sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Mentira!


«Pelo que, deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros…» (Efésios 4:25, RC);

 Vejamos o contexto:

«17 Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, 18 obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, 19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. 20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, 21 se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, 22 no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, 23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, 24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. 25 Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros…» (Efésios 4:25 RA).

Depois do Apóstolo dizer para andarmos segundo a vocação da nossa chamada celestial, ele reforça a ideia pela passiva, para não andarmos como os gentios… porque, embora salvos de entre os gentios, deixamos de ser gentios para passarmos a ser de uma nova criação, onde não há judeus nem gentios, mas sermos uma nova criação em Cristo glorificado (Romanos 7:4; Gálatas 3:27-28; Efésios 2:13-17; Colossenses 3:9-11; II Coríntios 5:16-18).

Vejamos o início do capítulo:

«1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; 4 há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; 5 há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. 7 e a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo» (Efésios 4).


Vemos os líderes religiosos a usarem frequentemente este testo mas ignoram o que o texto mais enfatiza: a unidade do Corpo de Cristo, que é uma unidade do espírito, ou unidade espiritual e unidade da fé, pelo pleno conhecimento do Filho de Deus na condição em que se encontra nos lugares celestiais, como cabeça da igreja (v. 3 e 13; Efésios 1:17-23).

Mas, se colocarmos o texto seguido pelo pensamento do apóstolo, melhor entendemos a mensagem:

Exortação:
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados:

Objeto: Em Quê?
Guardar a unidade do Espírito

Qual Unidade:
(1)  Há somente um corpo e
(2)  Um Espírito, como também fostes chamados a
(3)  Uma só esperança da vossa vocação;
(4)  Há um só Senhor,
(5)  Uma só fé,
(6)  Um só batismo;
(7)  Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.

O processo no andar e guardar a unidade?
No vínculo da paz;

Forma:
Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor…

A Base:
(Porque, pois) a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo» (Efésios 4).


Notem que “dom” aqui, não é “charisma”, os chamados dons do ministério e descritos no versículo 11. Aqui, “dom” é a dádiva da salvação do Senhor com todas as bênçãos que estão em Cristo (v. 1:3 e 2:6-7), conforme a mesma aplicação do Apóstolo em Romanos 5:15 e 17, II aos Coríntios 9:15 e Efésios 3:7). A capacidade da graça de Deus é dada a cada um segundo a medida das bênçãos de Deus destinada para a “dispensação da plenitude dos tempos” (Efésios 1:9-11). Cada um, então, terá de ser capaz de se apropriar dessa graça se quer manter essa medida e as bênçãos na mesma medida.

Qual é, então, a exortação para cada membro do “Corpo de Cristo”? «Manter-se unido» ou na unidade do “corpo de Cristo”, pelo «vínculo da paz» que o Senhor Jesus Cristo faz na cruz do Calvário e descrito no capítulo 2. A “paz” não é a nossa paz ou a paz que, interesseiramente, negociamos e fazemos com os nosso “amigos” e “aliados” religiosos, objetivamente ou tacitamente! Isso é obra humana e carnal. Não é a “paz” ou tolerância religiosa denominacional. A paz que Paulo fala é paz espiritual, aquela que o Senhor fez na cruz e que, todos os membros, são chamados a guardar. É a paz de todos os membros estarem ligados à cabeça, e não unidos numa convicção religiosa, organizacional, ou similar. Isso é carne e carnal! Isso é para os “homens ver”, não é espiritual!

No mesmo sentido, diz Paulo aos Colossenses 3:15, que diz:
«E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações».

A forma como devemos estar no andar da vocação é a humildade, mansidão, perseverança e resistência de caráter espiritual. Com estas qualidades, sem dúvida, que iremos preservar a unidade espiritual feita pelo Senhor, que é um corpo, pela obra que o Senhor realizou, ou seja, a Sua paz. Não pela hipocrisia, nem pela “fachada” ou aparência religiosa! Neste sentido, repete Paulo aos Colossenses 3:

«12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. 13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição»

E, se somos exortados a andar em unidade espiritual, ou seja, ligados à cabeça que é Cristo glorificado, somos, igualmente, exortados a não andar como os gentios, na mentira e divisão!

Vejamos a vida dos gentios:

Exortação:
Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios,

Objeto: Em Quê?
Na vaidade dos seus próprios pensamentos [Gr. “nous”, i.e. “mente”, oposta à mente de Cristo, conforme II Coríntios 2:16, e que temos, pela Sua Palavra, conforme 4:23].

Qual Vida: Descrição?
Obscurecidos de entendimento,
Alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem,
Pela dureza do seu coração,
Os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.

A vaidade ou vazio do seu espírito é causada pela obscuridade ou ignorância em que vivem acerca do plano de Deus, que, por sua vez, é fruto da dureza do seu coração. O resultado disso foi se entregarem à dissolução, conforme Romanos 13:13.

O processo no andar?
Mas não foi assim que aprendestes a Cristo [acerca do Cristo glorificado, como cabeça da Igreja], se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus,

Forma:
No sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem [quando ereis judeus e gentios], que se corrompe segundo as concupiscências do engano [do mundo], e vos renoveis no espírito do vosso entendimento [renoveis no vosso entendimento espiritual com a verdade do “novo homem”], e vos revistais do novo homem [o corpo de Cristo], criado segundo Deus, em justiça e retidão da verdade.

A Base:
Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros…»

Ou seja, sois do mesmo corpo… estais unidos em um corpo, feito pela ora do Senhor Jesus Cristo!


Assim, que, «deixai a mentira», refere-se a quê?

Primeiramente, o apóstolo está a falar para crentes, pois diz: «sois membros uns dos outros»; Depois, o apóstolo invoca a verdade: A verdade como “evangelho da nossa salvação” (1:13), a revelação acerca de Jesus, na sua qualidade de glorificado e como “cabeça da Igreja” (Efésios 1:17-23 e 4:21). A verdade que se refere à “imagem” que o “novo homem”, ou seja, a Igreja “corpo de Cristo” tem como criação de Deus (v. 24, conforme Colossenses 3:9-11), a verdade que é o fruto na natureza do “novo homem”, bem como o cinturão no contexto da armadura de Deus para combater as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais (v. 6:14). Esta verdade deve ser o tema das nossas conversas entre os membros do “Corpo de Cristo”, como característica da sua identificação com a Cabeça do corpo. A verdade, neste sentido, é a verdade substantiva e, não, a verdade subjetiva: ser verdadeiro. Isso é um resultado, é a honestidade. Aqui, a verdade, é a palavra da verdade, a mensagem de Deus acerca do plano de Deus, a revelação do “Corpo de Cristo” que, de resto, é a mensagem que o Senhor Jesus Cristo glorificado revelou a Paulo na sua manifestação e que é o tema das suas cartas. Esse, deve ser o tema de todas as nossas cartas… e conversas!

A mentira, em oposição, é a vida do mundo separado da vida de Deus, entregue à ignorância deste plano glorioso e indescritível.

Vejamos o contexto em que o apóstolo Paulo apresente esta mentira:

1.      Os homens, na sua separação de Deus, pela dureza do seu coração, que os levou à ignorância, conduziu-os a uma vida de depravação moral e inverteram a importância das coisas, «mudando a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!» (Romanos 1:25);

2.      E, porque rejeitaram o plano de Deus, quer no conteúdo (a mensagem), quer no tempo (foram indiferentes ao período da graça de Deus), «Deus lhes enviará a operação do erro (ação do anticristo, v. 9), para darem crédito à mentira» (II Tessalonicenses 2:9-11 - o ensino religioso mundano, os rudimentos deste mundo, as histórias religiosas e ilustrações humanas, genealogias – tipo histórias de “homens” que foram “grande homens de Deus” ou algo parecido… nos conceitos humanos…, conforme II a Timóteo 4:1-7, e não segundo o discurso de Paulo como o ministro da graça de Deus). É nisto que se detêm os pregadoras nas suas dissertações… e muto pouco acerca do que edifica os membros no “corpo de Cristo”, ou seja, «crescendo no conhecimento de Deus, naquele que é a cabeça» (Colossenses 2:19).

Caros leitores, não se detenham nos discursos de mentira. Não estou a dizer que o que dizem é mentira! Até podem dizer muitas coisas acertadas e verdadeiras; mas, se o que disserem ou o tema das vossas conversas e discursos não fizerem parte da revelação da verdade, não passam de “mentira”. Esse é o tema que conserva as pessoas, mesmo alguns membros do corpo de Cristo, na ignorância do mundo, que o conduzirá a concordar e receber de boamente o anticristo! Não abram o caminho do anticristo; não confirmem o rumo que o mundo está a seguir que irá dar ao anticristo! Mas, abraçai, conhecei, aprofundai a verdade, que será a palavra da vossa salvação, se nela estiverdes firmes!

«Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas (gr. Strong: 539, "enganos sem sentido"), segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo...» (Colossenses 2:8);

«Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência...» (I Timóteo 4:1-2).

Mas, quando verifico a disponibilidade de muitos «ministros» do "evangelho" para promover divisões, dando lugar à censura, à critica, a murmurações e demais maldições, pergunto-me a quem andam a servir! Estais preparados para o tribunal de Cristo? Por aqui verifico, e receio, que muitas cinzas vão aparecer nesse tribunal!

A graça do Senhor seja com todos nós!

vpaço



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