No que creio e no que posso crer?
Evangelho
«Conforme o evangelho da glória do Deus bem-aventurado, que me foi confiado» (I Timóteo 1:11).
Introdução
Tem havido alguma discussão – o que parece resultar da falta de algum esclarecimento – acerca do Evangelho que agora salva, ou seja, a mensagem que agora salva. Por um lado, surge a ideia que o evangelho é sempre o mesmo, desde Adão até Paulo; por outro, e admitindo que haja alguma diferença, diz-se que qualquer mensagem de qualquer evangelho poderá salvar. Mas, será assim? Será isso que Deus diz?
O assunto é mais sério do que os teólogos colocam no tema, porque é uma questão que mexe com o destino eterno das almas. E, nesta matéria, como ministros de Deus, temos a obrigação de estar esclarecidos e sermos capazes de esclarecer os que desejam ser salvos.
Por essa razão, propusemo-nos analisar algumas considerações que a própria Escritura faz, oportunas e imprescindíveis para o esclarecimento desta verdade. Essencialmente, o propósito é deixar a Escritura falar por si mesmo. Por isso é que a está escrito:
«As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.» (I Coríntios 2:13).
Quem entender, dê graças a Deus; quem não entender, só lhe resta orar:
«Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais...» (Efésios 1:16-17);
E estudar o que Paulo escreveu, como disse:
«Pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo...» (Efésios 3:4).
Pois, não nos podemos dar a discussões ou a debates, já que o Senhor também não o fez:
«E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos» (II Timóteo 2:24-26).
Problemática
Uma dos principais obras de Satanás no tempo presente é atacar o Evangelho da Graça de Deus, ou seja, perverter a Sua mensagem (Gálatas 1:7) de forma que, aqueles que desejem ser salvos não o possam ser por falta de conhecimento da sua mensagem na sua pureza.
O Apóstolo Paulo teve o cuidado de avisar os ensinadores do seu tempo, quando disse:
«Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demónios...» (I Timóteo 4:1).
E, também disse:
«Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.» (II Coríntios 4:3-4):
Para melhor esclarecimento, e para que não haja dúvidas, o melhor é deixar a Escritura falar por si mesma, sem procurarmos dar explicações da nossa cabeça ou da nossa tendência religiosa. A nós só nos caberá colocar algumas questões que colocam em causa – não o que a Escritura diz, mas – o que muitos vão ensinando para seu próprio prejuízo e dos seus ouvintes.
O Evangelho Anunciado a Abraão
«Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.» (Gálatas 3:8).
O que dizia o Evangelho anunciado a Abraão? Abraão creu em Deus que lhe disse o quê? Será que Deus falou a Abraão o mesmo que revelou a Paulo? Mas, Paulo disse que o seu Evangelho fora mistério desde todos os tempos e gerações, como Abraão poderia saber isso? Deus equivocou-se ou alguns ensinadores é que estão equivocados? (Romanos 16:25; Efésios 6:19; Colossenses 1:21-29).
O Evangelho Anunciado Pelo Senhor no Seu Ministério Terreno
«Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.» (Marcos 1:14-15).
Que evangelho o Senhor Jesus Cristo pregou no Seu ministério terreno? Diz o texto sagrado: O Reino de Deus está próximo. Não será o Reino que o profeta Isaías, Daniel e João falaram? Há outro reino de Deus a ser instalado no mundo? E, se estava próximo, porque não veio? A Profecia falhou? Os profetas enganaram-se? Será que era a mesma mensagem de Paulo? Que “Jesus iria morrer pelos nossos pecados e ressuscitaria ao terceiro dia”, conforme I Coríntios 15:1-4? Se era, porque isso não está escrito aqui? Será que o Senhor os queria induzir em erro? E, porque Pedro não entendeu nada disso quando o Senhor disse que iria morrer? (Mateus 16:22). Então, Pedro estava perdido, uma vez que não entendia nada da morte do Senhor Jesus Cristo? Mas, o Senhor disse dele: “Já estais limpos!” (João 13:10).
O Evangelho Anunciado Por Pedro e Pelos 12 no Pentecostes
«E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for baptizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão-de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demónios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.» (Marcos 16:15-18).
Pergunto: Que evangelho era este? Crer e ser baptizado será salvo? Que é que isso tem a ver com o evangelho da graça de Deus anunciado por Paulo? (Efésios 2:8-9) Mais um engano?
Mas, se houver alguma dúvida acerca disto, vejamos o que Pedro disse na Sua primeira mensagem no Pentecostes:
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja baptizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.» (Actos 2:38).
Será que Pedro insistiu no erro: crer e baptizar para salvação? O baptismo na água era uma condição instrumental e essencial para o crente ser salvo, na mensagem messiânica? (Lucas 7:29-30). Além disso, porque é que os sinais não seguem aos que hoje crêem? Será que o Senhor estava equivocado quando disse estas palavras aos discípulos? Será que estes sinais eram temporários, como alguns tentam fazer-nos crer? Ou será que o Evangelho revelado a Paulo para os dias de hoje é diferente?
Façamos uma comparação: O Evangelho de Pedro e o Evangelho de Paulo:
«E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.» (Mateus 24:14);
Paulo escreveu:
«Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro» (Colossenses 1:23).
Paulo diz que o Evangelho que lhe foi confiado foi anunciado a toda a criatura. E o fim, referido em Mateus 24:14, não chegou? Mais uma vez, o Senhor equivocou-se, ou os homens corruptos de entendimento e privados da verdade é que lavram em erro e tentam enganar a alguns? (I Timóteo 6:5). Não será que o Senhor está a falar de coisas diferentes? Ou seja, de evangelhos diferentes?
O Evangelho Eterno:
«Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.» (Apocalipse 14:6-7).
O Evangelho Eterno é um evangelho anunciado por um anjo. Que diz ele? O mesmo que o Apóstolo Paulo? “Temei a Deus... é chegada a hora do seu juízo!” O que é que isso tem a ver com o Evangelho anunciado pelo Apóstolo Paulo? Onde está a graça aí anunciada?
O Evangelho de Paulo: “O Meu Evangelho!”
«Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.» (Actos 20:24).
«Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.» (Romanos 10:8-10).
«Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.» (Efésios 2:8-9)
«Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão.» (I Coríntios 15:1-2).
Esta mensagem fazia parte do Mistério de Deus: «A palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho...» (Efésios 6:19); Oculto em Deus desde os tempos eternos e revelado e confiado ao Apóstolo Paulo para completar a revelação da Graça de Deus:
«Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos, mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador...» (Tito 1:1-3)
Paulo faz Diferença do Seu Evangelho do Evangelho que Pedro pregara:
«E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão (porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios)...» (Gálatas 2:6-8).
Por isso disse:
«Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. E subi por uma revelação e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios» (Gálatas 2:1-2).
E, as diferenças, em termos de origem, conteúdo, efeitos e propósitos são abismais: basta analisá-las!
Vejamos, mais, o que Paulo diz do seu Evangelho:
«Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos, e que, agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações...» (Romanos 16:25-26).
Deus confirma os seus remidos – não com uma mensagem qualquer, mesmo que esteja contida Bíblia, mas – somente com a mensagem que faz parte da revelação dada ao Apóstolo Paulo. Além disso, a pregação de Jesus Cristo é de acordo com o “Mistério” e não de acordo com o que os profetas disseram. Pois, diz:
«Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.» (II Coríntios 5:16-17).
«Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho, para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre.» (I Timóteo 1:9-11).
Que manifestação foi esta do Senhor? Quando nasceu menino? Quando se manifestou a Israel? Mas, Paulo nunca esteve com o Senhor durante o Seu ministério terreno! A única manifestação que o Apóstolo Paulo teve do Senhor Jesus Cristo foi a caminho de Damasco e lhe anunciou, primeiramente a ele, este Evangelho da Graça de Deus (Actos 9).
Vejamos mais:
«Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfémias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais.» (I Timóteo 6:3-5).
Que “sãs palavras” são estas? As relatadas pelos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, relativas ao período do ministério terreno do Senhor Jesus Cristo, ou às “sãs palavras” do Senhor Jesus Cristo glorificado? Porque é que Paulo nunca cita qualquer palavra do Senhor relatada nos Evangelhos[1] ? A única citação que Paulo faz das palavras do Senhor Jesus Cristo no Seu ministério terreno não foi citada pelos quatro evangelistas (Actos 20:35). Certamente tem o propósito de marcar diferença!
O Perigo de não Aceitar o Evangelho de Paulo
«Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.» (II Coríntios 4:3-4).
«Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema. Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo. Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.» (Gálatas 1:6-12).
Pedro chama a nossa atenção para esta realidade:
«E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição» (II Pedro 3:15-16).
Notem: “que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição”. Será que poderemos ver nestas palavras as explicações que muitos ensinadores arranjam para recusarem aceitar o Evangelho que Deus confiou a Paulo e pregarem um evangelho baseado no Velho Testamento, ou nos quatro Evangelhos, ou em Actos dos Apóstolos, ou no Apocalipse e/ou noutras Escrituras que não sejam as escritas por aquele Apóstolo.
E diz: “torcem para sua própria perdição”, ou seja, os seus argumentos é para seu próprio prejuízo. E, diz a Escritura: “irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.» (II Timóteo 3:13).
Apelo:
Não queremos dizer, com estas reflexões, que, quem creu no Evangelho conforme foi ensinado pelo Apóstolo Paulo, o qual assenta exclusivamente na graça de Deus, o tal não esteja salvo ou que algum dia, estando salvo, venha a perder-se.
Mas, não quero deixar de dizer que, se alguém pensa que o evangelho é sempre o mesmo, e que a mensagem do Evangelho é sempre a mesma, desde Adão até ao Apocalipse, ou seja: que aquilo que o Senhor anunciou a Abraão, ou que o que Senhor Jesus Cristo anunciou em Israel no seu ministério terreno, ou que o que Pedro anunciou no Pentecostes, ou mesmo aquilo que irá ser proclamado na grande tribulação é o mesmo que o Apostolo Paulo escreveu nas Sua Epístolas, por revelação divina, esses, digo, é de questionar se algum dia tenham sido salvos. Como poderemos questionar se os católicos romanos, os membros das chamadas “Igrejas dos Últimos Dias”, muitas Igrejas católicas e protestantes, entre a multidão que compõe a cristandade, se algum dia foram salvos pela crença na sua doutrina de salvação.
Quem crer em Deus baseado exclusivamente na Sua Graça pode estar descansado que está salvo, sem qualquer dúvida; quem não crê em Deus segundo o Evangelho de Paulo, e pensa que tudo é a mesma coisa, esses têm motivos para estar preocupados! Muito provavelmente estarão perdidos, só Deus sabe! E, nesses casos, o suposto comportamento “cristão”não é mais que uma atitude religiosa – pois a nossa carne é muito religiosa – e estejam a defender um credo como qualquer outro religioso faz pela sua fé!
«Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. Mas espero que entendereis que nós não somos reprovados.» (II Coríntios 13:5-6).
Vede se estais na fé, enquanto ainda tendes tempo. Pode muito bem acontecer que, resistindo à actual revelação do Espírito de Deus, o Senhor dê a paga segundo o coração que cada um pede:
«E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade. Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade, para o que, pelo nosso evangelho, vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.» (II Tessalonissenses 2:11-14).
Mas, uma coisa é certa:
«Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.» (II Timóteo 2:19).
Não somos nós que sabemos quem são os verdadeiros filhos de Deus, nem qualquer um dos ilustres ensinadores; mas, o Senhor sabe. No entanto, diz: «Qualquer que profere o Nome do Senhor aparte-se da iniquidade».
E, pergunto: que “iniquidade” é esta? A que se refere o Apóstolo com iniquidade?
(A palavra no grego: Strong: <93> adikia adikia = injustiça de coração e vida; de <94> adikos = injusto, pecaminoso).
Que diz o contexto?
«Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.» (II Timóteo 2:16-18).
A iniquidade não é mais que o erro e o desvio da verdade.
A mesma palavra é utilizada pelo Apóstolo para se referir à manifestação do anticristo:
«Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça <93> aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça <93>.» (II Tessalonissenses 2:9-12).
Ou seja, estar salvo e dar mostras disso, é conhecer a verdade e manter-se firme nela. É ter oportunidade de conhecê-la, buscá-la diligentemente, e ficar firme nela. Pois, quem se desvia da verdade provavelmente nunca foi salvo! E, aqueles que tiveram oportunidade de conhecer a verdade do Evangelho, mas resistem a aceitá-la, provavelmente nunca foram salvos:
«E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas, para vós, de salvação, e isto de Deus.» (Filipenses 1:28); e:
«E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.» (II Timóteo 3:8).
Diz, mais, a Escritura:
«Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (pelo Espírito de Deus, conforme v. 12)» (I Coríntios 2:14).
E esse esclarecimento é, também, para aqueles que acham que as presentes reflexões são loucura! Se achas que é uma “loucura” o que está escrito neste documento, pode ser um sintoma de que nunca tenhas nascido de novo, porque não há a certeza de que aceitas-te a mensagem do Evangelho da Graça de Deus na sua pureza!
Se queres ser salvo e ter a certeza disso, e se queres andar na verdade da Graça de Deus, busca o conhecimento da “presente verdade” de Deus e procura uma Igreja da Graça que te pode ajudar a experimentar isso na tua vida.
«E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão, (Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.)» (II Coríntios 6:1-2)
Amanhã poderá ser tarde! E, a minha pequena experiência tem confirmado o seguinte: quem rejeita a verdade de Deus, hoje, amanhã vai abraçar o erro. E, raramente, ou nunca, há exemplos de regresso! Normalmente, dá-se uma rotura e os fiéis cortam o cordão umbilical que os ligava ao grupo que degenerou!
Cuidado: examina-te. Vê se estás na fé. E, se a tua consciência no Espírito (pala Palavra de Deus) te não condena, dá graças a Deus e mantém-te firme nesta fé. Se, porém, tens dúvidas, aceita agora e já o que Deus te oferece pela Sua graça. Diz a Deus, na tua mente e no teu coração: «Senhor, obrigado pela dádiva da Tua salvação. Creio que o Senhor Jesus Cristo morreu e ressuscitou para me salvar, sendo somente nos méritos da Sua obra que creio ser salvo. Renuncio a tudo e a todos, inclusive os ritos e requisitos da Lei, do mundo ou dos homens. Obrigado e glória ao Teu Nome.»
«A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!» (2 Coríntios 13:14).
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Dedicatória:
Ao Meu Filho Timóteo:
«Tu, pois, meu filho, ...E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idóneos para também ensinarem os outros.»
(II Timóteo 2:2).
[1] À excepção da “ceia do Senhor”; e, mesmo essas palavras, têm uma descrição diferente e têm um conteúdo diverso. A aplicação também é diferente. No entanto, o Apóstolo diz especificamente que “recebeu do Senhor” glorificado!
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