sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Paulo na Arábia

Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, MAS PARTI PARA A ARÁBIA e voltei outra vez a Damasco. Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias. E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto.” (Gálatas 1: 15-20).

Esta referência que o próprio Paulo faz à sua ida à Arábia, logo após o aparecimento do Senhor é muito importante para compreender a vocação e apostolado distinto de Paulo.

Um pormenor, também, muito importante, quando comparamos esta descrição do próprio com o relato de Atos, verificamos que Lucas omite esta referência que corresponde a três anos da vida de Paulo (Atos 9: 19-31). Porquê?

Porquê a Arábia e que tem a Arábia a ver com Paulo e com o seu ministério?

Notem que o apóstolo está a relatar a Sua chamada e a relaciona-la com o Evangelho que recebera diretamente do Senhor. E, especialmente, a descartar qualquer contacto ou influência humana, inclusivamente dos apóstolos de Israel. Por isso, era importante referir que “não consultou a carne nem sangue, nem tornou a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia…”

Para entendermos esta referência de Paulo à Arábia temos de retroceder no tempo cerca de três mil e quinhentos anos a trás, ao tempo de Moisés. Moisés, quando fugiu do Egipto, foi para as terras de Midiã, onde casou, teve filhos e viveu cerca de quarenta anos, como relata o livro de Êxodo:

Moisés fugiu de diante da face de Faraó, e habitou na terra de Midiã…” (2: 15). E, passado esse tempo, “apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu-lhe o Anjo do SENHOR em uma chama de fogo, no meio de uma sarça…” (3: 1-2).

Estudos e descobertas mais recentes têm localizado o monte Horebe, o monte de Deus, não na península do Sinai, como a tradição o faz, e têm enchido aquelas terras com idolatria, mas tem-se demonstrado que se localiza na península arábica, nas terras de Midiã, onde Moisés viveu e onde o Senhor apareceu, como disse:

E Deus disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte.” (3:11).

Este é o monte santo onde o Senhor se manifestou a Israel e ao mundo, e entregou as tábuas da Lei a Moisés (I Reis 8: 9; Malaquias 4: 4), como também disse:

Eis que estarei ali diante de ti sobre a rocha em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá água, e o povo beberá. Moisés assim o fez na presença dos anciãos de Israel.” (17: 6).

O que mais me surpreende neste contexto é ver a forma como o Senhor tem protegido estes lugares, preservando-os do vandalismo e da idolatria, em que está interdito ao publico ainda hoje, como fez durante séculos com a tumba onde o Senhor Jesus esteve sepultado.

Mas este lugar tem um significado muito especial para os servos de Deus, designadamente para ter um encontro especial com Deus.

Foi neste monte que Elias esteve com Deus, quando fugia de Jezabel e recebeu as últimas instruções divinas para o seu ministério:

Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do SENHOR e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?” (I Reis 19: 8-9).

Há quem diga, os mais especulativos, que poderá haver ali um portal onde os seres celestiais comunicam com a terra!!!! (Tipo João 1: 51).

Agora, chegou a vez de Saulo se recolher ao monte de Deus, a Horebe, nas terras de Midiã, na península arábica, depois que o Senhor lhe aparecra e lhe dizer que mais vezes lhe apareceria, para ter um tempo especial com o Criador e com o Senhor Jesus Cristo.

Em II Coríntios 12 Paulo faz nova referência a este momento, quando disse:

O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto. Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem, e fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos. Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.” (11: 31 a 12: 4).

Para bom entendedor meias palavras bastam”, diz um velho ditado. E, muito provavelmente, esta referência e sequência quer se reportar aos episódios de Gálatas supra citados. E, notem, como Paulo faz, em ambos os textos, um juramento e uma invocação ao testemunho de Deus (Gálatas 1: 20 – “Deus sabe que não minto”). Como, se compararmos os dois textos, vemos que o apóstolo quer demonstrar que a sua vocação apostólica foi dada imediatamente à aparição do Senhor, como também o refere em vários outros textos. E, neste, como diz, terá sido na Arábia, no monte Horebe, que Paulo terá sido transportado pelo Espírito de Deus e, em espírito, ao “terceiro céu… e depois ao paraíso”, ao lugar que pertence ao “Corpo de Cristo” para receber a mensagem do próprio Corpo de Cristo, onde o Senhor Jesus Cristo se encontra, “acima de todos os céus”.

Em II Timóteo o apóstolo faz, também, esta ligação entre a aparição gloriosa e especial do Senhor e a sua salvação, revelação e vocação apostólica:

Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia.” (1: 8-12).

Aparição” (gr. “epiphaneia”), manifestação luminosa, gloriosa. A mesma palavra usada pelo apóstolo no capítulo 4, verso 8: “e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” Uma clara referência à aparição do Senhor a Paulo no caminho de Damasco, porque é a única que encaixa naquela descrição. Como, também, é referido na I epístola a Timóteo:

Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna. Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (1: 15-17).

E, aos Efésios:

Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios, se é que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus a mim confiada para vós outros; pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo” (3: 1-4).

E, porquê Arábia? Porque não Jerusalém?

Esta mensagem de Deus, a Dispensação da Graça de Deus, a Revelação do Mistério não contempla qualquer povo especial, não admite nação privilegiada, pois “todos pecaram”, judeus e gentios, e “todos carecem da graça de Deus”. E, Israel, e especialmente Jerusalém, estavam “destituídos dos novos planos de Deus”. Eles tinham mergulhado na incredulidade. Tinham rejeitado e matado o seu Rei. Tinham optado pelo governo do “príncipe deste mundo”, e revestiram-se de trevas. Neste sentido, esclarece o próprio escritor aos Hebreus:

Por isso, foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta. Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério” (Hebreus 13: 12-13).

Saiamos fora”, quer dizer: “fora da cidade”, “fora Jerusalém”. Por isso, receio que, todos aqueles que hoje promovem a Jerusalém terrena não estejam a promover o Anticristo e a sua cidade, a “cidade apostata” (Apocalipse 11: 8), a “grande Babilónia” (???). Poderá ser!!!

Não ignoremos que a Revelação do Mistério, ao contrário da Revelação Profética, não foi dada ao povo de Israel, nem pelo povo de Israel, nem para o povo de Israel, mas para os gentios – “O Corpo de Cristo”, que tem uma nova identidade: não judeus nem gentio (Gálatas 3: 28; Colossenses 3: 10-11); a primeira manifestação do Senhor nesta Dispensação da Graça foi fora de Israel, a caminho de Damasco. A principal revelação do Senhor glorificado a Paulo terá sido dada fora de Israel, no monte Horeb, na Arábia. A primeira igreja local cristã foi fora de Israel, em Antioquia. As últimas revelações do Senhor a Paulo para o “Corpo de Cristo” foram dadas na prisão, em Roma. E, quando Paulo tomou a iniciativa de ir a Jerusalém, a primeira vez, passados três anos (Gálatas 1: 18), o Senhor lhe apareceu para o mandar sair de lá, URGENTEMENTE, por amor à sua vida e ministério:

E aconteceu que, tornando eu para Jerusalém, quando orava no templo, fui arrebatado para fora de mim. E vi aquele que me dizia: Dá-te pressa e sai apressadamente de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho acerca de mim.” (Atos 22: 17-18).

Mesmo as últimas revelações proféticas dadas aos apóstolos de Israel aconteceram fora de Israel: Daniel na Babilónia; Ezequiel, que narrou a saída da Presença da Glória de Deus, aconteceu junto ao Rio Quebar, também na Babilónia. Pedro escreveu a sua carta desde a Babilónia. João escreveu o seu Apocalipse desde a ilha de Patmos. Por isso, é dito ao remanescente de Israel, e a todos que buscam a Deus: “Sai dela, povo meu” (Apocalipse 17-18), pois, hoje, para encontrar a Deus não é em Israel nem no povo de Israel. E, o próprio remanescente será protegido por Deus fora de Israel, pois esta nação será dizimada pelas nações e pelos exércitos do anticristo (Lucas 23, Apocalipse 11-12), por causa da sua incredulidade (Hebreus 3-4; II Pedro 2). E, só na vinda do Senhor em poder e grande glória à Terra, segundo a revelação profética, Israel será restaurado com o remanescente (Romanos 11: 25-32; 9: 27; Apocalipse 14; Atos 3: 17-26). E, quando a Escritura diz para amar o Israel de Deus é o remanescente… “estes pequeninos…” (Mateus 25), o “pequeno rebanho” (Lucas 12: 32), os “escolhidos ou eleitos” (Mateus 20: 16; 22: 14; 24: 22, 24, 31), "este é o "Israel de Deus" (Gálatas 6: 16), o grupo de crentes judeus, messiânicos, e com a esperança de Abraão, Isaque e Jacob, e ainda vivos depois de ter iniciado a "Dispensação da Graça" (I Coríntios 15: 6), porque, os outros (os incrédulos), estão irremediavelmente perdidos, como diz o Espírito Santo: “serão endurecidos” (Romanos 11: 7; II Coríntios 3: 14). E, mais: se hoje algum “filho de Israel” se salva, não é por mérito próprio, ou com algum privilégio sobre a misericórdia de Deus, mas beneficia da misericórdia demonstrada aos gentios, ou seja, Israel está a beneficiar da graça que pertence aos eleitos dentre os gentios, como está escrito: “Assim também estes, agora, foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada” (Romanos 11: 31).

Então, este novo plano e programa de Deus não passa pela nação de Israel, mas foi estabelecido, do ponto de vista histórico, na sequência da sua queda e incredulidade (Romanos 11), preservando, mesmo assim, um grupo de eleitos que Deus tem designado salvar de entre os judeus e de entre os gentios (Efésios 1: 4; Romanos 11: 1-7); “Os outros serão endurecidos” (v. 7). Nós devemos amar aquele povo, orar por ele, por sua salvação, mas não podemos ir contra os propósitos de Deus.

Regozijo-me, agora, no que padeço por vós e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja; da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus: o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” (Colossenses 1: 23 a 2: 3).

Mesmo Paulo, que era hebreu, da tribo de Benjamim, Deus o chamou por ter duas nacionalidades: Judeu e gentio; mas, a sua principal invocação era de ser gentio (Atos 16: 35-40; 22: 25-27), porque desprezava tudo aquilo que tinha herdado do judaísmo (Filipenses 3; II Coríntios 11). E, no seu caso, o Senhor até lhe mudou o nome de Saul (hebraico) para Paulo (grego). E, ele, não só foi chamado para um Evangelho distinto e um apostolado distinto, como a sua vida foi distinguida por Deus para ser distinta, um exemplo vivo de como a graça opera nos pecadores crentes, transformando-os e usando-os com excelência no Seu ministério. E, os apóstolos e profetas da Igreja “Corpo de Cristo”, como os fundamentos sobre os quais foi edificada a Igreja, eram compostos maioritariamente por gentios (I Coríntios 3, 12; Efésios 2: 18-22; 3: 5; 4: 11), colaboradores de Paulo entre os gentios, entre outros, Apolos, Tito, Timóteo, Tiquico (ver: Atos 20: 4; Colossenses 4: 10-17; II Timóteo 4: 9-13). E, alguns da circuncisão que, depois do acordo e reconhecimento publico do apostolado distinto de Paulo pelas colunas da Igreja messiânica (Atos 15 e Gálatas 2), passaram a colaborar com Paulo.

Outro sinal, talvez, até, o mais importante,  é que as Escrituras, que até então tinham sido escritas na linguagem do povo de Israel, em Hebraico, estas escrituras, após a manifestação da apostasia de Israel, da morte do Senhor Jesus Cristo e do início do "Novo Homem", o "Corpo de Cristo", passaram a ser escritas na língua dos gentios: o grago; e, assim foi concluída a revelação de Deus (Gálatas 6: 11; II Coríntios 12: 4; Gálatas 1: 5-8; Colossenses 1: 23-2: 3 [1: 25]; II Timóteo 4: 17).

Mas, para aqueles que querem desacreditar este servo de Deus e menosprezar o seu ministério e apostolado (contra o mandamento de Deus e em clara e manifesta rebelião com Deus) “recomendo” o “exercício” de retirem as suas epístolas das suas Bíblias e, depois, digam-nos que mensagem têm para dar: de salvação e edificação para os filhos de Deus: só fica o Evangelho para um Reino terreno, a Lei e as obras!

Porque não foi para Jerusalém? Porque Jerusalém estava entregue à corrupção, aos demónios, á incredulidade-….

E, para não pensarmos que foram tudo facilidades para o apóstolo, lembremo-nos das palavas dele:

E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne…” (II Coríntios 12: 7).

Faz-me lembrar o encontro de Jacó com Deus: entrou como Jacó, e saiu como Israel; neste caso, este entrou como Saulo e saiu como Paulo; Jacó entrou fugitivo e saiu com a bênção; Paulo entrou como fugitivo e perseguido e saiu com a “plenitude da bênção do Evangelho”; Jacó entrou saudável e saiu a “mancar”, com uma marca física, para não se esquecer do propósito de Deus; Paulo saiu de Horebe com “um espinho na carne” para não se ensoberbecer e se lembrar do propósito de Deus… um começa um plano para Israel, o outro suspende-o e começa um novo plano: o plano da graça de Deus.

O que mais lá se passou e durante quanto tempo não sabemos, mas sabemos da mensagem que nos foi comunicada. Estejamos atentos a ela.

 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

A Nova Geração!

«E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o SENHOR, nem tampouco a obra que fizera a Israel.» (Juízes 2: 10).

Esta triste realidade repete-se nos nossos dias, porque, “nada há novo debaixo do céu”! Antes em Israel; hoje, na Igreja! As igrejas "evangélicas" estão a atravessar uma fase problemática, que poderemos chamar de “segunda geração”! Disse-o em 2005 e, hoje, está muito pior. E, se as Igrejas "Evangélicas" estão mal, como estarão as outras e o mundo! Mas, com esses, podemos nós. O importante somos nós, de momento. 

Esta segunda geração são os filhos dos crentes, que já “nasceram na igreja” e parecem convertidos de nascença! Esta geração nasce no meio cristão, é educada com uma ética bíblica, nos princípios e modelos evangélicos, assistem à escola dominical desde crianças, fazem parte dos grupos corais, formam bandas cristãs, chegam a pregadores, assumem a liderança da igreja local (como por hereditariedade ou sucessão dinástica), muitos deles “consagram-se à obra” e vivem dos donativos dos crentes ou de organizações religiosas, são zelosos nas formalidades que professam, mas grande parte deste número nunca nasceu de novo! Temos assistido que essa geração tem causado inúmeros problemas nas igrejas locais, porque presumem-se donos ou com algum direito na igreja, como se isso se obtivesse por usucapião, ou pelo número de anos que frequentam a igreja. Esta é a geração das dissensões e das divisões das igrejas, dos conflitos e da estagnação ou degeneração espiritual... Mas, “até importa que isto aconteça para que os que aprovados se manifestem” (I Coríntios 11:17-19). O que quer dizer que, os restantes, são os reprovados!

 

Temos assistido a uma enorme falta de fervor nas igrejas e uma entrega ao formalismo religioso porque os “senhores das igrejas” não querem alterar a indolência a que as assembleias estão entregues, os “costumes evangélicos”, resultantes da moleza, mornidão, ociosidade, indiferença protagonizada pelos “novos líderes inconvertidos! Outras vezes esses mesmos se apoderam do “serviço espiritual” e tomam conta de todas as atividades privando os verdadeiros dons espirituais de se manifestar. Eles programam, falam, tocam, oram e encerram as reuniões. À semelhança do rei Uzias, que quis exercer o sacerdócio que pertencia aos levitas, coatitas, aaronitas. Grande parte da segunda geração tem mostrado que nunca tiveram um encontro pessoal e genuíno com Deus e com o Senhor Jesus Cristo! E, em circunstâncias normais será difícil reconhecê-lo. Normalmente, eles mesmos se convencem a si mesmos que são crentes! A problemática explica-se pela sua experiência, que é distinta da dos seus pais, que foram resgatados da escravidão do mundo, a que estavam entregues com os seus vícios, sua idolatria e rebelião (I Pedro 4: 2-4). Eles podem testemunhar de um “novo nascimento” radical! Mas, estes não, não podem testemunhar qualquer transformação, visível! A gravidade desta situação que afeta o funcionamento e o dia a dia da generalidade das igrejas locais não é nova. Já Judas falava, no seu tempo: «Estes são manchas em vossas festas de caridade, banqueteando-se convosco e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarreigadas; ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações, estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas.» (Judas 1:12-13). Também me impressiona como os pais crentes têm tratado os seus filhos, muitos deles sem o cuidado de os conduzir a um verdadeiro “novo nascimento”. Normalmente contentam-se na frequência dos filhos nos cultos da igreja. «Se eles andarem na igreja, já é bom...», dizem! E ficam indiferentes ao facto de eles não serem verdadeiros crentes, nascidos de novo. Já no período de Israel isso aconteceu, com os filhos de Moisés, com os filhos de Eli, com os filhos de Samuel, com os filhos de Davi, que foram a vergonha da família e eles mesmos sofreram as consequências disso. E, onde está essa geração? Deus arrancou-a da sua geração! Este espírito e mentalidade (que é do mundo) passa de pais para os filhos. Por isso, muitos anciãos, obreiros, pastores e pregadores há, cujos filhos não querem nada com as coisas de Deus. Podem ser boas pessoas, mas não passam disso – e/ou, se estão na igreja, é para criarem problemas aos crentes e à manifestação do Espírito de Deus. Mas, já escrevia Paulo: “se os pais não conseguem passar a mensagem para os filhos, como estarão aptos para ministrar a mensagem de Deus aos filhos d’Ele?” Não pretendo ser o pregoeiro da desgraça, mas antes, quero alertar aqueles que são verdadeiramente do Senhor e amam a Deus e amam a sua obra, de forma pura e simples, sem preconceitos nem comprometimentos, para o estado das coisas e para a sua gravidade. Esta nova geração, que muitos deles não conhecem ao Senhor, nem temem o Seu Nome, “andam na casa de Deus” como se andassem noutro sítio qualquer do mundo! A sua postura, a sua forma, a sua intenção – se não nasceram de novo – não é para agradar a Deus, mas a si mesmos e à sua comunidade. E, neste particular os cultos a Deus têm perdido a sua característica principal que é o “conhecimento de Deus”, para passar a ser um “momento de entretenimento”. Os louvores se transformaram em “espetáculo” e em “show” espiritual. Os pregadores se tornaram comediantes e palhaços, pois não dizem uma palavra ou não começam uma dissertação sem dizerem uma piada, despindo a “Palavra de Deus” da reverência que lhe é inata. Deus exige respeito de quem anuncia a Sua Palavra, coisa que sempre caracterizou os homens de Deus. Chamamos aqui as palavras de Pedro: «Salvai-vos desta geração perversa.» (Atos 2:40). Vosso em Cristo: VPP

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Chora, Israel

Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que, na Judeia, estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles, OS QUAIS TAMBÉM MATARAM O SENHOR JESUS, e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens. E NOS IMPEDEM DE PREGAR AOS GENTIOS AS PALAVRAS DA SALVAÇÃO, a A FIM DE ENCHEREM SEMPRE A MEDIDA DE SEUS PECADOS; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim” (I Tessalonicenses 2: 14-16).

Vamos tentar compreender os dias que vivemos, especialmente com Israel, à luz da Palavra de Deus, uma vez que, pelas reações e afirmações feitas no meio cristão, por muitos crentes, têm demonstrado um total desconhecimento da Palavra de Deus, e estão completamente desfasados dos planos de Deus. E, muitas delas, estão tão afastadas do programa de Deus que, pergunto-me, se muitos desses crentes professos saberão bem o que é a salvação de Deus, segundo o Evangelho da Graça, e se seguem o Senhor ou alguma religião evangélica.
Estamos muito chocados e sensibilizados com os últimos acontecimentos em Israel. A morte cruel de crianças, idosos, civis inocentes é indescritível. Mas, nem por isso, a causa de Israel é mais justa que qualquer outra que ocorra no mundo, onde todos os dias morrem inocentes de forma infame e cruel, e só porque é Israel. Deus não está mais interessado em Israel do que está com outro povo qualquer. Antes: “anuncia a todos e em todo o lugar, que se arrependam” (Atos 17: 30), “como quer que todos os homem sejam salvos…” (I Timóteo 2: 3-6).

Quero que saibam que Israel só está nesta situação por culpa própria. Deus elegeu aquele povo para ser o seu povo e seus representantes exclusivos na Terra (Deuteronómio 7: 6; 10: 15; 14: 2; 28: 10) . Mas, este povo fez tudo… e Satanás levou-os a tudo na tentativa de dissuadir o Senhor de mantê-los como Seu povo. Romanos 2 faz uma descrição negra de como aquele povo se tornou (17 a 3: 20), ao ponto de dizer:
Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós” (2: 24).
Alem disso, no momento da verdade, decidiram escolher “Barrabás”, “Cesar” e o Anticristo, e mataram o seu Rei, o Santo de Israel, o Senhor Jesus Cristo.

Por isso, Deus retirou-lhes o Reino e o dará a outros:
Portanto, eu vos digo que o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mateus 21: 43).
Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, só o remanescente é que será salvo” (Romanos 9: 27).

Neste momento, Israel caiu na incredulidade, na idolatria e na imoralidade, e Deus afastou-se deste povo como “Povo de Deus”. Israel caiu e está separado de Deus, exatamente como os gentios, colocando-se na mesma situação de pecadores:
Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado, como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” (3: 9-10).

E, historicamente, a sua queda permitiu o início do novo programa: a “Dispensação da Graça de Deus”, que implicou a suspensão da Sua Ira e a manifestação da Sua Graça, Benignidade e Longanimidade, esperando que alguns em Israel e no mundo se arrependam e sejam salvos (Romanos 2: 3-5; 9: 22-24; Efésios 2: 11-18; 3: 1-13; Tito 2: 11-15; 3: 4-6; II Pedro 3: 9, 15-16).

Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!” (Romanos 11: 11-12).
É neste contexto que o apóstolo dá testemunho:
Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne” (Romanos 9: 1-3).
Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação” (Romanos 10: 1).

Mas, logo percebeu que não havia solução para aquele povo, e que eles deveriam ser afastados e julgados como tal.

No entanto, Paulo deixa claro que, não obstante Israel e o mundo estarem afastados de Deus, Ele ainda está a dar uma oportunidade de Salvação, propondo “graça e paz” com a “mensagem de reconciliação”, na base da Sua graça:
E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (II Coríntios 5: 18-19; conforme Romanos 5: 11).

E, neste sentido, Paulo, ainda diz:
DIGO, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.”
Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra. Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos. Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje” (Romanos 11:1, 5-8).

Então, segundo as palavras do Espírito de Deus, Israel caiu, e está entregue à incredulidade, ao pecado, e completamente endurecido. Ainda hoje, grande número são ateus e os outros nunca reconheceram o Senhor Jesus Cristo como “Filho de Deus” ou o “Salvador do Mundo”. E, se virmos as imagens dos atentados ocorridos em Israel nestes dias, vemos os jovens a dançar músicas pagas à volta de uma imagem de um ídolo pagão, que fazia lembrar o povo de Israel no deserto a adorar e a fazer festa ao bezerro de ouro. O texto em título proclama a sentença de Deus:
“… os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido… A fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim” (I Tessalonicenses 2: 16).

Muitos estão com pena de Israel, o Israel incrédulo. Estão com mais pena de Israel que do Senhor Jesus Cristo que morreu às suas mãos, com toda a crueldade. Eles não só queria ver o Senhor morto; queria ver o Senhor sofrer… Deus sofrer! E, estes, estão com mais pena da criatura que do Criador. Esquecem que Israel, como nação, terá de pagar o que fez ao seu Criador e Rei, e "estão determinadas assolações até ao fim" (Daniel 9: 26).

Muitos querem contrariar a Palavra de Deus e mudar os propósitos de Deus… ou contornar, disfarçar e desculpar o estado espiritual Israel. E, aqui vemos como a cristandade está muito longe dos caminhos e propósitos de Deus neste tempo da graça. Nós não somos chamados a orar por Israel ou por qualquer nação, pois o mundo está entregue ao domínio de Satanás (Efésios 2: 2-3; I João 5: 19), e culminará na sua ruina total na Grande Tribulação. Nós somos chamados a orar pelo “Corpo de Cristo”, pelos santos, por causa da compreensão e aceitação da revelação do Mistério (Efésios 1: 16-23) e para a sua edificação (3: 14-21).

Vemos muitos apelos por orações por Israel e por Jerusalém. Isso faria sentido acerca de três mil anos. Atualmente, esse tipo de orações, tal como o chamado “Pai Nosso” não tem qualquer sentido ou aplicação prática, especialmente porque o Espírito de Deus não inspira, hoje, esse tipo de orações, como outras do género, que vão contra a Palavra de Deus para a “Igreja”. E, não sendo feitas no “Espírito” não são respondidas por Deus, como os factos o demonstram. O Senhor deixou-nos exemplos de orações “no Espirito” como são as orações do apóstolo Paulo nas suas epístolas. Essas são o tipo de orações que Deus responde “Hoje”. Outro tipo de orações não contam para Deus porque não prosseguem os seus propósitos e não estão de acordo com a Sua Palavra para os dias de Hoje, a Revelação do Mistério (Efésios 6: 18-20). Deus não está a estabelecer o Seu prometido Reino na Terra. Esse propósito será retomado no tempo próprio de Deus; Deus está a formar um Corpo em Cristo, e tudo que não encaixe nesse propósito é ignorado por Deus. Por isso, e pelo que vejo nas Escrituras do Mistério, atendendo ao que vejo e ouço na cristandade, estão muito desviados e longe do Propósito de Deus.

Não ignorem que Israel vai acabar recebendo as Bestas das Trevas, e a sua capital, Jerusalém, a Babilónia espiritual, será onde estará instalado o Trono de Satanás, quando ele for lançado na Terra (Apocalipse 12 e 13), e se assentará no templo de Deus como um “deus”!
Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus… A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” (II Tessalonicenses 2: 3, 4, 9).
E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o nosso Senhor também foi crucificado” (Apocalipse 11: 8; II Tessalonicenses 2: 3-4).

Por fim, todas as coisas desta Terra estão destinadas à destruição e, só com a vinda do Senhor, primeiramente para arrebatar o “Corpo de Cristo” e, depois, para voltar à Terra para reinar, é que a Terra será purificada e estabelecido o Reino Messiânico (Atos 3: 18-21). Então, “todo o Israel será salvo” (Romanos 11: 25-29), ou seja, os que sobreviverem da Grande Tribulação, o remanescente (Apocalipse 14:1). E, isso, só será possível com a presença do Senhor.

Por isso, querem orar? Orem com as orações no Espírito, conforme as orações que estão nas Escrituras do Mistério: o conhecimento e esclarecimento do Mistério nos santos, a firmeza dos santos no Mistério, e o testemunho dos santos segundo o conhecimento do Mistério. E, no geral, pela salvação das almas. Assim, como os “Salmos” e outros cânticos e orações do V.T. eram exemplos de orações para os crentes de Israel fazerem, designadamente pela prosperidade, vitorias e conquistas, destruição dos seus inimigos, etc., as orações constantes nos escritos de Paulo são um exemplo das orações do Espírito para adotarmos como modelo e que Deus responde efetivamente, porque são as que prosseguem o propósito atual de Deus.

Assim, também, oro, para que o Senhor ilumine os vossos entendimentos e compreendam corretamente os caminhos e propósitos de Deus e, especificamente, não fazer ou dizer nada que esteja em desacordo com Deus e o ofenda. Quem quiser aceitar estes esclarecimentos, que aceite; quem não quiser aceitar, recomendo, seriamente, que estude a Palavra de Deus. Deus vai reclamar obrigações.

Orarei com espírito, mas, também, orarei com entendimento” (I Coríntios 14: 15).

sábado, 8 de julho de 2023

Novo Modelo de Vida

Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.” (Romanos 6: 17, ARC).

Como vencer o pecado ou como viver a santificação? Duas perspetivas da mesma questão.

O escritor sagrado continua a explicação no capítulo 7 de Romanos para demonstrar que o velho sistema da lei não funciona, hoje, nem é aplicável ao “Corpo de Cristo”. E explica como se processa a santificação ou a aplicação deste nova “forma de doutrina” na nossa vida. Não esqueçamos que os capítulos 6, 7 e 8 estão a falar do mesmo assunto: como viver, experimentar e aplicar o Evangelho de Deus na nossa vida terrena.

Então diz:
Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus."
(…)
"Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos (presos: no pecado, 6: 17); para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra (a lei)” (7: 4-6).

O argumento que invoca para dizer que o velho modelo está caduco, é porque estamos mortos em Cristo para a Lei. Assim, estamos mortos para o pecado, pelo corpo de Cristo e mortos para a lei. E, como estamos mortos para aquilo que nos condenava, diz no capítulo 8: “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.

Então, como viver para Deus? Pela ressurreição de Cristo, ou seja, com uma nova vida – “para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela (por causa, para a…) glória do Pai, assim (assim, i.e., ressurretos, como novos, e por causa da mesma glória) andemos nós também numa nova vida” (6: 4), e “sirvamos a Deus em novidade de espírito” (7: 6), ou seja, com um “novo espirito”, ou “nova mentalidade”, ou “novo entendimento”, ou nova “forma de ensino a que fomos entregues”.

O “novo espírito” contrasta e rivaliza com o velho espírito: o “espírito da lei”! O “espírito da lei” ou a aplicação da lei, desperta a nossa carne e aplica-se na carne, no nosso corpo! (Não é natureza pecaminosa, como algo abstrato que se manifesta no nosso corpo como algo autónomo. Isso não existe. São construções imaginativas para explicar o que não entendem. A carne é o nosso corpo carnal, os nossos membros, feitos de carne.) Mas, este “novo espírito” desperta a nossa mente e aplica-se no nosso entendimento. Como é dito:
Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim (na minha mente, v. 23-25), mas não consigo realizar o bem.” (v. 18).

Então, e uma vez que na nossa carne, no nosso corpo, em nossos membros, não habita bem algum, é com a nossa mente, renascida, instruída e cheia da Palavra de Deus que podemos “dar fruto para Deus” (7: 4).

Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado” (23-25).

O “homem interior” é a mente e o coração (2: 29). Como em João 12: “Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure” (v. 40), ou como em Efésios 1: “entender com os olhos do coração...” (v. 18).

Então, na perspetiva da carne, diz: “… com a carne, sirvo à lei do pecado…” e, conclui: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” Mas, na perspetiva do espirito, da mente, do entendimento, diz: “Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus” (7: 29).

Então, na perspetiva da carne (corpo), o crente diz: “a minha carne inclina-se para as coisas da carne…” (8:5) e com ela, “sirvo à lei do pecado…”; mas, na perspetiva do espírito (mente), o crente diz: “o meu espirito inclina-se para as coisas espirituais” (8:5), e, assim que “eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus” (7: 29).

O escape, a batalha espiritual, a vida vitoriosa só é conseguida e garantida na nossa mente. Do corpo, da nossa carne, nada se aproveita. Por isso diz: “os que estão na carne não podem agradar a Deus” (8: 8), e: “a carne e o sangue não herdarão o reino de Deus” (I Coríntios 15: 50), e “o corpo do pecado seja desfeito” (Romanos 6: 6), como, também diz: “os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros” (I Coríntios 6: 13).

E, quando o apóstolo diz que “os nossos corpos são membros de Cristo” (v. 15), e que “o nosso corpo é o templo do Espírito Santo” (v. 19), está a falar da ressurreição (v. 14) e da união com o Senhor em espírito (v. 17). Porque, neste corpo de pecado “não habita bem algum” (Romanos 7: 18) e, salvo melhor opinião e melhor esclarecida, não parece que Deus fizesse morada num corpo de pecado e nestas condições deploráveis, de forma real e pessoal, como está na glória, mas, antes, de forma “representativa”! Ou estaria num “pão” porque disse: “isto é o meu corpo”! (Lucas 22: 19). Como, também diz, que “estamos assentados em Cristo, nos lugares celestiais” (Efésios 2: 5-7), e, ainda, estamos aqui na Terra! Paulo fala na perspetiva da “mente de Deus” e do “propósito de Deus”: da nossa “posição em Cristo”, como em Romanos 8: 29-30 – “aos que dantes conheceu… já os glorificou”. Como, ainda, quando diz: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (I Coríntios 6: 20), quererá dizer que devemos glorificar a Deus nas nossas ações e decisões enquanto estamos neste corpo. Pelo que, devemos usar o corpo para a gloria de Deus (Romanos 12: 1-2), e isso é decidido na mente (ler textos citados).

E, então, nesta realidade terrena, e nesta nova condição espiritual, frequentemente o apóstolo dizia: “Deus, a quem sirvo em meu espírito…” (Romanos 1: 9; 7: 6; II Coríntios10: 3-6; Filipenses 3: 3). E, é nesta sequência e é neste novo sentido que o nosso escritor inspirado continua a dizer no capítulo 8: “… que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito…”, e: “…que não andamos segundo a carne, mas segundo o espírito” (Romanos 8: 1, 4). Ou seja: Paulo tinha adotado este novo sistema de vida espiritual, não andando segundo a lei do pecado, que se manifesta pelas obras do corpo (Colossenses 3: 6; Gálatas 5: 17), mas andava segundo a mente e a lei do entendimento instruída pela Palavra de Cristo.

E, noutro lado, diz: “Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo” (I Coríntios 2: 16).

Mente de Cristo” para se referir à revelação recebida (v. 6-7, 10). O mesmo que o “espírito de Cristo” (Romanos 8: 9, 10, 15, 16, 26 e 27). Não confundir o “Espírito de Deus” com o “Espírito de Cristo”. Estão em sintonia, mas são “espíritos” diferentes! I Coríntios 2: 10-16 explica este sentido de “espírito”, como “mente”, “entendimento” de Cristo, que se refere à revelação da “Palavra de Cristo”, a “Palavra” que estava na mente de Cristo, e que, quando a aceitamos (Efésios 1: 13), passou a habitar em nós (Efésios 3: 16-17, com Colossenses 3: 16) e ficou gravada no nosso coração (II Coríntios 3: 3). Este, creio, é que é o selo, o penhor do Espírito, gravado na nossa mente e coração, que fará o “clik” da ressurreição à Voz de Cristo na Sua vinda. Por isso diz: “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é d’Ele” (8: 9).

É neste pensamento que, segundo creio, o apóstolo também diz: “A carne luta contra o espírito, e o espírito luta contra a carne…” (Gálatas 5: 16-18). Ou seja: temos o nosso corpo, com as suas paixões carnais a puxar para baixo, e a nossa mente, o espírito, a puxar para cima! (Colossenses 3: 1-4).

É na mente que a batalha espiritual se trava; é na mente que sairemos vencedores ou derrotados espiritualmente. A batalha espiritual é a guerra do entendimento e do conhecimento de Deus, pela sua compreensão e obediência (II Coríntios 10: 3-6; Efésios 6: 12). E é na mente, no espírito, que essa batalha se trava, como é no espírito que servimos a Deus e "damos o fruto que Deus" espera de nós, segundo este novo modelo da graça, e determinará tudo o que seremos na Eternidade.

Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus” (II Timóteo 1: 13).

Reconheço que é uma linguagem nova para a generalidade dos crentes, e que não é fácil compreende-la e assimila-la, como disse Pedro (II, 3: 15-16), mas é a que me faz sentido; e, espero que entendam. Também dará para perceber como a cristandade está muito distante do atual modelo de fé do “Corpo de Cristo”, e vão-se entretendo com a “religião evangélica”, e outras. Não desperdices estas verdades e estas experiências.

A graça do Senhor seja com o vosso espírito para compreender a “mente do Senhor”, revelada a Paulo e aos seus santos, a Igreja “Corpo de Cristo”.
 Saudações em “um só Corpo” e em “uma esperança” em Cristo!

sábado, 15 de abril de 2023

Novas Criaturas

"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (II Coríntios 5: 17).

Paulo tinha duas preocupações distintas na "educação espiritual" dos novos convertidos, que constituiam duas realidades completamente opostas: uma dos judeus e outra dos gentios. A verdade que temos de compreender e aceitar é que, em Cristo, já não há judeu ou gentio: na "conversão" nós deixamos a nossa identidade humana e passamos a ter uma nova identidade, somos uma nova criação, com a natureza de Deus, somos Cristos ou Cristãos (Gálatas 3: 27-28; Efésios 2: 11-18).

Então, por um lado, estavam os judeus, que traziam a sua religião, tradições e práticas segundo os rudimentos ou ensinos do mundo, terrenos, como era o judaísmo reproduzido e ensinado por Moisés e os proferas, e reproduzido nos evangelhos messiânicos, os quais era necessário livrarem-se disso para desfrutarem da nova vida cristã que é espiritual (Gálatas 5-6). Nós, agora, em Cristo é que somos os servos de Deus, e preparados para o serviço, desde que nos livremos dessa forma religiosa de servir a Deus.

"...guardai-vos da circuncisão! Porque a verdadeira circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito..." (Filipenses 3: 2...).

 

Por outro lado, e com características diferentes, eram os novos convertidos gentios. Eles não traziam uma cultura religiosa mas o grande problema era a imoralidade, porque os ídolos facilmente abandonavam com a conversão (I Tessalonicenses 1: 9-10).

"E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os gentios..." (Efésios 4: 16...).

 

Penso que o judaísmo, por ter sido instituído por Deus (mas suspenso temporariamente), foi o que causou mais problemas ao ministério de Paulo, e hoje, com outro tipo de conceitos e nova capa, mantém-se no seio das igrejas, causando as mesmas preocupações; e, em termos de gravidade, o espírito religioso é tão prejudicial como a imoralidade, corrupção e depravação moral, como referido em I aos Coríntios 5: 1.

Quanto às questões morais, estas, também, têm invadido as igrejas, toleradas e protegidas por muitos líderes quando se tratam de casos familiares, amigos, ou crentes "importantes". A preocupação dos líderes centra-se no número de membros para sustentar o seu sistema; mas, a reprovação de Deus é muito clara!

A imoralidade tem tornado as igrejas locais verdadeiramente irreconhecíveis, quanto ao mundo, especialmente por serem invadidas com múltiplos casos de divórcios, prostituição e adultério e já alguns casos de homossexualidade, como é normal no mundo!

Esta dualidade práticas ocorre em Colossenses 2 e 3. No texto de 2: 4 a 3: 4 temos a questão da libertação religiosa; no texto de 3: 5 a 17 temos as questões morais a remover.


Textos complementares:

"E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os gentios, na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração, os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza. Mas vós não aprendestes assim de Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus, que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade." (Efésios 4: 17-24).

"Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que continueis a progredir cada vez mais; porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus."

"Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra, não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. E que, nesta matéria, ninguém ofenda nem abuse a seu irmão; porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também, antes, vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo." (I Tessalonicenses 4: 1-8).

Este texto é semelhante ao descrito em Gálatas 5: 16 - 6: 10; Efésios 5: 3 a 13; Colossenses 3: 3-13, entre outros, que recomendo, vivamente, a sua leitura cuidada e sincera.

Agora, "quanto a esta matéria" (como diz o apóstolo), não entendo a dificuldade que alguns têm em entender  e aceitar estas questões de integridade conjugal, quando João Batista disse:

"Porque Herodes tinha prendido João e tinha-o manietado e encerrado no cárcere por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la." (Mateus 24: 3-4). E ele era descrente e gentio! Caso alguns tenham a pretensão de justificar os casamentos de divorciados por terem ocorrido ao tempo da incredulidade!

Só posso admitir esta tolerância por "cegueira espiritual" ( II Coríntios 4: 4; Efésios 4: 16-17) ou bloqueio e negligência para receber a verdade de Deus (Hebreus 5: 11; 6: 12; Efésios 5: ), como dizem os textos supra citados.

Mas a lucidez espiritual não é para todos. Sei, somente, que os que forem agraciados com a misericórdia de Deus de andarem em pureza, Deus os abençoará; e, os que andarem mal, o mal mais os dominará e condicionara; no fim, Deus vingará estas coisas, "não somente aos que as fazem, mas também consentem aos que as fazem." (Romanos 1: 36).

 

Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo.” (I Tessalonicenses 4: 1-8).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 10 de abril de 2023

A Defesa do Evangelho

Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho.” (Filipenses 1: 17).

Entre outras funções, o apostolado de Paulo destinava-se a “Defender o Evangelho”, garantindo que Ele fosse transmitido e divulgado integralmente da sua pureza (v. 7):

E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; aos quais, nem ainda por uma hora, cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós.” (Gálatas 2: 5-6).

Paulo, por mandamento e vontade de Deus, foi constituído apóstolo, aquém foi confiada a Palavra da graça de Deus (I Coríntios 1:1; II Coríntios 1: 1; Efésios 1:1; Colossenses 1: 1; II Timóteo 1: 1).

Mas, no tempo certo, manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador.” (Tito 1: 3).

Também foi constituído “ministro”, “pregador” e “doutor ou ensinador dos gentios”:

“…pela graça que por Deus me foi dada, que eu seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.” (Romanos 15: 16)

Para isto fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, não minto), mestre dos gentios na fé e na verdade.” (I Timóteo 2: 7).

(Deus) “que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios.” (II Timóteo 1: 9-11)

Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios, se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado por revelação como acima, em pouco, vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo.” (Efésios 3: 1-4; ver, tb: Romanos11: 13).

 

E, por aqui vemos que, a Paulo, como apóstolo e represente do “Corpo de Cristo” na terra, por ordem direta do próprio Deus, era o “mordomo” ou “despenseiro” da casa espiritual de Deus, a Igreja “Corpo de Cristo”, a quem lhe foi confiado toda a instrução do “Evangelho da Graça de Deus”, à semelhança de Moisés que fora o “mordomo” da casa terrena de Deus, que recebera as instruções de Deus para Israel (Hebreus 3: 1-6).

Então, neste contexto, Paulo foi chamado para ser “defensor do evangelho”, para garantia de que ele fosse comunicado com toda a pureza e fidelidade.

E, aqui, surge a grande questão:

Será que fomos chamados a substituir Paulo na “defesa do Evangelho”? Será que somos chamados a combater pela verdade? Isso implicaria debates e conflitos à volta da Palavra de Deus! E, será que o Senhor nos deu essa autoridade? Será que o Senhor nos conferiu essa responsabilidade? Com que meios? Com que capacidades?

Bem, olhando para algumas afirmações de muitos “crentes”, especificamente de “Anciãos” instituídos (não designados pela Palavra), doutores, ensinadores, comentadores ou mesmo professores de seminários bíblicos, vejo que não se enxergam, verdadeiramente; não sabem o que são humanamente e as limitações que têm espiritualmente, enquanto estamos neste corpo de pecado. Se tivéssemos a mínima noção do que somos na carne, humilharmo-nos-íamos diante de Deus e estaríamos muito mais calados com as afirmações pessoais.

Não! Nós, crentes, simples membros da Igreja “Corpo de Cristo”, não temos a mesma vocação que os apóstolos, profetas e os demais dons da Igreja, que eram os fundamentos do “edifício” espiritual. Esses é que foram colocados no “Corpo” para (1) revelar e (2) defender a verdade do Evangelho da graça (Gálatas 2: 5, 14). Esses servos de Deus, foram capacitados pelo próprio Deus com dons ou capacidades especiais e outros atributos para desempenhar essas funções. Paulo, p.ex., tinha uma chamada diretamente de Deus, desde o ventre de sua mãe, para este ministério (Gálatas 1: 14…). Paulo, a Tito (1: 1-4) diz que foi por mandamento de Deus… por ordem expressa e direta de Deus… no grego significa “edito imperial”, para desempenhar essas funções. Ele fala de uma graça especial (I Coríntios 15: 9-11). E fala do “poder” que acompanhava esse ministério (Romanos 15: 19; II Coríntios 6: 7; 12: 11-12; I Tessalonicenses 1: 5). Eles tinham os dons de Apóstolo, profeta, doutores, de discernir os espíritos, variedade de línguas e interpretação das línguas (I Coríntios 12), de modo que não havia erros de compreensão e de interpretação!

Aquele período, era a fase da “colocação dos fundamentos” da Igreja “Corpo de Cristo” (I Coríntios 3: 9-17; Efésios 2: 20-22; 3: 5; 4: 11-13), e da “revelação” deste novo plano e programa para o mundo – a “Dispensação da Graça de Deus”, e/ou “Dispensação do Segredo de Deus” (Efésios 3: 2 e 9) e, por isso, o Senhor deu instrumentos especiais para divulgar esta revelação de Deus, que não estava ainda consignado em escritura física (I Coríntios 2: 9-14; II Coríntios 12: 4; Efésios 2: 20; 3: 5; 4: 11-13; II Pedro 3: 15-16). Tendo sido concluída e passada a escrito, só depois do apóstolo chegar a Roma (Romanos 15: 29 com Colossenses 1: 25; II Timóteo 4: 17).

Depois que a revelação ficou completa e passada a escrito físico (porque já havia a Escritura espiritual, na mente de Deus – Gálatas 3: 8; II Timóteo 1: 9) os dons especiais, ou dons sinais, ou capacidades sobrenaturais, foram retiradas do “Corpo” e a Palavra de Deus deixou de ser passada oralmente pelos dons para ser passada pela Revelação escrita, os escritos do apóstolo do “Corpo de Cristo”, Paulo. E, Pedro, confirma isso (II Pedro 3: 15-16).

E, disse: “O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.” (I Coríntios 13: 8-10).

“O perfeito”, no grego é neutro, que deve ser lido como “aquilo que é perfeito”, o estado de maduro espiritualmente, que contrasta com o estado de menino. O “que é em parte” é uma referência aos “dons”, porque “em parte conhecemos e em parte profetizamos” ou manifestam-se pelos dons” (v. 9).

Agora, Deus não fala por inspiração oral, por manifestação de quaisquer dons, MAS pela sua Palavra escrita e concluída:

Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.” (II Timóteo 3: 16-17).

 

Fico estupefacto com a presunção e blasfêmias que “soam” na cristandade, onde os líderes dizem-se detentores de uma autoridade que Deus nunca lhes conferiu nem têm credenciais ou alguma coisa que o confirme, senão, somente, a sua própria palavra, em oposição à Palavra e Revelação de Deus. Nós, membros comuns do “Corpo de Cristo” assiste-nos simplesmente, conhecer, estudar, meditar e esperar que o Senhor “abra a nossa mente” (Efésios 1: 15-17), e o nosso “espírito” (Romanos 8: 14-14), para entendermos o que nos deixou revelado (II Timóteo 2: 7). Agora, se queremos saber a vontade de Deus é lendo o que o Senhor nos tem deixado escrito por Paulo (Efésios 3: 1-4; II Pedro 3: 15-16). E, o único caminho é a graça de Deus e total humildade e disponibilidade nossa mental e espiritual para aprender das Escrituras de Deus.

 

E, porque não temos qualquer autoridade conferida por Deus, nem credenciais sobrenaturais que o confirmam, não nos devemos envolver em discussões da Palavra de Deus, mas estudar e aprender com todos os membros do “Corpo de Cristo”, como diz em Efésios:

Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.” (4: 15-16)

Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens. Evita discussões insensatas, genealogias, contendas e debates sobre a lei; porque não têm utilidade e são fúteis. Evita o homem faccioso (divisionista), depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada.” (Tito 3: 8-11).

Nós não somos chamados a defender o Evangelho, porque não temos dons, capacidade nem autoridade conferida por Deus para o fazer; mas devemos, isso sim, conhecer o evangelho e vivê-lo no nosso dia a dia:

Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.” (Filipenses 1: 27).

 

quinta-feira, 6 de abril de 2023

A Presente Verdade

Paulo escreveu:
“Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova CRIAÇÃO é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (II Coríntios 5: 16-17)
 
Não entendo porque é que os crentes que andam na igreja anos e anos, décadas, e não conseguem perceber esta diferença: “Cristo segundo a carne” e Cristo segundo a NOVA CRIAÇÂO DE DEUS, segundo o Espírito, o Celestial, glorificado como “Cabeça da Igreja Corpo de Cristo” (Efésios 1: 19-23)! Isto explica as divergências de entendimento da Palavra de Deus e as divisões que se fazem nesse sentido.
 
Vejamos:
“Não conhecemos” a Cristo segundo a carne… Já não o conhecemos desse modo…”:
 
1. Cristo foi ministro da circuncisão para confirmar/cumprir as promessas feitas aos patriarcas” (Romanos 15: 8). Eles esperavam o reino terreno messiânico. Que tem a ver isso com Cristo como Cabeça da Igreja “Corpo de Cristo” e com a própria Igreja “Corpo de Cristo” que espera o arrebatamento de Cristo para nos levar à nossa posição celestial?
 
2. “Cristo nasceu debaixo da Lei, para remir os que estevam debaixo da Lei” (Gálatas 4: 4-5). Que isto tem a ver com a Igreja “Corpo de Cristo”? Se o Senhor nasceu debaixo da Lei, como é que os crentes insistem em seguir o Senhor dessa forma? Estão a ser rebeldes e viver contra a obra de Deus: Ele morreu para nos resgatar da Lei; mas os crentes insistem a viver segundo a Lei, que é o modelo de vida relatado nos evangelhos messiânicos!
 
3. “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.” (Mateus 5: 17). Isto, não para nós seguirmos as suas pisadas, como muitos ensinam, MAS, precisamente, para pudermos ficar livras desses caminhos, que não conseguíamos cumprir. Mas, não compreendo como os pregadores pregam, ainda, esta mensagem, citam esses versículos, em rebeldia com Deus! Cristo morreu para nos livrar; os crentes insistem em “escravizar” os crentes naquilo que o Senhor nos livrou! Não entendo, porque não entendem que “estão a estabelecer aquilo que o Senhor aboliu” com a Sua morte! Estão a ir contra a obra de Cristo (Efésios 2: 15; Gálatas 4: 9; 5: 1-10).
 
4. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Romanos 6: 14). É difícil entender isto? Paulo fala da “Dispensação da graça de Deus que para os gentios foi confiada a Paulo” (Efésios 3: 2-4). “Dispensação” significa instrução, “ENSINO”, o “ensino da graça de Deus”!
 
5. “Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? (…) Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus…; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Romanos 7: 1-6). Este e o modelo de vida, o ensino, a graça, a esperança que Deus concedeu à Igreja “Corpo de Cristo”, em Cristo… nada tem a ver com o ensino antigo, messiânico, terreno e para Israel.
 
6. “Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!”
“Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.”
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este Mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.” (Romanos 11). Ou seja: a queda de Israel alterou os seus planos para o mundo: Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia (v. 32) – a benignidade de Deus (2: 4), que é uma referência à dispensação a graça de Deus (Tito 2: 11-15; Efésios 3: 2), ou à longanimidade de Deus falada por Pedro (II Pedro 3: 9, 15-16; Tito 3: 4-7). E, esta manifestação da graça de Deus é temporária, até que a plenitude ou a totalidade dos gentios haja entrado na salvação de Deus; depois, também os gentios serão cortados, pois não estão a permanecer na “benignidade de Deus” e Israel será novamente enxertada!


Como Explicar?
Como explicar estas divergências? Como explicar a falta de capacidade de entender estas diferenças: do Cristo segundo a carne e Cristo segundo o “Corpo de Cristo”? Hoje Cristo é “UMA NOVA CRIAÇÃO” DE DEUS com a imagem do próprio Deus.
"Novo" no grego implica uma nova natureza bem diferente de qualquer coisa existente anteriormente, não apenas recente, que é expressa por uma palavra grega diferente (Gálatas 6:15). “Criatura”: literalmente, “criação”. Como nós estamos “em Cristo”, também “Deus estava em Cristo” (II Coríntios 5: 19) (In Comentário Bíblico Jamieson-Fausset-Brown).
 
“… pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos; e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.” (Colossenses 3: 9-11).
 
Que tem a ver isto com o velho ensino messiânico? Porque os ensinadores insistem em divulgar ensinos que o Senhor já aboliu? Eram sombras e transitórios (Colossenses 2: 16-17; tipo ou exemplo de Hebreus 8: 5, 13) – “Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar.”
1.      Sabemos que “o deus deste século cegou os entendimentos” (4: 4), como sabemos que o Senhor pode, também, privar muitos crentes de entender muitas das Suas verdades: “olhos para não verem, ouvidos para não ouvirem… e corações endurecidos…” (Romanos 11: 10), por causa da dureza e teimosia dos crentes (II Timóteo 2: 25).

2.     Paulo diz que “a fé não é de todos” (II Tessalonicenses 3: 2); como, nem a todos foi dado a conhecer os “mistérios do Reino dos Céus” (Mateus 13: 11), como os “mistérios da graça de Deus” (Efésios 6: 19; Colossenses 4: 3; II Tessalonicenses 1: 8-9; 2: 11-12).
 
3.      Não foi por acaso que o nosso apóstolo, dos gentios, tivesse orado:
“… lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê, em seu conhecimento, o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais…” (Efésios 1: 16-18).
E, depois de orar, escreve sobre o assunto, a ver se chegamos ao seu conhecimento:
“… se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo.” (3: 2-4).


Pergunto-me: Porque os crentes não entendem as coisas de Deus; porque não pensam todos o mesmo, como diz a Escritura?
"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer." (I Coríntios 1: 10)

"Completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade..." (Filipenses 2: 2).

"Até que todos cheguemos à unidade da fé..." (Efésios 4: 1-13).

Porque é que os crentes sinceros, membros do "Corpo de Cristo" não têm o mesmo sentimento, o mesmo pensamento e não estão unidos na fé, quando o Senhor criou e proporcionou todas as coisas para isso? Que vamos dizer ao Senhor quando estivermos perante Ele no Tribunal de Cristo? Que desculpas vamos dar? E, não é só por pensarmos diferente dos outros irmãos; é por pensarmos diferentes do próprio SENHOR e pelo mal que promovemos neste mundo aos santos com discussões, intrigas, invejas, rivalidades, partidarismos, denominações e divisões.

1) Será que os crentes são simples “assistentes” e não estão salvos e não têm o “espirito de Cristo" para perceberem a revelação celestial, do “Mistério de Cristo”? Paulo dizia: “se alguém não tem o ‘espírito de Cristo’ esse tal não é dele” (Romanos 8: 9). E: “Deus deu-nos o Espírito de Seu Filho” (Gálatas 4: 6), E: “nós temos a mente de Cristo” (I Coríntios 2: 16). Não há razões para os verdadeiros crentes não entenderem a Verdade de Deus como o Senhor revelou ao nosso apóstolo.
 
2) Serão as suas emoções, os afetos que bloqueiam a sua capacidade espiritual de raciocinar e meditar? Muitos dizem, na igreja, como os católicos romanos: “nasci assim, vou morrer assim”!
 
3) Será que querem andar segundo os outros crentes, amados e amigos! Isto é uma forma disfarçada de seguir uma religião: com outro nome, mais apelativo ou evangélico, mas é religião! A quem seguimos, exatamente? Sejamos honestos! Os crentes, muitas vezes, não seguem o Senhor, de verdade, mas seguem um “linha doutrinária”, em detrimento de outras! E, quem garante que os seus autores, cuja honestidade e sinceridade não discutimos, estavam certos? Todos têm algum entendimento correto, mas nada garante que estivessem certos em tudo! As igrejas dos “Irmãos” seguem ao Senhor, mas na linha doutrinária Irlandesa de J. N. Darby e C. I. Scofield e outros amigos seus (1825); Os crentes "Batistas" seguem ao Senhor, mas na linha doutrinária Holandesa de John Smith e Thomas Helwys (1607); As Igrejas da “Assembleia de Deus” e “Pentecostais” seguem o Senhor na linha americana de Charles Parham e outros (1901); e por aí sucessivamente! Muitos homens de Deus marcaram a fé e a vida de muitos crentes, designadamente Spurgeon, Wesley, Lutero, Calvino, Knox… Mas, não podemos dizer que eles estivessem certos em todos os temas que entendiam e criam da Palavra de Deus! Tanto é que, muito divergiam entre si no conhecimento de Deus! E, igualmente, poderemos aprender coisas interessantes destes irmãos que nos deixaram os seus escritos; mas, a nossa referência tem de ser a Palavra de Deus e nós devemos ter uma relação pessoal com Deus e com a Sua Palavra! Mesmo que isso implique ir encontra o entendimento dos demais crentes que nos rodeiam!
 
4)      Devemos atender à voz de Deus revelada na Sua Palavra, agora revelada a Paulo para a Igreja que fazemos parte, a Igreja “Corpo de Cristo”! (I Coríntios 2: 9-10). E, para entendê-la, devemos “comparar escritura com escritura” (v. 13) – comparar aquilo que é comparável, – como “confrontar, separar ou dividir a escritura com escritura” (assim no grego: II Timóteo 2: 15), – separando aquilo que é diferente – , “reconhecendo/aprovando as coisas que são diferentes” (assim no grego (Filipenses 1: 10).

5)      Uma coisa é certa:
a.  Aqueles que resistem às palavras do Senhor através de Paulo, são um “sinal de perdição” (Filipenses 1: 28; 3: 17-19; I Timóteo 6: 3-5; Gálatas 5: 1-10; 19-21);
b.  Aqueles que resistem a Paulo resistem a Deus, uma vez que o seu apostolado e a Palavra que lhe foi confiada, foi por mandamento /ordem/edito de Deus (Tito 1: 1-3; Romanos 13: 1-2).
6) O perigo de não respeitar a revelação dada ao apóstolo Paulo é tão sério e importante que pode levar muitos "crentes" à perdição:
Pedro percebeu isso, quando percebeu que Deus tinha uma nova mensagem: não a restauração do Reino em Israel (Atos 1: 6-7), quando verificou que os acontecimentos do Reino não estava a ter continuidade, como foi explicado por Paulo quando foi a Jerusalém (Gálatas 2: 1-10). E, dá testemunho da nova mensagem, a mensagem da longanimidade e graça de Deus (II Pedro 3: 9, 15-16), dizendo que “os indoutos e inconstantes torcem para sua própria perdição” (v. 16), acrescentando:
“…que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade” (2:1).

7) E, todos darão contas a Deus das palavras que disserem! (II Coríntios 5: 1). Paulo diz: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Coríntios 3: 10-11).

Eu não queria estar na “pele” de muitos pregadores e ensinadores que não dividem bem e corretamente a Palavra de Deus, especialmente ensinos que o Senhor “aboliu” com a morte de Cristo!


Motivos:
Deus não impõe nada a ninguém: Não impõe a salvação a ninguém, como não impõe o Seu conhecimento a ninguém; mas, no grande Dia, vai pedir contas. Nós, também, não queremos impor o nosso entendimento a ninguém, mas, com a nossa exposição, tentamos ajudar com aquilo que o Senhor nos tem ajudado a entender, para que o maior numero possível de santos atinjam a "Unidade da Fé", o "pleno conhecimento do Filho de Deus", atingirmos a maturidade espiritual plena! Só nós é que podemos sair beneficiados; como, só nós é que podemos ser prejudicados, se não atingirmos o conhecimento de Deus corretamente e não chegarmos à maturidade plena: e, esse prejuízo será vivermos coisas que o Senhor aboliu, vivermos coisas que, espiritualmente, nos prejudicam... e por fim, ainda sermos reprovados no Tribunal de Cristo! Consequências negativas atuais e futuras!
 
Para já, tenho dito!
Boas e importantes reflexões!