sábado, 14 de março de 2015

Os Dias da Ira de Deus


Será que vai haver uma nova oportunidade de salvação para a humanidade no tempo da ira de Deus?

Apocalipse 7:9 a 14 diz que haverá uma grande multidão de todas nações, tribos, povos e línguas que vieram da grande tribulação! Que quererá dizer isso? Não quer dizer que milhões de almas se converterão ao Senhor no período das trevas?

Vejamos o texto:
«9 Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; 10 e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.
«11 E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seu rosto e adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém! Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém!
«13 E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? 14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. 15 Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. 16 Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, 17 porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima» (Apocalipse 7).

Se atentarmos para o quadro anexo, e para a mensagem da graça dada a conhecer pelo apóstolo Paulo, verificamos que o tempo de salvação é o tempo presente:
«E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão; Porque diz: «Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação»; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação…» (II Coríntios 6:1-2).

A mensagem da graça de Deus é destinada aos vasos de misericórdia, é restrita aos dias da graça, com o propósito de nos livrar da ira de Deus, que é o período da vingança de Deus sobre o mundo pecador e incrédulo, e que está iminente. Em Romanos 9:22 a 33, o apóstolo Paulo descreve bem a diferença desses dois períodos:
«E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?»

«Demonstrar as riquezas da Sua glória nos vasos de misericórdia, que para a glória já antes tinha preparado», conforme 8:28-30, em contrastes com o tempo da ira, quando «Deus demonstrar a sua ira nos vasos da ira, preparados para a perdição», depois de os ter suportado com muita paciência neste tempo presente de longanimidade, pelas suas obras, à semelhança de Faraó. Os santos são pré-preparados; os incrédulos são pós-preparados… para os dias da ira.

Relativamente aos vasos de misericórdia das riquezas da graça e da glória de Deus, diz:
«E vos convertestes a Deus… e esperar dos céus a seu Filho… que nos livra da ira futura…» (I Tessalonicenses 1:9-10).

É curioso verificar que a mensagem que o apóstolo Paulo recebeu do Senhor tem por base a salvação da iminente ira de Deus, que está reservada para os dias da chamada grande tribulação, e nunca é colocada a questão da iminência da morte ou do inferno.

«Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira» (Romanos 5:9).

O apóstolo Pedro, por sua vez, como apóstolo da Profecia e da casa de Israel, depois de ter tido conhecimento pelo amado irmão Paulo da revelação da dispensação da graça de Deus e, por consequência disso, que o programa profético que lhe havia sido confiado estava suspenso, escreveu:
«Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios.
Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade, aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Pelo que, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz; e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição» (II Pedro 3:7-16)

Pedro tem perfeita consciência que a vinda do Senhor tem um carácter de vingança e de juízo. Tem, ainda, consciência que esses dias estiveram iminentes nos seus dias e, caso a Profecia continuasse no seu seguimento iriam ser cumpridos. Pedro tem perfeito conhecimento que, de acordo com a revelação profética, a seguir à morte do Senhor, se seguiria a grande tribulação. Nesse sentido foram as suas palavras nos dias do Pentecostes (Atos 2:16-21). E, no mesmo sentido foram as palavras do Senhor no seu ministério terreno, pois destinavam-se a preparar os discípulos, o pequeno rebanho, como o remanescente de Israel, para os dias de aflição que se seguiriam à sua morte: a grande tribulação. E, ainda, Pedro tem total conhecimento e convicção espiritual que a Profecia estava suspensa por causa da longanimidade de Deus, conforme o amado irmão Paulo tinha escrito em todas as suas epístolas e, por conseguinte, os juízos de Deus estavam adiados.

Assim, estes dias, o tempo presente, são chamados de dias da graça de Deus, tempos da longanimidade de Deus (conforme o amado irmão Paulo escreveu em todas as suas epistolas) e de oportunidade de reconciliação com Deus:
«14 Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
«16 Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo. 17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 18 E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
«19 Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.
«20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus.
21 Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
1 E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão; 2 Porque diz: «Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação»; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação» (II aos Coríntios 5:14-6:2).

Estes dias, com este ministério e com esta palavra de reconciliação, nada tem a ver com o cumprimento da profecia, pelo contrário, tem a ver com os dias da graça de Deus, convidando os seus inimigos a reconciliar-se com o seu Criador. Por isso, disse: «o amor de Cristo nos constrange…», i.e. a mensagem do evangelho da graça de Deus assente no amor de Cristo. O «amor de Cristo» é uma expressão para se referir à mensagem do Mistério do Evangelho.

Mas, os dias que se seguirão a estes, os dias que darão lugar aos dias da proposta de reconciliação, serão dias terríveis: Serão dias semelhantes aos dias da queda dos anjos (trevas, sem forma e vazios, ou seja, destruição), dos dias do dilúvio, dos dias de Sodoma, conforme Pedro escreveu no capítulo 2 da sua segunda epístola. E, diz:
«Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados…» (2:9).

Mas, os dias do tempo presente são descritos da seguinte forma:
«Por esta causa, eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios, se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada…» (Efésios 3:1-2).

Paulo diz mais a Timóteo:
«Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que manifestou, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia» (II Timóteo 1:8-12).

Ou seja: Deus nos salvou com uma vocação santa, segundo a sua graça e do seu propósito formado antes da fundação do mundo e manifestado pelo aparecimento do Senhor glorificado ao apóstolo e por suas revelações posteriores (II Coríntios 12:1-5). Neste propósito o Senhor aboliu a morte, suspendeu a Profecia e adiou a tribulação.

No quadro da Profecia verificamos que nos dias do ministério terreno do Senhor eram chegados os últimos dias. De acordo com a profecia de Daniel 9, as chamadas setenta semanas de Daniel, que fixou os últimos 490 anos (70 x 7 anos) até à consumação da Profecia, tinha previsto que logo após a morte do Senhor Jesus Cristo, se seguiria a manifestação do anticristo e os dias da ira e vingança de Deus. O enviado de Deus seria rejeitado por Israel (João 1:11; 5:43), como tinha sido rejeitado pelos gentios na cidade de Babel (Génesis 11; João 1:11) e aceitariam o anticristo como seu senhor e guia.

Estes dias são descritos na Profecia e nos esclarecimentos do apóstolo Paulo como dias de trevas e de perdição, nunca de graça e de salvação.

«Porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.
«Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios. Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade e tendo por capacete a esperança da salvação. Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo…» (I aos Tessalonicenses 5:4-9).

E, de Israel diz:
«E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim» (I Tessalonicenses 2:16);

Os dias que se seguirão logo após os dias da graça, os dias que ocorrerão no reatamento da profecia, são descritos como dias noturnos, de trevas, de ira, de vingança e juízo, sem misericórdia nem graça, e de perdição. E, estas trevas são mais que físicas: são morais e espirituais. As pessoas estarão irremediavelmente cegas e não entenderão nada das coisas de Deus! O deus deste século cegará definitivamente os seus entendimentos (II aos Coríntios 4:2-4).

«Como se o Dia do Senhor (de vingança) estivesse já perto.
«Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes (1) venha a apostasia (i.e. gr. “PARTIDA” – conforme I, 4:13-16) e se (2) manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? E, agora, vós sabeis o (gr. neutro: “AQUILO”, i.e., “um facto” ou um “ato” e não uma pessoa, que segundo o v. 3 é a “PARTIDA”) que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado.
«Porque já o mistério da injustiça opera (desde a morte do Senhor… os dias de oposição a Deus); somente há o (gr. artigo, masculino, singular, i.e., “uma pessoa”) que, agora, resiste (gr. “preso” ou “detido”, i.e. anticristo ou “o iníquo”, segundo v. 3) até que do meio seja tirado (do abismo); e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade. Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade, para o que, pelo nosso evangelho, vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo» (II Tessalonicenses 2:2-7)

O texto diz que o “Dia do Senhor”, que é o dia da vinda do Senhor no quadro da Profecia, em cumprimento da revelação profética (oposto ao “Dia de Cristo”, que tem a ver com a vinda do Senhor no quadro do Mistério, para a Igreja “Corpo de Cristo”), não virá sem que, antes, ocorram dois factos: (1) A PARTIDA e (2) A MANIFESTAÇÃO DO HOMEM DO PECADO; o primeiro facto é “aquilo” que o detém preso no abismo: que se refere à partida da Igreja “Corpo de Cristo” do mundo para a glória celestial; o segundo facto é “aquele” que está detido, ou retido, no abismo!

A descrição que é feita destes dias é que Deus enviará a operação do erro, pela instrumentalidade do anticristo e das suas hostes, que virá com sinais e prodígios enganosos, e que enganará a todos os habitantes da terra, e os levará a adorá-lo como um deus… e, assim, creiam na mentira… e recebam o seu sinal, o sinal da besta, que é o carimbo de pacto com o diabo, irreversível e sem solução possível! Esse é o pecado imperdoável e o pecado para morte! Por outras palavras: acabaram-se as oportunidades!
«Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda» (Apocalipse 22:11).

Vejamos:
«E a Besta…
«E toda a terra se maravilhou após a besta. E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?
«E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo…» (Apocalipse 13:1-8).

E mais:
«E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome» (Apocalipse 14:9-11).

Vejamos mais textos:
«De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais, prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também padeceis; se, de facto, é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam, e a vós, que sois atribulados, descanso connosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e para se fazer admirável, naquele Dia, em todos os que creem (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós). Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo desejo da sua bondade e a obra da fé com poder; para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo» (II Tessalonicenses 1:4-12)

Ou seja: quem não crer hoje no Evangelho perecerá ante a face do Senhor, pois diz: «tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo…»; mas dos crentes da graça diz: «O Senhor será admirável neles, naquele dia, porquanto o NOSSO EVANGELHO foi crido e aceito entre vós…»

Se há salvação do mundo e oportunidade no futuro para os gentios se converterem, então porque e que é feito apelo de possível última oportunidade de aceitar a graça de Deus para o mundo nestes dias? Se haverá nova oportunidade de salvação para o mundo depois da dispensação da graça, então o plano de Deus nesta presente dispensação deixaria de fazer sentido! Seria um flop! Isto, porque, estou certo que, se houvesse oportunidade de salvação na grande tribulação as pessoas sob a pressão do terror mais facilmente se converteriam! Mas, não será esse o caso. Recordemos a parábola das virgens (Mateus 25:10-13; Lucas 13:24-29): a porta estará fechada! Recordemos o exemplo dado de Esaú, que «foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscasse» (Hebreus 12:16-17).

Dêmos, agora, uma olhada pela mensagem do evangelho do Reino: em que consistiu?

Palavras de João Baptista:
«E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? (Mateus 3:7);
«Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai das grávidas e das que criarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira sobre este povo. E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem. E haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, na terra, angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas; homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados. E, então, verão vir o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as árvores. Quando já começam a brotar, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer essas coisas, sabei que o Reino de Deus está perto. Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão-de passar» (Lucas 21:22-33);

É verdade que o livro do Apocalipse descreve que será anunciado o “Evangelho Eterno”, por anjos, mas não para a salvação do mundo mas para justificar os juízos que serão derramados sobre ele:
«E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas» (Apocalipse 14:6-7).

Esta é a resposta do Senhor:
«Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso…» (Hebreus 3:11).

Este momento coincidirá com a pesada derrota da Besta e dos seus exércitos às mãos dos cento e quarenta e quatro mil, na vinda do Senhor:


«E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai.
«E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa. E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus» (14:1-5);

«E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos que tinham as sete últimas pragas, porque nelas é consumada a ira de Deus. E vi um como mar de vidro misturado com fogo e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos!» (15:1-3);

«E olhei, e eis uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e, na mão, uma foice aguda.
«E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e sega! É já vinda a hora de segar, porque já a seara da terra está madura! E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada.
«E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda. E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras! E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios…» (Apocalipse 14).

Esta será a vitória dos 144.000 assinalados sobre a Besta e seus exércitos, que virão de todas as nações circundantes de Israel (Apocalipse 16:12-21), e levarão o remanescente de Israel às bênçãos que esperam desde Abraão.

Vejamos, mais, o que diz o apóstolo Paulo sobre estes dias:
«Porque do céu se manifesta (gr. “está iminente”) a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça» (Romanos 1:18).
«Mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade» (Romanos 2:8).

«Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus…» (Romanos 2:5),

Ou seja:
«E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição» (Romanos 9:22).

É interessante verificar que, estes dias da graça de Deus, são dias em que Deus não está a exercer qualquer disciplina sobre o mundo. A ira de Deus está reservada para «o dia da ira», e esse dia não deve ser antecipado pelos crentes da graça, nem devem revelar qualquer espírito que seja conotado com vingança, mas com garça. Os desastres que ocorrem nos dias atuais não passam de consequências do pecado, que sujeitou toda a criação à corrupção (Romanos 8:16-28) e dos efeitos gravosos que a civilização humana mais acumula na natureza.

Por isso diz:
«Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira (i.e. esperai pela ira daquele que disse): Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor» (Romanos 12:19).

Repescando o texto de I aos Tessalonicenses 1:5-12, verificamos que os dias da grande tribulação são dias quando Deus atribulará aqueles que nos atribularam… tribulação aos que atribularam os santos durante todos os tempos.




Os Remidos da Grande Tribulação
A grande tribulação é descrita com tanta aflição que a vida será considerada uma maldição e a morte uma bênção: os homens desejarão morrer, mas não poderão e, por sua vez, os que morrerem serão bem-aventurados, por escaparem à tortura:
«E naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles» (Apocalipse 9:6);

Versus:
«E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam» (Apocalipse 14:13).

A grande tribulação nunca é apresentada como qualquer oportunidade de salvação, ou como havendo algum escape para fugir dela. Tribulação é tribulação! Vingança é vingança! Ira é ira!

«Haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados» (Lucas 21:26);

«E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro» (Apocalipse 6:16).

Alguns dos “AIS”! Três tipos de “Ais”: sobre as pragas, sobre a ação direta do Dragão e, da queda dos reinos do mundo, personalizado na sua capital: a Babilónia!

«E olhei e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra, por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar!» (Apocalipse 8:13);

«Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo» (Apocalipse 12:12);

«Estarão de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai! Ai daquela grande Babilónia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo» (Apocalipse 18:10).



Mas, então, que dizer da multidão de Apocalipse 7:9 a 17? Voltemos ao texto:
«9 Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; 10 e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. 11 E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seu rosto e adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém! Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém!
«13 E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? 14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. 15 Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. 16 Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, 17 porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima».

Esta multidão quem são e de onde vieram? A resposta que é dada não é em relação à sua identidade humana, mas que, são os «que lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro…» e, que estão vindo “DE” grande tribulação. A esses aspetos voltaremos mais adiante.

Mas não é feita a pergunta: «ONDE ESTÃO»? Esta multidão está no céu ou na terra? É dito que «estão diante do Trono e perante o Cordeiro». E, pergunto: «Onde»?

Apocalipse 22:1 e seguintes dá a resposta:
«E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão».

Ou seja, a descrição que é feita de Apocalipse 7:9 a 17 não é da glória celestial, pois os santos da Profecia não têm a sua esperança na glória celestial (essa é a esperança da Igreja “Corpo de Cristo” – Efésios 1:3; 2:6; 3:10; Colossenses 1:27), mas na glória terrena do Reino de Deus, primeiramente na terra restaurada e, depois, nos “novos céus e na nova terra”, como Pedro expressa a sua esperança em II de Pedro 3:7-16). As promessas de Deus para os crentes da Profecia só versam nessa matéria.

É interessantes comparar os textos:
Apocalipse 7
Apocalipse 20 a 22
«14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação…






E lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro».





«15 Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.

«16 Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles,

«17 Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima».

«E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos» (20:4).

«E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus» (19:8-9);

«3 E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão» (22:3);

«4 E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.




Ora, esta descrição não poderá ser feita aos mortos da grande tribulação, uma vez que os mortos não servem a Deus (Salmo 115:17). Esta é uma visão dos crentes que, depois de mortos, ressuscitarão e servirão ao Senhor na ressurreição, nos novos céus e na nova terra, onde está o Trono de Deus e o Cordeiro no meio do Trono.

O capítulo 7 de Apocalipse apresenta 2 quadros compostos de 2 tipos de crentes da Profecia: os que estarão vivos na vinda do Senhor, e por isso são assinalados (para que ninguém lhes toque) – os 144.000, o remanescente de Israel (14:1-5). Estes serão levantados pelo Senhor para libertar Israel e limpar a terra das suas contaminações, pela força da espada: os sacerdotes/guerreiros, como Benaia, filho de Joiada (II Samuel 23:21-22, conforme Apocalipse 14:1-5; 15:1-2). O senhor os guardará durante a aflição daqueles dias (Apocalipse 12:6), como fez com Enoque, Noé, Ló, Abraão, Isaque e Jacob, Moisés e Israel no deserto, Davi desertor, Elias, Daniel, ao Senhor Jesus na tentação no deserto, à multidão que o Senhor sustentou com pães e peixes, etc.. Destes falaram muito os Profetas e os Salmos, que disseram que um só homem perseguirá mil… (Levítico 26:7-8; Josué 23:10), e «mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas eles não seriam atingidos» (Salmos 91:7), pois, serão protegidos pelo Senhor.

O outro quadro, a multidão que está diante do Trono de Deus e do Cordeiro, e o servem de dia e de noite, para todo o sempre, é a multidão dos crentes da Profecia ressuscitados, no Reino glorioso terreno do Senhor, nos novos céus e na nova terra, e não como tradicionalmente se diz que se trata dos espíritos dos mortos… pois, como a Escritura diz, «os mortos não servem ao Senhor».

“A multidão que não se podia contar”!

Será que o grupo do “pequeno rebanho” já é incontável? Será que o número dos remidos é incontável para o Senhor? Será que na grande tribulação as pessoas serão incontáveis e se converterão ao Senhor, mais dos que perecerão? Onde está a porta estreita e o caminho apertado? Isso é uma ideia que vai contra tudo o que a Escritura diz!

Esta expressão “incontáveis” é um hebraísmo para contrastar este grupo de santos com o número dos assinalados que é restrito e contável: os 144.000 assinalados. E, se os primeiros estão vivos e ativos na vinda profética do Senhor, a vinda para julgar e condenar, estes são os que foram mortos desde Abel, pelo nome do Senhor. Esta referência é feita ao número dos mártires concluída, como o Senhor tinha dito que cairia nesta geração o castigo da sua ira e vingança pelos pecados e depravação da humanidade em todos os tempos. Este será o sentido da grande tribulação: a paga ao mundo pelos pecados e oposição a Deus e aos seus remidos durante todos os tempos da existência humana (Mateus 11:12-24; 12:39-45; 16:4, etc.).

Como disse o Senhor desta geração:
«Bem testificais, pois, que consentis nas obras de vossos pais; porque eles os mataram, e vós edificais os seus sepulcros. Por isso, diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns e perseguirão outros; para que desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a fundação do mundo, foi derramado; desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será requerido desta geração» (Lucas 11:48-51).

Ou seja, e como já referimos: os dias da grande tribulação serão dias em que Deus atribulará aqueles que nos atribularam: tribulação ao extremo àqueles que atribularam os santos durante todos os tempos!

Paulo, falando daqueles que rejeitam o Evangelho da graça de Deus que hoje é anunciado, diz:
«Prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também padeceis; se, de fato, é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam, e a vós, que sois atribulados, descanso connosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder…» (II Tessalonicenses 1:5-7).

Entendamos as palavras proféticas:
«E ouvi o anjo das águas que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e santo és, porque julgaste estas coisas. Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas, também tu lhes deste sangue a beber; porque disto são merecedores. E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor, Deus Todo-poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos» (Apocalipse 16:5-7).

Quando é que estes derramaram o sangue dos santos e dos profetas? No período do antigo testamento, certamente, e durante todos os tempos! A grande tribulação será o momento de ajuste de contas!

«E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas. E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos, e terremotos. E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las» (Apocalipse 8:2-6);

Eis as Trombetas! Aquelas sobras as quais foram proclamados “Ais”! Notem o cenário: Altar… os anjos sacerdotes a derramar as orações dos santos da profecia, incluindo o “sangue de Abel” que clamam por vingança! Estas orações estão sendo reunidas e serão respondidas na grande tribulação, como o texto esclarece.

Aquele texto está em sintonia com outro texto apocalíptico:
«E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram» (Apocalipse 6:9-11).

Estas “almas” não estavam na grande tribulação; as suas orações é que estavam a ser atendidas e seriam respondidas naquele período. Estas “almas” é a mesma multidão do capítulo 7, que tinham as mesmas “vestes brancas”, ou seja, tinham-se-lhes sido reconhecido as suas justiças (Apocalipse 19:8). E, depois de morrerem as duas testemunhas, certamente os últimos crentes a morrer naquele período, é que se daria o momento em que a vingança de Deus atingiria o seu clímax.

Também, se deve entender que este altar não é no céu, pois, a descrição que é feita da abertura dos "selos" é que tudo ocorre na terra! Esta referência é uma exposição simbólica para descrever como todos os que forem mortos pelo testemunho do Senhor serão vingados por Deus! E, todo o sangue derramado, em si mesmo, é um clamor por justiça e vingança!

Esclarecemos que aqueles clamores ou orações não foram feitas pelos mortos quando estavam mortos, pois não fazia sentido, já que a Palavra de Deus ensina que «os mortos não invocam a Deus» (Salmo 88:10-12; 115:17-18; Isaías 38:18) nem eles poderiam ter qualquer tarefa intercessória. Temos aqui uma descrição simbólica e descreve o sangue dos que foram mortos por causa da Palavra de Deus. E, quando diz que "clamaram", certamente que referir-se-há ao momento do seu tormento e, que, quando estavam a morrer clamaram ao Senhor para os vingar. Os nossos gemidos naturais, e da própria criação, são clamores (Romanos 8:18-23). A referência às "almas" é uma referencia ao seu sangue derramado ("o sangue é a alma" - Levítico 17:14), que, aqui é simbolizado como tendo sido derramado sobre o altar do holocausto, onde era derramado o sangue das vitimas, oferecidas a Deus! À semelhança do "sangue de Abel", o sangue destes mortos também clamava por justiça, ou seja, por vingança (Génesis 4:10; Hebreus 12:24). Ver, ainda, a referência ao Altar e à morte das duas testemunhas em Apocalipse 11:1-8. No meu simples entender, pelo que entendo na totalidade da Escritura: os mortos não falam, nem o sangue fala por si, nem João podia ver os mortos, ou as suas supostas "almas". Temos que perceber o simbolismo: todos os mortos e todo o sangue derramado, como tal, é uma prova (as provas falam por si) de que houve uma injustiça que merece o tratamento adequado; no caso, e por se tratar dos santos de Deus, será a vingança do Criador. Percebemos, ainda, pelo texto do capítulo 8 supra citado, que os anjos estavam a repetir as suas palavras e a derramá-las diante de Deus! A resposta a essas orações seria dada naquele momento, na grande tribulação!

Apocalipse 20:4, refere as mesmas almas degoladas a entrar no seu descanso e no gozo do reino glorioso messiânico!


Desta geração disse o Senhor:
«Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão-de passar» (Idem, 21:32-33).

E Daniel:
«E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro…» (10:1-2).

Esta referência do anjo pode referir-se ao remanescente que passará ileso no período da grande tribulação: quando todo o mundo estiver em angústia, o Senhor livrará o remanescente; como pode referir-se a toda a nação de Israel: Israel irá sair da morte, renascer do meio das cinzas. No meio da angústia sairá uma nova nação, que reinará no período milenial.

Outra forma gramatical empregue no texto é o particípio presente do verbo “VIR”: O texto em português traduz, erradamente, assim: «estes são os que vieram», que deve ser lido: «estes são os que estão vindo», e não o tempo passado: «vieram». Ou seja, o “Ancião” disse a João: estes são (de forma continuada, já no seu tempo) os que ESTÃO VINDO E SENDO TIRADOS para não passarem pela grande aflição, e serão ressuscitados para estarem perante o Senhor e o servirem no seu reino glorioso terreno.

“Grande tribulação”: “No grego esta expressão é genérica e significa que foram tirados de grandes aflições” (Comentário de Barnes) e não se refere a uma tribulação em específico e em concreto.
Não quererá dizer que todos têm de ser atribulados para entrar no Reino de Deus, mas a situação do mundo é de costas voltadas para Deus, como sempre assim aconteceu desde o pecado de Adão, que se foi agravando com a sua descendência e culminará na grande tribulação sob a liderança do anticristo. Por isso, o espirito dos crentes e a sua mentalidade é que, neste mundo, todos estamos expostos às tribulações, como Paulo disse:
«Confirmando o ânimo dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus» (Atos 14:22).

Mas, na descrição que temos de Apocalipse 7:9 é algo diferente: O Senhor nunca expos o seu povo à grande tribulação; nem poderia ser de outra maneira! E raciocinamos: Então, o Senhor tira do mundo a Sua Igreja, para não a expor à maior aflição de todos os tempos e iria expor os crentes do reino a ela? Não parece! Segundo a descrição de Daniel, aqueles que estiverem expostos à grande aflição serão livres dela, conforme, aliás, vimos noutros textos citados anteriormente, como será o caso dos 144.000 assinalados. Por isso, não vejo nos escritos proféticos quaisquer referência a conversões no período da grande tribulação, nem que o Senhor exponha o seu povo a tamanha aflição: isso nunca aconteceu e não irá a acontecer! Essa ideia é tirada o próprio texto:



A proposição grega empregue no texto “EK” significa “para fora”. Por isso, o texto não fala dos que morreram na grande tribulação, mas que foram retirados dela. E quando? Como vimos, desde Abel até ao último crente da profecia que morreu na esperança do reino milenial e dos novos céus e da nova terra!

«E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas, os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos. As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados» (Hebreus 11:32-40).


Outra questão pertinente a considerar, e voltamos a ela, é a de saber quem é esta multidão: Esta multidão é composta por pessoas de todas as nações, tribos, povos e línguas…? Será isso que diz o texto?

Se olharmos o texto dessa forma levantam-se muitas questões sem resposta e graves dúvidas acerca da Palavra Profética de Deus. Estamos certos que esta multidão não é a Igreja “Corpo de Cristo”, porque essa não espera o reino terreno e a sua esperança não é reinar neste mundo. A esperança da Igreja é incomensuravelmente superior e é celestial. Esta multidão é um grupo de remidos, salvos por Deus, no quadro e na esperança profética. E, a grande multidão de gentios que Deus trabalhou no quadro da Profecia foi antes de chamar Abrão de Ur dos Caldeus. Porque, a partir daí, os gentios foram colocados à margem e separados de Deus: Adão foi expulso do jardim do Éden; a sua descendência, diversificada nas diversas nações, foi dispersa pelo mundo, como castigo de Deus. Desta multidão de nações o Senhor chama Abrão, depois Abraão, para fazer dele uma grande nação, na qual Deus iria cumprir todas as suas promessas para o mundo, reatando a Profecia feita a Adão. A nação seria aquela que assimilaria todas as promessas e bênçãos feitas a Adão, que era a restauração da terra e habitar feliz nela... Restaurada.

Para confirmar isso, o próprio Senhor, na sua vinda em carne, veio para Israel… e para os da sua nação (João 1). Ele não veio senão às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mateus 15:24).

Assim, os únicos gentios (tirando as pequenas exceções dos prosélitos que se converteram ao judaísmo, pontualmente), no quadro da Profecia, que poderíamos ver aqui, seriam as gentes anteriores a Abraão. Mas, nessas, mesmo assim, não vemos grandes referências a convertidos, tirando Enoque e muitos poucos mais!

Então, que diz o texto? O texto diz que esta multidão é composta por crentes retirados de entre as nações onde estavam dispersos, ou seja, filhos de Israel! Senão vejamos:




O texto emprega novamente a preposição “EK”, ou seja, a multidão não era de nações e tribos, e povos e línguas… mas a multidão era composta de pessoas que foram retiradas de entre esses povos, porque nelas estavam dispersos. E, se atentarmos para a revelação profética verificamos que não poderia que o nosso texto de Apocalipse 7 não poderá ser entendido de outra maneira. Logo a pós o Senhor ter ressuscitado confiou a mensagem aos apóstolos para chamar os dispersos de Israel à conversão para entrar no gozo da sua esperança messiânica. Esta visão descreve a multidão dos santos da profecia ressuscitados e diante do Trono de Deus, onde está assentado o Cordeiro, e é adorado e servido para todo o sempre.

Notem as palavras da grande comissão do Senhor ressuscitado aos apóstolos de Israel: "Ide por todo o mundo... Fazei discípulos... Em todas as nações" (Mateus 28, Lucas 24, Marcos 16, Atos 1). E, pergunto: Fazei discípulos de gentios ou fazei discípulos em todas as nações dos filhos de Israel, que estavam dispersos pelas nações? Certamente, como são as palavras inspiradas dos discípulos: tratava-se de discípulos de Israel; Os gentios estavam separados de Deus e as palavras das promessas de Deus não eram para eles, senão vejamos:

«Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe (judeus dispersos): a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar» (Atos 2:39);

«Vós sois os filhos dos profetas e do concerto que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra» (3:25);

«E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos» (8:1);

«E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo» (10:27);

«E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns varões de Chipre e de Cirene, os quais, entrando em Antioquia, falaram aos gregos (gr. “judeus gregos”), anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número (de judeus) creu e se converteu ao Senhor» (11:19-21).

Notamos nestes textos que os apóstolos de Israel e os discípulos do reino seguiram esta linha com rigor, falando somente aos judeus. A experiência de Cornélio é uma situação pontual para indicar que, quando Israel se converter ao Senhor, o mundo desfrutará dessa sua bênção. Como o Apóstolo Paulo falou desses dias: se a sua queda é a bênção do mundo, quanto mais será a sua ascensão e plenitude! (Romanos 11).

Além disso, não podemos ignorar que esse relato é feito somente depois da conversão de Saúdo de Tarso, que indica que a bênção de Israel depende da bênção da Igreja "Corpo de Cristo" e, só depois de Deus completar o seu plano para a Igreja do Mistério é que Israel atingirá a sua plenitude e terá condições de ser uma bênção para o mundo.

Deste número de discípulos de Israel será contada a grande multidão de remidos que entrarão no gozo da sua esperança messiânica, conforme a descrição de Apocalipse 7:9 e seguintes.

Com estas considerações, espero que o leitor entenda a narrativa bíblica de Apocalipse 7 e perceba o que são os planos de Deus para o mundo, não só do tempo presente como os do futuro, depois que a plenitude dos gentios ocorra (depois que a Igreja atinja a sua plenitude – Romanos 11:25), com a vinda do Senhor de acordo com a revelação do Mistério.

Com estas considerações, também, o leitor que tem a tarefa de ensinador das Escrituras Sagradas, fique esclarecido e não dê falsas esperanças às almas que os ouvem, fazendo-as crer numa oportunidade de salvação que nunca terão. Por isso, diz o Senhor: "Eis o tempo aceitável... eis, agora, o dia da salvação".

Na graça de Deus!
VPP



5 comentários:

  1. Ousado estudo!
    Não está perfeito... mas destina-se aos perfeitos (Filipenses 3:15)

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  2. O que diz a história do procedimento divino?
    Plano divino > Queda do homem > Reposição das Promessas de Deus e dos Eleitos em que as mesmos se cumprem.
    A queda do homem não está restrita a Adão no Éden, mas ela veio a repetir-se ao longo da sua história. O pecado de Adão é mais significativo por ser o primeiro ser humano e personificar toda a raça humana e, por ele, aconteceu a primeira experiência com o pecado, como diz Romanos 5: “Por um homem entrou o pecado no mundo…”
    Senão, vejamos:
    1. Deus forma Adão para desfrutar da terra, das suas bênçãos e riquezas, desfrutar dela e governá-la (Génesis 1-2):
    a. Com o pecado de Adão Deus expulsa-o do jardim do Éden e condena-o à morte. Morte que seria adiada por intervenção da misericórdia de Deus (Génesis 3).
    b. Não obstante isso, de imediato perdeu o privilégio de governar a terra e de desfrutar de todos os seus benefícios; Foi expulso do Jardim (lugar de governo) e tudo o que é dito a seu respeito não abona nada a seu favor (Romanos 5).
    c. Esse privilégio seria confiado à descendência de Adão.
    2. A descendência de Adão pode ser considerada a nova oportunidade de Deus a conceder para restaurar o homem ao seu estado inicial e desfrutar da gloria da terra. O Senhor mesmo tinha dito como isso aconteceria: “a descendência da mulher venceria a descendência da serpente” e restauraria a terra dos efeitos do pecado de Adão. Hoje, sabemos que essas palavras se aplicam ao conflito entre o Senhor Jesus Cristo, a semente da Mulher, e o anticristo (a semente da serpente), na sua vinda em poder e glória, quando vencerá todos os seus inimigos, limpará a terra da sua corrupção e restaurará a terra à sua condição originária (Génesis 4-8).
    a. Estas palavras do Senhor, na mente de Adão e Eva, seriam cumpridas em Abel, em quem tinham colocado todas as suas esperanças de restauração, conforme as palavras de Deus;
    b. No entanto, de imediato a descendência de Adão veio a revelar-se impia, encabeçada por Caim e consumada por Lameque, o sétimo depois de Adão na sua linhagem, começando com a morte do próprio Abel e terminada na degeneração global da geração de Noé.
    c. Com esta degeneração global, a resposta de Deus seria a destruição total da raça humana;
    d. O privilégio da restauração da Terra, do seu governo e o desfrute das abundâncias da terra seria agora direcionada para Noé e para a sua descendência (Génesis 9-11).

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  3. 3. Com Noé seria iniciada a terceira fase da renovação das promessas terrenas de Deus. Verificamos que, neste processo, os que caíram e/ou são rejeitados são destruídos ou, se não o são de imediato, ficam condenados – destinados à destruição, que será administrada no tempo próprio de Deus. Mas, fica claro, que não há qualquer possibilidade de desfrutar das promessas de Deus, de restaurar a terra à sua condição inicial, de restaurar o governo humano da terra e de desfrutar das abundancias da mesma.
    a. Mas, igualmente, Noé e a sua descendência veio rapidamente a revelar as suas fraquezas, que foi demonstrada pela embriagues de Noé pela rebelião da sua descendência, encabeçada por Nimrod, no reino de Babel, com capital na sua cidade com o mesmo nome e pela sua torre/templo religioso, onde demonstraram a sua oposição a Deus.
    i. Esta foi a forma que demonstraram de querer governar a terra sem Deus e sem os métodos ou processos de Deus; fora das promessas de Deus. Era uma resposta a Deus de que poderiam dominar a terra sem precisarem de Deus.
    b. Deus responde com a confusão das línguas e com a dispersão dos descendentes de Noé em povos. Este é o momento do início dos GENTIOS, os povos, as gentes.
    c. De acordo com habituais procedimentos divinos, eles deveriam ser de novo destruídos, como os descendentes de Adão antediluvianos, mas porque Deus prometera que não destruiria o homem da mesma maneira, reservou esse momento para os tempos do fim. Senão, muito provavelmente seriam igualmente destruídos. Sabemos, no entanto, que foram cortados das promessas de Deus e reservados para a condenação.
    d. As promessas de Deus seriam reajustadas e uma nova geração de eleitos seria selecionada: Abraão e sua descendência. Os outros, como já referimos, não seriam considerados e seriam destruídos. Exemplo disso temos a destruição sem contemplações de Sodoma e Gomorra, como gesto demonstrativo da ira de Deus!
    i. É claro que, poderá o leitor dizer: mas houveram exceções… sim, pontuais, isoladas e especiais. Não há referência a gerações, povos ou multidões que fossem fieis a Deus, como houveram no período antediluviano. E, aqueles que o fizeram foi a través de Israel e dos requisitos de Deus para Israel, tornando-se prosélitos judeus.

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  4. 4. Abrão, depois Abraão, foi a quarta fase da renovação das promessas terrenas de Deus. Para Abraão e para a sua descendência as promessas de Deus da restauração e bênção da terra foram renovadas. Os demais seriam condenados. Por isso, neste período, os gentios eram considerados inimigos de Deus e viviam «sem Deus no mundo» (Efésios 2:11-12). O seu destino é a condenação, que será executada no período da grande tribulação, sob a liderança do anticristo.
    a. Esses votos e/ou promessas seriam renovados na descendência de Abraão, com Moisés no deserto, a caminho da terra da Promessa, ou onde as promessas se cumpririam para Israel.
    b. No entanto, sabemos que esteve para haver, nesta fase, um novo ajuste dos planos de Deus. No deserto, quando Israel construiu o bezerro de ouro para adorar a Deus através dele, o Senhor esteve para destruir todo o povo e renovar os votos em Moisés e na sua descendência.
    i. Não ignoremos que, caso isso acontecesse, as promessas de Deus feitas anteriormente seriam sempre cumpridas: descendência da mulher, descendência de Noé, descendência de Abraão… pois Moisés era tudo isso.
    ii. E, disse Deus: «Agora, pois, deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma; e eu farei de ti uma grande nação» (Êxodo 32:10).
    iii. Não fora a oração de Moisés e este povo seria destruído e Deus reiniciaria uma nova seleção de eleitos em quem as suas promessas se cumpririam.
    iv.
    c. A descendência de Abraão veio-se a revelar igualmente impia e impenitente, como disse o próprio Senhor da Sua geração (Lucas 11:51) e Estevão (Atos 7:51). A sua degeneração veio a atingir o seu limite com a morte do Messias, o enviado de Deus, o verdadeiro descendente da Mulher, por quem as promessas de Deus seriam cumpridas. A estratégia deste povo seria de tomar as mesmas atitudes dos gentios: querer dominar a terra e desfrutar dela sem Deus e dos seus métodos… mesmo com “Deus” na sua boca!
    i. Conforme a parábola dos lavradores maus: «matar o Filho e tomar posse da herança”. Deus, e procurar um líder poderoso que os guie nesta tarefa: o anticristo, que é prefigurado na serpente, em Caim, em Nimrod, Ismael, Esaú, em Coré, em Judas, entre outros! (João 5:43).
    ii. A resposta de Deus será destruir os lavradores e entregar a sua vinha a outros eleitos: o remanescente, com acontecerá!
    1. Esta fase ficou suspensa porque, entretanto, o Senhor reiniciou o processo da Dispensação do Mistério da graça de Deus, que estava oculto na Profecia.

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  5. 5. Os “eleitos de Deus” da descendência de Abraão em quem serão cumpridas as promessas terrenas de Deus é o remanescente de Israel. Por causa do pecado de Israel e da sua rebelião, o Senhor lavrou uma sentença: «ainda que Israel seja como a areia do mar, só o remanescente será salvo» (Isaías 1:9; 10:21-22; Romanos 9:27).
    a. Todos de Israel serão destruídos, não só por matarem o seu messias, mas por receberem o anticristo como o seu líder e receberem o sinal da sua marca.
    b. Apocalipse 7 e 14 mostram os cento e quarenta e quatro mil assinalados como os eleitos que estarão vivos na vinda do Senhor e entrarão no gozo das bênçãos da terra restaurada e purificada pelo Senhor;
    c. Mateus 25 mostra o numero das nações que não se identificaram com o anticristo nem receberam a sua marca, que, igualmente, entrarão no reino do Senhor a ser instalado na terra. Certamente será alguns poucos que, de entre as suas nações, escaparão e as suas nações serão restauradas por eles? Possivelmente! Ou serão os que morrerão, que serão ressuscitados e entrarão no reino do Senhor como os gentios e novamente desenvolverão os seus descendentes?
    i. As palavras do Senhor: «na ressurreição não se casam nem se dão em casamento», não podemos dizer ao certo se se trata do reino Messiânico se nos «novos céus e na nova terra» (Mateus 22:30).

    Com estas considerações, onde fizemos uma passagem pelos diversos procedimentos de Deus na história humano, verificamos que, aqueles que foram rejeitados por Deus não tiveram qualquer alternativa. Nos dias de hoje, chamados por Deus «dias de graça», de «longanimidade», de «paciência», de «benignidade», e de «misericórdia», são os dias em que «Deus não tem em conta os tempos da ignorância do homem e anuncia a todos e em todo o lugar que se arrependem» (Atos 17:30). Depois de terminar esses dias, a porta da salvação de Deus é fechada e, salvo as exceções pontuais que sempre houveram, todos serão destruídos, à exceção dos eleitos de Deus, da descendência de Abraão.
    Que vais fazer com a graça de Deus?
    «Crê na palavra de Deus que diz que Cristo morreu por nós, tomando o nosso lugar na maldição e condenação de Deus, feito “pecado por nós” para que a justiça de Deus fosse cumprida em nós!»
    Se creres nisto, a palavra de Deus diz que serás salvo.
    A graça de Deus seja com o vosso espirito.

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