sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Comunhão da Fé

"Para que a comunhão da tua fé se torne eficiente no pleno conhecimento de todo bem que há em nós, para com Cristo." (Filemon 1: 6).

Se é certo que Paulo diz que "há uma só fé" (Efésios 4: 5), também diz que o propósito de Deus é que "todos cheguemos à unidade da fé" (Efésios 4: 13).

No entanto, o Senhor também revelou que "a fé não é de todos" (I Tessalonicenses 3: 2), e esses têm dificuldade em entender a nossa fé (I Coríntios 2: 14); como revelou, ainda, que a "fé é um dom Deus" (Efésios 2: 8), e que a "reparte a cada um por medida" (Romanos 12: 3).

Com a revelação da mensagem do "Corpo de Cristo" o Senhor veio declarar a total dependência do "Corpo" à Cabeça, Cristo (Efésios 4: 15), e a total interdependência dos membros do "Corpo de Cristo" entre si, ou seja, a ligação de todos a todos (I Coríntios 12: 12-27). E, confirma isso dizendo:

"... cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." (Efésios 4: 15-16).

Este foi o modelo que Deus estabeleceu para o Corpo de Cristo; mas a obra de Satanás foi fazer-nos pensar podemos ser independentes e cada um seguiu o seu próprio caminho. Por isso, qualquer divisão ou separação é obra do diabo, mesmo que seja feita em nome de Deus, como as "cruzadas": destruindo e matando o que aparecer à frente e discorde de nós! O Corpo de Cristo só consegue crescer na base da comunhão e interdependecia dos membros do Corpo, assente no sentimento de Cristo: a humildade (Filipenses 2: 1-5).

Por isso, a fé é para partilhar e não para impor, como se tivéssemos "domínio sobre a fé dos outros crentes" (II Coríntios 1: 24). Neste sentido, cada um deve ter a sua própria fé. Diz o texto sagrado: "Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo" (Romanos 14: 22). Infelizmente, há muitos crentes que vivem segundo os outros, para seu próprio prejuízo. Não têm a sua fé, mas vivem segundo a fé dos outros!

Como membros comuns do "Corpo de Cristo", temos o dever e o privilégio de partilhar a fé, ao que o apóstolo Paulo chama de "comunhão da fé" (como em Romanos 1: 11-12).

"Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados, isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha."

A fé é para partilhar, no sentido de haver um estreitamento, crescimento e fortalecimento múltiplo dos santos, não para impor, competir, desafiar, provocar, guerrear e dividir. A partilha da fé destina-se, especialmente, para promover, estreitar e intensificar a fé de cada santo de forma que lhe proporcione atingir o patamar espiritual da "unidade da fé". Se perdermos essa visão, intenção e experiência (edificação de Deus, pela fé - I Timóteo 1: 4), a partilha da nossa fé deixa de ter sentido e propósito. Falhamos na vocação, porque estamos a destruir e não a edificar, estamos a dividir não  a confirmar a obra de Deus, com as normais consequências que isso terá de reprovação no Tribunal de Cristo.

Para os que andam pelas igrejas locais a "semear" intrigas, e "alimentar" rivalidades e divisões, e a "revelar" espíritos de ciúmes, de ódios e de invejas pelos irmãos, destruindo a experiência da "unidade do Espírito" e a impedir que os santos atinjam a "unidade da fé", realizadas pelo Senhor na cruz do Calvário, recomendamos a leitura dos seguintes textos:

"Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. 

Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.

Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. 

"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus..." (Filipenses 2: 1-5).

E:
"Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade

Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós uns ais outros.

Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. 

Seja a paz de Cristo (a obra que realuzou na cruz, conforme Efésios 2: 13-17) o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados formando um só corpo; e sede agradecidos." (Colossenses 3: 12-15).

Se lermos toda a carta de Paulo a Filemon verificamos que, a "comunhão da fé" que Paulo lhe falava implicava que ele voltasse a receber Onésimo, mesmo tendo-o lesado e defraudado. Este é o verdadeiro exemplo prático de Efésios 4: 32 e Colossenses 3: 12-17.

"Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também

E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição."


Resta-nos orar... , a ver se o Senhor opera para minimizar os estragos que alguns têm feito e recuperar os que são possiveis:

"A ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos." (II Timóteo 2: 25-26).

(Nota: o contexto não é doutrina, mas a vida e comunhão espiritual dos santos, v. 22).

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