terça-feira, 24 de outubro de 2023

A Nova Geração!

«E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o SENHOR, nem tampouco a obra que fizera a Israel.» (Juízes 2: 10).

Esta triste realidade repete-se nos nossos dias, porque, “nada há novo debaixo do céu”! Antes em Israel; hoje, na Igreja! As igrejas "evangélicas" estão a atravessar uma fase problemática, que poderemos chamar de “segunda geração”! Disse-o em 2005 e, hoje, está muito pior. E, se as Igrejas "Evangélicas" estão mal, como estarão as outras e o mundo! Mas, com esses, podemos nós. O importante somos nós, de momento. 

Esta segunda geração são os filhos dos crentes, que já “nasceram na igreja” e parecem convertidos de nascença! Esta geração nasce no meio cristão, é educada com uma ética bíblica, nos princípios e modelos evangélicos, assistem à escola dominical desde crianças, fazem parte dos grupos corais, formam bandas cristãs, chegam a pregadores, assumem a liderança da igreja local (como por hereditariedade ou sucessão dinástica), muitos deles “consagram-se à obra” e vivem dos donativos dos crentes ou de organizações religiosas, são zelosos nas formalidades que professam, mas grande parte deste número nunca nasceu de novo! Temos assistido que essa geração tem causado inúmeros problemas nas igrejas locais, porque presumem-se donos ou com algum direito na igreja, como se isso se obtivesse por usucapião, ou pelo número de anos que frequentam a igreja. Esta é a geração das dissensões e das divisões das igrejas, dos conflitos e da estagnação ou degeneração espiritual... Mas, “até importa que isto aconteça para que os que aprovados se manifestem” (I Coríntios 11:17-19). O que quer dizer que, os restantes, são os reprovados!

 

Temos assistido a uma enorme falta de fervor nas igrejas e uma entrega ao formalismo religioso porque os “senhores das igrejas” não querem alterar a indolência a que as assembleias estão entregues, os “costumes evangélicos”, resultantes da moleza, mornidão, ociosidade, indiferença protagonizada pelos “novos líderes inconvertidos! Outras vezes esses mesmos se apoderam do “serviço espiritual” e tomam conta de todas as atividades privando os verdadeiros dons espirituais de se manifestar. Eles programam, falam, tocam, oram e encerram as reuniões. À semelhança do rei Uzias, que quis exercer o sacerdócio que pertencia aos levitas, coatitas, aaronitas. Grande parte da segunda geração tem mostrado que nunca tiveram um encontro pessoal e genuíno com Deus e com o Senhor Jesus Cristo! E, em circunstâncias normais será difícil reconhecê-lo. Normalmente, eles mesmos se convencem a si mesmos que são crentes! A problemática explica-se pela sua experiência, que é distinta da dos seus pais, que foram resgatados da escravidão do mundo, a que estavam entregues com os seus vícios, sua idolatria e rebelião (I Pedro 4: 2-4). Eles podem testemunhar de um “novo nascimento” radical! Mas, estes não, não podem testemunhar qualquer transformação, visível! A gravidade desta situação que afeta o funcionamento e o dia a dia da generalidade das igrejas locais não é nova. Já Judas falava, no seu tempo: «Estes são manchas em vossas festas de caridade, banqueteando-se convosco e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarreigadas; ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações, estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas.» (Judas 1:12-13). Também me impressiona como os pais crentes têm tratado os seus filhos, muitos deles sem o cuidado de os conduzir a um verdadeiro “novo nascimento”. Normalmente contentam-se na frequência dos filhos nos cultos da igreja. «Se eles andarem na igreja, já é bom...», dizem! E ficam indiferentes ao facto de eles não serem verdadeiros crentes, nascidos de novo. Já no período de Israel isso aconteceu, com os filhos de Moisés, com os filhos de Eli, com os filhos de Samuel, com os filhos de Davi, que foram a vergonha da família e eles mesmos sofreram as consequências disso. E, onde está essa geração? Deus arrancou-a da sua geração! Este espírito e mentalidade (que é do mundo) passa de pais para os filhos. Por isso, muitos anciãos, obreiros, pastores e pregadores há, cujos filhos não querem nada com as coisas de Deus. Podem ser boas pessoas, mas não passam disso – e/ou, se estão na igreja, é para criarem problemas aos crentes e à manifestação do Espírito de Deus. Mas, já escrevia Paulo: “se os pais não conseguem passar a mensagem para os filhos, como estarão aptos para ministrar a mensagem de Deus aos filhos d’Ele?” Não pretendo ser o pregoeiro da desgraça, mas antes, quero alertar aqueles que são verdadeiramente do Senhor e amam a Deus e amam a sua obra, de forma pura e simples, sem preconceitos nem comprometimentos, para o estado das coisas e para a sua gravidade. Esta nova geração, que muitos deles não conhecem ao Senhor, nem temem o Seu Nome, “andam na casa de Deus” como se andassem noutro sítio qualquer do mundo! A sua postura, a sua forma, a sua intenção – se não nasceram de novo – não é para agradar a Deus, mas a si mesmos e à sua comunidade. E, neste particular os cultos a Deus têm perdido a sua característica principal que é o “conhecimento de Deus”, para passar a ser um “momento de entretenimento”. Os louvores se transformaram em “espetáculo” e em “show” espiritual. Os pregadores se tornaram comediantes e palhaços, pois não dizem uma palavra ou não começam uma dissertação sem dizerem uma piada, despindo a “Palavra de Deus” da reverência que lhe é inata. Deus exige respeito de quem anuncia a Sua Palavra, coisa que sempre caracterizou os homens de Deus. Chamamos aqui as palavras de Pedro: «Salvai-vos desta geração perversa.» (Atos 2:40). Vosso em Cristo: VPP

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Chora, Israel

Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que, na Judeia, estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles, OS QUAIS TAMBÉM MATARAM O SENHOR JESUS, e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens. E NOS IMPEDEM DE PREGAR AOS GENTIOS AS PALAVRAS DA SALVAÇÃO, a A FIM DE ENCHEREM SEMPRE A MEDIDA DE SEUS PECADOS; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim” (I Tessalonicenses 2: 14-16).

Vamos tentar compreender os dias que vivemos, especialmente com Israel, à luz da Palavra de Deus, uma vez que, pelas reações e afirmações feitas no meio cristão, por muitos crentes, têm demonstrado um total desconhecimento da Palavra de Deus, e estão completamente desfasados dos planos de Deus. E, muitas delas, estão tão afastadas do programa de Deus que, pergunto-me, se muitos desses crentes professos saberão bem o que é a salvação de Deus, segundo o Evangelho da Graça, e se seguem o Senhor ou alguma religião evangélica.
Estamos muito chocados e sensibilizados com os últimos acontecimentos em Israel. A morte cruel de crianças, idosos, civis inocentes é indescritível. Mas, nem por isso, a causa de Israel é mais justa que qualquer outra que ocorra no mundo, onde todos os dias morrem inocentes de forma infame e cruel, e só porque é Israel. Deus não está mais interessado em Israel do que está com outro povo qualquer. Antes: “anuncia a todos e em todo o lugar, que se arrependam” (Atos 17: 30), “como quer que todos os homem sejam salvos…” (I Timóteo 2: 3-6).

Quero que saibam que Israel só está nesta situação por culpa própria. Deus elegeu aquele povo para ser o seu povo e seus representantes exclusivos na Terra (Deuteronómio 7: 6; 10: 15; 14: 2; 28: 10) . Mas, este povo fez tudo… e Satanás levou-os a tudo na tentativa de dissuadir o Senhor de mantê-los como Seu povo. Romanos 2 faz uma descrição negra de como aquele povo se tornou (17 a 3: 20), ao ponto de dizer:
Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós” (2: 24).
Alem disso, no momento da verdade, decidiram escolher “Barrabás”, “Cesar” e o Anticristo, e mataram o seu Rei, o Santo de Israel, o Senhor Jesus Cristo.

Por isso, Deus retirou-lhes o Reino e o dará a outros:
Portanto, eu vos digo que o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mateus 21: 43).
Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, só o remanescente é que será salvo” (Romanos 9: 27).

Neste momento, Israel caiu na incredulidade, na idolatria e na imoralidade, e Deus afastou-se deste povo como “Povo de Deus”. Israel caiu e está separado de Deus, exatamente como os gentios, colocando-se na mesma situação de pecadores:
Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado, como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” (3: 9-10).

E, historicamente, a sua queda permitiu o início do novo programa: a “Dispensação da Graça de Deus”, que implicou a suspensão da Sua Ira e a manifestação da Sua Graça, Benignidade e Longanimidade, esperando que alguns em Israel e no mundo se arrependam e sejam salvos (Romanos 2: 3-5; 9: 22-24; Efésios 2: 11-18; 3: 1-13; Tito 2: 11-15; 3: 4-6; II Pedro 3: 9, 15-16).

Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!” (Romanos 11: 11-12).
É neste contexto que o apóstolo dá testemunho:
Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne” (Romanos 9: 1-3).
Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação” (Romanos 10: 1).

Mas, logo percebeu que não havia solução para aquele povo, e que eles deveriam ser afastados e julgados como tal.

No entanto, Paulo deixa claro que, não obstante Israel e o mundo estarem afastados de Deus, Ele ainda está a dar uma oportunidade de Salvação, propondo “graça e paz” com a “mensagem de reconciliação”, na base da Sua graça:
E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (II Coríntios 5: 18-19; conforme Romanos 5: 11).

E, neste sentido, Paulo, ainda diz:
DIGO, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.”
Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra. Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos. Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje” (Romanos 11:1, 5-8).

Então, segundo as palavras do Espírito de Deus, Israel caiu, e está entregue à incredulidade, ao pecado, e completamente endurecido. Ainda hoje, grande número são ateus e os outros nunca reconheceram o Senhor Jesus Cristo como “Filho de Deus” ou o “Salvador do Mundo”. E, se virmos as imagens dos atentados ocorridos em Israel nestes dias, vemos os jovens a dançar músicas pagas à volta de uma imagem de um ídolo pagão, que fazia lembrar o povo de Israel no deserto a adorar e a fazer festa ao bezerro de ouro. O texto em título proclama a sentença de Deus:
“… os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido… A fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim” (I Tessalonicenses 2: 16).

Muitos estão com pena de Israel, o Israel incrédulo. Estão com mais pena de Israel que do Senhor Jesus Cristo que morreu às suas mãos, com toda a crueldade. Eles não só queria ver o Senhor morto; queria ver o Senhor sofrer… Deus sofrer! E, estes, estão com mais pena da criatura que do Criador. Esquecem que Israel, como nação, terá de pagar o que fez ao seu Criador e Rei, e "estão determinadas assolações até ao fim" (Daniel 9: 26).

Muitos querem contrariar a Palavra de Deus e mudar os propósitos de Deus… ou contornar, disfarçar e desculpar o estado espiritual Israel. E, aqui vemos como a cristandade está muito longe dos caminhos e propósitos de Deus neste tempo da graça. Nós não somos chamados a orar por Israel ou por qualquer nação, pois o mundo está entregue ao domínio de Satanás (Efésios 2: 2-3; I João 5: 19), e culminará na sua ruina total na Grande Tribulação. Nós somos chamados a orar pelo “Corpo de Cristo”, pelos santos, por causa da compreensão e aceitação da revelação do Mistério (Efésios 1: 16-23) e para a sua edificação (3: 14-21).

Vemos muitos apelos por orações por Israel e por Jerusalém. Isso faria sentido acerca de três mil anos. Atualmente, esse tipo de orações, tal como o chamado “Pai Nosso” não tem qualquer sentido ou aplicação prática, especialmente porque o Espírito de Deus não inspira, hoje, esse tipo de orações, como outras do género, que vão contra a Palavra de Deus para a “Igreja”. E, não sendo feitas no “Espírito” não são respondidas por Deus, como os factos o demonstram. O Senhor deixou-nos exemplos de orações “no Espirito” como são as orações do apóstolo Paulo nas suas epístolas. Essas são o tipo de orações que Deus responde “Hoje”. Outro tipo de orações não contam para Deus porque não prosseguem os seus propósitos e não estão de acordo com a Sua Palavra para os dias de Hoje, a Revelação do Mistério (Efésios 6: 18-20). Deus não está a estabelecer o Seu prometido Reino na Terra. Esse propósito será retomado no tempo próprio de Deus; Deus está a formar um Corpo em Cristo, e tudo que não encaixe nesse propósito é ignorado por Deus. Por isso, e pelo que vejo nas Escrituras do Mistério, atendendo ao que vejo e ouço na cristandade, estão muito desviados e longe do Propósito de Deus.

Não ignorem que Israel vai acabar recebendo as Bestas das Trevas, e a sua capital, Jerusalém, a Babilónia espiritual, será onde estará instalado o Trono de Satanás, quando ele for lançado na Terra (Apocalipse 12 e 13), e se assentará no templo de Deus como um “deus”!
Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus… A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” (II Tessalonicenses 2: 3, 4, 9).
E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o nosso Senhor também foi crucificado” (Apocalipse 11: 8; II Tessalonicenses 2: 3-4).

Por fim, todas as coisas desta Terra estão destinadas à destruição e, só com a vinda do Senhor, primeiramente para arrebatar o “Corpo de Cristo” e, depois, para voltar à Terra para reinar, é que a Terra será purificada e estabelecido o Reino Messiânico (Atos 3: 18-21). Então, “todo o Israel será salvo” (Romanos 11: 25-29), ou seja, os que sobreviverem da Grande Tribulação, o remanescente (Apocalipse 14:1). E, isso, só será possível com a presença do Senhor.

Por isso, querem orar? Orem com as orações no Espírito, conforme as orações que estão nas Escrituras do Mistério: o conhecimento e esclarecimento do Mistério nos santos, a firmeza dos santos no Mistério, e o testemunho dos santos segundo o conhecimento do Mistério. E, no geral, pela salvação das almas. Assim, como os “Salmos” e outros cânticos e orações do V.T. eram exemplos de orações para os crentes de Israel fazerem, designadamente pela prosperidade, vitorias e conquistas, destruição dos seus inimigos, etc., as orações constantes nos escritos de Paulo são um exemplo das orações do Espírito para adotarmos como modelo e que Deus responde efetivamente, porque são as que prosseguem o propósito atual de Deus.

Assim, também, oro, para que o Senhor ilumine os vossos entendimentos e compreendam corretamente os caminhos e propósitos de Deus e, especificamente, não fazer ou dizer nada que esteja em desacordo com Deus e o ofenda. Quem quiser aceitar estes esclarecimentos, que aceite; quem não quiser aceitar, recomendo, seriamente, que estude a Palavra de Deus. Deus vai reclamar obrigações.

Orarei com espírito, mas, também, orarei com entendimento” (I Coríntios 14: 15).