segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

O Tabernáculo de Emanu-El

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e eles o chamarão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: 'Deus connosco'” (Mateus 1:23).

 

E, se disser que a verdadeira data do nascimento do Salvador foi 29 de setembro, data à época, e não o 25 de dezembro?


Usando as Escrituras, podemos datar o nascimento de Emmanuel, o dia da manifestação de Deus em carne, com o nome de Jesus.

Primeiramente, temos de saber que o calendário de Israel é um calendário lunar, e o início dos meses ocorrem nas luas novas. Também, devemos saber que, por causa disso, o primeiro mês do calendário de Israel é Nissan, que corresponde ao nosso março/abril, o calendário gregoriano.

Ora, o pai de João Batista, Zacarias, era sacerdote, “da linhagem [ordem] de Abias" (Lucas 1: 5). Sob a instituição do rei Davi, os sacerdotes de Israel foram organizados em 24 turmas (I Crônicas 24: 7-19). Um sacerdote de cada turma servia uma semana no ministério do Templo (e assim servia uma semana duas vezes por ano). O calendário de Israel começava com Abib/Nisan, equivalente a 16 de março a 15 de abril (Êxodo 12: 1-2; Êxodo 13: 4). A Páscoa foi observada em 14 de abril, iniciando, assim, o calendário religioso de Israel.

A semana da Páscoa (A Festa dos Pães Asmos) durou de 15 a 21 de abril. O primeiro grupo de sacerdotes serviu no Templo nessa época. A turma de Zacarias, que era da linhagem de Abias, era a oitava turma após a Páscoa (I Crônicas 24: 10), colocando assim o serviço de Zacarias aproximadamente oito semanas após a Páscoa (ou 17 a 23 de junho). Este foi o momento em que o anjo do Senhor apareceu a Zacarias para anunciar a conceção de João (Lucas 1: 8-22). Assim que Zacarias e sua esposa Isabel terminaram o serviço da sua turma foram para sua casa nas montanhas da Judeia, e Isabel concebeu João (final de junho - Lucas 1:23-25).

Seis meses depois que Isabel concebeu João no final de junho (Lucas 1: 26), Maria concebia Jesus - no final de dezembro. Assim, o final de dezembro não foi a data do nascimento do Senhor Jesus, mas da Sua conceção pelo Espírito Santo. A conceção de Cristo no ventre de Maria (não como a igreja católica romana ensina, que é a conceção de Maria no ventre de sua mãe) é uma conceção imaculada: foi a conceção de Cristo, e não de Maria, que aconteceu sem pecado (Lucas 1: 35), pela virtude do Altíssimo.

Este sim, foi o grande milagre de Deus: não o nascimento do Senhor, pois Ele nasceu como qualquer criança nasce, mas a Sua concepção, que foi especial e única, pela virtude do Altíssimo. A gestação do Senhor terá ocorrido no início do solstício de Inverno, que normalmente ocorre entre 20 e 22 de dezembro, o dia mais curto do ano, e a noite mais longa do ano. Este ano de 2022 o solstício de inverno começou às 21:45 horas do dia 21. Estes factos apontam para circunstância de, no período mais negro da humanidade, é enviado ao mundo a Luz dos homens (João 1: 4).

Se uma gestação humana perfeita dura 280 dias (9 meses - 8 x 24 ou 4 x 48), o final de março teria sido a data do nascimento de João, o Batista, e a data do nascimento de Jesus, o Emanu-El, seria seis meses depois, ou seja, no final de setembro/início de outubro, que coincidia com a data da festa dos Tabernáculos. 

Durante esta época do ano, lembremo-nos, que Deus tinha determinado a Israel que observasse a Festa dos Tabernáculos, habitando em “cabanas” (tendas, tabernáculos) por oito dias, mais um especial, ou seja, oito dias efetivamente (Levítico 23: 39-44), sendo o primeiro e o último os grandes dias da festa (v. 39). Dias esses que indicavam o nascimento e a circuncisão do nosso Senhor Jedus Cristo. Alguns estudiosos da cronologia bíblica indicam que os dias de festa à época teria sido entre 15 e 21 de Etanim/Tishrei, ou seja, entre 29 de setembro e 5 de outubro. Este ano de 2022 a festa dos Tabernáculos iniciou a 15 de Etanim/Tishrei, que correspondeu ao dia 9 de outubro do calendário ocidental, gregoriano.

Enquanto Israel celebrava a festa dos Tabernáculos em setembro/outubro, Deus estava a fazer a Sua tenda entre os homens, e nasceu como um homem (Jesus Cristo) da virgem Maria e habitou (“tabernaculou”) entre nós! Infelizmente, muito poucos judeus prestaram atenção ao calendário bíblico e aos Escritos sagrados, quanto à data do nascimento de Jesus, o “Emanuel”, o “Deus connosco”. O povo de Deus estava "perdido" no tempo, desconhecendo os seus sinais, ignorando que “Deus estava habitando entre eles” (João 1:14). Exceções, algumas, poucas, como foi o caso de Simeão e Ana (Lucas 2: 25-40) que, por revelação do Espírito de Deus (penso que através das Escrituras) entenderam que aquela seria a data do nascimento do Senhor e, estavam no templo, à espera da Sua presença para os ritos religiosos da circuncisão e da consagração do primogénito.

 

«E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai» (João 1: 14).

"Habitou", gr. 4637 skhnow, significa "instalar uma tenda" ou tabernacolou, como referência à montagem de uma tenda, analogia direta à festa dos tabernáculos.

Esta é uma das evidências que se tratava da época da festa dos tabernáculos, pois como se tratava de uma festa obrigatória para os filhos de Israel, e havia muita concorrência a Jerusalém nesses dias, que chegava a juntar um milhão de pessoas, e muitas vezes mais, fazia que não houvesse lugar na estalagem para o Senhor nascer (Lucas 2: 7), razão porque José e Maria não acharam lugar numa estalagem para o Senhor nascer, e que prova que o Senhor nasceu nesta época e não noutra!

Aqui, também, encontramos uma grande lição. O Tabernáculo, primeiramente, e o Templo de Jerusalém foram, em tempos, as moradas de Deus. Mas, essas moradas eram figuradas e provisórias da verdadeira morada de Deus. Por isso, todo o tabernáculo era e tudo o que o compunha apontava e falava da pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. Agora, o próprio Senhor Jesus Cristo era a morada de Deus, pura e santa. Ele era a Imagem exata de Deus, pois fora "construído" (gerado) à imagem do Pai (Colossenses 1: 15; Hebreus 1: 3).

Mas, não foi somente por isso. O facto do Senhor nascer numa manjedoura pode querer indicar que, como se tratava do período da festa dos tabernáculos, o Senhor não poderia nascer numa casa ou estalagem, mas nascer numa manjedoura, numa tenda improvisada para cumprir os dias que se viviam de festa e, assim, estar dentro da legalidade de Deus. O Senhor estava a habitar na Sua tenda sagrada, cumprindo o dia da festa dos tabernáculos. Não ignoremos que José e Maria iam todos os anos a Jerusalém no período das festas (Lucas 2: 41).

É interessante reflectir que as únicas festas judaicas detalhadas nos evangelhos são a Festa dos Tabernáculos (João 7), que apontam para o nascimento do Senhor (ver v. 37-39), e no seu aniversário Ele ia à festa, e a Festa da Páscoa (João 13-20), que apontava para a Sua morte. 

Outro facto importante que releva esta data como a verdadeira data do nascimento do Messias de Israel e o Salvador do mundo é a presença dos pastores no campo com os seus rebanhos. Dezembro está fora de toda a possibilidade. Fim de setembro/princípio de outubro é uma data normal para o pastoreio em Israel.

Estas são algumas, entre muitas outras, provas que poderiam ser apontadas, mesmo históricas, demonstrativas da verdadeira data do nascimento do Senhor.

 

VFP

2022/12

Resumo de Estudo "Verdadeiro Natal"

 


sábado, 24 de dezembro de 2022

Natal, Um Ato de Amor

 

Natal

Um Ato de Amor, de Humildade e de Sabedoria

 

Quais seriam os atos de um Deus perfeito?

Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. (Gálatas 4:4 ,5 ARC).

 

No tempo determinado pelo Eterno conselho de Deus, o Senhor Jesus Cristo foi enviado ao mundo. Tudo sob o controlo divino, não uma reação fora de tempo!

 

1º UM ATO DE AMOR

Normalmente olhamos o “Natal” na perspetiva do Filho: o nascimento do Filho de Deus! E, esquecemos o lugar do Pai Divino. Mas, a verdade é que, antes de olharmos o natal do Filho, deveríamos olhar o natal do PAI, como está escrito:

«Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu…» (Isaías 9:6).

E, palavras do próprio Senhor, que disse:

«Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste» (Hebreus 10:5)

 

E, nesta perspetiva do Pai se destaca o motivo que o levou a enviar o Filho ao mundo: o AMOR. Por isso, o “Natal” (não a data, mas o nascimento do Senhor Jesus Cristo como ser humano) é um ato do amor de Deus. E, lemos:

«Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho…» (João 3: 16).

«Deus prova o Seu amor por nós em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores». (Romanos 5: 8).

 

Porque, no alto e eterno conselho de Deus, o envio do Senhor Jesus Cristo a este mundo representava a Sua morte às mãos das suas criaturas e da Sua criação!

 

2º UM ATO DE HUMILDADE

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus". "Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez".

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade". (João 1: 1-3, 14).

Ou seja, o Senhor ao criar o mundo estava a preparar o Seu caminho para vir a ele e para a Sua morte. E, este foi um ato de humildade, porque o Senhor desceu à condição mais baixa e ínfima da Sua criação. Não havia nada mais baixa para descer e ser humilhado, porque Ele se humilhou a si mesmo!

 

"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que, também, Deus (Pai) o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome". (2: 4-9).

 

3º UM ATO DE PODER E SABEDORIA

Deus mostra o Seu poder não na grandeza e em coisas grandes, mas nas pequenas coisas e nas coisas fracas! Cristo nasceu em fraqueza e morreu em fraqueza, para que se manifestasse o poder de Deus!

"E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus" (Lucas 1: 35).

"Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo".

"E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo". (Mateus 1: 18, 20).

Isto está escrito para nos mostrar que o nascimento e a ressurreição do Senhor Jesus Cristo foram os maiores atos de Deus, por isso, eternamente programados por SI MESMO.

Todos estes atos de Deus são acompanhados por uma grande sabedoria!

Deus apanhou os sábios na sua própria sabedoria, usando as coisas loucas do mundo para confundir as fortes! E Deus usou as coisas fracas deste mudo para confundir as fortes!

Este aspeto é muito significativo porque, desde as Palavras de Deus de Génesis 3: 15, que os adversários de Deus fizeram tudo para impedir o Seu nascimento; mas a sabedoria e o poder de Deus confundiu os adversários pelo caminho da humildade; e, quando todos esperavam os Seu nascimento num palácio e num berço de ouro, o Senhor nasceu isolado, em local “desconhecido” e ignorado por todos! Mas, ali, estava o gesto da sabedoria e do poder de Deus!

 

A mensagem de Deus é que temos de nos identificar com o AMOR de Deus, na salvação; na humildade de Cristo na experiência da Salvação; e no PODER e SABEDORIA do Espírito Santo para nos proteger e levar-nos para a Sua presença.

 

VFP

(Resumo de Mensagem de Natal, 2022/12)

 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Quem Decide Ser Salvo?

A salvação de Deus é imposta? Deus vai impôr a Sua salvação aos incrédulos? Serão, obrigatoriamente, todos salvos?

Vamos analisar algumas questões que espero que ajude os amados de Deus a entender o "Espírito de Deus" e a "Mente de Cristo":

Vejamos os textos:

"Eu quis... mas tu não quiseste!"


"E chamou os que quis..."

Noutra ocasião o Senhor diz que estes que escolheu foram os que o "Pai lhe dera... e nenhum se perdeu... senão o filho da perdição" (João 17: 12).


"E não quereis vir a mim..."

A "vontade" é fundamental! A vontade do Pai, a vontade do Filho e a vontade dos interessados. Neste caso, é aquilo a que chamamos, comummentemente de "livre arbítrio".

Livre arbítrio é o poder que cada indivíduo tem de escolher suas ações, que caminho quer seguir. A expressão "livre arbítrio" não está na Bíblia, no entanto, em diversas passagens podemos ver que Deus dá ao ser humano o poder de escolha.


Outra questão imprescindível é a fé, o ato de compreender e crer, confiar em Deus, ou seja, na Sua Paravra, confiar no que Ele diz, quanto à salvação.

Exemplos:




Notem: todos viram e experimentaram a libertação do Egipto, mas nem todos entraram na bênção. Deus não se agradou da maior parte deles...

Hebreus 3, falando destes episódios diz que foi por causa da sua incredulidade...
COMO FIGURAS... COMO EXEMPLO...
E, diz, que a causa principal de não participarem do repouso de Deus foi a sua incredulidade...



Mas, poderão dizer: este era o modelo para o programa profético. No período ou ERA da graça o modelo é diferente!!! Será?

Não citou Paulo que os casos utilizados eram figuras e exemplos?

Outros exemplos:
Romanos 10: 8-13; I Coríntios 15: 1-4; II Coríntios 5: 18 -6: 3; Efésios 1: 13-14; Colossenses 2: 6.




Um dos textos mais utilizados pelos Universalistas é II Coríntios 5. Analisemos:


Neste texto o apostolo aborda 2 coisas: (1) o plano de Deus para hoje, o "DIA DA SALVAÇÃO" (6:2), o "plano da reconciliação"; e, (2) o ministério/serviço implícito desse plano que foi confiado a Paulo, o "Ministério da Reconciliação", que consistiu em divulgar a Palavra ou a Mensagem da Reconciliação ao mundo.
Ministério > Embaixadores > Cooperadores > "Vos rogamos" = "não recebais a graça de Deus em vão".

Ora, se a bênção da reconciliação e paz com Deus fosse indiscriminada e sem necessidade da fé, porque ele diz:
- "Reconciliai-vos com Deus..." e,
- "Não recebais a graça de Deus em vão..."

Outras expressões com relevância são:
"DEUS ESTAVA EM CRISTO..." e,
"Os que estão em Cristo..."

"Somos embaixadores em nome de Cristo..." e,
"Em nome de Cristo vos rogamos..."

Assim, não deixa dúvidas que, se bem que a proposta da reconciliação seja universal para a humanidade, só os reconciliados que estão em Cristo é que irão desfrutar dessa bênção. E, disso Deus deu prova com os exemplos que encontramos nas Escrituras: sejam os exemplos que apontam para o castigo futuro e final, como exemplos das bem-aventuranças dos eleitos de Deus nas diversas esperanças: terrenas e celestiais.