sábado, 15 de abril de 2023

Novas Criaturas

"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (II Coríntios 5: 17).

Paulo tinha duas preocupações distintas na "educação espiritual" dos novos convertidos, que constituiam duas realidades completamente opostas: uma dos judeus e outra dos gentios. A verdade que temos de compreender e aceitar é que, em Cristo, já não há judeu ou gentio: na "conversão" nós deixamos a nossa identidade humana e passamos a ter uma nova identidade, somos uma nova criação, com a natureza de Deus, somos Cristos ou Cristãos (Gálatas 3: 27-28; Efésios 2: 11-18).

Então, por um lado, estavam os judeus, que traziam a sua religião, tradições e práticas segundo os rudimentos ou ensinos do mundo, terrenos, como era o judaísmo reproduzido e ensinado por Moisés e os proferas, e reproduzido nos evangelhos messiânicos, os quais era necessário livrarem-se disso para desfrutarem da nova vida cristã que é espiritual (Gálatas 5-6). Nós, agora, em Cristo é que somos os servos de Deus, e preparados para o serviço, desde que nos livremos dessa forma religiosa de servir a Deus.

"...guardai-vos da circuncisão! Porque a verdadeira circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito..." (Filipenses 3: 2...).

 

Por outro lado, e com características diferentes, eram os novos convertidos gentios. Eles não traziam uma cultura religiosa mas o grande problema era a imoralidade, porque os ídolos facilmente abandonavam com a conversão (I Tessalonicenses 1: 9-10).

"E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os gentios..." (Efésios 4: 16...).

 

Penso que o judaísmo, por ter sido instituído por Deus (mas suspenso temporariamente), foi o que causou mais problemas ao ministério de Paulo, e hoje, com outro tipo de conceitos e nova capa, mantém-se no seio das igrejas, causando as mesmas preocupações; e, em termos de gravidade, o espírito religioso é tão prejudicial como a imoralidade, corrupção e depravação moral, como referido em I aos Coríntios 5: 1.

Quanto às questões morais, estas, também, têm invadido as igrejas, toleradas e protegidas por muitos líderes quando se tratam de casos familiares, amigos, ou crentes "importantes". A preocupação dos líderes centra-se no número de membros para sustentar o seu sistema; mas, a reprovação de Deus é muito clara!

A imoralidade tem tornado as igrejas locais verdadeiramente irreconhecíveis, quanto ao mundo, especialmente por serem invadidas com múltiplos casos de divórcios, prostituição e adultério e já alguns casos de homossexualidade, como é normal no mundo!

Esta dualidade práticas ocorre em Colossenses 2 e 3. No texto de 2: 4 a 3: 4 temos a questão da libertação religiosa; no texto de 3: 5 a 17 temos as questões morais a remover.


Textos complementares:

"E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os gentios, na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração, os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para, com avidez, cometerem toda impureza. Mas vós não aprendestes assim de Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus, que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade." (Efésios 4: 17-24).

"Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que continueis a progredir cada vez mais; porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus."

"Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra, não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. E que, nesta matéria, ninguém ofenda nem abuse a seu irmão; porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também, antes, vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo." (I Tessalonicenses 4: 1-8).

Este texto é semelhante ao descrito em Gálatas 5: 16 - 6: 10; Efésios 5: 3 a 13; Colossenses 3: 3-13, entre outros, que recomendo, vivamente, a sua leitura cuidada e sincera.

Agora, "quanto a esta matéria" (como diz o apóstolo), não entendo a dificuldade que alguns têm em entender  e aceitar estas questões de integridade conjugal, quando João Batista disse:

"Porque Herodes tinha prendido João e tinha-o manietado e encerrado no cárcere por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la." (Mateus 24: 3-4). E ele era descrente e gentio! Caso alguns tenham a pretensão de justificar os casamentos de divorciados por terem ocorrido ao tempo da incredulidade!

Só posso admitir esta tolerância por "cegueira espiritual" ( II Coríntios 4: 4; Efésios 4: 16-17) ou bloqueio e negligência para receber a verdade de Deus (Hebreus 5: 11; 6: 12; Efésios 5: ), como dizem os textos supra citados.

Mas a lucidez espiritual não é para todos. Sei, somente, que os que forem agraciados com a misericórdia de Deus de andarem em pureza, Deus os abençoará; e, os que andarem mal, o mal mais os dominará e condicionara; no fim, Deus vingará estas coisas, "não somente aos que as fazem, mas também consentem aos que as fazem." (Romanos 1: 36).

 

Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo.” (I Tessalonicenses 4: 1-8).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 10 de abril de 2023

A Defesa do Evangelho

Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho.” (Filipenses 1: 17).

Entre outras funções, o apostolado de Paulo destinava-se a “Defender o Evangelho”, garantindo que Ele fosse transmitido e divulgado integralmente da sua pureza (v. 7):

E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; aos quais, nem ainda por uma hora, cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós.” (Gálatas 2: 5-6).

Paulo, por mandamento e vontade de Deus, foi constituído apóstolo, aquém foi confiada a Palavra da graça de Deus (I Coríntios 1:1; II Coríntios 1: 1; Efésios 1:1; Colossenses 1: 1; II Timóteo 1: 1).

Mas, no tempo certo, manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador.” (Tito 1: 3).

Também foi constituído “ministro”, “pregador” e “doutor ou ensinador dos gentios”:

“…pela graça que por Deus me foi dada, que eu seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.” (Romanos 15: 16)

Para isto fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade, não minto), mestre dos gentios na fé e na verdade.” (I Timóteo 2: 7).

(Deus) “que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios.” (II Timóteo 1: 9-11)

Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios, se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado por revelação como acima, em pouco, vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo.” (Efésios 3: 1-4; ver, tb: Romanos11: 13).

 

E, por aqui vemos que, a Paulo, como apóstolo e represente do “Corpo de Cristo” na terra, por ordem direta do próprio Deus, era o “mordomo” ou “despenseiro” da casa espiritual de Deus, a Igreja “Corpo de Cristo”, a quem lhe foi confiado toda a instrução do “Evangelho da Graça de Deus”, à semelhança de Moisés que fora o “mordomo” da casa terrena de Deus, que recebera as instruções de Deus para Israel (Hebreus 3: 1-6).

Então, neste contexto, Paulo foi chamado para ser “defensor do evangelho”, para garantia de que ele fosse comunicado com toda a pureza e fidelidade.

E, aqui, surge a grande questão:

Será que fomos chamados a substituir Paulo na “defesa do Evangelho”? Será que somos chamados a combater pela verdade? Isso implicaria debates e conflitos à volta da Palavra de Deus! E, será que o Senhor nos deu essa autoridade? Será que o Senhor nos conferiu essa responsabilidade? Com que meios? Com que capacidades?

Bem, olhando para algumas afirmações de muitos “crentes”, especificamente de “Anciãos” instituídos (não designados pela Palavra), doutores, ensinadores, comentadores ou mesmo professores de seminários bíblicos, vejo que não se enxergam, verdadeiramente; não sabem o que são humanamente e as limitações que têm espiritualmente, enquanto estamos neste corpo de pecado. Se tivéssemos a mínima noção do que somos na carne, humilharmo-nos-íamos diante de Deus e estaríamos muito mais calados com as afirmações pessoais.

Não! Nós, crentes, simples membros da Igreja “Corpo de Cristo”, não temos a mesma vocação que os apóstolos, profetas e os demais dons da Igreja, que eram os fundamentos do “edifício” espiritual. Esses é que foram colocados no “Corpo” para (1) revelar e (2) defender a verdade do Evangelho da graça (Gálatas 2: 5, 14). Esses servos de Deus, foram capacitados pelo próprio Deus com dons ou capacidades especiais e outros atributos para desempenhar essas funções. Paulo, p.ex., tinha uma chamada diretamente de Deus, desde o ventre de sua mãe, para este ministério (Gálatas 1: 14…). Paulo, a Tito (1: 1-4) diz que foi por mandamento de Deus… por ordem expressa e direta de Deus… no grego significa “edito imperial”, para desempenhar essas funções. Ele fala de uma graça especial (I Coríntios 15: 9-11). E fala do “poder” que acompanhava esse ministério (Romanos 15: 19; II Coríntios 6: 7; 12: 11-12; I Tessalonicenses 1: 5). Eles tinham os dons de Apóstolo, profeta, doutores, de discernir os espíritos, variedade de línguas e interpretação das línguas (I Coríntios 12), de modo que não havia erros de compreensão e de interpretação!

Aquele período, era a fase da “colocação dos fundamentos” da Igreja “Corpo de Cristo” (I Coríntios 3: 9-17; Efésios 2: 20-22; 3: 5; 4: 11-13), e da “revelação” deste novo plano e programa para o mundo – a “Dispensação da Graça de Deus”, e/ou “Dispensação do Segredo de Deus” (Efésios 3: 2 e 9) e, por isso, o Senhor deu instrumentos especiais para divulgar esta revelação de Deus, que não estava ainda consignado em escritura física (I Coríntios 2: 9-14; II Coríntios 12: 4; Efésios 2: 20; 3: 5; 4: 11-13; II Pedro 3: 15-16). Tendo sido concluída e passada a escrito, só depois do apóstolo chegar a Roma (Romanos 15: 29 com Colossenses 1: 25; II Timóteo 4: 17).

Depois que a revelação ficou completa e passada a escrito físico (porque já havia a Escritura espiritual, na mente de Deus – Gálatas 3: 8; II Timóteo 1: 9) os dons especiais, ou dons sinais, ou capacidades sobrenaturais, foram retiradas do “Corpo” e a Palavra de Deus deixou de ser passada oralmente pelos dons para ser passada pela Revelação escrita, os escritos do apóstolo do “Corpo de Cristo”, Paulo. E, Pedro, confirma isso (II Pedro 3: 15-16).

E, disse: “O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.” (I Coríntios 13: 8-10).

“O perfeito”, no grego é neutro, que deve ser lido como “aquilo que é perfeito”, o estado de maduro espiritualmente, que contrasta com o estado de menino. O “que é em parte” é uma referência aos “dons”, porque “em parte conhecemos e em parte profetizamos” ou manifestam-se pelos dons” (v. 9).

Agora, Deus não fala por inspiração oral, por manifestação de quaisquer dons, MAS pela sua Palavra escrita e concluída:

Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.” (II Timóteo 3: 16-17).

 

Fico estupefacto com a presunção e blasfêmias que “soam” na cristandade, onde os líderes dizem-se detentores de uma autoridade que Deus nunca lhes conferiu nem têm credenciais ou alguma coisa que o confirme, senão, somente, a sua própria palavra, em oposição à Palavra e Revelação de Deus. Nós, membros comuns do “Corpo de Cristo” assiste-nos simplesmente, conhecer, estudar, meditar e esperar que o Senhor “abra a nossa mente” (Efésios 1: 15-17), e o nosso “espírito” (Romanos 8: 14-14), para entendermos o que nos deixou revelado (II Timóteo 2: 7). Agora, se queremos saber a vontade de Deus é lendo o que o Senhor nos tem deixado escrito por Paulo (Efésios 3: 1-4; II Pedro 3: 15-16). E, o único caminho é a graça de Deus e total humildade e disponibilidade nossa mental e espiritual para aprender das Escrituras de Deus.

 

E, porque não temos qualquer autoridade conferida por Deus, nem credenciais sobrenaturais que o confirmam, não nos devemos envolver em discussões da Palavra de Deus, mas estudar e aprender com todos os membros do “Corpo de Cristo”, como diz em Efésios:

Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.” (4: 15-16)

Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas coisas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus sejam solícitos na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens. Evita discussões insensatas, genealogias, contendas e debates sobre a lei; porque não têm utilidade e são fúteis. Evita o homem faccioso (divisionista), depois de admoestá-lo primeira e segunda vez, pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada.” (Tito 3: 8-11).

Nós não somos chamados a defender o Evangelho, porque não temos dons, capacidade nem autoridade conferida por Deus para o fazer; mas devemos, isso sim, conhecer o evangelho e vivê-lo no nosso dia a dia:

Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.” (Filipenses 1: 27).

 

quinta-feira, 6 de abril de 2023

A Presente Verdade

Paulo escreveu:
“Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova CRIAÇÃO é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (II Coríntios 5: 16-17)
 
Não entendo porque é que os crentes que andam na igreja anos e anos, décadas, e não conseguem perceber esta diferença: “Cristo segundo a carne” e Cristo segundo a NOVA CRIAÇÂO DE DEUS, segundo o Espírito, o Celestial, glorificado como “Cabeça da Igreja Corpo de Cristo” (Efésios 1: 19-23)! Isto explica as divergências de entendimento da Palavra de Deus e as divisões que se fazem nesse sentido.
 
Vejamos:
“Não conhecemos” a Cristo segundo a carne… Já não o conhecemos desse modo…”:
 
1. Cristo foi ministro da circuncisão para confirmar/cumprir as promessas feitas aos patriarcas” (Romanos 15: 8). Eles esperavam o reino terreno messiânico. Que tem a ver isso com Cristo como Cabeça da Igreja “Corpo de Cristo” e com a própria Igreja “Corpo de Cristo” que espera o arrebatamento de Cristo para nos levar à nossa posição celestial?
 
2. “Cristo nasceu debaixo da Lei, para remir os que estevam debaixo da Lei” (Gálatas 4: 4-5). Que isto tem a ver com a Igreja “Corpo de Cristo”? Se o Senhor nasceu debaixo da Lei, como é que os crentes insistem em seguir o Senhor dessa forma? Estão a ser rebeldes e viver contra a obra de Deus: Ele morreu para nos resgatar da Lei; mas os crentes insistem a viver segundo a Lei, que é o modelo de vida relatado nos evangelhos messiânicos!
 
3. “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.” (Mateus 5: 17). Isto, não para nós seguirmos as suas pisadas, como muitos ensinam, MAS, precisamente, para pudermos ficar livras desses caminhos, que não conseguíamos cumprir. Mas, não compreendo como os pregadores pregam, ainda, esta mensagem, citam esses versículos, em rebeldia com Deus! Cristo morreu para nos livrar; os crentes insistem em “escravizar” os crentes naquilo que o Senhor nos livrou! Não entendo, porque não entendem que “estão a estabelecer aquilo que o Senhor aboliu” com a Sua morte! Estão a ir contra a obra de Cristo (Efésios 2: 15; Gálatas 4: 9; 5: 1-10).
 
4. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Romanos 6: 14). É difícil entender isto? Paulo fala da “Dispensação da graça de Deus que para os gentios foi confiada a Paulo” (Efésios 3: 2-4). “Dispensação” significa instrução, “ENSINO”, o “ensino da graça de Deus”!
 
5. “Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? (…) Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus…; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Romanos 7: 1-6). Este e o modelo de vida, o ensino, a graça, a esperança que Deus concedeu à Igreja “Corpo de Cristo”, em Cristo… nada tem a ver com o ensino antigo, messiânico, terreno e para Israel.
 
6. “Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!”
“Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.”
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este Mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.” (Romanos 11). Ou seja: a queda de Israel alterou os seus planos para o mundo: Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia (v. 32) – a benignidade de Deus (2: 4), que é uma referência à dispensação a graça de Deus (Tito 2: 11-15; Efésios 3: 2), ou à longanimidade de Deus falada por Pedro (II Pedro 3: 9, 15-16; Tito 3: 4-7). E, esta manifestação da graça de Deus é temporária, até que a plenitude ou a totalidade dos gentios haja entrado na salvação de Deus; depois, também os gentios serão cortados, pois não estão a permanecer na “benignidade de Deus” e Israel será novamente enxertada!


Como Explicar?
Como explicar estas divergências? Como explicar a falta de capacidade de entender estas diferenças: do Cristo segundo a carne e Cristo segundo o “Corpo de Cristo”? Hoje Cristo é “UMA NOVA CRIAÇÃO” DE DEUS com a imagem do próprio Deus.
"Novo" no grego implica uma nova natureza bem diferente de qualquer coisa existente anteriormente, não apenas recente, que é expressa por uma palavra grega diferente (Gálatas 6:15). “Criatura”: literalmente, “criação”. Como nós estamos “em Cristo”, também “Deus estava em Cristo” (II Coríntios 5: 19) (In Comentário Bíblico Jamieson-Fausset-Brown).
 
“… pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos; e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.” (Colossenses 3: 9-11).
 
Que tem a ver isto com o velho ensino messiânico? Porque os ensinadores insistem em divulgar ensinos que o Senhor já aboliu? Eram sombras e transitórios (Colossenses 2: 16-17; tipo ou exemplo de Hebreus 8: 5, 13) – “Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar.”
1.      Sabemos que “o deus deste século cegou os entendimentos” (4: 4), como sabemos que o Senhor pode, também, privar muitos crentes de entender muitas das Suas verdades: “olhos para não verem, ouvidos para não ouvirem… e corações endurecidos…” (Romanos 11: 10), por causa da dureza e teimosia dos crentes (II Timóteo 2: 25).

2.     Paulo diz que “a fé não é de todos” (II Tessalonicenses 3: 2); como, nem a todos foi dado a conhecer os “mistérios do Reino dos Céus” (Mateus 13: 11), como os “mistérios da graça de Deus” (Efésios 6: 19; Colossenses 4: 3; II Tessalonicenses 1: 8-9; 2: 11-12).
 
3.      Não foi por acaso que o nosso apóstolo, dos gentios, tivesse orado:
“… lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê, em seu conhecimento, o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais…” (Efésios 1: 16-18).
E, depois de orar, escreve sobre o assunto, a ver se chegamos ao seu conhecimento:
“… se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo.” (3: 2-4).


Pergunto-me: Porque os crentes não entendem as coisas de Deus; porque não pensam todos o mesmo, como diz a Escritura?
"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer." (I Coríntios 1: 10)

"Completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade..." (Filipenses 2: 2).

"Até que todos cheguemos à unidade da fé..." (Efésios 4: 1-13).

Porque é que os crentes sinceros, membros do "Corpo de Cristo" não têm o mesmo sentimento, o mesmo pensamento e não estão unidos na fé, quando o Senhor criou e proporcionou todas as coisas para isso? Que vamos dizer ao Senhor quando estivermos perante Ele no Tribunal de Cristo? Que desculpas vamos dar? E, não é só por pensarmos diferente dos outros irmãos; é por pensarmos diferentes do próprio SENHOR e pelo mal que promovemos neste mundo aos santos com discussões, intrigas, invejas, rivalidades, partidarismos, denominações e divisões.

1) Será que os crentes são simples “assistentes” e não estão salvos e não têm o “espirito de Cristo" para perceberem a revelação celestial, do “Mistério de Cristo”? Paulo dizia: “se alguém não tem o ‘espírito de Cristo’ esse tal não é dele” (Romanos 8: 9). E: “Deus deu-nos o Espírito de Seu Filho” (Gálatas 4: 6), E: “nós temos a mente de Cristo” (I Coríntios 2: 16). Não há razões para os verdadeiros crentes não entenderem a Verdade de Deus como o Senhor revelou ao nosso apóstolo.
 
2) Serão as suas emoções, os afetos que bloqueiam a sua capacidade espiritual de raciocinar e meditar? Muitos dizem, na igreja, como os católicos romanos: “nasci assim, vou morrer assim”!
 
3) Será que querem andar segundo os outros crentes, amados e amigos! Isto é uma forma disfarçada de seguir uma religião: com outro nome, mais apelativo ou evangélico, mas é religião! A quem seguimos, exatamente? Sejamos honestos! Os crentes, muitas vezes, não seguem o Senhor, de verdade, mas seguem um “linha doutrinária”, em detrimento de outras! E, quem garante que os seus autores, cuja honestidade e sinceridade não discutimos, estavam certos? Todos têm algum entendimento correto, mas nada garante que estivessem certos em tudo! As igrejas dos “Irmãos” seguem ao Senhor, mas na linha doutrinária Irlandesa de J. N. Darby e C. I. Scofield e outros amigos seus (1825); Os crentes "Batistas" seguem ao Senhor, mas na linha doutrinária Holandesa de John Smith e Thomas Helwys (1607); As Igrejas da “Assembleia de Deus” e “Pentecostais” seguem o Senhor na linha americana de Charles Parham e outros (1901); e por aí sucessivamente! Muitos homens de Deus marcaram a fé e a vida de muitos crentes, designadamente Spurgeon, Wesley, Lutero, Calvino, Knox… Mas, não podemos dizer que eles estivessem certos em todos os temas que entendiam e criam da Palavra de Deus! Tanto é que, muito divergiam entre si no conhecimento de Deus! E, igualmente, poderemos aprender coisas interessantes destes irmãos que nos deixaram os seus escritos; mas, a nossa referência tem de ser a Palavra de Deus e nós devemos ter uma relação pessoal com Deus e com a Sua Palavra! Mesmo que isso implique ir encontra o entendimento dos demais crentes que nos rodeiam!
 
4)      Devemos atender à voz de Deus revelada na Sua Palavra, agora revelada a Paulo para a Igreja que fazemos parte, a Igreja “Corpo de Cristo”! (I Coríntios 2: 9-10). E, para entendê-la, devemos “comparar escritura com escritura” (v. 13) – comparar aquilo que é comparável, – como “confrontar, separar ou dividir a escritura com escritura” (assim no grego: II Timóteo 2: 15), – separando aquilo que é diferente – , “reconhecendo/aprovando as coisas que são diferentes” (assim no grego (Filipenses 1: 10).

5)      Uma coisa é certa:
a.  Aqueles que resistem às palavras do Senhor através de Paulo, são um “sinal de perdição” (Filipenses 1: 28; 3: 17-19; I Timóteo 6: 3-5; Gálatas 5: 1-10; 19-21);
b.  Aqueles que resistem a Paulo resistem a Deus, uma vez que o seu apostolado e a Palavra que lhe foi confiada, foi por mandamento /ordem/edito de Deus (Tito 1: 1-3; Romanos 13: 1-2).
6) O perigo de não respeitar a revelação dada ao apóstolo Paulo é tão sério e importante que pode levar muitos "crentes" à perdição:
Pedro percebeu isso, quando percebeu que Deus tinha uma nova mensagem: não a restauração do Reino em Israel (Atos 1: 6-7), quando verificou que os acontecimentos do Reino não estava a ter continuidade, como foi explicado por Paulo quando foi a Jerusalém (Gálatas 2: 1-10). E, dá testemunho da nova mensagem, a mensagem da longanimidade e graça de Deus (II Pedro 3: 9, 15-16), dizendo que “os indoutos e inconstantes torcem para sua própria perdição” (v. 16), acrescentando:
“…que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade” (2:1).

7) E, todos darão contas a Deus das palavras que disserem! (II Coríntios 5: 1). Paulo diz: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Coríntios 3: 10-11).

Eu não queria estar na “pele” de muitos pregadores e ensinadores que não dividem bem e corretamente a Palavra de Deus, especialmente ensinos que o Senhor “aboliu” com a morte de Cristo!


Motivos:
Deus não impõe nada a ninguém: Não impõe a salvação a ninguém, como não impõe o Seu conhecimento a ninguém; mas, no grande Dia, vai pedir contas. Nós, também, não queremos impor o nosso entendimento a ninguém, mas, com a nossa exposição, tentamos ajudar com aquilo que o Senhor nos tem ajudado a entender, para que o maior numero possível de santos atinjam a "Unidade da Fé", o "pleno conhecimento do Filho de Deus", atingirmos a maturidade espiritual plena! Só nós é que podemos sair beneficiados; como, só nós é que podemos ser prejudicados, se não atingirmos o conhecimento de Deus corretamente e não chegarmos à maturidade plena: e, esse prejuízo será vivermos coisas que o Senhor aboliu, vivermos coisas que, espiritualmente, nos prejudicam... e por fim, ainda sermos reprovados no Tribunal de Cristo! Consequências negativas atuais e futuras!
 
Para já, tenho dito!
Boas e importantes reflexões!