: 23).

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" ( Mateus 11: 28).

"De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava" (João 8: 3).

"Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar" (Atos 1: 1).

"Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento..." (I Corintios 1: 5).

"A fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade..." ( Efésios 3: 18).

Estes são alguns exemplos das centenas de ocorrências em que a palavra é empregue pelos diversos autores das escrituras gregas e onde vereficamos que o "todos" não deve ser entendido como absoluto, mas para se referir em termos genéricos,  ou a "todos" de um grupo.

Neste sentido concordam os dicionários:
James Strong:
"3956 pás – cada , cada ; cada "parte(s) de uma totalidade" ( L & N , 1, 59.24).
3956 /pás ("cada, cada") significa "todos" no sentido de "cada (toda) parte que se aplica". A ênfase do quadro total, então, está em "uma peça de cada vez". 365 ( ananeóō ) então se concentra na (s) parte ( s ) que compõem o todo – vendo o todo em termos das partes individuais .
[Quando 3956 ( pás ) modifica uma palavra com o artigo definido, tem força "extensivo-intensivo" – e é direto intensivo quando falta o artigo definido grego].

Léxico grego de Thayer:
"Qualquer,  cada um (a saber, da classe denotada pela norma anexa a "pas"); com o singular: como "pãv dendron", Mateus 3: 10; (...).

Daqui concluímos o sentido das palavras do texto com o apoio do contexto: "como todos os que estão em Adão morrem, todos os que estão em Cristo serão ressuscitados". É assim que o apóstolo começa o capítulo, definindo o teor do Evangelho (crer ou não crer), é esse o conteúdo do capítulo (estar ou não estar em Cristo,  pela fé / por crer), e, assim termina o capítulo: a ressurreição dos "NÓS" que estivermos mortos em Cristo ou vivos em Cristo.

Alem disso, a ideia literal é expressa por algumas versões modernas e de linguagem corrente:

Nova Versão Internacional: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim todos serão vivificados em Cristo".
Nova Tradução Viva: "Assim como todos morrem porque todos pertencemos a Adão, todos os que pertencem a Cristo receberão uma nova vida".
Good News Translation: "Porque, assim como todas as pessoas morrem por causa de sua união com Adão, da mesma forma todos serão ressuscitados por causa de sua união com Cristo".

O contexto: o contexto é muito ilucidativo. Paulo, depois de dizer que "todos serão ressuscitados em Cristo", vai esclarecer que, não são todos em absoluto que serão vivificados por Cristo, mas, todos os que são de Cristo, na Sua vinda!

"Porém, cada um, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. E, então, virá o fim..." (v. 23).

"Porém...", grego: "de", é uma conjunção adversativa, distintiva, disjuntiva, para dizer que, os "todos" são aqueles que "são de Cristo".

Então: Nem todos os que estão em Adão morrerão, porque alguns serão lançados vivos no lago do fogo, mas, "estão condenados a morrer", como em Efésios 2: 1, e nem todos serão vivificados por Cristo, porque muitos entrarão vivos no Reino Celestial e no Reino Milenial, mas que "estão destinados à vida", como em Efésios 2: 6.

O texto de I Corintios 15: 23 explica o texto do versículo 22 e aplica-o escatologicamente: Cristo, primeiro... e os de Cristo... depois! Os demais nunca são referidos neste capítulo para que sejam vivificados, mas participarão num despertamento a que é chamada, ela mesma, "segunda morte..." é um tipo de vida morta... não serão verdadeiramente ressuscitados. Uma, dos santos extra Corpo de Cristo, é chamada de primeira ressurreição; a outra é chamada de segunda morte (Apocalipse 20: 6, 14), os excluidos transdispensacionais, para esclarecer que são realidades totalmente distintas.

Mateus 10: 28 define, claramente, a dimensão destas duas realidades:
"Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no geena tanto a alma como o corpo".

Ou seja: uma é a morte temporária; outra a morte eterna!

Alguns querem sugerir que esta "geena" era uma fogueira em Israel, situada no "Vale do Filho de Hinnon"; mas, não sei como se consegue lançar uma alma numa fogueira! Certamente que o Senhor estava a usar aquela figura, que todos conheciam, para lhes falar da "Geena escatológica", ou seja, o "Lago de Fogo", como muitas vezes o Senhor fazia e nós fazemos igualmente, como figuras de estilo ou figuras de línguagem. Não esqueçamos que o Senhor estava a falar dos últimos dias que se viviam, e da iminente grande tribulação, e da possibilidade de muitos deles serem privados da fé pelo "fecho das portas da oportunidade" e verem-se privados de entrar no reino dos céus na terra... e serem condenados à perdição!

Oportunamente analisaremos mais textos. 
A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o nosso espírito. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

A Maturidade Espiritual

A epistola aos Efésios fala de três plenitudes ( gr. "Pleroma"):

A plenitude da Igreja "Corpo de Cristo":
"E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos" (1: 22-23, RC).

A plenitude de Cristo:
"Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo" (4: 13, RA);

A plenitude de Deus:
"E conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus" (3: 19, RC);

A plenitude do Espírito:
"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito" (5: 18, RC, verbo).

Cristo subiu acima de todos os céus para tornar estas plenitudes a todos os seus santos:
"Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas" (4: 10, RA, verbo).

A meta ou o alvo a atingir com a "plenitude" é a maturidade espiritual, a "teleioo" espiritual, que, normalmente, é traduzido nas versões portuguesas por "perfeição".

"Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos" (Filipenses 3: 12-16).

E:
"... Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes..." (Efésios 4: 13-14)

O oposto ao nível espiritual da "plenitude" é "menino"...
"Para que não sejais mais meninos... em Cristo..."
(Efésios 4: 14; I Coríntios 3: 1-4; 13: 10-13; Gálatas 4: 1-7; Hebreus 5: 11-19).

A nossa sociedade caraloga os estágios ou fases do indivíduo como bebes... crianças... adolescentes... jovens... adultos... anciãos...

Em que fase ou nível te encontras da vida e na experiência espiritual?