quinta-feira, 6 de abril de 2023

A Presente Verdade

Paulo escreveu:
“Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova CRIAÇÃO é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (II Coríntios 5: 16-17)
 
Não entendo porque é que os crentes que andam na igreja anos e anos, décadas, e não conseguem perceber esta diferença: “Cristo segundo a carne” e Cristo segundo a NOVA CRIAÇÂO DE DEUS, segundo o Espírito, o Celestial, glorificado como “Cabeça da Igreja Corpo de Cristo” (Efésios 1: 19-23)! Isto explica as divergências de entendimento da Palavra de Deus e as divisões que se fazem nesse sentido.
 
Vejamos:
“Não conhecemos” a Cristo segundo a carne… Já não o conhecemos desse modo…”:
 
1. Cristo foi ministro da circuncisão para confirmar/cumprir as promessas feitas aos patriarcas” (Romanos 15: 8). Eles esperavam o reino terreno messiânico. Que tem a ver isso com Cristo como Cabeça da Igreja “Corpo de Cristo” e com a própria Igreja “Corpo de Cristo” que espera o arrebatamento de Cristo para nos levar à nossa posição celestial?
 
2. “Cristo nasceu debaixo da Lei, para remir os que estevam debaixo da Lei” (Gálatas 4: 4-5). Que isto tem a ver com a Igreja “Corpo de Cristo”? Se o Senhor nasceu debaixo da Lei, como é que os crentes insistem em seguir o Senhor dessa forma? Estão a ser rebeldes e viver contra a obra de Deus: Ele morreu para nos resgatar da Lei; mas os crentes insistem a viver segundo a Lei, que é o modelo de vida relatado nos evangelhos messiânicos!
 
3. “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.” (Mateus 5: 17). Isto, não para nós seguirmos as suas pisadas, como muitos ensinam, MAS, precisamente, para pudermos ficar livras desses caminhos, que não conseguíamos cumprir. Mas, não compreendo como os pregadores pregam, ainda, esta mensagem, citam esses versículos, em rebeldia com Deus! Cristo morreu para nos livrar; os crentes insistem em “escravizar” os crentes naquilo que o Senhor nos livrou! Não entendo, porque não entendem que “estão a estabelecer aquilo que o Senhor aboliu” com a Sua morte! Estão a ir contra a obra de Cristo (Efésios 2: 15; Gálatas 4: 9; 5: 1-10).
 
4. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Romanos 6: 14). É difícil entender isto? Paulo fala da “Dispensação da graça de Deus que para os gentios foi confiada a Paulo” (Efésios 3: 2-4). “Dispensação” significa instrução, “ENSINO”, o “ensino da graça de Deus”!
 
5. “Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? (…) Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus…; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Romanos 7: 1-6). Este e o modelo de vida, o ensino, a graça, a esperança que Deus concedeu à Igreja “Corpo de Cristo”, em Cristo… nada tem a ver com o ensino antigo, messiânico, terreno e para Israel.
 
6. “Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!”
“Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.”
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este Mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.” (Romanos 11). Ou seja: a queda de Israel alterou os seus planos para o mundo: Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia (v. 32) – a benignidade de Deus (2: 4), que é uma referência à dispensação a graça de Deus (Tito 2: 11-15; Efésios 3: 2), ou à longanimidade de Deus falada por Pedro (II Pedro 3: 9, 15-16; Tito 3: 4-7). E, esta manifestação da graça de Deus é temporária, até que a plenitude ou a totalidade dos gentios haja entrado na salvação de Deus; depois, também os gentios serão cortados, pois não estão a permanecer na “benignidade de Deus” e Israel será novamente enxertada!


Como Explicar?
Como explicar estas divergências? Como explicar a falta de capacidade de entender estas diferenças: do Cristo segundo a carne e Cristo segundo o “Corpo de Cristo”? Hoje Cristo é “UMA NOVA CRIAÇÃO” DE DEUS com a imagem do próprio Deus.
"Novo" no grego implica uma nova natureza bem diferente de qualquer coisa existente anteriormente, não apenas recente, que é expressa por uma palavra grega diferente (Gálatas 6:15). “Criatura”: literalmente, “criação”. Como nós estamos “em Cristo”, também “Deus estava em Cristo” (II Coríntios 5: 19) (In Comentário Bíblico Jamieson-Fausset-Brown).
 
“… pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos; e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.” (Colossenses 3: 9-11).
 
Que tem a ver isto com o velho ensino messiânico? Porque os ensinadores insistem em divulgar ensinos que o Senhor já aboliu? Eram sombras e transitórios (Colossenses 2: 16-17; tipo ou exemplo de Hebreus 8: 5, 13) – “Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar.”
1.      Sabemos que “o deus deste século cegou os entendimentos” (4: 4), como sabemos que o Senhor pode, também, privar muitos crentes de entender muitas das Suas verdades: “olhos para não verem, ouvidos para não ouvirem… e corações endurecidos…” (Romanos 11: 10), por causa da dureza e teimosia dos crentes (II Timóteo 2: 25).

2.     Paulo diz que “a fé não é de todos” (II Tessalonicenses 3: 2); como, nem a todos foi dado a conhecer os “mistérios do Reino dos Céus” (Mateus 13: 11), como os “mistérios da graça de Deus” (Efésios 6: 19; Colossenses 4: 3; II Tessalonicenses 1: 8-9; 2: 11-12).
 
3.      Não foi por acaso que o nosso apóstolo, dos gentios, tivesse orado:
“… lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê, em seu conhecimento, o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais…” (Efésios 1: 16-18).
E, depois de orar, escreve sobre o assunto, a ver se chegamos ao seu conhecimento:
“… se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo.” (3: 2-4).


Pergunto-me: Porque os crentes não entendem as coisas de Deus; porque não pensam todos o mesmo, como diz a Escritura?
"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer." (I Coríntios 1: 10)

"Completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade..." (Filipenses 2: 2).

"Até que todos cheguemos à unidade da fé..." (Efésios 4: 1-13).

Porque é que os crentes sinceros, membros do "Corpo de Cristo" não têm o mesmo sentimento, o mesmo pensamento e não estão unidos na fé, quando o Senhor criou e proporcionou todas as coisas para isso? Que vamos dizer ao Senhor quando estivermos perante Ele no Tribunal de Cristo? Que desculpas vamos dar? E, não é só por pensarmos diferente dos outros irmãos; é por pensarmos diferentes do próprio SENHOR e pelo mal que promovemos neste mundo aos santos com discussões, intrigas, invejas, rivalidades, partidarismos, denominações e divisões.

1) Será que os crentes são simples “assistentes” e não estão salvos e não têm o “espirito de Cristo" para perceberem a revelação celestial, do “Mistério de Cristo”? Paulo dizia: “se alguém não tem o ‘espírito de Cristo’ esse tal não é dele” (Romanos 8: 9). E: “Deus deu-nos o Espírito de Seu Filho” (Gálatas 4: 6), E: “nós temos a mente de Cristo” (I Coríntios 2: 16). Não há razões para os verdadeiros crentes não entenderem a Verdade de Deus como o Senhor revelou ao nosso apóstolo.
 
2) Serão as suas emoções, os afetos que bloqueiam a sua capacidade espiritual de raciocinar e meditar? Muitos dizem, na igreja, como os católicos romanos: “nasci assim, vou morrer assim”!
 
3) Será que querem andar segundo os outros crentes, amados e amigos! Isto é uma forma disfarçada de seguir uma religião: com outro nome, mais apelativo ou evangélico, mas é religião! A quem seguimos, exatamente? Sejamos honestos! Os crentes, muitas vezes, não seguem o Senhor, de verdade, mas seguem um “linha doutrinária”, em detrimento de outras! E, quem garante que os seus autores, cuja honestidade e sinceridade não discutimos, estavam certos? Todos têm algum entendimento correto, mas nada garante que estivessem certos em tudo! As igrejas dos “Irmãos” seguem ao Senhor, mas na linha doutrinária Irlandesa de J. N. Darby e C. I. Scofield e outros amigos seus (1825); Os crentes "Batistas" seguem ao Senhor, mas na linha doutrinária Holandesa de John Smith e Thomas Helwys (1607); As Igrejas da “Assembleia de Deus” e “Pentecostais” seguem o Senhor na linha americana de Charles Parham e outros (1901); e por aí sucessivamente! Muitos homens de Deus marcaram a fé e a vida de muitos crentes, designadamente Spurgeon, Wesley, Lutero, Calvino, Knox… Mas, não podemos dizer que eles estivessem certos em todos os temas que entendiam e criam da Palavra de Deus! Tanto é que, muito divergiam entre si no conhecimento de Deus! E, igualmente, poderemos aprender coisas interessantes destes irmãos que nos deixaram os seus escritos; mas, a nossa referência tem de ser a Palavra de Deus e nós devemos ter uma relação pessoal com Deus e com a Sua Palavra! Mesmo que isso implique ir encontra o entendimento dos demais crentes que nos rodeiam!
 
4)      Devemos atender à voz de Deus revelada na Sua Palavra, agora revelada a Paulo para a Igreja que fazemos parte, a Igreja “Corpo de Cristo”! (I Coríntios 2: 9-10). E, para entendê-la, devemos “comparar escritura com escritura” (v. 13) – comparar aquilo que é comparável, – como “confrontar, separar ou dividir a escritura com escritura” (assim no grego: II Timóteo 2: 15), – separando aquilo que é diferente – , “reconhecendo/aprovando as coisas que são diferentes” (assim no grego (Filipenses 1: 10).

5)      Uma coisa é certa:
a.  Aqueles que resistem às palavras do Senhor através de Paulo, são um “sinal de perdição” (Filipenses 1: 28; 3: 17-19; I Timóteo 6: 3-5; Gálatas 5: 1-10; 19-21);
b.  Aqueles que resistem a Paulo resistem a Deus, uma vez que o seu apostolado e a Palavra que lhe foi confiada, foi por mandamento /ordem/edito de Deus (Tito 1: 1-3; Romanos 13: 1-2).
6) O perigo de não respeitar a revelação dada ao apóstolo Paulo é tão sério e importante que pode levar muitos "crentes" à perdição:
Pedro percebeu isso, quando percebeu que Deus tinha uma nova mensagem: não a restauração do Reino em Israel (Atos 1: 6-7), quando verificou que os acontecimentos do Reino não estava a ter continuidade, como foi explicado por Paulo quando foi a Jerusalém (Gálatas 2: 1-10). E, dá testemunho da nova mensagem, a mensagem da longanimidade e graça de Deus (II Pedro 3: 9, 15-16), dizendo que “os indoutos e inconstantes torcem para sua própria perdição” (v. 16), acrescentando:
“…que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade” (2:1).

7) E, todos darão contas a Deus das palavras que disserem! (II Coríntios 5: 1). Paulo diz: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Coríntios 3: 10-11).

Eu não queria estar na “pele” de muitos pregadores e ensinadores que não dividem bem e corretamente a Palavra de Deus, especialmente ensinos que o Senhor “aboliu” com a morte de Cristo!


Motivos:
Deus não impõe nada a ninguém: Não impõe a salvação a ninguém, como não impõe o Seu conhecimento a ninguém; mas, no grande Dia, vai pedir contas. Nós, também, não queremos impor o nosso entendimento a ninguém, mas, com a nossa exposição, tentamos ajudar com aquilo que o Senhor nos tem ajudado a entender, para que o maior numero possível de santos atinjam a "Unidade da Fé", o "pleno conhecimento do Filho de Deus", atingirmos a maturidade espiritual plena! Só nós é que podemos sair beneficiados; como, só nós é que podemos ser prejudicados, se não atingirmos o conhecimento de Deus corretamente e não chegarmos à maturidade plena: e, esse prejuízo será vivermos coisas que o Senhor aboliu, vivermos coisas que, espiritualmente, nos prejudicam... e por fim, ainda sermos reprovados no Tribunal de Cristo! Consequências negativas atuais e futuras!
 
Para já, tenho dito!
Boas e importantes reflexões!
 

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